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1. Introdução

3.3. Interpretação dos Custos e Consumos Energéticos

3.3.1. Consumos e Custos com Energia Eléctrica

É extremamente importante avaliar previamente os consumos e os custos inerentes para permitir uma avaliação correcta das medidas a adoptar para cada caso específico.

Com a realização de uma auditoria de energia é procurado caracterizar as condições de utilização de energia, com o objectivo de determinar possíveis oportunidades de racionalização dos consumos e, tendo por trás preocupações de carácter económico. Para cumprir o objectivo, as auditorias energéticas devem permitir a identificação e quantificação dos usos de todas as fontes de energia, (gás e electricidade), por utilização (iluminação, aquecimento, força motriz) e por sectores/equipamentos mais importantes do ponto de vista dos consumos de energia. É a caracterização detalhada dos consumos que torna possível a identificação de eventuais acções ou medidas a implementar para uma utilização mais eficiente e

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racional da energia, tendo em vista a redução dos encargos. Esta identificação e quantificação é aplicada tanto à energia que entra/sai (produtos, perdas) como à gerada/consumida no interior da instalação e ainda a possíveis reutilizações de energia que existam na mesma. Uma auditoria deve ainda disponibilizar os dados necessários para se efectuar uma avaliação técnico-económica das medidas de optimização dos consumos, sendo, portanto, uma ferramenta essencial à identificação e implementação de oportunidades de racionalização de consumos na instalação. Deve também disponibilizar toda a informação necessária para a formulação de eventuais planos de racionalização e para o estabelecimento de prioridades na sua execução através da avaliação técnico-económica de cada uma das medidas entretanto identificadas. Esta análise económica dos efeitos esperados da adopção de cada uma das medidas de racionalização é por sua vez indispensável para determinar os cenários de aplicação mais atractivos e, portanto, decidir quais as medidas a implementar e quando [26].

Neste ponto, são apresentados os consumos de energia eléctrica e respectivos custos do período de referência. Estes dados têm origem nas facturas mensais de energia eléctrica.

A instalação detém um contrato de fornecimento de energia eléctrica em Baixa Tensão Especial, cuja tarifa do contrato é de Médias Utilizações, Tri-horário em Ciclo Diário, com uma Potência Requisitada de 46 kVA e uma Potência Contratada de 59 kW.

Na tabela seguinte é apresentado o tarifário do Sistema Eléctrico Público (SEP) para 2008 para Médias e Longas Utilizações.

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TARIFA DE VENDA A CLIENTES FINAIS EM BTE

Médias Utilizações

Longas Utilizações

Termo tarifário fixo (€/mês) (€/mês) (€/mês)

26,72 26,72 Potência (€/kW mês) (€/kW mês) Horas de ponta 9,371 15,357 Contratada 0,408 1,110 Energia activa (€/kWh) (€/kWh) Horas de ponta 0,1851 0,1221 Horas cheias 0,0928 0,0883 Horas de vazio 0,0579 0,0550

Tabela 6 - Preços de energia eléctrica SEP 2008, Baixa Tensão Especial

É possível verificar que o custo total da factura de electricidade é composto por três parâmetros, nomeadamente, Termo tarifário fixo, custo com Potência e o custo associado ao consumo de Energia Activa (não foram registados custos com energia reactiva).

No que diz respeito ao custo da Potência existem dois valores a serem considerados: Potência Contratada (valor fixo mensal) que respeita ao valor máximo da Potência Tomada nos últimos doze meses e a Potência em horas de Ponta, cujo valor é determinado através do seguinte cálculo:

PhP = Consumo de Energia Hora Ponta / n.º de horas de ponta, em que o número de horas de ponta diz respeito ao período de facturação considerado.

Nas tabelas seguintes são apresentados os períodos horários de entrega de energia eléctrica actualmente em vigor.

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Tabela 7 - Período Horário - Ciclo Semanal

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Na tabela 9 são apresentados os consumos de energia activa eléctrica, no período de referência.

