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Contribuições do setor político-administrativo no custeio da

4.1 ADAPTAÇÕES CURRICULARES EM ÂMBITO ESCOLAR E

4.1.3 Contribuições do setor político-administrativo no custeio da

Quanto a esse aspecto a professora Margarida, que atua na SRM, diz que a escola busca parceria com a prefeitura, afirmando que recebe a visita do pessoal da secretaria municipal de educação, sempre que essa visita é solicitada pela gestão da escola. Salienta, ainda, que os profissionais competentes acatam suas reivindicações ao tomar conhecimento da necessidade de recursos e serviços, que se configuram como muito importantes para o desenvolvimento das atividades diárias e afirma, também, que a falta desses elementos provoca grandes empecilhos na prática docente da instituição.

Contudo, ela revelou, em outro momento da entrevista, seu descontentamento em relação ao custeio fornecido pela administração pública quando afirma:

Então, o que for da escola eu acho que tá bom. Agora quando é uma coisa que precise mais de uma porta adaptada, do conserto de um ar, de uma janela é que a gente tá vendo a dificuldade, né? A prefeitura não tem condições para oferecer o recurso pra nossas escolas (MARGARIDA, 2019, Não paginado).

No relato do professor Lisianto percebe-se um conhecimento mais amplo em ralação ao da colega Margarida, quando ele demonstra uma visão geral nos déficits de recursos e materiais que a escola dispõe:

Olha, infelizmente, essa é uma triste realidade. Não apenas a nível local, mas ao que se sabe, até em nível de Brasil, os recursos são muito limitados e quando depende da área de busca de informação e de melhorias para a educação como um todo [...] os profissionais não tem condições de buscar uma formação individual e nem a Secretaria de Educação oferece essa formação (LISIANTO, 2019, Não paginado).

A docente Hortência, que atua nessa mesma escola, respondeu não ter conhecimento desse custeio, o que sabe é que este é repassado para a SRM. Nesse mesmo quesito, a professora Dália falou, vagamente, de cursos de formação proporcionado pela gestão, todavia, não especificou se era a gestão escolar ou a secretaria de educação que promovia esses cursos.

Da escola Menino Jesus, os relatos das professoras Orquídia e Tulipa foram condizentes com o anterior quando ambas afirmam respectivamente:

Assim, eu acho que, primeiramente, o básico seria a capacitação como eu havia falado. No inicio do ano é tido um período, na escola, de matricula para alunos com deficiência. Então, a prefeitura já sabe o aluno que vai receber. Então, preparasse aquele professor antes de iniciar as aulas com cursos, minicursos alguma coisa pro seu conhecimento antes de começar as aulas, e não de qualquer jeito (ORQUÍDIA, 2019, Não paginado).

Assim também discorre Tulipa:

Quanto ao suporte de cursos de formação pra educação especial, não temos aqui. Apenas participamos de alguns projetos e minicursos, quando, as universidades públicas nos oferecem (TULIPA, 2019, Não paginado). Na Cora Coralina, obtivemos resultados negativos para essa questão, quando a docente ressalta que:

No âmbito politico–administrativo a gente observa que em relação ao órgão superior poucas possibilidades nos são oferecidas... Há poucos cursos de formação, há pouco material que vem pra escola, e quanto ao investimento na estrutura física da escola também é negligenciado (JASMIM, 2019, Não paginado).

Contudo, observa-se que o setor administrativo pouco ou nada contribui para um desenvolvimento eficaz da dinâmica pedagógica dos estabelecimentos de ensino pesquisados. Tendo em vista esse aspecto, percebemos que os relatos de todos os docentes entrevistados condizem com uma realidade bastante desfavorável no sentido de qualificar a oferta da educação especial.

4.2 OFERTA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA ALUNOS COM TEA NA ESCOLA REGULAR

É notório o avanço que tivemos, nas últimas décadas, em relação ao apoio que as escolas receberam em virtude de ter em seu corpo discente crianças com TEA. Esse feito vem se ampliando em virtude das possibilidades diagnósticas acontecerem com mais rapidez do que ocorria há poucos anos. A influência das demandas sociais atuais que exigem mais praticidade e comodidade no seu dia a dia também impulsionaram a busca de informações e posteriormente a procura de atendimento para as crianças com os transtornos acima mencionadas.

promovida por meio da SRM e dos profissionais que nela atuam.

4.2.1 Sala de Recursos Multifuncionais – SRM

Nas três escolas pesquisadas constatamos a presença da sala de recursos multifuncionais – SRM, onde se oferta o atendimento educacional especializado – AEE. Todavia, só entrevistamos as docentes que atuam na SRM das escolas Cantinho do Aprender e Menino Jesus, por motivos de falta de tempo para que essa terceira entrevista fosse realizada com a docente da Cora Coralina. Contudo, informamos que tivemos a oportunidade de participar da dinâmica desenvolvida pela professora da sala de aula regular e que, posteriormente a entrevistamos. Quando questionamos sobre esse atendimento ela fez as seguintes considerações:

Quanto ao atendimento da AEE, a escola é muito rica, a sala de recursos promove um autodesenvolvimento dessas crianças. Há todo material que é trabalhado lá, há todo planejamento, há todo acompanhamento com essas crianças (JASMIM, 2019, Não paginado).

A respeito desse atendimento, o professor Lisianto também expressa sua percepção sobre o trabalho realizado na escola, conforme pontuamos a seguir:

Olha, a experiência que tivemos aqui com essa criança [...] temos o suporte das professoras Margarida e Rosa. Elas trabalham na sala de AEE, né? Uma sala que tem os recursos pedagógicos necessários para que essa criança possa ser atendida e desenvolver suas habilidades (LISIANTO, 2019, Não paginado).

Pontuamos a seguir as considerações feitas pela professora Dália quando a mesma comenta sobre sua interação com a professora da SRM:

[...] existe uma interação minha e da professora do AEE para a gente saber o que ele [o aluno] precisa melhorar ou no que avançou e qual a forma melhor já que ela é mais preparada muitas vezes ela me indica quais conteúdos eu tenho que trabalhar mais com ele, além de passar material para facilitar a avaliação (DÁLIA, 2019, Não paginado).

Diante disso, foi possível observar discrepâncias nos relatos apresentados, quando comparados com a realidade observada, e distanciamento do que a legislação vigente estabelece como modelo para oferta da educação especial. Constatamos que nas SRM não há, exatamente, um enriquecimento curricular como

proposto pela PNEE, tendo em vista que os recursos pedagógicos são precários e insuficientes para assistir todas as necessidades educacionais especiais, como também se observou a inexistência das tecnologias assistivas, cuja funcionalidade promove a democratização da comunicação e, consequentemente, garante autonomia e acessibilidade a estas crianças.

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