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Controle de qualidade dos extratos da droga vegetal

4.2 MÉTODOS

4.2.4 Controle de qualidade dos extratos da droga vegetal

Foram avaliadas as características organolépticas dos extratos etanólico seco e glicólico, tais como cor, sabor e odor.

4.2.4.2 Avaliação da solubilidade

A solubilidade do extrato glicólico e do extrato etanólico seco foi avaliada em solventes comumente utilizados em análises farmacopeicas, por exemplo, água, metanol, etanol absoluto, acetonitrila, solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L e solução de hidróxido de sódio a 0,1 mol/L.

Transferiu-se determinada quantidade (Tabela 9) dos extratos para tubo de ensaio ou erlenmeyer e adicionaram-se alíquotas sucessivas de solvente, exatamente medidas, conforme Tabela 9, até completa solubilização do extrato. Utilizou-se agitador mecânico (vórtex) e banho de ultra-som para homogeneização e solubilização das amostras. Em seguida, centrifugou-se uma alíquota de 5,0 mL (5 minutos, 100 rpm) para confirmação da ausência de material suspenso no solvente analisado. A solubilidade em cada solvente foi expressa conforme os termos descritivos da Farmacopéia Brasileira 4ª edição, como apresentados na Tabela 10.

Tabela 9 Quantidades de amostra e de solventes utilizados para avaliação da solubilidade Amostra (g) Adição cumulativa de solvente (mL) Volume de solvente (mL)

Partes de solvente para 1 g de amostra - 1 1 9 10 10 1,0 20 30 30 - 1 100 9 10 1.000 0,01 90 100 10.000

O termo descritivo apresentado na Tabela 10 refere-se à dissolução de uma parte (1 g) da amostra no número de partes (volumes em mL) do solvente indicado.

Tabela 10 Termos descritivos para expressar a solubilidade

Termo descritivo Quantidade de solvente

Muito solúvel Menos de 1 parte

Facilmente solúvel De 1 a 10 partes

Solúvel De 10 a 30 partes

Ligeiramente solúvel De 30 a 100 partes

Pouco solúvel De 100 a 1.000 partes

Muito pouco solúvel De 1.000 a 10.000 partes Praticamente insolúvel ou insolúvel Mais de 10.000 partes

4.2.4.3 Avaliação do pH

A determinação do pH foi avaliada em misturas de solventes, de modo a obter uma dispersão aquosa diluída de ambos os extratos etanólico seco e glicólico, em potenciômetro previamente calibrado.

Pesaram-se, separadamente, cerca de 2,0 g de cada extrato e transferiram-se para erlenmeyer. Adicionaram-se 20,0 mL de água ultrapura, agitou-se por 10 minutos, e mediu- se o pH (triplicata) da dispersão aquosa obtida.

O pH também foi avaliado na solução hidrometanólica de extrato etanólico seco. Pesaram-se cerca de 2,0 g da amostra, transferiram-se para erlenmeyer, adicionaram-se 2,0 mL de metanol e adicionaram-se 18 mL de água ultrapura. Homogeneizou-se e mediu-se o pH (triplicata) da dispersão hidrometanólica obtida.

4.2.4.4 Resíduo seco

Para os extratos etanólico seco e glicólico determinou-se o teor de resíduo seco, presente na amostra, de acordo com o método descrito nas monografias gerais para extratos secos (monografia 150) e extratos fluídos (monografia 148), respectivamente, da Farmacopéia Brasileira 4ª edição. (FARMACOPÉIA, 2001).

Pesaram-se exatamente, em triplicata, cerca de 0,50 g de extrato etanólico seco e de 2,0 g de extrato glicólico separadamente em pesa filtros, previamente dessecados. Evaporou-se o extrato glicólico até secura em banho maria. Dessecou-se em estufa a seco (105 ºC, 3 h), esfriou-se a temperatura ambiente em dessecador sob vácuo, sobre sílica gel. Pesaram-se as amostras e calculou-se o resultado de resíduo seco como porcentagem de massa.

4.2.4.5 Determinação da densidade relativa

A densidade relativa do extrato glicólico foi determinada de acordo com o método geral V.3.31 preconizado pela Farmacopéia Brasileira 4ª edição.

Utilizou-se o picnômetro previamente calibrado com água ultrapura. Colocou-se a amostra no picnômetro e ajustou-se a temperatura para 20ºC. Obteve-se o peso da amostra através da diferença de massa do picnômetro cheio e vazio. O quociente entre a massa da amostra líquida e a massa da água, ambas a 20 ºC, é a densidade relativa (

d

20

20).

