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DECRETO 2.026/96 PORTARIAS 640 52 , 641 53 E 877 54 /97 ROTEIROS PRÉVIOS À VISITA

5.2 CONTEXTO E DEFINIÇÃO DO PERCURSO

Investigar o papel da biblioteca universitária no contexto da avaliação dos cursos de graduação, segundo a legislação federal e as normas do Ministério da Educação, supõe compreender esse processo avaliativo quanto às suas origens, suas finalidades, critérios, formas de aplicação e impactos. Em diferentes momentos deste trabalho, foram apresentados e analisados os textos que vêm balizando o desenvolvimento da avaliação institucional na universidade brasileira, em particular os que orientam a avaliação do ensino de graduação, destacando-se aí a biblioteca universitária, definida como uma das variáveis que integram o conjunto de elementos a serem avaliados.

No entanto, a análise dos textos legais e normativos, bem como dos relatórios produzidos pelas Comissões de Avaliação in loco, designadas para levantar os dados necessários à avaliação dos cursos de graduação selecionados pelo MEC, revelou claros indícios da inadequação, ou mesmo da limitação, dos indicadores definidos para a variável biblioteca. Esta inadequação fica patente quando se busca articular essa variável com as demais variáveis consideradas nesse processo e apreender sua efetiva contribuição para elevar ou baixar o conceito do curso no que diz respeito às condições de oferta.

A partir desse cenário, foram levantados dois objetivos para este estudo, quais sejam, conhecer a base teórica que as Comissões de Especialistas utilizaram para estabelecer os indicadores para a variável biblioteca e averiguar empiricamente a adequação desses indicadores para revelar o papel da biblioteca no desempenho do curso, através de estudo de caso de caráter exploratório.

A busca desses resultados se alicerça no pressuposto de que o MEC – em que pese a experiência acumulada com avaliação, o instrumental de que dispõe e a sistematização de procedimentos implementada a partir de 1995 – não conta com uma base teórica que sustente metodologias específicas para avaliar a biblioteca universitária, principalmente na sua relação com o desempenho dos cursos de

graduação. De fato, a consulta à literatura revelou, principalmente através das opiniões da ALA (2000), de Lancaster (1996) e de CARVALHO (1981) – favoráveis ao desenvolvimento de metodologias para elaborar e aplicar padrões em planejamento e avaliação - que nos meios biblioteconômicos tem prevalecido soluções resultantes de consenso de opiniões advindas de bibliotecários experientes e inspiradas em exemplos de bibliotecas bem sucedidas no desempenho de suas funções.

Assim, nesta pesquisa, os procedimentos adotados para a consecução dos objetivos indicados compreenderam os seguintes passos:

1. levantamento, seleção e consulta à literatura especializada, correlacionando três temas, a saber: a) biblioteca e biblioteca universitária; b) avaliação institucional: c) avaliação em biblioteca universitária: padrões e metodologias;

2. levantamento dos atos legais e normativos do Governo Federal referentes ao objeto de investigação – a biblioteca universitária no contexto da Avaliação das Condições de Oferta dos cursos de graduação – e contatos com setores da SESu para complementar informações constantes da documentação oficial ou inferidas a partir de sua leitura;

3. mapeamento e análise dos atos legais e normativos disponíveis e/ou indicados no site do MEC (<www.mec.gov.br>), página “Educação Superior” – leis, decretos, portarias, resoluções – bem como dos instrumentos de avaliação elaborados pelas diferentes Comissões de Especialistas de Ensino – padrões, roteiros, manuais;

4. pesquisa de campo complementar à revisão bibliográfica e à análise documental, através de entrevistas .

Com a revisão de literatura (capítulos 2 a 4), foram buscados os elementos teóricos, primeiramente, para demonstrar o papel que a biblioteca desempenhou no desenvolvimento da humanidade, desde o seu surgimento, destacando-se a biblioteca universitária e as questões que a envolvem, sobretudo no Brasil; em segundo lugar, para conhecer e compreender o processo de avaliação institucional, desde as questões conceituais, até as implicações de ordem jurídica, política, acadêmica; e, finalmente, para respaldar a análise dos resultados da pesquisa de campo realizada com os cursos da UFBA. Os referidos cursos, selecionados

segundo a cobertura dada pelo Exame Nacional de Cursos e pela Avaliação das Condições de Oferta, no ano de 1997 até fevereiro de 2000, constituíram como que um laboratório de análise do processo avaliativo do MEC (Apêndice E).

