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CAPÍTULO I INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.4 EXECUÇÃO DO NIVELAMENTO

3.4.5 Controle dos operadores

O controle dos operadores deverá ter a mesma periodicidade do cálculo das equalizações nas células e do acompanhamento da produção. O objetivo é manter o cadastro dos operadores sempre atualizado e disponível para ser pesquisado, quando da necessidade de deslocamento da mão-de-obra na dinâmica de equalização. Este controle consiste no registro das movimentações que foram realizadas pelos operadores polivalentes e poderá ser feito segundo o exemplo da planilha apresentada na Tabela 3.6.

Nesta planilha de controle estão identificados, em relação a cada operador, o seu nome, a célula onde ele está lotado e/ou registrado, o seu cargo atual, e, dia a dia, a célula para onde ele foi remanejado, com uma totalização por célula ao final do mês. Para evidenciar o fluxo de operadores entre as células, a planilha da Tabela 3.6 apresenta ainda uma totalização dos remanejamentos de todos os operadores entre as células e uma totalização geral de remanejamentos no sistema.

TABELA 3.6 PLANILHA DE CONTROLE DOS OPERADORES POLIVALENTES

Além de constituírem um registro para o acompanhamento da polivalência dentro do modelo de nivelamento da produção à demanda, estas informações são úteis para transferir os custos entre as células relativos ao salário, equipamentos de proteção individual, entre outras utilidades.

Aproveitando o exemplo que está se seguindo para ilustrar o modelo, pode-se ver na Tabela 3.6 que no dia 02 de julho de 2001 os operadores Paulo, Joaquim e Vitório foram deslocados da célula de origem, A3, para a célula A2, visto que a equalização do dia exigia cinco operadores na célula A2 e três na A3. No dia seguinte, 03 de julho de 2001, o operador Paulo retornou para sua célula de origem, tendo-se em vista de que o novo nivelamento para atender a programação do PMP para aquele dia exigia apenas quatro operadores na célula A2 e quatro na A3.

PLANILHA DE CONTROLE DE OPERADORES 07/ 2001 Dias Empréstimos Nome Célula de origem Cargo 02 03 04 05 06 . . . 30 31 A1 A2 A3 João A1 Torneiro A2 A2 2 José A1 Torneiro A2 1 Manoel A1 Torneiro Roberto A1 Soldador A3 A2 1 1 Rivelino A1 Soldador A3 1 Pedro A2 Pintor A1 1 Carlos A2 Pintor Maria A3 Bobinador Joana A3 Bobinador Miguel A3 Montador Paulo A3 Montador A2 1 Joaquim A3 Embalador A2 A2 A1 A2 1 3 Vitório A3 Embalador A2 A2 A1 1 2

Total de remanejamentos entre células no mês 3 10 2

Ao final do mês, é possível identificar a quantidade de remanejamentos que houve, as células mais beneficiadas e os operadores mais solicitados. Conforme o exemplo, de um total de quinze remanejamentos, três foram para atender à célula A1, dez para atender à célula A2 e dois para atender à célula A3. Os operadores Joaquim, Vitório e João foram os mais remanejados nesse mês.

3.5 CONSIDERAÇÕES

Neste Capítulo procurou-se demonstrar um modelo simples para o nivelamento da produção à demanda, com ações divididas em três blocos distintos que se relacionam entre si, o primeiro relativo aos Dados básicos de apoio, o segundo para o Planejamento do sistema e o terceiro para a Execução do nivelamento, conforme apresentado na Figura 3.1.

O primeiro bloco, Dados básicos de apoio, restringe-se ao cadastramento dos dados necessários à dinâmica do modelo proposto em relação aos produtos, operadores e PMP. O segundo bloco, relativo ao planejamento, está relacionado às atividades de escolha da equipe de operadores, conscientização da equipe, preparação do ambiente produtivo e treinamento da equipe de operadores. A escolha da equipe prioriza operadores com maior tempo de casa, nível salarial, nível de escolaridade e operadores com facilidade de relacionamento, e a conscientização promove uma abordagem relacionada aos benefícios para os operadores e a empresa, além de evidenciar experiências em empresas brasileiras. A preparação do ambiente produtivo nada mais é do que aplicar as ferramentas do sistema JIT; e, finalmente, propõe-se o treinamento da equipe através da capacitação dos operadores no maior número de atividade envolvidas no processo.através do treinamento no local de trabalho (“on the job”).

O terceiro e último bloco é o da Execução do nivelamento, composto pela equalização inicial, acompanhamento da produção, identificação dos problemas, equalização de ajuste e controle dos operadores. A equalização inicial é um planejamento para o mês feito a partir do cálculo de distribuição de operadores, com

o auxílio de uma planilha, como as apresentadas nas Tabela 3.2 e 3.3, o qual objetiva alcançar o número ideal de operadores em cada célula de manufatura para cada dia do mês em curso.

Efetivada a equalização inicial e deslocados os operadores para as células de destino, o que autoriza o início da produção, o modelo propõe monitorar o dia-a-dia do programa de produção e o ambiente produtivo para identificar potenciais problemas que perturbem este balanceamento. A dinâmica proposta de acompanhamento concentra-se na coleta diária dos tempos de processamento consumidos no atendimento das ordens de fabricação programadas no PMP e sua comparação com os tempos planejados. Para isto se utiliza a planilha de acompanhamento mensal apresentada na Tabela 3.4.

A partir deste acompanhamento pode-se identificar um possível desbalanceamento entre as células, cuja origem pode estar na falta de matéria- prima, falta de máquinas e equipamentos, manutenção não programada, mudanças na demanda, etc, exigindo um novo remanejamento da mão-de-obra polivalente para equilibrar a produção à demanda. Dentro do contexto da filosofia JIT/TQC é necessário identificar as causas e agir sobre elas para então, utilizando-se a polivalência, voltar a equilibrar o sistema produtivo através de uma equalização de ajuste.

A equalização de ajuste consiste em aplicar a mesma sistemática da etapa de equalização inicial, com o dimensionamento de operadores para as células via planilha de cálculo de equalização. Com o objetivo de manter o cadastro dos operadores sempre atualizado e disponível para ser pesquisado, quando da necessidade de deslocamento da mão de obra na dinâmica de equalização, o modelo propõe ainda uma etapa de controle dos operadores, a qual consiste no registro das movimentações que foram realizadas pelos operadores polivalentes durante o período.

No sentido de ver confirmada a hipótese central desta dissertação, qual seja, a de que o uso de operadores polivalentes permite um nivelamento da produção à

demanda mais efetivo em sistemas com produção em lotes, o modelo proposto será aplicada em uma empresa paranaense de equipamentos elétricos, sendo esta aplicação prática e seus resultados apresentados no Capítulo 4.