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2 A ORIGEM DAS NOÇÕES DE REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL E DE

6.4 PROCEDIMENTOS

6.4.4 Contato com terapeutas ocupacionais e demais profissionais de nível superior

A partir dos agendamentos realizados pelos gestores para que a pesquisadora participasse das reuniões de equipe, que aconteceu em 5 dos 6 CAPS III, esta compareceu em dia, local e horário previamente agendados, se apresentou, explicou em detalhes a pesquisa aos profissionais, seus objetivos, esclareceu sobre as etapas de participação na pesquisa (preenchimento de Formulários e participação em encontros de Grupo Focal) e a liberdade de retirar o consentimento concedido para a participação na pesquisa a qualquer momento. Na ocasião, a pesquisadora já levou o TCLE para que os interessados em participar o assinassem, uma vez que o preenchimento dos Formulários ocorreria à distância, sendo enviados por mensagem eletrônica pela pesquisadora, antes da realização presencial do Grupo Focal.

Em cada um dos serviços em que a pesquisadora participou da reunião, após as orientações feitas sobre a pesquisa, foi realizado o convite a todos os profissionais, informando que seriam eleitos até 4 profissionais de cada serviço para compor a pesquisa, sendo estes divididos entre os respectivos Grupos Focais, ou seja, 2 TO´s especificamente para compor o Grupo Focal com Terapeutas Ocupacionais e outros 2 profissionais para compor o Grupo Focal com Profissionais de nível superior (podendo este, como já esclarecido, contar também com a presença de TO´s). Foi informado ainda que, caso houvesse mais de 2 pessoas interessadas para compor cada um dos Grupos Focais, a escolha ocorreria por meio de sorteio ou indicação do gestor do serviço, entretanto, esta medida não foi necessária. Importa ressaltar que esta estratégia foi adotada como forma de selecionar e reunir

um número de pessoas, em cada um dos Grupos Focais, condizente com o que sugere a literatura sobre Grupo Focal, ou seja, que cada um dos grupos fosse composto por uma média de 6 a 12 pessoas (GATTI, 2005).

Todos os terapeutas ocupacionais e outros profissionais que aceitaram participar da pesquisa naquele momento assinaram o TCLE. Além disso, forneceram seus contatos de e- mail para envio dos Formulários pela pesquisadora, bem como forneceram contato de telefone celular para que fossem incluídos num grupo de troca de mensagens, como será explicitado na sequência.

Na ocasião, os potenciais participantes também foram consultados sobre o melhor dia e horário para a participação nos Grupos Focais, ficando a pesquisadora responsável por montar 2 grupos no WhatsApp14 - um com os terapeutas ocupacionais que comporiam o Grupo Focal com Terapeutas Ocupacionais e outro com os demais profissionais que comporiam o Grupo Focal com Profissionais de nível superior - para que a decisão final fosse pactuada coletivamente. Essa estratégia preconizou viabilizar a comunicação entre os participantes, bem como possibilitar que a decisão fosse compartilhada, além de buscar evitar faltas no dia da realização dos Grupos Focais.

Como já apontado anteriormente, em 1 dos serviços (CAPS III F) o contato e convite aos terapeutas ocupacionais e outros profissionais de nível superior foi realizado pelo gestor, uma vez que este considerou ser a melhor estratégia. Portanto, neste serviço, a pesquisadora não participou presencialmente da reunião de equipe como nos demais, tendo recebido por e- mail os nomes e contatos dos potencias participantes enviados pelo gestor. Assim, com estes participantes o contato da pesquisadora foi realizado via mensagem de e-mail, na qual constavam informações gerais sobre a pesquisa, etapas de participação, os Formulários e o TCLE.

A seguir, apresentam-se no Quadro 1 a situação inicial dos convites realizados e aceitos e o número final de pessoas que, efetivamente, participaram do estudo.

14O WhatsApp é um aplicativo gratuito utilizado para a realização de trocas de mensagens, que está disponível para Android e outras plataformas e que utiliza conexão com internet para que trocas de mensagens e chamadas sejam realizadas.

