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Contributo dos subsectores para a criação de riqueza e emprego no SCC

As “Indústrias Culturais” constituem o principal domínio de actividades, representando quatro quintos (78,8%) do VAB do SCC português (Quadro 4). As “Actividades Criativas” (13,7%) e as “Actividades Culturais Nucleares” (7,5%) assumem uma posição secundária. Os

VAB (milhões de euros) % Emprego (milhares) % Actividades Imobiliárias 10083,1 7,6 % 19,0 0,4 % Educação 9375,9 7,1 % 305,2 6,2 % Construção 8789,1 6,7% 518,5 10,6 % Hotelaria e Restauração 5958,9 4,5 % 302,8 6,2 % Sector Automóvel 5098,6 3,9 % 159,2 3,2 %

Sector Cultural e Criativo 3690,7 2,8 % 127,1 2,6 % Indústrias Alimentação e Bebidas 2928,4 2,2 % 116,6 2,4 % Indústrias Têxteis e Vestuário 2561,7 1,9 % 211,0 4,3 %

principais segmentos das Indústrias Culturais – os subsectores da edição e da rádio e televisão – são responsáveis por praticamente metade (47,4%) da riqueza produzida em todo o Sector, o que reforça a imagem de uma certa polarização e desequilíbrio no peso relativo dos diferentes segmentos que o integram e estruturam. As Actividades Culturais Nucleares apresentam uma dimensão demasiado estreita, alcançando, em 2006, uma criação de valor acrescentado bruto de apenas 277 milhões de euros, isto é, cerca de 0,2% do total nacional.

As “Indústrias Culturais” concentravam, em 2006, quatro quintos dos postos de trabalho (79,2%) no Sector, enquanto os domínios das “Actividades Culturais Nucleares” e das “Actividades Criativas” representavam, respectivamente, 10,5% e 10,2%. O subsector da Edição era o maior empregador, sendo responsável por quase um terço (31,3%) do emprego em todo o Sector. Seguiam-se as actividades relacionadas com os Bens de Equipamento (15,8%) e com a Distribuição e Comércio (13,2%). O número de trabalhadores a desempenhar profissões culturais e criativas em actividades não incluídas no SCC ascendia a 9.482, correspondendo a 7,5% do emprego total no Sector.

Quadro 4 - Contributo dos subsectores para a criação de riqueza (VAB) e emprego no SCC, em 2006.

Subsector VAB Emprego

Milhões € % Trabalhadores %

Artes Performativas 144 3,9 6.002 4,7

Artes Visuais e Criação Literária 101 2,7 6.160 4,8

Património Cultural 32 0,9 1.227 1,0 Actividades Nucleares (Total) 277 7,5 13.389 10,5 Cinema e Vídeo 165 4,5 6.020 4,7 Edição 1.264 34,2 39.793 31,3 Música 7 0,2 219 0,2 Rádio e Televisão 488 13,2 9.914 7,8 Bens de Equipamento 376 10,2 20.071 15,8 Distribuição / Comércio 388 10,5 16.717 13,2 Turismo Cultural 221 6,0 7.934 6,2 Indústrias Culturais (Total) 2.908 78,8 100.667 79,2 Arquitectura 25 0,7 742 0,6 Design 7 0,2 242 0,2 Publicidade 18 0,5 387 0,3 Serviços de Software 25 0,7 2.169 1,7 Componentes Criativas em outras Actividades 429 11,6 9.482 7,5 Indústrias Criativas (Total) 505 13,7 13.023 10,2 Total SCC 3.691 100 127.079 100

O dinamismo de criação de riqueza (VAB) do SCC acompanhou, no período de 2000 a 2006, o dinamismo de criação de riqueza da economia nacional, com um crescimento cumulativo de 18,6%, isto é, uma taxa média de crescimento anual de 2,9% (Quadro 5).

Quadro 5 - Dinâmicas de crescimento no Sector Cultural e Criativo, no período 2000-2006. Subsector

Taxa Média de Crescimento Anual (2000/2006)

Peso Relativo VAB (%) Emprego (%) Emprego (%)