Meses Energia Activa (kWh)

Ano 2008 HV HP HC TOTAL Jan 3 136 1 144 2 436 6 716 Fev 2 663 1 414 3 388 7 465 Mar 1 263 818 1 961 4 042 Abr 1 093 435 1 176 2 704 Mai 1 229 465 1 094 2 788 Jun 1 012 282 919 2 213 Jul 484 140 384 1 008 Ago 410 23 75 508 Set 439 284 591 1 314 Out 1 339 404 940 2 683 Nov 1 797 835 1 829 4 461 Dez 2 491 1 168 2 504 6 163 Total 17 356 7 412 17 297 42 065 Média 1 446 618 1 441 3 505

Tabela 9 - Consumo de energia eléctrica do período de referência (Janeiro a Dezembro de 2008)

Através da análise da figura 11, é verificado que o consumo de energia eléctrica aumenta significativamente nos meses de Inverno, sendo Fevereiro o mês que apresenta o maior consumo com 7 465 kWh devido à utilização dos equipamentos eléctricos para aquecimento das salas de aula, enquanto Agosto é o mês de menor consumo com 508 kWh. De referir que no referido mês a instalação só é utilizada parcialmente, uma vez que se trata do mês de férias dos alunos e da maioria dos funcionários.

Deste modo, a variação máxima no consumo é de 93,2 %, cujo gráfico é mostrado na seguinte figura.

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Figura 11 - Consumo de energia do período de referência (Janeiro a Dezembro de 2008)

No gráfico da figura 12, é apresentada a distribuição dos consumos de energia nos diversos períodos horários de entrega de energia eléctrica.

O consumo nas Horas Cheias (HC) representa 41 %, embora sem grande expressão o consumo nas Horas de Vazio (HV), também com 41 %, é situado em segundo lugar, enquanto o valor consumido nas Horas de Ponta (HP) representa 18 % do consumo total.

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Atendendo ao facto de existir uma diferença bastante significativa ao longo do ano, a instalação será analisada, considerando o período lectivo (Outubro a Junho) e o período de férias (Julho a Setembro).

O período lectivo corresponde aos meses onde existe uma total utilização (alunos e funcionários) da instalação enquanto o período de férias corresponde aos meses onde existe uma utilização parcial das instalações (só funcionários).

No gráfico da figura 13, é apresentada a distribuição dos consumos de energia no período lectivo e no período de férias.

Figura 13 - Distribuição dos consumos de energia eléctrica do período lectivo e no período de férias

É verificado que o período lectivo apresenta um consumo bastante superior ao registado no período de férias, sendo a principal causa desta diferença o consumo registado durante os meses de Janeiro e Fevereiro, tal é permitido verificar através da figura 13. Estes apresentam um consumo de energia eléctrica muito acima dos restantes meses, causado pelo consumo dos radiadores a óleo utilizados para o aquecimento ambiente das salas.

Na tabela 10 foram registados os custos de energia eléctrica e respectivo custo médio para o período de referência.

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Meses TOTAL Custo Médio

Ano 2008 (€) (€/kWh) Jan 796,02 0,119 Fev 935,42 0,125 Mar 544,85 0,135 Abr 360,36 0,133 Mai 362,54 0,130 Jun 283,34 0,128 Jul 161,48 0,160 Ago 93,70 0,184 Set 218,71 0,166 Out 338,72 0,126 Nov 563,52 0,126 Dez 776,65 0,126 Total 5 435,32 - Média 452,94 0,129

Tabela 10 - Custos de energia eléctrica do período de referência

Na figura 14 está representada a evolução mensal dos encargos com electricidade, assim como, o custo médio mensal do kWh (0,129 €/kWh).

Figura 14 - Evolução mensal dos custos com energia eléctrica

Os custos variam de forma proporcional com o consumo, atingindo o máximo em Fevereiro com 935,42 € e o mínimo em Agosto com 93,70 €.

0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00 1 000,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 0,140 0,160 0,180 0,200 €/kWh

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No gráfico da figura 15, é ilustrada a distribuição dos encargos com a energia eléctrica.

Os meses de Janeiro, Fevereiro e Dezembro são responsáveis por cerca de 46 % do encargo anual com a energia eléctrica, devido à utilização dos radiadores a óleo para aquecimento ambiente das salas, devido à situação de Inverno.

Figura 15 - Distribuição dos custos mensais de energia eléctrica

No gráfico da figura 16, é ilustrada a distribuição dos encargos com a energia no período lectivo e no período de férias.

O período lectivo representa 91 % do encargo com a energia eléctrica, enquanto o período de férias representa 9 % do encargo anual com a energia eléctrica.

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Figura 16 - Distribuição dos custos com electricidade no período lectivo e período de férias

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