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Contos de Astridy GurgelContos de Astridy Gurgel

No documento Uma Mulher Misteriosa - Astridy Gurgel (páginas 35-74)

Contos de Astridy Gurgel

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- Não tenho nada. Preciso ir – Falou indo até a poltrona pegar a bolsa - Não tenho nada. Preciso ir – Falou indo até a poltrona pegar a bolsa que deixou ali – É tarde não é mesmo?

que deixou ali – É tarde não é mesmo?

Seus olhos buscaram o relógio de parede num impulso. Beijou a mãe Seus olhos buscaram o relógio de parede num impulso. Beijou a mãe saindo correndo para a rua.

saindo correndo para a rua.

Quando entrou em casa caminhou no escuro até chegar à sala de estar. Quando entrou em casa caminhou no escuro até chegar à sala de estar. Até mesmo aquela escuridão já tinha se acostumado. O fato não a incomodava Até mesmo aquela escuridão já tinha se acostumado. O fato não a incomodava mais.

mais.

Na sala iluminada pelas velas estacou vendo Marcela em pé com um Na sala iluminada pelas velas estacou vendo Marcela em pé com um copo na mão. Os olhos dela percorreram seu corpo por um segundo. Virou o copo na mão. Os olhos dela percorreram seu corpo por um segundo. Virou o restante do drinque colocando o copo de lado. Aproximou tocando a saia curta restante do drinque colocando o copo de lado. Aproximou tocando a saia curta lentamente. Seus olhos encontraram-se quando ela sussurrou num tom

lentamente. Seus olhos encontraram-se quando ela sussurrou num tom rouco.rouco. - Não é uma roupa apropriada para uma mulher de negócios.

- Não é uma roupa apropriada para uma mulher de negócios. Carmem ficou imóvel olhando-a hipnotizada.

Carmem ficou imóvel olhando-a hipnotizada.

- O que me diz? – Marcela perguntou enquanto suas mãos erguiam a - O que me diz? – Marcela perguntou enquanto suas mãos erguiam a saia ansiosa.

saia ansiosa.

- Eu... – Carmem tentou falar,

- Eu... – Carmem tentou falar, mas não teve voz.mas não teve voz. - Não precisa me dizer.

- Não precisa me dizer.

Diante de uma Carmem muda, ela abaixou retirando a calçinha dela e Diante de uma Carmem muda, ela abaixou retirando a calçinha dela e afastando suas pernas. A boca chegou ao sexo dela arrancando um gemido afastando suas pernas. A boca chegou ao sexo dela arrancando um gemido rouco dos lábios de Carmem. Inconscientemente entreabriu mais as pernas. rouco dos lábios de Carmem. Inconscientemente entreabriu mais as pernas. Marcela perdeu-se ali se deliciando sem disfarçar seu desejo. A língua vagou Marcela perdeu-se ali se deliciando sem disfarçar seu desejo. A língua vagou pelo sexo por um longo tempo, até Carmem gozar e segurar sua cabeça pelo sexo por um longo tempo, até Carmem gozar e segurar sua cabeça tremula.

tremula.

- Por favor – Carmem pediu baixo. - Por favor – Carmem pediu baixo. Marcela se ergueu

Marcela se ergueu confessando emocionada.confessando emocionada.

- Não posso pensar em outra coisa que não seja estar em você. - Não posso pensar em outra coisa que não seja estar em você.

Carmem suspirou indo até o bar. Serviu uma dose de uísque. Bebeu Carmem suspirou indo até o bar. Serviu uma dose de uísque. Bebeu sem conseguir fita-la novamente.

sem conseguir fita-la novamente.

- Ainda tem vergonha de mim? – Marcela perguntou confusa. - Ainda tem vergonha de mim? – Marcela perguntou confusa. Carmem acendeu um cigarro tragando ansiosa.

Carmem acendeu um cigarro tragando ansiosa. - Me diga o que quero saber!

- Me diga o que quero saber!

- O que quer saber? – Carmem perguntou baixo. - O que quer saber? – Carmem perguntou baixo. - Se gosta quando faço como fiz agora.

- Se gosta quando faço como fiz agora.

- Por favor, de novo? Sabe que não falo destas coisas assim. Nem - Por favor, de novo? Sabe que não falo destas coisas assim. Nem estamos na cama agora. Estamos no meio da sala.

estamos na cama agora. Estamos no meio da sala.

