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O desafio da reforma administrativa em São Tomé e Príncipe

3 MOTIVAÇÃO E COMPROMETIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES

5.3 O desafio da reforma administrativa em São Tomé e Príncipe

O desenvolvimento de São Tomé e Príncipe exige uma administração pública norteada por objetivos de serviços a favor do cidadão, às comunidades e às empresas (públicas e privadas), estruturada segundo modelos flexíveis, dirigida com responsabilidade e dispondo de recursos humanos mobilizados e qualificados; segundo o relatório da Conferência sobre o estado da Administração Pública Nacional (2005). Corroborando com o tal relatório, a reforma da administração pública São-tomense, constitui por isso uma das prioridades da política do governo, haja vista seus impactos positivos na produtividade, na competitividade da economia na esfera mundial globalizada, na sustentabilidade das finanças públicas e na melhoria da qualidade dos serviços prestados ao público.

Neste sentido, urge a necessidade de uma reestruturação na administração pública São-tomense tendo em vista a capacitação do país face aos novos desafios que se avizinham

nomeadamente, a evolução da realidade político-econômica, social e cultural; as novas perspectivas económicas em torno da era do petróleo; as exigências da globalização da economia mundial, do desenvolvimento das novas tecnologias e dos movimentos de integração regional.

Nesta perspectiva de reforma da administração pública para a modernização dos serviços em São Tomé e Príncipe, é necessário que o papel dos recursos humanos, ou seja, funcionários públicos estejam bem definidos em todos os níveis; pois serão estes, as peças primordiais e fundamentais para a concretização de tais objetivos.

Segundo o Programa do VIII Governo Constitucional (2002), o objetivo que se procura com a reforma da administração pública é o de garantir ao Estado São-tomense a capacidade de gerir as suas responsabilidades básicas, redefinir claramente o papel do serviço público e dos servidores públicos, bem como de redefinir as funções e a abrangência da intervenção estatal nos diferentes setores da vida econômico-social nacional.

De conformidade com o relatório da Conferência sobre o estado da Administração Pública Nacional (2005), São Tomé e Príncipe terá que criar e adotar um modelo de gestão tendo como fim a observância da eficiência e melhoria da qualidade dos serviços, adoção de mecanismos de mercado na gestão pública, orientação por resultados, descentralização, responsabilização, simplificação dos procedimentos; e, distinção entre formulação e implementação de políticas públicas. Corroborando com o relatório da Conferência sobre o estado da Administração Pública Nacional (2005), a reforma de Estado que se almeja em São Tomé e Príncipe, conheceria a sua implementação ao passar por dois momentos, sendo primeiramente, ao longo prazo, onde se deveria adequar o aparelho do estado, fomentar o desenvolvimento econômico e social do pais, valorizar e proteger os valores culturais; e, valorizar bem como capacitar os recursos humanos.

No segundo lugar, a curto e médio prazo onde comportariam a reestruturação do aparelho do Estado; reorganização e modernização da administração pública; revisão da divisão político-administrativa e reestruturação dos órgãos de poder local; diversificação e relançamento da economia; melhoria da qualidade dos serviços sociais e dos mecanismos de acesso; e, a promoção de uma cultura de disseminação de informação e de participação de todos os integrantes no processo.

Entretanto, a materialização de uma reforma na administração pública São-tomense pressupõe, porém, no atual contexto político carente de formas de convergência entre os atores da cena política nacional, que sejam acionados mecanismos de concertação prévia, visando a construção de uma agenda de consenso, abarcando conteúdos programáticos suscetíveis de serem assumidos não só pela classe política, como também pelos parceiros sociais, como ajustamentos necessários ao nível das instituições, dos seus dirigentes, responsáveis, representantes ou efetivos técnicos e outros, bem como dos procedimentos relativos à sua composição e funcionamento; segundo o que relatou a Conferencia sobre o estado da Administração Pública São-tomense em Outubro de 2005.

Baseando-se ainda na conferência acima citada, as razões destacadas como fatores de sucesso de uma administração pública modernizada, devem ser acima de tudo a constituição de um aparelho administrativo estável e a presença na administração de dirigentes e funcionários em geral detentores de um elevado sentido de missão e objetivos do serviço público em todos os domínios. Nestes termos, a conferencia (2005) acima mencionada, destaca três grandes objectivos a se atingir: a) aproximar a administração pública do cidadão, ou seja ter uma administração desburocratizada e eficiente face às demandas dos cidadãos e o acesso universal aos serviços públicos do Estado; b) aumentar a eficiência e a eficácia na prestação dos serviços públicos e de todo o processo de decisão, isto é, proceder a generalização de utilização das novas tecnologias de informação e comunicação; capacitar e motivar os servidores públicos bem como reformular o plano de carreiras dos servidores públicos em todas os níveis hierárquicos; e, c) racionalizar a estrutura organizacional da administração pública através da flexibilização, desconcentração e descentralização; reduzir o peso da máquina administrativa na economia nacional.

Como resultado da Conferencia sobre o estado da Administração Pública Nacional (2005), ainda se verifica que para a materialização dos objetivos anteriormente mencionados, serão necessárias adoção de medidas estratégicas que passam pela implementação das casas do cidadão, divulgação permanente através da mídia, elaboração de programas setoriais de simplificação administrativa, definição de uma politica de informatização da administração pública, utilização das novas tecnologias de informação, através da criação de redes de informação e base de dados, reformulação dos instrumentos de gestão, em particular maior ênfase aos recursos humanos, atualização e modernização do centro de documentação da administração

pública, adoção de instrumentos de politicas para as autarquias, em particular, bem como os planos diretores distritais; e, conceção e até mesmo atribuição de alguns serviços públicos à organizações sociais e ao sector privado.

Corroborando com tal relatório, estes objetivos têm os enfoques no cidadão, nos recursos humanos e no processo decisório. O enfoque no cidadão se explica uma vez que a utilização de novas tecnologias de informação tornará os processos transparentes e mais céleres para a maior e melhor satisfação dos cidadãos. Quanto ao enfoque nos recursos humanos, os objetivos acima mencionados visam ações de formação, treinamento e capacitação para o desenvolvimento de competências, bem como a revisão do plano de cargos, carreira e salário do pessoal. Em relação ao enfoque no processo decisório, pode se justificar que espera-se a criação de uma nova carreira de gestores públicos que integre funcionários cuidadosamente seleccionados, altamente treinados, motivados e destinados a profissionalizar as tarefas de gestão pública, dando assim reforço para a desconcentração e descentralização dos serviços e à reforma da estrutura orgânica dos departamentos governamentais.

5.4 Contextualização sobre o objeto de pesquisa: A Direção do Orçamento do Ministério do