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com o conteúdo exibido na programação da TV digital, acessar informações auxiliares e interagir com conteúdos relacionados

à programação por meio da internet.

A

arquitetura fez uso de um formato específico de protocolo de Broadcast Transport Stream – BTS que contem as informações necessárias para permitir que o receptor de sinal de TV digital possa sinalizar sobre a disponibilidade de segunda tela para múltiplos dispositivos como, por exemplo, smar-

tphones, tablets e PDA’s - Personal Digital Assistant.

A motivação deste trabalho é disponibilizar os recursos da tecnologia de segunda tela aos usuários de TV digi- tal aberta. Estes usuários, de posse de um dispositivo móvel que contenha o nosso aplicativo de segunda tela, serão capazes de acessar informações complementares sincronizadas com a programação transmitida ao vivo.

Introdução

O Second Screen ou segunda tela é uma tecnologia criada para oferecer ao telespectador a possibilidade de interagir com o conteúdo apresentado na tela da TV, utilizando aplicativos criados para este fim [1]. Com a evolução dos dispositivos móveis e a mudança da TV analógica para digital surgiram, além da interatividade, outros desafios que refletem diretamente na disponibi- lização do conteúdo e na percepção do que é televisão por parte do telespectador.

Dentre algumas vantagens proporcionadas pela segun- da tela, existe a possibilidade do telespectador interagir com o conteúdo sem perturbar a privacidade dos de- mais. Permitindo a interação de um ou mais telespec- tadores simultaneamente ao mesmo conteúdo exibido, através de diferentes dispositivos móveis, aptos para efetuar o acesso, oferecendo novas possibilidades de interação, melhorando a experiência do usuário.

Este trabalho propõe isto para os provedores de con- teúdo em broadcast, em um cenário adequado para uso no SBTVD, também conhecido como ISDB-Tb (Integra-

ted Services Digital Broadcasting Terrestrial Brazil) [2].

Para isto, serão necessárias alterações no sinal gerado pelos provedores de conteúdo para inclusão da opção de segunda tela (BTS) e a criação de um cenário que possibilite a detecção, sincronização e utilização desta tecnologia pelo usuário final. Este mecanismo deve ser automático para o cliente, o telespectador em sua re- sidência.

Segunda Tela

Com o intuito de validar a proposta, e avaliar os re- sultados do sistema de segunda tela entre dispositivos móveis e receptores de sinal digital padrão ISDB-Tb, foi

Artigo

desenvolvido um protótipo funcional do sistema pro- posto. O protótipo é composto de duas partes.

A simulação de uma TV com receptor digital embarca- do na forma de uma aplicação para computador, que re- cebe, decodifica e exibe o conteúdo que é gerado pelas emissoras, contendo a informação da disponibilidade e identificação de conteúdo para segunda tela.

Uma aplicação para dispositivos móveis, desenvolvi- da tanto para smartphones quanto para tablets, capaz de identificar a disponibilidade de segunda tela, os receptores conectados e dispor o conteúdo interativo em sincronia com o conteúdo exibido na primeira tela.

A solução proposta garante a interação com conte- údo televisivo digital através das suas três principais categorias [3]: Interatividade Local (o recebimento e consumo de informações na segunda tela); Interati- vidade com canal de retorno não dedicado (interação com as informações dispostas na segunda tela através de conexão com a internet) e Interatividade com canal de retorno dedicado (utilização da segunda tela como uma extensão de funcionalidades de conteúdo de tele- visão digital já presentes no dispositivo alvo).

Através da interconexão de múltiplos dispositivos diferentes em uma rede local, torna-se possível agre- gar funcionalidades adicionais ao aparelho receptor de sinal digital. Por exemplo, a capacidade de adquirir características de computação ubíqua e pervasiva [4], através de informações específicas adquiridas pelo dis- positivo móvel que abriga a segunda tela. Noções de sensibilidade ao contexto, sem necessitar uma inter- venção do usuário ou uma adição de novos compo- nentes no aparelho.

Para realização desta proposta é necessário a confi- guração desde a geração do conteúdo até a recepção mostrada na Figura 1.

Os componentes principais envolvidos no sistema são: um ou múltiplos provedores de conteúdo de se- gunda tela, representados através de receptores de sinal digital de televisão (player), um ou múltiplos consumidores de conteúdo de segunda tela, represen- tados através de aplicações em dispositivos móveis e uma rede local sem fio que interconecte esses disposi- tivos com suporte ao uso do protocolo TCP/IP (Trans-

mission Control Protocol/ Internet Protocol).

No lado da geração do sinal de conteúdo, o Encoder irá encapsular os dados de áudio e vídeo em pacotes de TS (Transport Stream) que serão multiplexados pelo Mux ISDB-Tb. Os cabeçalhos destes pacotes de TS con- tém informações para a decodificação, identificação - PID (Packet ID - IDentificador de Pacote) e sincronismo de transmissão, padronizadas pela iniciativa ISO/IEC [5]. Existem também informações que são exclusivas em cada país ou até mesmo para cada geradora de conteúdo, estas informações são transmitidas em ta- belas e estruturadas conforme a Figura 2, que por sua vez também são transportadas como payload do pa- cote de TS.

No sistema de transmissão proposto de segunda tela é necessário a inclusão de informações sobre o provedor de conteúdo na tabela AIT. A sua identifi- cação no TS, o PID, é informada indiretamente pela tabela PMT (Program Map Table), ou seja, definida pela emissora no campo table_id. Os demais cam- pos devem ser configurados com valores fixados pela

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REVISTA DA SET

| Abril/Maio 2015

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