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Bibliometria é uma ferramenta que possibilita a observação do estado da ciência e tecnologia por meio de toda a produção global científica, atribuindo um nível de especialização. É um método que permite situar um país em relação ao mundo, uma instituição em relação a um país e cientistas individuais em relação às próprias comunidades científicas.

Desse modo, a bibliometria estuda a organização dos setores científicos e tecnológicos com base nas fontes bibliográficas e patentes para a identificação dos autores, suas relações e tendências, compreendendo várias medições da literatura e de documentos (SPINAK, 1998; OKUBO, 1997).

Essa ferramenta pode ser definida como o ramo da ciência que se ocupa em quantificar os processos de comunicação escrita propiciando o estudo quantitativo da produção, disseminação e uso da informação registrada. Criado em 1969 por Alan Pritchard, o termo bibliometria surgiu no início do século 20 como recurso utilizado pelos cientistas e bibliotecários no acompanhamento do rápido desenvolvimento de várias áreas da ciência e de produção científica (MACIAS-CHAPULA, 1998; VAN RAAN, 1997).

Segundo Pritchard (1969), bibliometria é a ciência que estuda a natureza e o curso de uma disciplina por meio da contagem e análise dos vários processos de comunicação escrita, por intermédio da aplicação de métodos matemáticos e estatísticos para livros e outros meios de comunicação.

No entanto, para Araújo (2006) e Spinak (1998), bibliometria tem alcance multidisciplinar e estuda os aspectos quantitativos da produção, disseminação e uso da informação registrada, sendo uma técnica quantitativa e estatística de medição dos índices de produção e disseminação do conhecimento científico.

Nos Estados Unidos, a Fundação Nacional de Ciência publicou o primeiro indicador de ciência e engenharia em 1972. Desde então, a bibliometria tem sido orientada pela política de ciência. O grupo de bibliométricos de diferentes escolas tem proposto métodos para medir o crescimento da ciência relacionando sua metodologia com avaliação. Como resultado, a

bibliometria está entrando na fase de contribuir para avaliação. Muitos desses métodos têm sido apresentados por especialistas em seminários ao redor do mundo (OKUBO, 1997).

A bibliometria baseia-se na contagem de artigos científicos, patentes e citações. Dependendo da finalidade do estudo bibliométrico, os dados podem ser tanto o texto que compõe a publicação quanto os elementos presentes em registros sobre publicações extraídos de base de dados bibliográficos, como nome de autores, título, fonte, idioma, palavra-chave, classificação e citações (RAO, 1986; ZHU et al., 1999).

A bibliometria compreende a aplicação de análises estatísticas para estudar as características do uso e da criação de documentos; o estudo quantitativo da produção de documentos refletidos nas bibliografias; a aplicação de métodos matemáticos e estatísticos no estudo do uso que se faz dos livros e outros suportes entre os sistemas de bibliotecas e dentro deles; o estudo quantitativo das unidades físicas publicadas ou das unidades bibliográficas ou de seus substitutos (SPINAK, 1998).

Para Vanti (2002), com a aplicação das técnicas bibliométricas, ocorrer as seguintes possibilidades:

 Identificar as tendências e o crescimento do conhecimento em uma área.  Identificar as revistas do núcleo de uma disciplina.

 Mensurar a cobertura das revistas secundárias.  Identificar os usuários de uma disciplina.  Prever as tendências de publicação.

 Estudar a dispersão e a obsolescência da literatura científica.

 Prever a produtividade de autores individuais, organizações e países.  Medir o grau e padrões de colaborações entre autores.

 Analisar os processos de citação e cocitação.

 Determinar o desempenho dos sistemas de recuperação da informação.  Avaliar os aspectos estatísticos da linguagem, das palavras e das frases.  Avaliar a circulação e uso de documentos em um centro de documentação.  Medir o crescimento de determinadas áreas e o surgimento de novos temas.

Na década de 1970, segundo mais importante período da história da bibliometria, ocorreu um grande salto no volume de estudos a ela relacionados, devido à criação da base de dados de citação de artigos científicos Science Citation Index (SCI).

Fundado em 1963 por Eugene Garfield, na Filadélfia, EUA, a SCI abriu o caminho para todos aqueles que procuravam medir a ciência usando métodos quantitativos e objetivos. A existência da SCI não somente alavancou um grande número de estudos bibliométricos, como também favoreceu a emergência de uma nova geração de estudiosos na área, ratificando tratar-se de uma ferramenta que, de fato, contribui para a ciência (OKUBO, 1997).

Logo, a bibliometria tem-se tornado um termo genérico para um conjunto de medidas específicas e de indicadores. Sua finalidade é medir o resultado da investigação científica e tecnológica por dados oriundos tanto da literatura científica quanto da produção tecnológica, mensuradas pelas patentes. Ela trata da ciência, que pode ser tanto retratada mediante os resultados obtidos quanto baseada na noção de que a essência da pesquisa científica é a produção do conhecimento e que a literatura científica é a manifestação constituinte desse conhecimento (OKUBO, 1997).

De acordo com Spinak (1998) e Rostaing (1996), a bibliometria e suas leis têm encontrado uma série de aplicações em centros de informação, tais como:

 identificação dos periódicos do núcleo de cada área do conhecimento;  avaliação da cobertura e impacto de periódicos;

 desenvolvimento de normas para padronização e de processos automatizados de indexação, classificação e confecção de resumos;

 identificação de usuários de diferentes áreas do conhecimento;

 avaliação dos serviços de disseminação seletiva de informação e estudos sobre dispersão e obsolescência científica.

A análise de dados bibliométricos fornece informações de orientações científicas e dinamismo dos países (ou de alguma outra unidade) e sua participação em ciência e tecnologia no âmbito nacional e internacional. Com essa metodologia, é possível identificar e representar redes científicas e enfatizar relacionamentos entre países, instituições e pesquisadores, bem como o impacto de grandes programas, além de ressaltar a estrutura das disciplinas científicas e suas relações. Logo, os dados bibliométricos e os indicadores podem ser utilizados como ferramenta para a descrição e expressão de questões relacionadas ao mundo da ciência (OKUBO, 1997).