Já a análise dos atos legais e normativos (capítulo 6) visou identificar os objetivos governamentais, a abrangência de sua proposta, os instrumentos e as orientações para avaliação, as condições de realização, bem como as implicações que envolvem o processo, além de buscar a base teórica utilizada pelas Comissões de Especialistas para o estabelecimento dos indicadores relativos à variável biblioteca. Considerando que a simples letra da lei, desde as primeiras leituras, se mostrou não só insuficiente para uma clara compreensão do processo, mas principalmente incompleta, no sentido de não responder a questões de interesse desta pesquisa quanto à base teórica procurada, foram feitas tentativas junto à SESu, para a obtenção de documentos que resgatassem as origens da avaliação e, assim, os fundamentos e as metodologias estabelecidas para a área de biblioteca. Esta busca – que pode ser considerada malograda quando se compara o número de tentativas feitas e o número de respostas obtidas - resultou em contato com dois assessores ad-hoc do Ministério, cuja contribuição se deu, num caso, por telefone e, em outro, por e-mail. Mesmo assim, não chegou a haver prejuízo nos resultados, pois a análise mais acurada dos instrumentos de avaliação, associada às entrevistas e ao suporte dado pela literatura, foram capazes de conduzir a um ente de razão sobre o status da biblioteca universitária e a (in)adequação dos seus indicadores no processo de avaliação do ensino de graduação pelo MEC.

De posse dessa documentação, procederam-se a sua organização e ao mapeamento, visando obter uma melhor visualização da cronologia, das relações entre os diferentes atos (pontos divergentes, convergentes, omissos, obscuros) e de sua abrangência, bem como dos critérios e indicadores que cada Comissão elegeu para compor seus instrumentos de avaliação. Estes instrumentos de avaliação, por seu turno, mostraram-se úteis para demonstrar os critérios empregados pelas diferentes Comissões de Especialistas, na determinação dos indicadores, dos conceitos e pontuações utilizados para aferir o papel da biblioteca no desempenho dos cursos investigados, merecendo comentário o procedimento adotado para estudo e comparação da documentação referente a cada curso, produzida pelas

respectivas Comissões de Avaliação e que deram origem às Figuras 5 e 6 do capítulo 4, Figura 8 do capítulo 6 e aos Apêndices B, F e I.

Ao conjunto dos instrumentos da Avaliação das Condições de Oferta, elaborados pelas Comissões de Especialistas de Ensino, decidiu-se atribuir uma designação unificada e uma classificação por função, conforme segue:

ƒInstrumentos Orientadores, compreendendo os Manuais e Roteiros para Autorização de novos cursos, para Reconhecimento de cursos existentes e para Avaliação das Condições de Oferta; os Padrões de Qualidade e/ou Indicadores; a Biblioteca ou Bibliografia Básica (Figura 8 – Instrumentos de Avaliação por Curso, capítulo 6));

ƒInstrumentos Operacionais, englobando o que aqui se convencionou chamar Roteiro Prévio para a verificação in loco – ou Modelo de Relatório de IES (designado pelo MEC “Informações e Requisitos para a Avaliação das Condições de Oferta dos Cursos de [...]”); o Modelo de Relatório da Comissão de Avaliação, que aqui se convencionou chamar Questionário (designado pelo MEC “Avaliação das Condições de Oferta dos Cursos da Área de [...] – [ano]”) – contendo as três dimensões a serem avaliadas e os quesitos, conceitos e ponderações a serem aplicados (Anexos A e B);

ƒInstrumentos Conclusivos – sendo um o Relatório Técnico da Comissão de Avaliação, originado do Questionário; e o Relatório Final, originado do Relatório Técnico, enviado aos Colegiados de Curso pela respectiva Comissão de Especialistas, contendo os conceitos finais e as recomendações.

A Figura a seguir sintetiza as informações sobre os referidos instrumentos.

I N S T R U M E N T O S

ORIENTADORES OPERACIONAIS CONCLUSIVOS

- Manual e/ou Roteiro p/ Autorização - Manual e/ou Roteiro p/

Reconhecimento

- Manuais e/ou Roteiros p/ Avaliação das Condições de Oferta

- Padrões e/ou Indicadores - Biblioteca ou Bibliografia Básica

- Roteiro Prévio ou Modelo de Relatório de IES - Questionário ou Modelo de Relatório da Comissão de Avaliação - Relatório Técnico - Relatório Final