- Ótimo! Estamos no meio da sala e não podemos falar das coisas que - Ótimo! Estamos no meio da sala e não podemos falar das coisas que fazemos. Acha que as paredes vão contar

fazemos. Acha que as paredes vão contar para alguém?para alguém?

- Quer saber? Uma coisa para mim é quando estamos na cama. Aqui, - Quer saber? Uma coisa para mim é quando estamos na cama. Aqui, em pé? Não pode esperar até estarmos na intimidade? Precisa me ter

em pé? Não pode esperar até estarmos na intimidade? Precisa me ter assim sóassim só para me mostrar o poder que tem sobre mim? –

para me mostrar o poder que tem sobre mim? – Carmem explodiu desolada.Carmem explodiu desolada. Marcela foi até ela virando-a para si. Seus olhos caíram-nos dela Marcela foi até ela virando-a para si. Seus olhos caíram-nos dela soltando faíscas de raiva.

soltando faíscas de raiva.

- O que pensa que eu sou? Acha que não tenho sentimentos? Não - O que pensa que eu sou? Acha que não tenho sentimentos? Não posso matar a minha saudade do jeito que eu gosto?

posso matar a minha saudade do jeito que eu gosto?

- Você gosta é assim? Tem que me comer na sala para me lembrar a - Você gosta é assim? Tem que me comer na sala para me lembrar a razão deu estar vivendo aqui?

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Marcela tremeu dos pés a cabeça. Empurrou Carmem para a poltrona Marcela tremeu dos pés a cabeça. Empurrou Carmem para a poltrona desorientada. Numa rapidez incrível livrou-se de suas roupas puxando a desorientada. Numa rapidez incrível livrou-se de suas roupas puxando a cabeça de Carmem na direção do seu sexo. Não precisou de palavras nem cabeça de Carmem na direção do seu sexo. Não precisou de palavras nem teve que força-la. Carmem desceu desvairada com a boca seca até o sexo teve que força-la. Carmem desceu desvairada com a boca seca até o sexo dela. Perdeu-se ali até Marcela gozar intensamente sob sua língua. Ela se dela. Perdeu-se ali até Marcela gozar intensamente sob sua língua. Ela se afastou e Marcela a puxou para cima de seu corpo. Seus olhos se encontraram afastou e Marcela a puxou para cima de seu corpo. Seus olhos se encontraram quando Marcela desceu a mão em busca do sexo dela. Enquanto a quando Marcela desceu a mão em busca do sexo dela. Enquanto a enlouquecia, Carmem rebolava sobre ela. Marcela observou-a até ver o enlouquecia, Carmem rebolava sobre ela. Marcela observou-a até ver o orgasmo invadi-la. Carmem caiu suspirando para o lado. Marcela apoiou-se orgasmo invadi-la. Carmem caiu suspirando para o lado. Marcela apoiou-se sobre os cotovelos olhando-a pensativa.

sobre os cotovelos olhando-a pensativa.

- Você gosta e precisa disto. Tanto quanto eu! - Você gosta e precisa disto. Tanto quanto eu! Carmem virou o rosto para não vê-la.

Carmem virou o rosto para não vê-la.

- Precisa entender que estes assuntos são essenciais numa vida a dois - Precisa entender que estes assuntos são essenciais numa vida a dois  – Marcela comentou enquanto Carme

 – Marcela comentou enquanto Carmem se erguia silenciosa. Viu-a pegando umm se erguia silenciosa. Viu-a pegando um cigarro. Carmem tragou longamente falando com

cigarro. Carmem tragou longamente falando com um suspiro.um suspiro. - Se existe algo que não temos é uma vida a dois! - Se existe algo que não temos é uma vida a dois!

- Pois acho que temos uma deliciosa vida a dois. Você não está - Pois acho que temos uma deliciosa vida a dois. Você não está acorrentada aqui. Ao menos não vejo corrente a sua volta.

acorrentada aqui. Ao menos não vejo corrente a sua volta.

