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DECRETO 2.026/96 PORTARIAS 640 52 , 641 53 E 877 54 /97 ROTEIROS PRÉVIOS À VISITA

5.4 INSTRUMENTOS, COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

O levantamento dos dados empíricos teve como instrumento de coleta a entrevista e, como intuito, esclarecer pontos obscuros e/ou omissos contidos nos documentos; além disso, procurou-se conhecer conteúdo e forma da Avaliação das Condições de Oferta, segundo o entendimento dos docentes e a opinião dos bibliotecários, tendo como pano de fundo a função precípua da biblioteca universitária, qual seja, a de prover a comunidade acadêmica de recursos bibliográficos e informacionais para que ela possa cumprir os objetivos da instituição, no campo do ensino e da pesquisa. Convém acrescentar que o provimento desses recursos deve ocorrer mediante a intermediação usuário-informação, levando em conta a organização desses recursos e os mecanismos de acessá-los, usá-los e disseminá-los com eficiência, eficácia e efetividade.

Assim, os depoimentos advieram de duas categorias de informantes: Coordenadores de Colegiado dos cursos avaliados e Chefes (ou substituto) de Biblioteca das unidades, cujos cursos tenham sido avaliados. A escolha do primeiro grupo está associada à participação direta que os Coordenadores tiveram no processo avaliativo, já que a unidade a ser visitada havia participado do ENC e sido notificada pelo MEC, com trinta dias de antecedência, sobre a visita da Comissão de Avaliação, ocasião em que recebera o roteiro das informações a serem coletadas

(Anexo A), visando a facilitar o trabalho da citada Comissão durante a verificação da situação in loco. Quanto ao segundo grupo – bibliotecários - sua escolha recaiu no fato de que seus membros, teoricamente, são os responsáveis diretos pela gestão das bibliotecas, o que significa dizer, das unidades de informação que integram uma das três dimensões avaliadas – Instalações – e constituem uma de suas variáveis.

Por oportuno, esclareça-se a não inclusão dos Membros das Comissões de Especialistas como uma das categorias de informantes na pesquisa empírica: a) os objetivos deste estudo estão orientados menos para conhecer a opinião dos membros daquelas Comissões – renováveis periodicamente – do que para a aplicação dos instrumentos avaliativos, de forma a revelar o verdadeiro status da biblioteca no curso; b) a opinião e o relato dos docentes e bibliotecários sobre a visita permitiu conhecer tanto suas respectivas visões sobre a biblioteca, quanto a que inferiram ser a dos membros das referidas Comissões (a partir das atitudes demonstradas em comparação às outras dimensões avaliadas e pelo interesse – ou não – demonstrado durante a visita propriamente dita); c) ademais, a concepção das Comissões de Especialistas já se encontra expressa nos instrumentos de avaliação.

As entrevistas foram concebidas e elaboradas de forma estruturada, não tendo sido testadas previamente, considerando-se que dúvidas explicitadas pelos informantes, ou percebidas pelo entrevistador, poderiam ser esclarecidas à medida que surgissem. O modelo destinado aos Coordenadores de Colegiado (Apêndice C) compreendeu treze questões, sendo antecedidas de uma breve contextualização e dos objetivos da pesquisa; as duas primeiras tiveram um caráter meramente aproximativo, conforme registrado no item 6.3, uma vez que suas respostas poderiam ser obtidas através de consulta à SESu. As quatro perguntas seguintes objetivaram conhecer:

a) o envolvimento dos Coordenadores de Colegiado de curso com os membros das Comissões do MEC;

b) a forma de atuar dessas Comissões em relação à biblioteca, quanto a interesses demonstrados e omissões ocorridas;

c) o entendimento dos Coordenadores de Colegiado sobre os treze itens avaliados. Os referidos itens, por sua vez, foram extraídos do Roteiro Prévio (Anexo A), exceto um (qualidade da catalogação), constante de outros instrumentos de algumas

Comissões, conforme mostra a Figura 8 (capítulo 6). As sete últimas questões visaram conhecer a opinião dos Coordenadores sobre a função e a importância da biblioteca no curso e sobre como ela é avaliada pelo MEC.

