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Capítulo II Descrição do Processo de Prática de Ensino Supervisionada

1. Contextualização

Este segundo capítulo baseia-se na descrição e reflexão do processo de ensino- aprendizagem. Começamos por contextualizar a conceção sobre a Educação e seguidamente a conceção sobre o educador/professor. Neste âmbito a observação surge como o aspeto fundamental para o bom desenvolvimento de um trabalho em equipa entre os diferentes intervenientes educativos. O processo de avaliação assume também particular relevo permitindo obter informações objetivas acerca do grupo de crianças/turma de alunos quer para o desenvolvimento do projeto curricular quer o desenrolar das outras aprendizagens curriculares bem como a sua eficiência.

Como base de todo este desenvolvimento e trabalho temos as planificações, que constituem o esteio de toda a transmissão de conhecimentos para o grupo/turma, pois, especificam todos os objetivos, conteúdos, competências e atividades estruturadas para desenvolver no processo de ensino-aprendizagem. Efetivamente, o estagiário, no âmbito da sua prática de ensino supervisionada, deve refletir e avaliar todos esses âmbitos de trabalho, sempre em consonância com o educador/professor cooperante e com o professor supervisor, no sentido do aperfeiçoamento enquanto futuro profissional de educação, com isto a crescente melhoria do aluno. Para que se possa desempenhar um adequado papel na sociedade é fundamental, inicialmente, refletir sobre o conceito de educação e sobre o que é ser educador e professor.

Deste modo, consideramos preponderante a reflexão sobre estas conceções que são a base para uma sociedade sólida.

O conceito de educação não tem apenas uma definição, mas diversas perspetivas. De acordo com Cotrim e Parisi (1982, p. 336), a educação pode ser entendida como “o processo pelo qual o homem através da sua capacidade para aprender, adquire experiências que actuam sobre a sua mente e o seu físico”. Deste modo, o processo de educação apresenta uma ação dinâmica.

A educação desempenha um papel fundamental na vida do Homem, sendo esta considerada como o cerne do desenvolvimento de uma sociedade, pois contribui para a formação global e harmoniosa das crianças/alunos, proporcionando-lhes uma diversidade de experiências concretas, que foram estabelecidas a partir do conhecimento das suas características e das suas necessidades. A educação é a base de cada um de nós, é através dela que nos formamos enquanto seres humanos íntegros e com valores. Aliás, como refere Landsheere (1983, p. 56), “educar é conduzir, guiar para um fim. Educa-se para a verdade, para o bem e para o belo”.

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Considera-se importante contemplar a educação como uma ação praticada, de um indivíduo sobre o outro. Desta forma, a importância da relação do adulto com a criança assume uma dimensão de grande valor, como nos refere Baptista (2005):

os professores formam para os valores, a partir de valores. Ou seja, ensinando com e desde valores. (…) O seu testemunho ético começa na sua própria presença, sensibilidade e atitude. É importante a forma como escutam, como comunicam e partilham conhecimentos. A forma como se envolvem no trabalho de equipa, como lidam as situações de conflito, como acolhem e respeitam a liberdade do outro (pp. 88- 89).

Percebemos, então, que o essencial é uma educação onde a criança/aluno realiza, experimenta e é o centro do ensino-aprendizagem, o educador/professor só tem de se adaptar às suas necessidades e ao seu ritmo de desenvolvimento. De igual modo, reconhece-se que a educação tende a ter um carácter universal, sendo dirigida para todos. Assim, independentemente do grupo socioeconómico e da cultura em que a criança está inserida, existe a necessidade de a preparar para a vida em sociedade.

As várias correntes psicológicas atuais apontam para a importância dos primeiros anos de vida como modeladores do desenvolvimento cognitivo e social da criança. Segundo Kant (1985, p. 75),“o homem não se pode tornar homem a não ser pela educação. Ele não é se não o que a educação faz dele”. O homem tem de ter educação e formação para se formar integramente e poder fazer parte integrante da sociedade. Esta é a base da transmissão de conhecimentos que se desenvolve e fomenta a aprendizagem em cada um de nós.

No entanto, é fundamental que o educador/professor tenha as competências adequadas para transmitir o conhecimento. Assim o educador/professor é uma peça vital no processo educacional da criança/aluno, é o cerne de qualquer Instituição de ensino é a base da sociedade. O trabalho deste é fundamental para a sociedade, visto que uma sociedade sem ensino, sem formação, sem educadores/professores, seria uma sociedade desestruturada.

Este é construtor do desenvolvimento e do conhecimento de cada criança/aluno. Atualmente, transformou-se num facilitador de conhecimento que suscita na criança/aluno o interesse e a vontade por esclarecer as dúvidas, sendo estes os principais aglutinadores para uma formação profícua e eficaz no desenvolvimento de qualquer criança. Segundo Aquilino (2007, p. 81),“o professor será aquele que vai passar segurança e motivar a nossa investigação, ou seja, ele terá a função de orientar a investigação, colocar questões para que ela progrida, auxiliar com o fornecimento de fontes e informações, assim como colocar desafio para que o aluno perceba as diferentes perspectivas possíveis do problema”.

O educador/professor deverá envolver as famílias e a comunidade nos projetos a desenvolver, visto serem os pais os principais responsáveis pela educação das crianças. Assim

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sendo, podemos afirmar que o educador/professor deverá ajudar a construir uma escola aberta, cujo trabalho educativo é enriquecido pela partilha de ideias e troca de experiências entre todos. É de ressalvar que o educador/professor não pode ser visto como um ponto final no processo de ensino-aprendizagem de qualquer criança/aluno, deve, todavia, ser entendido como um ponto inicial e fulcral para a elaboração do conhecimento de todos os seus aprendizados.

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