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6. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

6.2 Contribuição

O ambiente das redes heterogêneas necessita de mecanismos eficientes e eficazes de handover vertical para propiciar a continuidade da qualidade de serviços. Neste sentido, esta tese contribui para com o mercado dos serviços de telecomunicações nos seguintes aspectos:

• O modelo proposto é focado no usuário final, e não nos serviços de telecomunicações, privilegiando a percepção de QoS do usuário, e não aquela das empresas prestadoras dos serviços, embora não a desconsidere;

• Propõe um modelo para a continuidade da qualidade de serviços, através de handover vertical. Este modelo independe da heterogeneidade das plataformas tecnológicas das redes através das quais as conexões ocorrem, e prevê que o handover possa ocorrer em qualquer trecho das conexões envolvidas no provimento dos serviços, e não somente no trecho da última milha;

• O modelo não exige que as empresas de telecomunicações instalem recursos adicionais de hardware e de software para sua aplicação, por ser compatível com as tecnologias atualmente disponíveis;

• Propõe a inclusão, no modelo de negócio, do SPHDA, o que aumenta a possibilidade de que um processo de handover possa ser disparado para manter a continuidade da QoS para determinado usuário mesmo que este se relacione comercialmente, e simultaneamente, com mais de um Provedor de Serviço (através dos USLAs) para a obtenção de um mesmo serviço.

São muitas as aplicações beneficiadas pelo modelo proposto, todas elas dependentes da continuidade da qualidade de serviço para o atingimento efetivo de seus objetivos. Alguns exemplos são:

• Smart Grids

É tema de pesquisas face à necessidade global da atualização das redes elétricas para aumentar a eficiência geral do sistema e sua confiabilidade. Esta necessidade passa por todos os elos da cadeia energética: geração, transmissão, distribuição e consumo, e depende de sistemas de inteligência distribuída e de comunicação em banda larga.

O projeto de uma rede de comunicação associada a uma smart grid requer, dentre outros requisitos, um sistema de gerenciamento de comunicação através de meios cabeados (PLC – Power Line Communication e fibra

óptica) e redes sem fio em ambientes heterogêneos. A rede de sensores, por exemplo, parte dos equipamentos que compõem uma smart grid, deve se comunicar tanto através de meios guiados (cabeados) como através de meios não guiados (sem fio), com alta disponibilidade e baixa latência. (ZABALLOS; VALLEJO; SELGA, 2011) (WANG; YI, 2011). A comunicação disponível e com baixa latência depende da continuidade da qualidade de serviço.

• Smart cities

O conceito de smart city é direcionado para a utilização dos recursos disponíveis numa cidade de forma que estes tragam melhores condições de vida aos seus habitantes e, simultaneamente, proporcionem economia de recursos financeiros e ambientais. Em outras palavras, o desafio de tornar uma cidade smart é combinar o desenvolvimento da competitividade e da sustentabilidade urbana simultaneamente, para minimizar os problemas causados pelo crescimento da população urbana e da rápida urbanização.

A cidade smart é um sistema composto de vários outros subsistemas (públicos e privados) interdependentes, tais como: transporte, serviços governamentais, energia, água, saúde, educação e segurança pública . O objetivo é que esta integração torne o sistema maior (a cidade smart) mais eficiente no atendimento aos interesses dos seus habitantes e de seus negócios (NAPHADE et al, 2011).

As TICs têm um papel fundamental para tornar possível a integração dos subsistemas. A troca de informações entre os diversos subsistemas, e entre estes e o sistema central, depende da continuidade da qualidade dos serviços.

• E-Healthcare

Além dos dois exemplos apresentados nos tópicos 5.1 e 5.2 relativos à área da saúde, outros exemplos de aplicação do modelo proposto podem ser apontados. Um deles refere-se aos sistemas de monitoramento de pacientes em tempo real.

Os sistemas de e-Healthcare, desenvolvidos para operar sob redes heterogêneas sem fio, incluem redes de sensores corpóreos e redes locais pessoais (ambas também sem fio). O objetivo é proporcionar ao paciente que necessita de monitoramento um atendimento médico mais eficiente e uma resposta mais ágil no tratamento. Os sensores coletam continuamente informações sobre o estado momentâneo de saúde do paciente e os transmitem a um centro médico de monitoramento onde profissionais da área da saúde adotam os procedimentos necessários (SHEN; KATO; LIN, 2010). Nesta situação a continuidade da qualidade de serviço é fundamental para que o monitoramento do paciente não seja interrompido, mesmo quando ele estiver em deslocamento.

• Interação Social

Do ponto de vista social, a Internet vem sendo cada vez mais utilizada pelas pessoas como meio de interação social, trocando informações e organizando comunidades e atividades. Esta tendência resulta num alto volume de informações trafegando pelas redes e, frequentemente, informações de cunho pessoal (BOURLARD et al, 2012).

O modelo proposto propicia melhores condições para a interação entre os usuários mas, sob este cenário, passam a emergir questões a serem resolvidas relacionadas à segurança e à privacidade dos usuários, considerando que o tráfego das informações circula através de ambientes tecnológicos diversos nos quais são mantidas políticas de segurança e privacidade que podem ser distintas em cada um deles.

O ineditismo desta tese constitui-se na apresentação de um modelo destinado a assegurar a continuidade da qualidade de serviço, através do mecanismo de handover vertical, o qual traz melhoria na prestação de serviços de telecomunicações, contribuindo para a viabilização de aplicações/serviços mais efetivos em benefício da sociedade.

Além desse aspecto, a continuidade da qualidade de serviços é uma característica que contribui para a expansão do mercado dos serviços de telecomunicações no tocante à proposta de implantação do conceito de Internet do Futuro, contribuindo com o processo evolutivo das condições técnicas para a sua implantação.

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