- Existem correntes sim! Você sabe bem quais são. Um dia pagarei tudo - Existem correntes sim! Você sabe bem quais são. Um dia pagarei tudo que te devo e nunca mais terei que fazer nada disto.

que te devo e nunca mais terei que fazer nada disto. - Será? – Marcela riu sem acreditar nela. - Será? – Marcela riu sem acreditar nela. - Você duvida? Acha que quando te

- Você duvida? Acha que quando te pagar vou voltar nesta casa?pagar vou voltar nesta casa?

- Não posso afirmar nada sobre o futuro. Não faço ideia do que irá - Não posso afirmar nada sobre o futuro. Não faço ideia do que irá acontecer.

acontecer.

- No dia que eu te pagar não me

- No dia que eu te pagar não me verá mais!verá mais! - Se for assim terei muito

- Se for assim terei muito para lamentar – Confessou emocionada.para lamentar – Confessou emocionada.

Carmem pensou no pai que continuava no hospital. E na mãe que a Carmem pensou no pai que continuava no hospital. E na mãe que a rondava sempre curiosa sobre sua vida intima com

rondava sempre curiosa sobre sua vida intima com Marcela. A mãe achava queMarcela. A mãe achava que Marcela batia nela. Imagine! As mãos de Marcela só tocavam seu corpo para Marcela batia nela. Imagine! As mãos de Marcela só tocavam seu corpo para fazê-la arder de prazer. Não era uma mulher violenta. Era uma mulher fazê-la arder de prazer. Não era uma mulher violenta. Era uma mulher desconcertante que a fazia perder o

desconcertante que a fazia perder o controle com um único toque.controle com um único toque.

Tragou novamente pensando na situação de sua empresa. Tinha sido Tragou novamente pensando na situação de sua empresa. Tinha sido um sucesso as alterações na área de produção. Nunca pensou que ganharia um sucesso as alterações na área de produção. Nunca pensou que ganharia tanto dinheiro em sua vida. Seus olhos brilharam ao pensar em Maria Dantas. tanto dinheiro em sua vida. Seus olhos brilharam ao pensar em Maria Dantas. Se não fosse por ela ainda estaria lutando para reerguer os negócios.

Se não fosse por ela ainda estaria lutando para reerguer os negócios. Seus olhos caíram em Marcela e falou para irritá-la.

Seus olhos caíram em Marcela e falou para irritá-la. - Mais um ano e saldo minha divida com você!

- Mais um ano e saldo minha divida com você! Marcela cruzou as pernas olhando-a sem sorrir. Marcela cruzou as pernas olhando-a sem sorrir. - Você realmente me

- Você realmente me surpreendeu!surpreendeu!

- É só o que tem a dizer? Seus espiões esqueceram de contar do meu - É só o que tem a dizer? Seus espiões esqueceram de contar do meu sucesso como empresaria? – Carmem perguntou orgulhosa.

sucesso como empresaria? – Carmem perguntou orgulhosa.

- Eu me perguntei se você seria capaz de salvar sua empresa do - Eu me perguntei se você seria capaz de salvar sua empresa do desastre total. Decidi pagar para ver quando te dei o dinheiro que abriu todas desastre total. Decidi pagar para ver quando te dei o dinheiro que abriu todas as portas. Não fui tão insensível assim!

as portas. Não fui tão insensível assim!

- Acontece que o preço da sua ajuda é muito alto para o meu gosto! Eu - Acontece que o preço da sua ajuda é muito alto para o meu gosto! Eu provei a você que sou capaz. Provei com o meu trabalho!

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- Não seja tola Carmem! Pensa que o trabalho dá tanto prazer assim? O - Não seja tola Carmem! Pensa que o trabalho dá tanto prazer assim? O tempo que perdemos atrás de uma mesa cavando riquezas são minutos tempo que perdemos atrás de uma mesa cavando riquezas são minutos preciosos em que deixamos de viver.

preciosos em que deixamos de viver. - Para você que

- Para você que só pensa em sexo este pensamento é bem só pensa em sexo este pensamento é bem peculiar!peculiar! - O prazer é só o que

- O prazer é só o que importa nesta vida!importa nesta vida! - Não penso assim –

- Não penso assim – Carmem rebateu seca.Carmem rebateu seca.

- Pois te digo uma coisa. Nem se eu vivesse até os duzentos anos - Pois te digo uma coisa. Nem se eu vivesse até os duzentos anos conseguiria gastar metade do dinheiro que eu tenho. A vida não é uma ironia? conseguiria gastar metade do dinheiro que eu tenho. A vida não é uma ironia?