No caso dos bibliotecários, a entrevista contou com nove itens (Apêndice D), sendo também antecedida de esclarecimentos sobre o contexto e objetivos da pesquisa. A primeira questão pretendeu averiguar o conhecimento desses técnicos a respeito dos instrumentos de avaliação disponibilizados no site do MEC. Com as cinco questões seguintes, buscou-se obter sua opinião sobre o entendimento e interesses demonstrados pelos membros das Comissões a respeito dos treze itens avaliados. Embora este conjunto de perguntas não tivesse a finalidade de levantar a opinião dos bibliotecários, foi possível inferi-la pois que, em sua maioria, eles não se limitaram a responder o que propunha a pergunta, emitindo seu parecer a respeito dos assuntos tratados. As três últimas, como ocorreu em relação aos docentes, tiveram a intenção de obter a visão do bibliotecário a respeito da função e da importância da biblioteca no curso.

Acreditando-se que os dois grupos de informantes, quantitativa e qualitativamente, representam um amostra expressiva dos segmentos da UFBA constituídos de docentes e bibliotecários, e visando evitar qualquer tipo de constrangimento funcional, foram omitidos seus respectivos nomes pessoais, decisão comunicada previamente a cada qual. Quanto à identificação das unidades de ensino, também foi omitida, a exceção de casos esporádicos, onde identificá-las não acarretaria nenhum problema de ordem ética ou funcional.

As informações coletadas através das entrevistas, das gravações de voz e das anotações complementares do entrevistador foram organizadas e mapeadas visando, primeiramente, à elaboração de quadros-síntese, consubstanciados nos Apêndices G e H, e, em segundo lugar, à análise, que as transformaram nos resultados desta pesquisa, consubstanciados no capítulo 6.

O tempo médio dedicado às entrevistas com os Coordenadores de Curso foi de 45 minutos e com os bibliotecários, de 30 minutos, sendo que em alguns casos foi retomado o contato para esclarecer pontos mal anotados pelo entrevistador ou cuja explanação no gravador não estivesse suficientemente clara para o fim aqui proposto. Terminada a aplicação, as repostas foram categorizadas, tabuladas e

analisadas (Apêndices G e H), constituindo o capítulo 6 da dissertação. Sua finalidade inicial foi obter dos informantes as impressões e a visão sobre o conteúdo do Roteiro e o processo de visita, no sentido de saber se foram suficientes e adequadas para retratar a situação da biblioteca dentro do curso.

No que tange ainda à realização das entrevistas, devem ser registradas as inúmeras alterações no respectivo calendário e, conseqüentemente, o atraso na coleta, tratamento e análise dos dados, em decorrência da greve anteriormente citada. Deste modo pode-se afirmar que, no elenco das dificuldades encontradas, todas disseram respeito a problemas operacionais, devidamente sanados; quanto aos elementos facilitadores, credite-se o mérito aos dois grupos de informantes, que se mostraram altamente colaboradores e interessados em opinar, a exceção de um dos Coordenadores de Colegiado que, por seis meses, adiou as datas marcadas para entrevista, até o ponto de ser excluído da população. Esta é a razão pela qual as entrevistas aplicadas a 13 Coordenadores de cursos contam com doze respostas para cada questão, pelo lado dos docentes; quanto aos bibliotecários, em número de dez, o quantitativo é explicável em relação ao número de cursos: os diferentes cursos de Engenharia contam com uma única biblioteca, conforme antes registrado.

A aplicação das entrevistas foi antecedida pelo levantamento dos nomes dos docentes, na função de Coordenadores de Colegiado, e dos bibliotecários, na função de Chefes de Biblioteca dos cursos selecionados, visando o envio de correspondência. Assim, o primeiro contato ocorreu através de carta impressa, onde foram explicitados os objetivos da pesquisa, sendo os seguintes feitos por e-mail e telefone, tanto para alterar o agendamento dos encontros, quanto para complementar alguma informação necessária à análise dos resultados.

A coleta de dados ocorreu entre os meses de maio e setembro de 2000 – portanto, cinco meses – embora até novembro o mapa totalizador das respostas permanecesse em aberto, pelo motivo acima registrado dos inúmeros adiamentos da entrevista solicitados por um dos Coordenadores de Colegiado. Este fato levou à exclusão do referido Coordenador como informante, tendo sido registradas, no entanto, as informações fornecidas pelo bibliotecário da respectiva unidade.

Por fim, merece registro o fato de que o diálogo estabelecido com os informantes, na maioria das vezes, extrapolou o roteiro previamente definido,

resultando em informações adicionais que enriquecerem em muito a análise dos resultados, tratados no capítulo que segue.

[...] parece que ela [a biblioteca universitária] não foi criada para servir de base ao aperfeiçoamento do sistema educacional mas, ao contrário, apenas para o cumprimento, em condições mínimas e sem efetiva continuidade, das exigências impostas pela legislação que regulamenta o funcionamento dos cursos acadêmicos.