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6.3 INDICADORES TECNOLÓGICOS DE ENGENHARIA CIVIL POR REGISTRO

6.3.1 Evolução do patenteamento em edificação e sua distribuição geográfica

O período que a busca desta pesquisa abrangeu, de 2001 a 2012, abordado na Figura 24, demonstra o crescimento significante no número de depósitos de patentes no mundo em edificações. Desde 2007 ocorreu um crescimento no patenteamento em edificações, representando 11,8% do total de documentos de patentes recuperados. Porém, no período de 2009 a 2011, houve um crescimento de 37,0% do total de documentos de patentes recuperados, como mostra a Figura 24. Esse fato pode estar associado à consolidação do desenvolvimento tecnológico na Engenharia Civil, em especial na área de edificações ocorridas no mundo.

FIGURA 24 – Número anual de patentes indexadas na base de dados DII, no período de 2001 a 2012

Fonte: Derwent Innovations Index. Nota: Dados adaptados pela autora.

Outra razão que pode ter contribuído para o crescimento de documentos de patentes em edificações foi a reestruturação do sistema de propriedade intelectual da China, visando

tornar-se membro do Acordo de Comércio dos Aspectos Relacionados aos Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPS). Com a mudança, a China entra na Organização Mundial do Comércio em 2000, o que refletiu no aumento do número de depósitos de patentes e, consequentemente, na colocação do país com a maior quantidade de patentes no mundo (YU, 2013).

No Brasil, a participação nos pedidos de patentes em edificações representa 0,7% do total de documentos de patentes recuperados, quando comparados com os registros mundiais. Conforme mostra a Figura 25, ocorreu um crescimento significativo em depósitos de patentes em 2007 (n=217), 2008 (n=262) e especialmente em 2009 (n=318), representando 17,2% do total dos registros depositados no Brasil (n=1.845). Em 2012 não ocorreu nenhum registro de patente. Esse pequeno número de depósitos no Brasil sugere que as empresas de interesse econômico mundial e nacional, assim como aquelas não residentes no país, provavelmente consideram o mercado brasileiro de construção civil, especificamente no setor de edificações, com baixa capacidade para a geração e difusão de novas tecnologias.

De acordo com Martins e Barros (2003), o setor da construção civil no Brasil possui um histórico de baixa velocidade de difusão de novos recursos tecnológicos, contrapondo-se aos demais setores em que as inovações tecnológicas são rapidamente absorvidas, implantadas e aperfeiçoadas.

FIGURA 25 – Número de patentes depositadas no Brasil, indexadas na base de dados da

DII, no período de 2001 a 20122

Fonte: Derwent Innovations Index. Nota: Dados adaptados pela autora.

O baixo número de registro de patentes depositadas no Brasil pode estar associado à baixa dinâmica ou interesse no desenvolvimento tecnológico no país para o segmento edificações, da construção civil. Outro fator de grande relevância é o excesso de burocracia na legislação brasileira para a obtenção de patentes. Segundo Matos (2012), o Brasil não consegue dar vazão ao andamento de registros de patentes sobre produto ou processo. O tempo para o registro das patentes no Brasil pode levar até 15 anos em setores mais complexos, como o químico. Esse tempo é bem elevado se comparado ao dos países como os EUA, a Coreia do Sul e o Japão.

Estima-se a melhoria do ambiente de negócios referente aos registros de patentes no Brasil. No entanto, esse crescimento está relacionado aos dinamismos das patentes brasileiras, ao incremento das atividades de inovação e à ―conscientização sobre propriedade intelectual nas empresas e universidades, além do interesse crescente de estrangeiros pelo mercado brasileiro‖ (MONTEIRO, 2013).

Para a análise da produção tecnológica mundial, foi realizada uma pesquisa de todos os países que indexaram produções na base de dados da DII. No entanto, para esta dissertação, a análise foi limitada para 20 países maiores depositantes, conforme mostra a Figura 26.

FIGURA 26 – Número de patentes depositadas, por distribuição geográfica, indexadas na base de

dados da DII, no período de 2001 a 2012

Fonte: Derwent Innovations Index. Nota: Dados adaptados pela autora.

Dentre os 20 países maiores depositantes de pedidos de patentes na área de edificações no período de 2001 a 2012, apresentados na Figura 26, 11 estão localizados na Europa (a Itália, a Alemanha, a Espanha, a França, o Reino Unido, a Suíça, a Áustria, a Suécia, os Países Baixos, a Rússia e a Polônia), três na América (os Estados Unidos, o Canadá e o Brasil), um na África (a África do Sul), um na Oceania (a Austrália) e quatro na Ásia (a China, o Japão, Taiwan e a Coreia do Sul).

A China lidera a primeira posição no ranking de patenteamento em edificações, com 81.130 depósitos entre 2001 e 2012, quando comparada com os demais países do ranking, conforme ilustra a Figura 26. Esse fato está relacionado aos grandes investimentos realizados pela China, nas últimas três décadas, na construção, desenvolvimento e estabelecimento de um sistema de patentes para fomentar a economia e a proficiência tecnológica e colocar a ciência e a tecnologia no comando do país. Atualmente a China possui a maior quantidade de patentes do mundo (YU, 2013).

Em segundo lugar no ranking, aparece o Japão com 80.360 registros e, na terceira posição, os Estados Unidos com 26.039 registros de patentes. O Brasil ocupa o 13.º lugar com 2.088 registros de patentes, conforme mostra a Figura 26. Essa tendência pode indicar a consolidação do desenvolvimento tecnológico na Engenharia Civil, em especial no setor de edificações, nesses países. No entanto, deve-se considerar que o desenvolvimento em edificações envolve diferentes setores e áreas, cuja competência pode variar de país para país.

FIGURA 27 – Evolução no número anual total de documentos de patentes para os seis países

proeminentes em edificações no período de 2001 a 2012

Fonte: Derwent Innovations Index. Nota: Dados adaptados pela autora.

Com base na Figura 27, pode-se observar que o Japão liderou o ranking de depósitos de patentes até 2006, com 30,8% do total dos registros dos seis países selecionados nesse ano. Após 2006 ocorreu uma queda no número de patentes, passando a ocupar a segunda colocação no ranking em 2008, 2009 e 2010. No período de 2011 a 2012, passou a ocupar o terceiro lugar.

Desde 2007, os números de documentos de patentes chinesas apresentaram um crescimento constante, assumindo uma posição de destaque nos últimos seis anos, conforme ilustra a Figura 27. O destaque no crescimento das patentes na China está relacionado ao desenvolvimento do sistema de patentes e de propriedade intelectual chinês e da sua participação na Organização Mundial do Comércio desde 2000 (YU, 2013).

Dos seis países proeminentes em edificações no período de 2001 a 2012, destacados na Figura 27, quatro são asiáticos: a China ocupa o primeiro lugar com 37,0%; o Japão, o segundo com 28,6%; a Coreia do Sul, o quarto com 11,6%; Taiwan, o sexto com 3,2%.