- Está tentando me dizer algo? - Está tentando me dizer algo?

- Estou! Acabei de dizer – Marcela riu surpresa – O

- Estou! Acabei de dizer – Marcela riu surpresa – O prazer é tudo!prazer é tudo!

Carmem pensou que se ela tivesse dito que o amor era tudo, acharia Carmem pensou que se ela tivesse dito que o amor era tudo, acharia lindo. Mas para ela prazer era a única coisa que contava. Tanto que estava lindo. Mas para ela prazer era a única coisa que contava. Tanto que estava vivendo ali exclusivamente para dar prazer a

vivendo ali exclusivamente para dar prazer a ela. Suspirou olhando em volta.ela. Suspirou olhando em volta. - Acho melhor jantarmos agora. Estou cansada, louca para dormir. - Acho melhor jantarmos agora. Estou cansada, louca para dormir. - Como quiser –

- Como quiser – Marcela concordou chamando a criada.Marcela concordou chamando a criada.

O fato de ter dito que estava cansada não evitou que Marcela a O fato de ter dito que estava cansada não evitou que Marcela a procurasse na cama quando se deitaram. Carmem viu-se entregando os procurasse na cama quando se deitaram. Carmem viu-se entregando os pontos como aconteciam todas as noites. Mergulhou no sexo de Marcela só pontos como aconteciam todas as noites. Mergulhou no sexo de Marcela só conseguindo pensar no quando adorava fazer aquilo. A verdade é que não se conseguindo pensar no quando adorava fazer aquilo. A verdade é que não se entendiam quase nunca, mas quando se tocavam nada mais importava. Daria entendiam quase nunca, mas quando se tocavam nada mais importava. Daria tudo para não ter se envolvido daquele jeito com ela.

tudo para não ter se envolvido daquele jeito com ela.

Carmem ficou surpresa quando a mãe apareceu na sua sala, na Carmem ficou surpresa quando a mãe apareceu na sua sala, na empresa, na manha seguinte. Não eram nem nove horas da manhã. Ergueu-se empresa, na manha seguinte. Não eram nem nove horas da manhã. Ergueu-se a beijando preocupada.

a beijando preocupada.

- Mamãe? Aconteceu alguma coisa? Papai ou... - Mamãe? Aconteceu alguma coisa? Papai ou... - Não aconteceu nada –

- Não aconteceu nada – Falou sentando diante dela.Falou sentando diante dela. - Então? O que faz aqui?

- Então? O que faz aqui?

- Faz seis meses que está vivendo com aquela mulher – Começou - Faz seis meses que está vivendo com aquela mulher – Começou retirando a cigarreira da bolsa lentamente – Já faz muito tempo. Você mudou retirando a cigarreira da bolsa lentamente – Já faz muito tempo. Você mudou muito desde então!

muito desde então!

- Está enganada. Eu... - Está enganada. Eu...

- Você vive calada pelos cantos ou em outro mundo. Nunca mais - Você vive calada pelos cantos ou em outro mundo. Nunca mais consegui ter uma conversa como tínhamos antes. Continua indo lá em casa, consegui ter uma conversa como tínhamos antes. Continua indo lá em casa, mas quando está lá, não está de corpo e alma.

mas quando está lá, não está de corpo e alma.

- Que ideia! Está vendo coisas mãe. Eu ainda sou a mesma. - Que ideia! Está vendo coisas mãe. Eu ainda sou a mesma. - Não é não! Sinto muito que não veja o

- Não é não! Sinto muito que não veja o que está mulher está te fazendo!que está mulher está te fazendo! - Não tive escolha. A senhora sabe bem.

- Não tive escolha. A senhora sabe bem.

- Não estou falando disto! – Cortou acendendo o cigarro – Você foge de - Não estou falando disto! – Cortou acendendo o cigarro – Você foge de mim.

mim.

- Mãe... - Mãe...

- Se envolveu demais com ela e não quer admitir! - Se envolveu demais com ela e não quer admitir! - Não é verdade...

- Não é verdade... - É verdade sim! - É verdade sim!

- Quando tudo isto começou eu tentei te explicar, não lembra? - Quando tudo isto começou eu tentei te explicar, não lembra?

