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De acordo com Crepaldi (2012), a Contabilidade Rural é pouco utilizada e isso se deve ao fato dos agricultores terem uma mentalidade conservadora, na qual acreditam mais na sua experiência do que nos dados obtidos pela Contabilidade. É um dos principais sistemas de controle e informação que as empresas rurais possuem, pois fornece informações sobre a capacidade de expansão, redução de custos e busca de melhores recursos. Algumas das finalidades são: auxiliar na tomada de decisão; servir de auxílio para seguros e projetos; gerar informações para declaração do Imposto de Renda, dentre outras.

A Contabilidade pode ser estudada para todas as empresas, ou conforme o ramo de atividade. Quando for aplicada a um determinado ramo, sua denominação varia de acordo com a atividade daquele ramo. Por exemplo, quando aplicada às empresas rurais denomina-se Contabilidade Rural e, quando aplicada às empresas agrícolas denomina-se Contabilidade Agrícola (MARION, 2014).

2.2.1 Empresa rural

De acordo com Rodrigues et al. (2012), empresa rural abrange as atividades agrícola, zootécnica e agroindustrial. Por atividade agrícola, considera-se aquela que explora o solo com a finalidade de plantio e de produção vegetal. A zootécnica consiste basicamente na criação de animais para o trabalho na lavoura, consumo doméstico ou atividades comerciais. Por fim, a atividade agroindustrial envolve os seguintes produtos agrícolas: arroz, café, milho, açúcar, óleo de soja, mel, laticínios, etc.

Empresa rural é a unidade produtiva onde são praticadas atividades que dizem respeito a culturas agrícolas, criação de gado ou culturas florestais, com a finalidade de aquisição de renda (CREPALDI, 2012).

2.2.2 Ano agrícola

A receita na atividade agrícola concentra-se no momento da colheita ou logo após dela. Diferentemente de outras atividades, a produção agrícola é sazonal, ou

seja, não é distribuída igualmente durante os doze meses, e sim, concentra-se em um determinado período do ano. No término da colheita e normalmente na comercialização da mesma, tem-se o encerramento do ano agrícola. Quando o produto é armazenado para a obtenção de um melhor preço, considera-se o ano agrícola no término da colheita. É neste momento que se tem a melhor medida do resultado (MARION, 2014).

Conforme Crepaldi (2012), o exercício social não acontece junto com o ano civil. A receita concentra-se durante ou logo após a colheita, pois devido à sazonalidade é justo que se faça a apuração do resultado após o término da colheita. O ano agrícola corresponde ao período da plantação, colheita e normalmente a comercialização da safra agrícola.

2.2.3 Culturas temporárias

São aquelas que necessitam ser replantadas após o término da colheita e seu período de vida é curto. Exemplos: feijão, milho e soja (RODRIGUES et al., 2012).

De acordo com Crepaldi (2012), as culturas temporárias são aquelas que necessitam ser replantadas após a colheita, possuindo período curto de vida entre o plantio e a colheita, e os gastos para a formação da cultura no período da realização são considerados despesas de custeio.

2.2.4 Culturas permanentes

São aquelas que possibilitam mais de uma colheita ou produção e, continuam vinculadas ao solo. Normalmente a duração desta cultura é de quatro anos, porém se a cultura durar mais de um ano e proporcionar mais de uma colheita será considerada permanente (MARION, 2014).

Conforme Crepaldi (2012) as culturas permanentes são aquelas onde não há o replantio após a colheita, proporcionam mais de uma produção e o prazo de vida útil é superior a um ano.

2.2.5 Custos e despesas

É considerado custo da cultura todos os gastos que são identificados direta ou indiretamente com a mesma. Alguns dos principais custos são: adubação, fungicidas, herbicidas, mão-de-obra, encargos sociais, seguro da cultura, preparo do solo, mudas, produtos químicos, depreciação de máquinas e equipamentos, etc. Como despesas, consideram-se os gastos que não são identificados com o cultivo, como as despesas de venda, administrativas e financeiras (MARION, 2014).

Para Crepaldi (2012), custo é o gasto referente ao bem ou serviço utilizado na produção rural, já a despesa corresponde ao gasto não utilizado na atividade de produção e consumido para obtenção de receita.

2.2.6 Depreciação, exaustão e amortização

O importante não é a terminologia, mas o valor em que é baixado, uma vez que a depreciação, exaustão e amortização não dependem de uma boa contabilização do nome, mas sim dos métodos adotados. Quando os métodos são adotados de forma correta, levam em conta a vida útil econômica do ativo, o valor residual ao final de sua utilização e a evolução da produção. Sendo assim, é normal em uma plantação no primeiro ano de produção, frutificar apenas 20% ou 30% do que produz um ou dois anos depois. Assim, calcular a depreciação com bases iguais por vários anos de produção, significa aumentar muito o custo unitário dos primeiros anos (RODRIGUES et al., 2012).

Durante o período que a cultura estiver em formação não haverá depreciação ou exaustão, inicia-se, portanto, no momento da primeira colheita ou primeira produção. A cultura permanente que produzir frutos sofrerá depreciação, como é o caso das macieiras. Quanto à taxa de depreciação, faz-se necessário consultar agrônomos ou os próprios agricultores que sabem a vida útil ou o período de produção, que podem variar conforme o clima, tipo de solo, manutenção e qualidade ou tipo de árvore (MARION, 2014).

O mesmo autor diz que, quanto aos custos dos implementos agrícolas, como tratores, aparelhos agrícolas e outros, recomendam-se a depreciação em virtude do seu uso nas culturas. Assim, a depreciação deve ser calculada por hora, estabelecendo um número de horas por equipamento, ao invés da quantidade de

anos de vida útil. No que se refere às culturas permanentes, às florestas ou árvores e vegetais de porte menor, só haverá depreciação se for empreendimento próprio do qual serão extraídos frutos. Neste caso o custo da aquisição ou formação da cultura é depreciado conforme a quantidade de anos que forem os de produção dos frutos. Exemplos: café, uva, etc. Quando for floresta própria ou vegetação em geral, o custo para aquisição ou formação desconsiderando o solo terá exaustão quando os recursos forem acabados, não se tem a extração dos frutos e a árvore é extraída do solo.

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