Quadro 1 – Número final de participantes da pesquisa Serviço No de pessoas que aceitaram o

convite

No final de participantes CAPS III A* 2 profissionais de nível superior

2 terapeutas ocupacionais

2 profissionais de nível superior 1 terapeuta ocupacional

CAPS III B 2 profissionais de nível superior 2 terapeutas ocupacionais

2 profissionais de nível superior 2 terapeutas ocupacionais CAPS III C** 2 profissionais de nível superior

1 terapeuta ocupacional

2 profissionais de nível superior 0 terapeutas ocupacionais CAPS III D 2 profissionais de nível superior

2 terapeutas ocupacionais

2 profissionais de nível superior 2 terapeutas ocupacionais CAPS III E*** 0 profissionais de nível superior

1 terapeuta ocupacional

1 profissional de nível superior 2 terapeutas ocupacionais CAPS III F**** 2 profissionais de nível superior

2 terapeutas ocupacionais

1 profissional de nível superior 2 terapeutas ocupacionais Total 10 profissionais de nível superior

10 terapeutas ocupacionais

10 profissionais de nível superior 9 terapeutas ocupacionais Fonte: elaborada pelo autor

Seguem alguns esclarecimentos para justificar o número final de participantes na pesquisa como consta no Quadro 1:

- No CAPS III A*, embora tenha havido aceite para participar da pesquisa e assinatura do TCLE por 2 terapeutas ocupacionais, pouco tempo depois 1 deles desistiu da participação, justificando impossibilidade de comparecer ao encontro de Grupo Focal no dia acordado pelo grupo. Portanto, neste serviço, houve a participação de apenas 1 terapeuta ocupacional.

- No CAPS III C**, houve aceite de apenas 1 terapeuta ocupacional para participar da pesquisa, entretanto, no dia da realização do Grupo Focal este não compareceu, portanto, não houve terapeuta ocupacional do CAPS III C participando da pesquisa.

- No CAPS III E***, no momento da visita nenhum profissional de nível superior se disponibilizou a participar da pesquisa e apenas 1 terapeuta ocupacional aceitou o convite.

Posteriormente, a pesquisadora foi contatada por profissional do serviço, que encaminhou o contato de 2 profissionais de nível superior e mais 1 terapeuta ocupacional interessados em participar da pesquisa, no entanto, no dia do encontro de Grupo Focal, 1 dos profissionais de nível superior não compareceu. Assim, neste serviço, participaram da pesquisa 1 profissional de nível superior e 2 terapeutas ocupacionais.

- No CAPS III F****, onde não houve participação da pesquisadora em reunião de equipe, o gestor encaminhou inicialmente, por e-mail, o contato de 2 profissionais de nível superior e de 2 terapeutas ocupacionais interessados em participar da pesquisa. No entanto, 1 dos profissionais de nível superior não atendia aos critérios de inclusão para participar da pesquisa e o outro informou indisponibilidade para participar do encontro de Grupo Focal, sendo, portanto, excluídos da pesquisa. No entanto, posteriormente, houve envio, pelo gestor, do contato de mais um profissional de nível superior interessado em participar da pesquisa. Assim, neste serviço, participaram 1 profissional de nível superior e 2 terapeutas ocupacionais.

6.4.5 Coleta de dados

Envio dos Formulários

Após contato com participantes, realização de convite e assinatura do TCLE por todos, a pesquisadora prosseguiu com o envio do Formulário de Caracterização do participante e do Formulário de Caracterização do CAPS III (este Formulário foi preenchido por 1 profissional de nível superior ou terapeuta ocupacional de cada CAPS III participante do estudo a partir da disponibilidade e aceite) por meio de correio eletrônico, como pactuado previamente. A mensagem encaminhada continha uma breve retomada da pesquisa, seus objetivos, suas etapas, bem como data, local e horário de realização de cada Grupo Focal, já previamente pactuada com os participantes por meio dos devidos grupos de WhatsApp. Todos os Formulários enviados foram preenchidos pelos participantes e encaminhados por meio de correio eletrônico à pesquisadora no período de julho a outubro de 2017.