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- Sobre suas necessidades e anseios de mulher? Lembro sim! Naquela época deve ter sido isto mesmo. Agora tudo mudou. Você se apaixonou.

Carmem afastou a cadeira se erguendo. Foi até sua bolsa e pegou um cigarro.

- Por quê? Por que deixou isto acontecer? – Alice perguntou desesperada.

- Não acredito que esteja apaixonada – Carmem comentou sem olhar para ela.

- Sei.

- Sinto coisas que não entendo, mas não acho que seja paixão.

- Talvez seja pior – Riu amarga – Talvez seja amor. Se for vai ficar para sempre se deixando usar por aquela louca.

Voltou a sentar abrindo sua agenda. Não conseguia olhar para a mãe. Um turbilhão de emoções lutava em seu intimo.

- Olhe para mim – Alice exigiu enérgica.

Carmem ergueu os olhos fitando-a sem poder fugir.

- Sei que teve casos passageiros no passado. Deve ter pensado que seria a mesma coisa. Teria só que transar e nada mais. Mas perdeu o controle das suas emoções. Caiu de amores por ela e se perdeu!

- Veio aqui jogar isto na minha cara? Acha que tenho culpa do que estou sentindo?

- Só não quero que tenha sentimentos nobres por ela! Não vê que só está te usando para obter prazeres sexuais de graça?

- De graça? Ora...

- Por acaso ela te paga? – Alice perguntou ansiosa.

- Não é isto mãe – Riu agitada – Ela nos emprestou o dinheiro. Vou pagar qualquer dia. Ou já se esqueceu disto?

- É claro que não esqueci! Você deve dinheiro e vai pagar com juros. Portanto ela está te usando como se fosse uma prostituta!

- Mãe!

- Ser homossexual é uma coisa! Prostituta é outra bem diferente! - Mas por que...

- Esqueceu como foi parar na cama dela? Não escolheu nem desejou isto. Ela te obrigou, lembra?

- Mas é claro que lembro! Mas que droga mãe! Por que está me crucificando assim? Não percebe o quanto é difícil para mim?

- Tão difícil quanto da primeira vez?

Os olhos de Carmem cintilaram antes de fugir dos da mãe. Abriu uma gaveta procurando pelo isqueiro que não encontrou na bolsa. Achou acendendo o cigarro. Ao acendê-lo percebeu como suas mãos tremiam sem controle. Abaixou-as rápido para que a mãe não visse. Percebeu que não podia enganá-la quando a ouviu dizer com ironia.

- Só de falamos sobre ela já se descontrolou toda. É assim que fica quando estão juntas?

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- Precisa se mostrar tão vulnerável? Não é de estranhar que tenha deixado você completamente louca de amor!

- Não estou louca de amor. Também não quero mais falar sobre este assunto. Não quero brigar com a senhora. Tenho milhões de coisas para fazer. Passarei em casa mais tarde. Por favor! – Pediu indo até a porta.

Alice caminhou de cabeça erguida até a porta. Ali parou fitando-a profundamente.

- Antes de ficar triste comigo, pense que só desejo o seu bem. Até a noite!

Carmem fechou a porta voltando para sua cadeira. Não tinha como negar que sentia coisas estranhas por Marcela. O desejo que sentia agora era intenso demais. Nem sabia mais se conseguiria pagar aquela divida e sumir da vida dela. Talvez pudesse sumir da casa dela, mas da cama, achava impossível! Pensava nela o tempo todo. Isto a irritava profundamente. Ansiava por voltar no fim de cada dia. Sabia que ela a esperava. Bastava olhar para ela para sentir as coxas úmidas. Nenhuma outra mulher causava aquele efeito devastador sobre ela. Passou a mão na testa de onde começava a brotar gotas de suor. Aquilo não era amor! Ou seria?

Ouviu uma batida leve na porta. Girou a cadeira voltando-se e deu com Maria entrando com sua costumeira expressão séria.

- Bom dia – Maria falou sentando diante dela. - Bom dia.

- Vim saber se leu o relatório e o que achou do crescimento das vendas? - Eu li sim Maria – Abriu a gaveta pegando a pasta com um sorriso –

No documento Uma Mulher Misteriosa - Astridy Gurgel (páginas 35-74)

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