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Capítulo II Abordagem Metodológica da Intervenção

3. Caracterização dos Contextos de Estágio

3.2. Contextualização da Sala e do Grupo de Educação Pré-Escolar

A sala onde foi realizado o estágio na Educação Pré-Escolar (Figura 2) é um espaço iluminado, com várias janelas de grande dimensão e possibilidade de arejamento. A sala está organizada em várias áreas de trabalho, nomeadamente: a área do tapete, a área do computador, a biblioteca da sala, a área do português e matemática, a área da casinha e a área da pintura e higiene.

1 Formar, Inserir e Ocupar Socialmente 2 Necessidades Educativas Especiais

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No centro da sala existem um quadro preto e quatro mesas, que se destinam à realização de trabalhos e atividades livres relacionadas com a matemática, o português, jogos de mesa e expressão plástica.

A área do tapete, aludindo ao seu nome, é composta por um espaço amplo com um tapete, no qual as crianças conseguem estar sentadas e observar as educadoras confortavelmente. Nesta área eram realizadas atividades de diversa natureza, especificamente: os momentos de leitura, a promoção de atividades lúdicas em grande grupo, como também atividades de cariz comunicativo de partilha de experiências entre aluno/aluno e professor/aluno.

A área do computador era muitas vezes utilizada como auxílio nas atividades realizadas na área do tapete, para uso profissional das educadoras e como uma área aberta às crianças sempre que fosse pertinente.

No que concerne às potencialidades da sala, em relação às competências de leitura, verificamos que a sala tem um espaço relativamente vantajoso dedicado à biblioteca da sala. Esta área é composta por um pequeno sofá para as crianças se sentarem e por uma estante com materiais de escrita diversos, nomeadamente: livros (adequados às faixas etárias das crianças e de diferentes temáticas), revistas, entre outros. A sala possuía uma grande coleção de livros, sendo que uma parte era exposta na biblioteca e outra era guardada no arquivo. Isto proporcionava uma maior rotação dos livros na biblioteca, pois eram expostos em função das temáticas a ser trabalhadas durante as intervenções.

A área do português e da matemática organizavam-se em função de um móvel que continha vários materiais, como por exemplo: cartões com os nomes das crianças para estimular a escrita do nome, letras e números diversos para a exploração do alfabeto e sequência numérica. Neste móvel também estavam arrumados materiais ligados à Expressão Musical, mais especificamente diversos instrumentos musicais.

Em relação à área da casinha, neste espaço encontrávamos materiais alusivos a experiências relacionadas com a cozinha e o quarto de cama, de modo a proporcionar atividades de “faz do conta”.

A área da pintura/ higiene era composta por um lavatório para auxiliar nas atividades ligadas à expressão plástica.

Por fim, na sala existiam os dois arquivos, que permitiam o armazenamento de materiais, possibilitando uma maior organização da sala. Este arquivo dispunha de materiais diversos, ligados à expressão plástica, livros, materiais lúdicos de manipulação (puzzle, garagem, blocos de construção,…), jogos didáticos, entre outros.

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Figura 2. Mapa da sala do pré-escolar

Relativamente ao grupo de crianças, ele era composto por vinte e cinco alunos, treze rapazes e doze raparigas, com idades compreendidas entre os três e os seis anos. O grupo era acompanhado por duas educadoras que trabalham em par pedagógico. Doze dessas crianças encontravam-se no pré-escolar pela primeira vez. Apesar de ser um grupo grande e com diferentes idades, no geral era um grupo alegre, afetuoso, recetivo às propostas de trabalho e também muito participativo.

Era um grupo muito heterógeno, quer a nível cognitivo, quer a nível comportamental. A nível cognitivo encontrámos diferenças quer ao nível de aprendizagem, quer ao nível do desenvolvimento de competências nas diferentes áreas do saber, isto devido às várias diferenças de idade e casos de necessidades educativas especiais. Tendo em conta as especificidades do grupo, as crianças de três anos não demostravam grandes dificuldades. As dificuldades encontradas estavam relacionadas com imaturidade, ligadas à linguagem oral, onde havia dificuldade na expressão, articulação e fluência das palavras e frases completas. Em relação à leitura, a maior dificuldade encontrada foi no manuseamento do livro, onde se verificou que as crianças não pegavam num livro corretamente, sendo que o manuseavam da direita para a esquerda. Apesar disto, verificou-se que as crianças tinham algumas noções de leitura, pois durante os momentos de trabalho autónomo “liam” os livros através da observação de imagens e algumas crianças conseguiam reconhecer algumas letras, sendo estas associadas principalmente às letras do seu nome. No que concerne ao grupo com 4 anos,

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na linguagem oral as crianças expressavam-se bem, algumas mostravam dificuldades na fluência de palavras. No que diz respeito à leitura e escrita, a maioria das crianças reconhecia o seu nome e conseguia copiá-lo com ajuda. O manuseamento do livro era feito corretamente, sabiam que a leitura era realizada da esquerda para a direita e realizavam leitura em voz alta através da memorização da história e leitura de imagens. Quanto às crianças de cinco anos, estas apresentavam um bom desenvolvimento da linguagem oral, vocabulário bem desenvolvido e sabiam escrever o seu nome de forma autónoma. Durante os momentos de leitura apresentavam boas capacidades de memorização e compreensão do que ouviam e liam, o que facilitava o reconto, e ainda apresentavam um bom reconhecimento das letras e seus fonemas.

No grupo havia duas crianças com seis anos com necessidades educativas especiais, abrangidas pelo Regime Educativo Especial por terem limitações moderadas a graves no domínio cognitivo e comunicacional. Estas tinham apoio interno individualizado por uma educadora especializada em educação pré-escolar, pela educadora titular da turma e apoio externo com um terapeuta da fala. A respeito da leitura eram interessadas e gostavam de participar durante os momentos de leituras, mas mostravam dificuldades em recontar e em reconhecer letras.

As crianças, na sua maioria, possuíam ambientes familiares estáveis, no entanto havia um pequeno grupo de crianças que proveniente de ambientes familiares instáveis e em alguns casos problemáticos.

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