Encontros de Grupo Focal

Primeiro encontro de Grupo Focal

O primeiro encontro de Grupo Focal com cada categoria de participantes (1 Grupo Focal com 9 Terapeutas Ocupacionais e 1 Grupo Focal com 10 profissionais de nível superior com distintas formações) ocorreu em dia, local e horário previamente agendados e definidos com os participantes por meio de trocas de mensagens via grupo no WhatsApp, na última quinzena do mês de julho de 2017. Vale ressaltar que, como previsto na literatura (GATTI, 2005), a composição de cada um dos grupos ocorreu a partir da seleção de participantes que apresentavam algumas características em comum (trabalhar em CAPS - há no mínimo 1 ano, no caso dos TO´s, e há no mínimo 2 anos, no caso dos profissionais de nível superior – e estar diretamente envolvido na assistência ao usuário), segundo os objetivos da pesquisa e o problema de estudo que os qualificavam para a discussão do tema central, viabilizando a apresentação de conteúdos/elementos balizados pelas vivências cotidianas.

Os 2 Grupos Focais ocorreram em semanas distintas, porém subsequentes, em uma sala de um edifício localizado na região central do município. Trata-se de um espaço onde estão alocados serviços e secretarias sob responsabilidade da Prefeitura Municipal. A decisão pela escolha do espaço ocorreu a partir da ponderação de aspectos como: ser um local distinto e desvinculado do contexto de trabalho dos participantes (evitando possíveis constrangimentos ou desconfortos) e estar localizado em região de fácil acesso e conhecida por estes. Ressalta-se que a pesquisadora estabeleceu parceria com um estacionamento privado próximo ao local do encontro de Grupo Focal onde os participantes puderam deixar seus veículos, tendo os custos com o estacionamento corrido por conta da pesquisadora. Tais aspectos da organização prévia dos encontros foram pensados e operacionalizados a partir do que vem apontado pela literatura de Grupo Focal (WESTPHAL; BÓGUS; FARIA, 1996).

Os participantes foram recebidos no local com um café da manhã, condição considerada importante para tornar o ambiente mais descontraído, acolhedor e também promotor de (re)encontros, diálogos - pois muitos já se conheciam - mas também promotor dos primeiros contatos e trocas entre desconhecidos. Compreendeu-se que cuidar da chegada dos participantes, bem como preocupar-se com o bem estar de todos, produziria uma atmosfera acolhedora, assim como a possibilidade de experimentarem “um cuidar” que contemplaria outras dimensões somadas às que seriam abordadas nas discussões disparadas em grupo.

Após este momento de aquecimento, trocas e diálogos iniciais, foi solicitado aos participantes que organizassem suas cadeiras em formato de roda. Cada participante recebeu um crachá com um número, sendo explicado que esta seria a forma de identificação de cada um para garantir o sigilo das identidades. No centro da roda foi colocada uma mesa de apoio para 2 gravadores. Sobre estes, os participantes foram informados previamente de que a discussão do grupo seria áudio gravada e posteriormente transcrita pela pesquisadora para uso apenas para fins de pesquisa. Após, a pesquisadora realizou orientações gerais sobre como se dariam as discussões no encontro, esclarecendo sobre a importância de todos ficarem à vontade para exporem ideias, concepções, percepções, enfatizando sobre não haver certo ou errado e mesmo sobre a importância da emergência de dissensos. Sobre este último aspecto, Gui (2003) aponta que, em um Grupo Focal, a busca é pela diversidade de ideias e concepções e não pelo consenso entre os participantes.

Foi informado, ainda, que o encontro duraria em torno de duas horas, como prevê a literatura.

Para a operacionalização dos encontros de Grupo Focal, em cada um deles a equipe foi composta por: um moderador - responsável por apresentar as questões disparadoras contidas num roteiro previamente organizado, fomentar a discussão e manejar as falas/discussões emergidas no grupo; um observador – responsável por registrar toda comunicação não verbal, ou seja, expressões faciais, corporais, conversas paralelas, reações individuais/grupais diante das questões apresentadas e/ou de falas de outros participantes do grupo, e um relator, função assumida pela pesquisadora, responsável por registrar o início de cada fala para posterior transcrição e identificação do autor desta.

Ressalta-se que tanto a função de moderador quanto a de observador foram assumidas por pessoas que apresentavam conhecimento sobre a temática do estudo e/ou eram parte da equipe de pesquisa. Destaca-se que as funções de moderador e observador se alternaram entre estas pessoas nos dois Grupos Focais (por exemplo: o moderador do Grupo Focal com Terapeutas Ocupacionais assumiu a função de observador no Grupo Focal com Profissionais) somente em função de organização e agenda disponível destes auxiliares.

