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No documento O vermelho tem saída (páginas 44-46)

Tubos de PEAD: Braskem introduz grades mais resistentes ao crescimento lento de fissuras.

Rodolfo: tubos e conexões consumiram 520.000 t de PVC em 2013.

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Aplicações de polietileno de alta densidade (PEAD) na construção civil e infraestrutura travam batalhas para se fir- marem como opções viáveis e competitivas. É o caso da oferta de tubos corrugados de grandes diâmetros, cuja presença é ainda incipiente no Brasil. Por ser recente, o pro- duto e seus fabricantes estão se adaptando ao mercado local, justifica Jorge Alexandre, especialista da Braskem. Por conservado- rismo, ele atribui, construtoras e projetistas não fazem cálculos completos por metro de tubo instalado e analisam apenas o preço do insumo. Por isso, PEAD acaba perdendo a briga, lamenta o executivo. “Quando con- siderada a montagem total e finalizada, na maioria das situações tubos de PEAD são mais competitivos pela velocidade e facili- dade de instalação, bem como pela menor rugosidade”, ele compara. Mesmo assim, devido à atuação intensa dos produtores e maior demanda, o reduto de tubos de PEAD corrugados para grandes diâmetros aumenta mês a mês, ele afiança.

Tubos de PEAD também sobressaem pela vida útil, insere Alexandre, brandindo avais regulatórios nesse sentido. Ele também enaltece a resistência mecânica e química desses tubos, diferenciando-os dos tipos de concreto utilizados em insta- lações de saneamento e condução de águas pluviais. Os mesmos dutos firmaram- -se como solução para recuperação de tubulações metálicas antigas. O processo transcorre via inserção do duto plástico pelo método não destrutivo chamado re- lining. Para garantir bom desempenho na aplicação, é necessário que o material tenha elevada resistência a riscos superficiais, comenta o porta-voz da Braskem. No mix da empresa consta a recente incorporação de grades possuidores de resistência ao crescimento lento de fissuras (slow crack growth) acima de 4.000 horas, mais alto

do que o padrão requerido por normas que regem o segmento, da ordem de 500 horas. Tubos extrusados com essas novas resinas, sustenta Alexandre, podem durar por um século.

Outro flanco de avanço do PE na construção civil é o de mantas acústicas, usuárias da resina expandida. Para essa aplicação, propriedades específicas, como espessura, densidade da espuma e tamanho das células demandam extremo controle, coloca Alexandre. Ele também realça como crucial a performance das mantas na me- dição que estabelece o quanto o material absorve de som quando instalado no piso, enquanto avaliações de rigidez e fluência checam a capacidade da espuma para conservar sua estrutura ao longo do tempo.

Para o florescente segmento de cister- nas rotomoldadas de grande volume (ver à pág. 42), a Braskem desenvolveu o grade de PE HD4600U, à base de comonômero hexeno, com aditivação anti UV e módulo de elasticidade, detalha Alexandre. Por seu turno, ele acrescenta, poços de visita de PEAD, também rotomoldados, têm sido empregados de forma mais intensa por conta de características de durabilidade, estanqueidade e rapidez e facilidade na instalação. Exemplos de uso desses poços, indica, estão em obras de saneamento em Uruguaiana (RS), bem como em cidades do Tocantins e Pará e na região metropolitana do Recife (PE).

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Geotêxteis já figuram como troféu pendurado no salão de conquistas de PP, mas o polímero tem muito chão pela frente na construção civil, avalia a especialista da Braskem Mônica Evangelista. PP é usado em aplicações vulneráveis ao ataque quí- mico do concreto ou chorume em aterros sanitários, ou mesmo em lagoas para tratamento de efluentes em minerações,

ela explica. Contudo, compara Mônica, enquanto no mundo 90% do mercado de geotêxteis são de PP, no Brasil a fatia não passa de 10%. O restante fica a cargo de PET reciclado. “A utilização de material recuperado é questionável em função da exigência do geotêxtil versus a durabilidade que os projetos exigem”. Por isso, o risco de haver um passivo ambiental é real e a resina virgem, logo, torna-se a opção mais segura, ela complementa.

Aos olhos da expert, PP começa a ser usado em lajes para substituição de concreto sem função estrutural. Trata-se de um sistema construtivo inovador, esclarece Mônica, que consiste em inserir esferas sopradas de PP uniformemente espaçadas entre duas telas metálicas soldadas na laje de concreto. A solução permite a criação de layouts flexíveis, que se adaptam a arqui- teturas curvas, irregulares, com balanços e rebaixos. Redução de custos e de peso (em 35% versus uma laje maci- ça), bem como de escoramento (em 60%), estão no rol de bene- fícios. O siste- ma foi usado na construção do Centro Adminis- trativo do Distri- to Federal e em obras no edifício garagem do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

Outro campo fértil para PP na cons- trução: micro e macrofibras adicionadas à mistura com cimento. Além de marcar por forte crescimento nos últimos cinco anos em telhas de fibrocimento, o uso da micro- fibra se intensificou em túneis para obras de transporte subterrâneo em São Paulo, aponta Mônica. Nesse último caso, as fibras de PP inibem o lascamento explosivo do

mônica Evangelista: PP apenas em 10% dos geotêxteis no Brasil.

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concreto em caso de incêndio. A aplicação de cimento com microfibras, além do mais, está se consolidando em pisos, pois evita retração e fissuras no produto, ela insere.

Já na área das macrofibras, o poten- cial de expansão é ainda maior, pondera a especialista da Braskem. Citando dados da associação nacional de pisos e reves-

timentos de alto desempenho (anapre),

Mônica informa que a produção de piso industrial bate 42 milhões de m²/ano. Assim, considerando uma participação de 10% da macrofibra de PP nesse reduto, o volume requerido seria de 2.200 t/a, ela cal- cula. Embora hoje o mercado brasileiro seja principalmente servido por importações de macrofibra, a analista vislumbra ascendente produção local de qualidade para atender a um expressivo aumento de consumo.

No documento O vermelho tem saída (páginas 44-46)

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