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CONSTRUÇÃO DOS VETORES PROXIES E DAS MATRIZES DE RELAÇÕES INTERSETORIAIS SINTESE BACIA

3 CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA PRODUTIVA DO CONJUNTO DOS ESTADOS E DA REGIÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO

3.3 CONSTRUÇÃO DOS VETORES PROXIES E DAS MATRIZES DE RELAÇÕES INTERSETORIAIS SINTESE BACIA

Na construção das Proxies dos Vetores de Produção Intermediária Síntese Bacia - mSB e

Consumo Intermediário Síntese Bacia - ciSB para a Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul

foram empregadas, como base de dados as Tabelas das Contas Regionais por Unidade da Federação para os Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, a Pesquisa Industrial Anual das Empresas por unidade local para esses estados para abrir as proporções estaduais da Indústria de Transformação e a base de dados do Produto Interno Bruto Municipal, todas do IBGE para o ano de 2003, além da relação dos municípios que compõem a Bacia do Rio Paraíba do Sul fornecida pelo CEIVAP.

Os vetores Proxies Síntese Bacia é um esforço de se chegar o mais próximo possível de uma matriz regional na agregação dos municípios que compõem a Bacia. É importante frisar que não são produzidos dados sobre Consumo Intermediário e Produção Intermediária para os municípios, na elaboração desses vetores proxies para essa dissertação foi usada a técnica Shift-Share descrita a seguir:

O primeiro passo é selecionar e agregar os Municípios da Bacia do Rio Paraíba do Sul dos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo através da tabela da base de dados do PIB Municipal do IBGE para o ano de 2003. Esta tabela mostra o PIB dos municípios do Brasil para os anos de 1999 a 2003 desagregados nas seguintes variáveis: Ano; Código da UF; UF; Código do Município; Nome do Município; Região Metropolitana; Valor Adicionado (VA) Agropecuária; VA Indústria; VA Serviços; VA Administração Pública; Dummy Financeiro; Impostos; PIB; População; PIB per capita. Dela foram aproveitadas as variáveis UFs, os municípios e os VAs; este último, dividido em quatro grandes setores (Agropecuária, Indústria, Serviços e Administração Pública). Uma informação relevante foi que no VA Serviços está incluído o VA Administração Pública e também do Comércio.

O segundo passo foi separar o VA Administração Pública do VA Serviços subtraindo o primeiro do segundo para que o VA de Serviços. Tem-se um novo VA Serviços. O VA Administração Pública permanece inalterado, assim como o da Agropecuária e o da Indústria.

O terceiro passo na construção dos vetores proxies foi considerar a repartição proporcional interna do VA na Indústria – no que diz respeito aos dados do Conjunto dos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo – para replicá-los na repartição do Valor Adicionado Industrial do conjunto dos municípios que compõem a bacia hidrográfica do Paraíba do Sul. Esta repartição proporcional do Conjunto dos Estados foi rebatida sobre o agregado do Valor Adicionado Industrial retirado do PIB Municipal para a bacia.

O quarto passo foi obter a proporção VBP/VA do Conjunto dos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo através dos dados de VBP e CI do Conjunto dos Estados. Considerando também a seguinte relação: VA = VBP-CI.

O quinto passo foi desagregar as proporções das atividades industriais e de serviços no VA do Conjunto dos Estados a fim de obtermos quatro proporções: Proporção do VA Agropecuária; Proporção do VA Indústria desagregadas internamente; Proporção VA Comércio e Serviços desagregados internamente; e Proporção do VA Administração Pública. Nota-se que o VA do Conjunto dos Estados (mais desagregado) obtido pelas Contas Regionais é exatamente igual ao VA do Conjunto dos Estados (desagregado em quatro atividades) obtido através do PIB Municipal, ambos tendo como base os dados do IBGE se mostram compatíveis entre si.

Tendo este corte do Conjunto dos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo sobre os VAs o sexto passo foi passar para o corte do conjunto dos municípios da Bacia do Rio Paraíba do Sul no qual o VA estava desagregado em quatro setores de atividades. Utilizando- se os VAs desses quatro setores e supondo que esta região comporta-se do mesmo modo que o conjunto dos estados, ou seja, o VA do setor Industrial da região foi distribuído com a mesma proporcionalidade que o VA do Conjunto dos Estados, montou-se o VA Indústria Síntese Bacia através das proporções estaduais sobre o valor agregado do VA do conjunto dos municípios Síntese Bacia. Esse raciocínio foi repetido para o VA Comércio e Serviços, uma vez que não foi necessário desagregar os VAs Agropecuária e Administração Pública. Foram obtidas assim as Proxies dos VAs desagregados da Bacia com as proporções do Conjunto dos Estados.