Apenas a função de relator foi assumida pela mesma pessoa nos dois grupos, no caso a própria pesquisadora. Avalia-se que este rodízio nas funções assumidas por estes auxiliares não influenciou sobremaneira a dinâmica e produção dos Grupos, uma vez que, além das conversas e trocas prévias e posteriores à realização destes entre os sujeitos condutores dos

Grupos Focais, havia, entre todos, um consenso acerca da maneira de assumir cada um destes papeis/funções e proceder a partir deles nos Grupos.

Justifica-se, ainda, que a pesquisadora optou por assumir a função de relatora (função “mais neutra”) tanto no Grupo Focal com Terapeutas Ocupacionais quanto no Grupo Focal com Profissionais (única função que não foi rodiziada entre os condutores dos Grupos Focais), uma vez que considerou que seus questionamentos e reflexões latentes na ocasião poderiam comprometer a dinâmica do grupo, caso assumisse a função de moderadora, ou deturpar o registro das observações, caso assumisse a função de observadora. Importa informar que esta organização da equipe de condução do Grupo Focal é sugerida pela literatura como estratégia para captar toda forma de expressão e conteúdo emergido na discussão.

Após orientações gerais realizadas pela pesquisadora, esta apresentou os demais membros da equipe (moderador e observador), suas funções no grupo e sugeriu uma rodada de apresentações entre todos como estratégia para “quebrar o gelo”, colocar as pessoas já em contato e demarcar o início da discussão.

Os dois Grupos Focais tiveram duração média de duas horas e, ao término, a pesquisadora solicitou que os participantes de cada categoria (Grupo Focal com Terapeutas ocupacionais e Grupo Focal com Profissionais) permanecesse no grupo de WhatsApp montado para que houvesse novo contato para a realização de um segundo encontro de Grupo Focal, que seria posteriormente agendado nos mesmos moldes do primeiro. Este segundo encontro estava previsto na pesquisa e foi informado previamente no momento em que a pesquisadora fez o convite aos participantes, bem como constava no TCLE.

Justifica-se que este segundo encontro preconizou dar uma devolutiva aos participantes acerca do conteúdo produzido no primeiro encontro, validar tal conteúdo, bem como possibilitar novas construções. Alguns participantes expressaram expectativa em relação a este segundo encontro, especialmente pela possibilidade de discutirem aspectos mais teóricos e refletirem sobre os conteúdos produzidos.

Segundo encontro de Grupo Focal

O segundo encontro de Grupo Focal com cada categoria de participantes ocorreu na primeira quinzena do mês de fevereiro de 2018 em dia, local e horário previamente agendados e decididos com os participantes por meio de trocas de mensagens via grupo no WhatsApp.

Ressalta-se que, dos 9 TO´s que participaram do primeiro encontro de Grupo Focal com Terapeutas Ocupacionais, 3 faltaram no segundo encontro, portanto, este encontro ocorreu com 6 terapeutas ocupacionais.

Em relação ao segundo encontro de Grupo Focal com Profissionais, dos 10 que participaram do primeiro, 4 faltaram no segundo, portanto, este encontro ocorreu com 6 profissionais de nível superior.

Os 2 Grupos Focais ocorreram em semanas distintas, em uma sala de reuniões de um dos serviços de saúde mental do município. A mudança de local foi necessária, pois para este encontro o espaço utilizado no primeiro não estava disponível, mesmo a solicitação tendo sido feita com meses de antecedência. Essa alteração foi justificada e compartilhada com todos os participantes e, diante das possibilidades de espaço no município, a maioria optou por um dos serviços de saúde mental disponíveis para a realização desta atividade. Embora esta condição contrarie, de certa forma, os apontamentos já realizados sobre a importância do local e de este, de preferência, não ser o serviço de origem de nenhum dos participantes, justifica-se que dentre as possibilidades, esta foi a escolha da maioria.

Neste segundo encontro, procedeu-se da mesma maneira que no primeiro, sendo garantido o espaço do café, trocas e acolhimento dos participantes. Ressalta-se que em ambos os Grupos, o encontro entre os participantes pareceu mais leve e descontraído, pelo menos inicialmente, o que favoreceu as trocas e discussões. Após este momento de aquecimento, foi solicitado aos participantes que organizassem suas cadeiras em formato de roda. Cada participante recebeu um crachá com o mesmo número de identificação recebido no primeiro encontro. Na sequência, procedeu-se com as orientações sobre a dinâmica que seria adotada, foram reforçadas informações sobre o uso dos gravadores, garantia do sigilo, transcrições e uso do material para fins de pesquisa, bem como duração média de duas horas do encontro.

