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Contextos de acção humana com os objectos

3.1 Contextos de acção

3.1.1 Contextos de acção humana com os objectos

Observamos que os objectos corpóreos (embora sejam eminentemente constituídos por elementos do meio físico) como fazem parte dos contextos de acção humana adquirem características funcionais decorrentes das características dos contextos humanos, que são contextos do meio vivo.

Observamos que os objectos adquirem diferentes posições e diferentes funções nos contextos humanos, decorrente das características do contextos de acção humana (contexto de acção do meio vivo).

Por exemplo uma cadeira é um objecto que passa de mercadoria de venda - objecto de transacção comercial para obtenção de mais valias económicas, a objecto de uso e posteriormente a objecto de lixo, sem valor comercial nem uso positivo.

Observamos assim que o mesmo objecto passa por diferentes funções internas ao funcionamento do contexto humano, e ocupa posições económicas diferentes, tal como o conceito de cadeira adquire formas diferentes ao longo dos tempos.

Notamos que as características do contexto de acção (alteração da posição e das funções de um mesmo elemento no contexto) determinam o ciclo de vida nos objectos nos contextos humanos. Que é um ciclo caracterizado pelas diferentes fases (com funções e objectivos distintos) que objecto atravessa dentro do contexto de acção humana.

Verificamos assim que um mesmo objecto desempenha funções diferentes e ocupa posições diferentes ao longo do tempo, de acordo com as características temporais do contexto onde está inserido.

Constatamos por isso que o relacionamento humano com os objectos não é intemporal, nem estático. É um relacionamento temporal (tal como os valores e atributos dos objectos) onde os objectos ocupam diferentes posições e desempenham diferentes funções ao longo do período de vida do objecto no contexto humano.

Observamos que o relacionamento humano com os objectos é decorrente não apenas das características dos objectos e das pessoas, mas também decorrente da globalidade do contexto de acção.

Por exemplo o relacionamento humano com o vestuário é decorrente não apenas das características dos elementos (ser humano e objectos de vestuário), mas também decorrente da prática da acção do uso de vestuário no meio físico e social. Que se faz de forma diferenciada ao longo do tempo, com os constituintes a alterarem de características e funções. Ou seja, um funcionamento em contexto de acção típica do meio vivo.

Observamos que as pessoas relacionam-se com os objectos de vestuário em função não só das características do vestuário, como do efeito que o vestuário tem nas outras pessoas, que por sua vez é típico de um tempo e espaço, não só físico mas principalmente cultural.

Constatamos por isso que as pessoas relacionam-se com os objectos em função da globalidade do contexto de acção criado, e não apenas em função dos constituintes desse contexto isoladamente.

Observamos que a acção do contexto determina alterações do relacionamento humano com os mesmos objectos ao longo do tempo.

Voltando ao exemplo do vestuário, com o decorrer do tempo as pessoas fartam-se da roupa, a roupa degrada-se e a próxima roupa é diferente, como também ficam diferentes as características de relacionamento das pessoas com o vestuário. E a mesma roupa e as mesmas pessoas deixam de se relacionar da mesma maneira no mesmo local. E a mesma peça de vestuário passa de objecto com valor social e económico, a objecto de lixo (sem valor social nem económico).

Constatamos por isso que de acordo com o funcionamento do contexto de acção humana, o relacionamento humano com os objectos altera-se ao longo do tempo. Levando à alteração não só das características dos elementos (seres humanos e objectos) como também à alteração das funções desses elementos.

Observamos que os objectos são causa e consequência do relacionamento humano com os objectos nos contextos antecedentes.

Por exemplo as características do vestuário são causa e consequência do relacionamento humano com o vestuário precedente, uma vez que a prática do uso de vestuário determina as características do vestuário e das pessoas que com ele se relacionam.

Constatamos assim que o uso de vestuário adquire características que são consequência do uso anterior de vestuário (características decorrentes das características dos contextos de acção humana precedente), e produz as características que são a causa do próximo vestuário.

Observamos que o ser humano relaciona-se com os objectos que produz, na medida em que define as características dos objectos, e altera as suas características comportamentais (humanas) em função dos objectos que produz.

Por exemplo o uso de vestuário formal (no contexto social correspondente) determina um comportamento e cuidado diferentes do uso de vestuário informal (desportivo).

Constatamos por isso que neste contexto de acção os constituintes (seres humanos e objectos) deixam de ter características individuais isoladas, e passam a ter características integradas (fruto da actividade integrada no contexto).

Concluímos por isso que o funcionamento do contexto de acção humana com os objectos não é um funcionamento linear, é um funcionamento que se altera ao longo do tempo e em função da a acção que decorre no contexto. É um contexto onde os constituintes alteram não só de características físicas, como também as características comportamentais e de funções dentro do contexto. É por isso um funcionamento dinâmico, de características temporais e relativas à acção específica do contexto

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