O sétimo passo se deu através da relação VBP/VA do conjunto dos Estados obtida no quarto passo e multiplicando essa pelas proxies dos VAs da Bacia, obtidas no sexto passo temos como resultado as Proxies do VBP da Bacia do Rio Paraíba do Sul, com o suposto que estes guardam as mesmas proporções com os VAs dados no Conjunto dos Estados.

O oitavo passo consistiu no uso da relação VA=VBP-CI para calcular as Proxies do Consumo Intermediário da Bacia do Rio Paraíba do Sul.

Os resultados desses cálculos podem ser observados na Tabela B.12 no Apêndice B sobre Matrizes de Relações Intersetoriais.

A partir das Proxies dos Vetores de Valor Bruto da Produção Síntese Bacia - qSB e do

Estados replica-se a metodologia RQqS para construir as MRIs Síntese Bacia do Rio Paraíba do Sul, essas trazem em si muita memória de informações das MRIs Conjunto dos Estados, pois seus vetores foram construídos através da técnica Shift-Share onde as proporções dos Vetores dos Agregados de Valor da Produção e Consumo Intermediário foram trazidos para os Vetores Síntese Bacia.

Como usado para o Conjunto dos Estados, o vetor correspondente aos valores da produção intermediária (mSB) não foi coletado pelos órgãos estatísticos oficiais, a esse nível de

agregação e foi adotado aqui o mesmo pressuposto inicial que o adotado para o Conjunto dos Estados, o de que, numa hipótese temporária, a estrutura tecnológica do Conjunto dos Municípios da Bacia do Rio Paraíba do Sul difere sim ― mas não difere muito ― da estrutura tecnológica do Conjunto dos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, produz-se assim uma Matriz Q “quadrada” provisória para a Síntese Bacia (QqSB

*) a partir do seguinte

processo multiplicativo de matrizes:

QqSB* = A Conj.Est.. <qSB> (34)

Da matriz QqSB

* é obtido um vetor provisório de produção intermediária setorial, tal que:

QqSB*.h = mSB* (35)

Tendo em mãos as Proxies de consumos intermediários realizados na Bacia do Rio Paraíba do Sul - ciSB

, um novo vetor de produção intermediária setorial é obtido, sendo este considerado

a melhor aproximação da realidade da economia do conjunto dos municípios que compõem a bacia do Rio Paraíba do Sul para o ano de 2003 (mSB). Cada componente do vetor mSB foi

obtido através do seguinte cálculo:

∑∑

⋅ = * * SB i SB SB i SB i m ci m m (36)

Objetivando-se alcançar a Matriz Q “quadrada” Síntese Bacia para o ano de 2003 (QqSB),

inicia-se o processo multiplicativo seguindo os passos expostos abaixo:

1º passo: Q1

=<r1>.QqConj.Est.sendo cada 1 Conj.Est.

i SB i i m m r = (37) 2º passo: Q2 = Q1.<s1> sendo cada 1 1 j SB j j c c s = (38) 3º passo: Q3 = <r2>.Q2 sendo cada 2 3 i SB i i m m r = (39) 4º passo: Q4 = Q3.<s2> sendo cada 2 3 j SB j j c c s = (40)

O processo de multiplicação prossegue até Qn não diferir significativamente de Qn-1,

considerando Qn como a melhor aproximação de QqSB.

Finalmente, a Matriz Tecnológica, ou de Coeficientes Técnicos Síntese Bacia (ASB) é obtida

multiplicando-se QqSB pelo vetor qSB

diagonalizado invertido: 1 ^ − ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ⋅ = SB SB SB q Qq A (41)

As demais matrizes do conjunto de MRIs Síntese Bacia para o ano de 2003 (Matriz de Leontief, Matriz Inversa de Leontief e a Matriz de Impactos Indiretos) são obtidas segundo metodologia análoga à descrita para as MRIs-Brasil.

3.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA MRIS SINTESE BACIA E SEUS