Os participantes de cada um dos Grupos Focais foram orientados sobre os objetivos desse segundo encontro, ou seja, apresentar um compilado sobre os resultados do que foi produzido por cada um dos grupos no primeiro encontro de forma que, nesse momento, poderiam sugerir correções, fomentar novas discussões e validar ou não o conteúdo apresentado. Ainda, foram informados sobre novas questões a serem abordadas por meio de um segundo Roteiro para cada um dos grupos (APÊNDICE H e APÊNDICE I), o qual foi elaborado a partir do compilado do primeiro encontro, e cujo objetivo seria aprofundar algumas questões remanescentes do primeiro. Em ambos os grupos, houve participação ativa, novas considerações e validação do conteúdo produzido no primeiro encontro.

Para a operacionalização dos encontros de Grupo Focal, em cada um deles a equipe foi composta por: um moderador, função que neste segundo encontro foi assumida pela pesquisadora, uma vez que esta avaliou que neste momento, tendo sanado suas questões iniciais, assumir esta função não comprometeria a condução e autonomia do grupo, ao contrário, poderia facilitar algumas trocas e construções; e um observador/relator, função assumida por um dos integrantes da equipe da pesquisa que contribuiu no primeiro encontro dos Grupos Focais.

Os dois Grupos Focais tiveram duração média de duas horas e, ao término, a pesquisadora informou sobre o retorno da pesquisa aos participantes assim que esta fosse concluída.

6.4.6 Análise dos Dados

Os conteúdos dos Formulários foram analisados de maneira descritiva e os resultados oriundos dos encontros dos 1os e 2os Grupos Focais (com Terapeutas Ocupacionais e com Profissionais de nível superior dos serviços) foram submetidos à técnica de Análise Temática.

A Análise Temática é uma das técnicas contidas na Análise de Conteúdo, esta última caracterizada por um grupo de técnicas que se presta à análise das comunicações, tendo como matéria principal os significados atinentes ao material analisado (BARDIN, 2008).

Assim, na qualidade de uma técnica de análise das comunicações, fazer Análise Temática pressupõe encontrar os núcleos de sentido, ou os temas, que estão contidos na comunicação, sendo o tema “[...] a unidade de significação que se liberta naturalmente de um texto analisado segundo certos critérios relativos à teoria que serve de guia à leitura” (BARDIN, 2008, p. 131).

Sobre o tema, ressalta-se que, por vezes, é utilizado como unidade de registro com a finalidade de investigar aspectos que motivam crenças, valores, opiniões, tendências, dentre outros (BARDIN, 2008).

O material produzido em cada um dos dois encontros do 1° Grupo Focal (1 com Terapeutas Ocupacionais e 1 com Profissionais de nível superior) foi individualmente submetido à técnica de Análise Temática. Para proceder com esta, primeiramente cada sessão de Grupo Focal foi transcrita na íntegra. Na sequência, procedeu-se com a leitura exaustiva do material como forma de apreender seu conteúdo, bem como identificar os temas ou núcleos de

sentido que emergiram desse processo. De posse dos temas, estes foram agregados dando origem às categorias temáticas.

Quanto ao material produzido em cada um dos dois encontros do 2° Grupo Focal (1 com Terapeutas Ocupacionais e 1 com Profissionais de nível superior), procedeu-se com a análise do material da mesma maneira que foi feito nos supracitados, com a diferença de que nesse, os temas extraídos foram incorporados às categorias temáticas oriundas do 1° Grupo Focal de cada um dos grupos (1 com Terapeutas Ocupacionais e 1 com Profissionais de nível superior). Isso porque o material produzido pelos grupos nesse segundo encontro se mostrou complementar ao conteúdo das categorias já existentes, além de tal incorporação facilitar a compreensão sobre os desdobramentos da devolutiva do primeiro encontro e os processos reflexivos gerados no segundo, evidenciando uma espécie de organicidade entre os conteúdos produzidos nos distintos momentos e, em alguns casos, avanços naquilo que possa ter sido