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Contribuição para o „Modelo Integrativo‟

2. O PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO ESTRATÉGICA EM EMPRESAS

2.3. Contribuição para o „Modelo Integrativo‟

Para Choo (2006, p.220), “o valor do modelo processual é definir as fases e

atividades que conferem estrutura ao aparente caos que caracteriza os processos decisórios estratégicos”. Com isso, é possível às organizações administrarem o fluxo das atividades decisórias, antecipando e tirando vantagem das interrupções, bloqueios e novas opções inerentes a qualquer decisão do tipo estratégica.

Conforme destacado também por Harrison (1993, p.32-33), o modelo processual é muito útil para os momentos em que a inovação e a mudança

organizacional se mostram necessárias, como no caso de tomadas de decisões estratégicas, sendo o mais recomendado na maioria dos processos de tomada de decisão deste tipo, com conseqüências de longo prazo para a empresa. Apesar de basear-se no julgamento e na experiência de quem toma as decisões, este modelo não deixa de lado a tecnologia informática e os compromissos e barganhas que podem ser necessários em determinadas decisões.

O modelo processual é focado em resultados de longo prazo; é estratégico em sua orientação; visa promover mudanças e inovar. O modelo processual é eclético e aproveita características de outros modelos. Essas qualidades fazem dele o resumo de como deve ocorrer a interdisciplinaridade na tomada de decisão. (HARRISON, 1993, p.32-33).

Em trabalho realizado por Mafra Pereira e Barbosa (2008a) numa escola de atendimento especializado de pequeno porte, verificou-se que o modelo processual foi o que mais se encaixou e se aproximou do processo de tomada de decisão estratégica adotado pela empresa. Aspectos relacionados aos modelos político e anárquico também foram percebidos no modelo de tomada de decisão da escola pesquisada, mas o modelo processual se destacou como o mais adequado para o estudo do processo decisório em questão. Apesar de ter sido um estudo de caso particular, suas conclusões serviram de referência para esta tese, como forma de identificar similaridades e/ou diferenças entre este e os processos de tomada de

decisão utilizados pelas empresas selecionadas para teste do „Modelo Integrativo‟,

estas também de pequeno porte.

Dessa forma, este capítulo termina com a primeira contribuição ao „Modelo

Integrativo‟ da tese: o „Modelo Geral de Tomada de Decisão Estratégica em

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FIGURA 6 – Modelo Geral de Tomada de Decisão Estratégica em empresas de pequeno porte. Fonte: Desenvolvido pelo autor.

Este modelo é formado por três principais momentos referentes ao processo de tomada de decisão: a „pré-decisão‟, a „decisão em si‟ e o momento de „pós- decisão‟. O momento „pré-decisão‟ é composto por quatro passos. O 1º passo busca identificar o real motivo que despertou a necessidade de tomada de decisão, sendo esse representado pelo tipo de informação que influenciou (“disparou”) tal processo. Neste passo também se busca identificar „quem‟ foi o responsável por levantar a necessidade de informação e de decisão, que pode ou não ser o decisor final.

O 2º passo busca levantar as informações necessárias para a tomada de decisão, podendo-se chegar a uma tipologia de informações para o negócio pesquisado.

O 3º passo busca identificar „onde‟ o usuário buscou as informações necessárias para a tomada de decisão. Ou seja, são levantadas as fontes de informação utilizadas e as razões para tal escolha, bem como os meios de comunicação e o formato das fontes. É utilizado um critério de classificação de fontes de informação, bem como uma tipologia de fontes para negócios, através dos quais o entrevistado aponta em quais fontes buscou as informações necessárias, os meios de comunicação utilizados e as formas de apresentação das informações coletadas. Este assunto será objeto do capítulo 4 desta tese.

Para se conseguir identificar as razões de escolha das fontes mencionadas, são utilizadas oito categorias de uso da informação propostas por Taylor (1991), as quais serão explicadas em detalhes na seção 3.6 desta tese.

O 4º passo (ainda no momento de „pré-decisão‟) apresenta o conteúdo informacional obtido pelo processo anterior, ou seja, o resultado final do processo de busca informacional.

O segundo momento presente no „Modelo Geral de Tomada de Decisão

Estratégica em empresas de pequeno porte‟ refere-se à „decisão em si‟ (5º passo), e

nele busca-se identificar, dentre as fontes e informações obtidas para a tomada de decisão, aquelas que mais a influenciaram. Além disso, busca-se também identificar outros fatores que possam ter influenciado na decisão, tais como a experiência do decisor, o tempo disponível para decidir, a intuição, etc. Ou seja, mais importante do que avaliar se a decisão tomada foi adequada ou não (sob o ponto de vista da gestão empresarial), é levantar os aspectos informacionais e comportamentais que mais influenciaram na decisão tomada.

O terceiro momento do modelo – „pós-decisão‟ - busca levantar informações

sobre a implementação da decisão escolhida (6º passo), a avaliação dos resultados obtidos (7º passo) e o seu registro (documentação) na forma de princípios e/ou procedimentos a serem adotados em futuras decisões similares (8º passo).

Sob o ponto de vista do comportamento informacional do decisor, tais informações servem para identificar se, em decisões futuras, o mesmo faz uso de algum tipo de „resgate‟ às decisões anteriores, ao conhecimento explícito organizacional, ou à experiência tácita vivida por ele quando da tomada de decisões anteriores.

No próximo capítulo, serão abordados os processos de identificação das necessidades, busca e uso da informação em ambientes empresariais, baseados na abordagem perceptiva (ou tradicional) para estudos de usuários, e discutidas, em detalhes, as dimensões cognitivas, emocionais e situacionais presentes e influentes no contexto da busca e uso da informação, com suas respectivas abordagens. Ao

final, será apresentada a segunda contribuição metodológica ao „Modelo Integrativo‟