Calculou-se a densidade de massa (ρ20), expressa em g/mL, a partir da expressão:

4.2.4.6 Reações de identificação

De forma análoga à droga vegetal, foram realizados os testes de identificação B, C e D, por precipitação ou por formação de cor, descritos para barbatimão, porém, modificados para os extratos etanólico e glicólico de barbatimão (FARMACOPÉIA, 2002). Para todos estes testes de identificação utilizaram-se as mesmas soluções reagentes descritas no item 6.1.3 e as primeiras frações de extrato glicólico.

Teste B – Reação com gelatina - A 10 mg do extrato etanólico seco, adicionaram-se

4 gotas de metanol e agitou-se. Em seguida, adicionaram-se 2 mL de água ultrapura, 2 0012 , 0 ) 99703 , 0 (

d

20 20 20= × +

ρ

gotas de ácido clorídrico diluído (1:100) e gotejou-se gelatina SR. A 1 mL do extrato glicólico, adicionaram-se 2 gotas de ácido clorídrico diluído (1:100) e gotejou-se gelatina SR.

O aparecimento de precipitado nítido indica resultado positivo para taninos totais.

Teste C – Reação com cloreto férrico - A 10 mg do extrato etanólico seco,

adicionaram-se 4 gotas de cloreto férrico a 1% (p/V) em metanol, agitou-se e, em seguida, 10 mL de água. A 1 mL do extrato glicólico, adicionaram-se 10 mL de água e 4 gotas de cloreto férrico a 1% (p/V) em metanol.

O desenvolvimento de cor cinza escura indica resultado positivo para taninos hidrolisáveis de identificação e condensados.

Teste D – Reação com vanilina - A 10 mg do extrato etanólico seco, adicionaram-se

0,5 mL de vanilina a 1% (p/V) em etanol, agitou-se. Em seguida, adicionaram-se 2 mL de água ultrapura, e 1 mL de ácido clorídrico. A 1 mL do extrato glicólico, adicionaram-se 0,5 mL de vanilina a 1% (p/V) em metanol e 1 mL de ácido clorídrico.

O desenvolvimento de cor vermelha indica a presença de taninos condensados. 4.2.4.7 Cromatografia em camada delgada

O teste de identificação A, descrito na monografia para barbatimão, foi realizado, com modificações, para análise das primeiras frações dos extratos glicólicos, bem como para o extrato etanólico seco (FARMACOPÉIA, 2002). Igualmente para a droga vegetal, utilizaram-se também, os mesmos sistemas eluentes alternativos e reveladores descritos no item 6.3.1.5, apresentados na Tabela 8, para análise das primeiras frações dos extratos glicólicos e para o extrato etanólico seco de barbatimão.

4.2.4.7.1 Extrato glicólico

Aplicaram-se, separadamente, à placa, em forma de banda, 10 µL de cada uma das soluções recentemente preparadas, descritas a seguir:

Solução do extrato glicólico (1): mediu-se 10 mL de extrato glicólico em proveta e diluiu-se para 20 mL com água ultrapura. Extraiu-se com três porções de 40 mL de acetato de etila, em funil de separação. Evaporaram-se as frações orgânicas reunidas, sob pressão reduzida, até líquido viscoso. Transferiu-se este líquido para cápsula de porcelana e secou- se em estufa a 105 ºC até resíduo seco, com o auxílio de algumas gotas de metanol.

4.2.4.7.2 Extrato etanólico seco

Aplicaram-se, separadamente, à placa, em forma de banda, 10 µL de cada uma das soluções recentemente preparadas, descritas a seguir:

Solução do extrato etanólico (1): solubilizaram-se 2,5 g de extrato etanólico em 10 mL de metanol.

Solução padrão (2): solubilizaram-se 2 mg de ácido gálico SQR em 1 mL de metanol. Solução padrão (3): solubilizaram-se 2 mg de catequina SQR em 1 mL de metanol. Solução padrão (4): solubilizaram-se 2 mg de epigalocatequina SQR em 1 mL de metanol.

Solução padrão (5): solubilizaram-se 2 mg de galato de epigalocatequina SQR em 1 mL de metanol.

Solução padrão (6): solubilizaram-se 2 mg de galocatequina SQR em 1 mL de metanol.

4.2.5 Aplicação de métodos analíticos farmacopeicos para quantificação de