Artes Performativas 13,0 7,7 4,7

Artes Visuais e Criação Literária 9,1 6,6 4,8

Património Cultural 8,6 3,6 1,0 Actividades Nucleares 10,9 6,8 10,5 Cinema e Vídeo 6,3 1,0 4,7 Edição 1,8 - 1,3 31,3 Música - 2,0 - 3,7 0,2 Rádio e Televisão 0,9 - 0,2 7,8 Bens de Equipamento 2,9 1,5 15,8 Distribuição / Comércio 2,9 0,7 13,2 Turismo Cultural 4,1 2,5 6,2 Indústrias Culturais 2,3 0,1 79,2 Arquitectura 10,1 5,4 0,6 Design 7,6 6,4 0,2 Publicidade 4,3 2,7 0,3 Serviços de Software 4,3 1,5 1,7 Componentes Criativas em outras Actividades 2,4 0,4 7,5 Indústrias Criativas 2,9 1,0 10,2 Total SCC 2,9 % 0,7 % 100 %

O carácter desigual das dinâmicas de crescimento dentro do SCC, no período de 2000 a 2006 (Gráfico 4), reflecte processos complexos, uns mais universais e globais, outros mais específicos e nacionais, que importa valorar adequadamente, nomeadamente no quadro da formulação das políticas públicas. O desempenho dinâmico das artes, da arquitectura e do design, bem como, do património histórico e cultural e do turismo cultural, destaca-se pelo lado positivo, enquanto o desempenho recessivo da edição musical convencional e dos mídia se destaca pelo lado negativo. Deste modo, os subsectores com maior peso relativo (Edição, Rádio e Televisão e Componentes Criativas nas restantes indústrias) registaram ritmos de crescimento relativamente fracos, em contraste com os ritmos de crescimento relativamente elevados em subsectores de menor peso relativo (Artes, Património, Arquitectura e Design).

Gráfico 4 - As dinâmicas desiguais de crescimento no SCC, no período 2000-2006. Nota: As "bolhas" representam o peso relativo no Sector Cultural e Criativo em termos de Emprego.

A análise da evolução dos subsectores nesse período, recorrendo à taxa média de crescimento anual (quadro 5), realça o crescimento das “Actividades Culturais Nucleares”, de 10,9% ao ano, que se fica a dever, sobretudo, ao crescimento particularmente forte das Artes Performativas (13%), o mais elevado entre todos os subsectores, mas, também, ao crescimento muito significativo das Artes Visuais e Criação Literária (9,1%) e do Património Cultural (8,6%). O ritmo de crescimento destas actividades, muito acima da taxa de média de crescimento do conjunto do sector (2,9%) resultou num aumento muito significativo do seu peso relativo no valor acrescentado pelo Sector Cultural e Criativo, que passou de 4,8%, em 2000, para 7,5%, em 2006. As “Indústrias Culturais” registaram no seu conjunto, entre 2000 e 2006, uma taxa média de crescimento anual de 2,3%. Possui realidades muito díspares entre os seus diferentes subsectores. De facto, destacam-se os subsectores do Cinema e Vídeo (6,3%) e do Turismo Cultural (4,1%) que tiveram evoluções mais positivas, enquanto, com desempenhos menos positivos destacam-se os subsectores da Música (-2,0%), seguida da Rádio e Televisão (0,9%) e a Edição (1,8%). As “Actividades Criativas” registaram no seu conjunto, uma taxa média de crescimento anual de 2,9%. Apresentam igualmente desigualdade de ritmos de crescimento nos diferentes subsectores, traduzida num desempenho mais dinâmico de subsectores como a Arquitectura (10,1%) e o Design (7,6%), contrabalançado pelo desempenho menos dinâmico das componentes criativas nas restantes actividades económicas (2,4%).

O período 2000-2006, evidencia um crescimento muito significativo do emprego no domínio das “Actividades Culturais Nucleares”, dinamizado pelo crescimento dos diferentes subsectores nele incluídos, que apresentam as taxas médias de crescimento anual do emprego mais elevadas, com particular relevância para Artes performativas (7,7%) e Arte visuais e Criação Literária (6,6%). O domínio das “Indústrias Culturais” apresentou uma evolução mais discreta do emprego, entre 2000 e 2006, com um crescimento cumulativo de apenas 0,4%, tendo, consequentemente, perdido peso no conjunto do Sector Cultural e Criativo, passando de 82,5% para 79,2%. Evidenciam-se as taxas médias de crescimento negativas registadas pelos subsectores da Edição (-1,3%), da Música (-3,7%) e da Rádio e Televisão (-0,2%). O crescimento cumulativo do emprego no domínio das “Actividades Criativas” alcançou um valor de 6,1%, globalmente superior ao registado pelo conjunto do Sector Cultural e Criativo (4,5%), embora de forma bastante desigual nos seus diferentes subsectores, devendo destacar-se o crescimento particularmente forte dos sectores do Design (6,4%) e da Arquitectura (5,4%).