• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 1 – METODOLOGIA DE PESQUISA

1.4 Contexto de Pesquisa

O contexto de coleta de registros desta pesquisa é um curso de redação acadêmica intitulado “Redação em LI: A introdução de artigos científicos”. Esse curso é oferecido

15 por meio do programa Idiomas sem Fronteiras – Inglês em uma universidade pública do estado de São Paulo. Sua carga horária foi composta por 16 horas na modalidade presencial, totalizando quatro encontros de quatro horas e seu conteúdo programático estava pautado no material de Christine Feak e John Swales Creating Contexts: Writing

Introductions across Genres13 de 2011. Apresentamos, no Anexo A, o documento disponível no sítio14 (isfgestao.mec.gov.br) que contém as informações sobre o curso.

O livro Creating Contexts: Writing Introductions across Genres foi adquirido pela coordenação do NUCLi da instituição e foi disponibilizado para consulta dos alunos durante as aulas. A coordenação enviou um e-mail para os alunos inscritos no curso com as informações sobre o livro, caso algum deles tivesse interesse em comprá-lo. Dois alunos adquiriram o livro, mas um deles não o havia recebido até a finalização do curso.

A escolha pela adoção do material publicado justifica-se por se tratar de um livro desenvolvido por pesquisadores engajados em pesquisas relacionadas ao gênero acadêmico e que, segundo Harwood (2014), se preocupam em não fazer generalizações sobre a escrita acadêmica, pautando-se em corpus de artigos estado-da-arte.

A oferta desse curso se justifica em virtude da busca pelo desenvolvimento das habilidades em LI para publicação de trabalhos científicos visando a divulgação de conhecimentos produzidos nacionalmente, em meios internacionais. O foco do curso em questão era a introdução de artigos acadêmicos, considerado (sub)gênero exigido na grande maioria de artigos científicos.

Uma vez que o contexto de coleta de registros é o que caracterizamos como sendo o caso deste estudo, conforme apresentado anteriormente, julgamos relevante discorrer sobre o programa Idiomas sem Fronteiras (IsF) que possibilita a oferta do curso.

1.4.1 O Programa Idiomas sem Fronteiras

O programa Idiomas sem Fronteiras teve início em 2012 como Programa Inglês sem Fronteiras e é promovido pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Secretaria de Educação Superior (SESu) e com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Quando criado, o objetivo do programa era, de

13 No programa do curso o livro didático indicado como norteadora para o desenvolvimento do curso é

Aspects of Article Introductions de John Swales. Entretanto, a obra adotada foi Creating Contexts: Writing

Introductions across Genres do mesmo autor e com parceria de Christine Feak.

14 O documento está disponível no sítio isfgestao.mec.gov.br, o qual apenas professores e coordenadores possuem acesso.

16 acordo com a Portaria nº 1.466, de 2012, que institui o IsF:

propiciar a formação e capacitação de alunos de graduação das instituições de educação superior para os exames linguísticos exigidos para o ingresso nas universidades anglófonas (BRASIL, 2012, p.29). O programa IsF estava vinculado, naquele momento, a auxiliar alunos interessados em participar do programa Ciência sem Fronteiras15.

De acordo com Denise Martins Abreu-e-Lima16, presidente do Núcleo Gestor do Programa Idiomas sem Fronteiras e assessora da SESu, o IsF atua em três frentes: aplicação de testes de proficiência (TOEFL – ITP), oferta de cursos de línguas presenciais e oferta de cursos de línguas a distância. Segundo Abreu-e-Lima, mais de 300 mil testes foram aplicados e houve a participação de 145 instituições públicas de ensino superior.

Os cursos a distância eram realizados na plataforma My English Online (MEO), desenvolvidos pela Cengage e financiados pela CAPES. Esses eram compostos por cinco módulos e focavam no desenvolvimento das habilidades de produção e compreensão oral e escrita. Até o ano de 2014 era necessário para realizar cursos presenciais que os alunos também cursassem o MEO. Entretanto, no momento das coletas de registros deste estudo, o MEO não era mais mandatório.

Os cursos presenciais são oferecidos por 63 Núcleos de Línguas (NucLi) em universidades federais, e tem como foco desenvolver aspectos linguísticos que auxiliem tanto a internacionalização quanto a vivência acadêmica no exterior (2016) 17. Verificamos que, diferentemente do que foi considerado no início do Programa IsF, os cursos deixaram de ter caráter preparatório para exames de proficiência e passaram a

enfatizar o desenvolvimento da comunicação oral e escrita, o conhecimento de culturas acadêmicas em países onde se usa a língua inglesa no ensino superior e a interação aluno-aluno e professor-aluno18.

15 O Ciência sem Fronteiras iniciou em 2011 com o objetivo de capacitar graduandos, pós-graduandos, pesquisadores e docentes nas melhores instituições de pesquisa no exterior a fim de promover a internacionalização da ciência e tecnologia e das Instituições de Ensino Superior e centros de pesquisas brasileiros para propiciar maior visibilidade da produção acadêmica nacional (BRASIL, 2011).

16 Informações disponibilizadas no documento I Encontro Internacional do Idiomas Sem Fronteiras: Internacionalização e Multilinguismo na Educação Superior do Brasil disponível no site http://sectordialogues.org/pt-br/acao-apoiada/i-encontro-internacional-do-programa-idiomas-sem-

fronteiras-internacionalizacao-e Data de acesso: 23/04/2017.

17 Informações obtidas no relatório do I Encontro Internacional do Idiomas Sem Fronteiras: Internacionalização e Multilinguismo na Educação Superior do Brasil. Disponível em: http://sectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/educ0007-publi-pt.pdf. Data de acesso: 12/01/2017.

18 Informação disponível no sítio: http://isf.mec.gov.br/ingles/pt-br/curso-presencial. Data de acesso: 13/01/2017.

17 Segundo Abreu-e-Lima et al (2017) todos os professores que atuam no programa devem ser alunos de graduação de licenciatura na língua inglesa ou pós-graduandos também licenciados em língua inglesa. A autora explica que tal exigência tem como objetivo fortalecer a formação docente na área e auxiliar na conscientização da

comunidade que não basta ser proficiente na língua para poder ensiná-la (...) (p. 38). Dessa forma, um dos objetivos do programa também é atuar na formação de professores.

O Programa Inglês sem Fronteiras teve seu nome substituído por Idiomas sem Fronteiras a partir do momento em que passou a ofertar o ensino de outras línguas, como Alemão, Espanhol, Francês, Italiano, Japonês e Português como língua estrangeira.

Documentos relacionados