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Contextualização sobre São Tomé e Príncipe

3 MOTIVAÇÃO E COMPROMETIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES

5.1 Contextualização sobre São Tomé e Príncipe

A República Democrática de São Tomé e Príncipe é um Estado relativamente pequeno e jovem dentro do campo da visão das regiões e esferas de influência importante na política mundial. Segundo Seibert (2001), trata-se de um micro Estado insular pertencente ao continente africano que comporta uma área total de 1001 km² e uma população de aproximadamente 144 mil habitantes.

Governação (2003), São Tomé e Príncipe é um dos países menos desenvolvidos na esfera mundial. Trata-se portanto de um país que possui uma reduzida capacidade institucional. Ainda de acordo com o documento acima mencionado, São Tomé e Príncipe é muito vulnerável aos “choques” externos marcados pela globalização e economia acelerada. O setor público São-tomense, considerado a esfera dominante da economia, caracteriza-se por fraca capacidade institucional, enquadramento legal e regulamentar inadequado e recursos financeiros insuficientes; o que traduz fator crítico de sucesso no processe do funcionamento da economia e gestão de recursos públicos.

Seibert (2001) argumenta que São Tomé e Príncipe foi colônia portuguesa durante muitos anos. E desde a era colonial até a atualidade a receita econômica do país provém da exportação da monocultura de cacau e café. Em 12 de Julho de 1975 São Tomé e Príncipe tornou-se um país independente e a partir de 1991 desfruta de um sistema político democrático. Entretanto, a vida política do país tem sido marcada pela instabilidade política e pelo impasse administrativo, pontuada por diferenças partidárias internas e governos sucessivos, caracterizada pela falta de continuidade administrativa; segundo o documento do Projeto de Criação da Capacidade de Governação (2003).

Entretanto, atualmente, São Tomé e Príncipe, está a beira de uma mudança econômica bastante significativa; pois se encontra no grupo de países petrolíferos e com base nisso espera crescer econômica e socialmente. Neste contexto São Tomé e Príncipe, preconiza desenvolver o seu potencial, principalmente na esfera pública de forma a poder sustentar a esfera privada diante da nova era com que se depara. Portanto, no limiar desta nova conjuntura social, econômica e tecnológica de São Tomé e Príncipe, o governo São-tomense tem se esforçado no sentido de criar e implementar projetos que visam a boa capacidade de governação e gestão de recursos públicos. E, considerando a atual era de exploração do petróleo, há necessidade das organizações públicas compreenderem de forma clara o ambiente que as envolve.

Segundo Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), o ambiente ajuda a colocar um equilíbrio à visão global na formação da estratégia, pois é entendido como conjunto de forças das quais as instituições devem responder garantindo deste modo uma adaptação adequada às novas exigências. Ademais, só através da interação baseada na clareza sobre “quem somos” e “para onde estamos indo”, que se consegue realizar, vencer desafios e alcançar a legitimação dentro do contexto mundial.

Assim, em Janeiro de 2003 foi promulgado pelo então e atual Presidente da República Fradique Bandeira Melo de Menezes o Documento de Estratégia para a Redução da Pobreza (PRSP) adotado em Dezembro de 2002 pelo Governo São-Tomense. Os objetivos principais do referido projeto; segundo o documento do Projeto de Criação de Capacidade de Governação (2003) são: reforma das instituições públicas, criação da capacidade institucional e humana, promoção da gestão econômica e financeira, boa governação e maior transparência. Em suma, tal projeto contribuirá para o aumento do impacto da boa gestão orçamental no crescimento econômico, desenvolvimento e redução da pobreza através da modernização e criação de capacidade na supervisão econômica do país.

Diante dos aspetos até agora evidenciados, percebe-se que se encontra em curso um programa proposto pelo governo São-tomense visando a modernização do setor público. Salienta-se que o referido projeto possui diversas áreas de atuação, mas, tendo em conta a natureza deste trabalho, foram abordados apenas a ênfase no Ministério do Planejamento e Finanças.

Corroborando com o documento de Criação da Capacidade de Governação (2003), o projeto acima mencionado preconiza habilitar o Ministério do Planejamento e Finanças à lidar com o clima econômico complexo com que se depara a esfera global de hoje, decorrente particularmente no caso de São Tomé e Príncipe, do princípio da era do petróleo e do surgimento da economia de mercado. Assim, tal projeto objetiva ter impacto bastante significativo na contribuição do aumento da capacidade humana na administração pública São-tomense. O documento para Criação da Capacidade de Governação (2003) deixa claro que o projeto objetiva dar assistência ao governo no que concerne a melhoria da gestão de finanças públicas (despesas e receitas); pois serão adotadas medidas específicas destinadas à melhoria do processo orçamental (harmonização da nomenclatura orçamental, identificação de gastos com programas e medidas para a redução de pobreza, desenvolvimento e adoção de um novo enquadramento contabilístico). Portanto, percebe-se que o governo São-tomense pretende desenvolver um modelo macro-econômico destinado a melhorar a formulação de políticas econômicas do país.

Corroborando com o referido documento, relativamente no que diz respeito as despesas públicas, as ações a serem emplementadas dizem respeito, ao reforço da supervisão da gestão das receitas do petróleo e não só, em todas as instituições nacionais (Governo, Banco Central, Assembléia Nacional, Tribunal de Contas; a harmonização das nomenclaturas do

orçamento geral do Estado e da identificação de despesas relativas à redução da pobreza; atualização de leis e procedimentos relativos a aquisições públicas de bens e serviços; implementação de um sistema de informações de gestão entre entidades governamentais especificas; melhoramento da supervisão orçamental e a formação de quadros em gestão das finanças públicas; e, desenvolvimento e implementação do enquadramento e plano contabilístico para finanças públicas.

Relativamente às receitas, o projeto de modernização que se refere acima, visa auxiliar o governo na melhoria das práticas de contabilidade e de elaboração de relatórios fiscais; e o aumento da capacidade do Ministério do Planejamento e Finanças no processo de cobrança de impostos. Neste contexto e diante dos aspectos até agora abordados sobre a motivação e comprometimento dos funcionários, percebe-se que nada será mais relevante e/ou imprescindível para a consecução de resultados satisfatórios com a implementação deste projeto em São Tomé e Príncipe do que o envolvimento dos funcionários. De fato, a experiência tem-se manifestado que de nada adianta ter-se estratégias, planos e tecnologias altamente sofisticadas e exeqüíveis se os funcionários não estiverem envolvidos, motivados e comprometidos com o trabalho.