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CONTROLO DOS RISCOS A Organização da Gestão do Risco

No documento Agradecimentos à ENSA (páginas 48-54)

Estrutura de Gestão

CONTROLO DOS RISCOS A Organização da Gestão do Risco

A análise e controlo dos riscos são genericamente da competência das direcções e funções onde tais riscos são originados. O acompanhamento dos principais riscos é feito pelo conselho de administração com base em relatórios periódicos sistematizados para acompanhamento da actividade de cada função do Banco. A análise e controlo dos riscos de mercado e liquidez são feitos no Comité diário de gestão do risco de liquidez. São ainda feitas reuniões mensais e trimestrais, para analisar os seguintes relatórios: 1) relatório financeiro (que inclui todos os rácios e limites prudenciais e a comparação com o orçamento); 2) relatório das taxas de juro; 3) relatório de tesouraria; 4) relatório do mercado cambial; 5) relatório dos indicadores do mercado financeiro de Angola (research).

A responsabilidade do reporte financeiro, incluindo o cálculo dos Fundos Próprios Regulamentares e a avaliação do cumprimento dos limites e rácios prudenciais, é da Direcção de contabilidade. O reporte financeiro tem a periodicidade mensal e trimestral. Para este efeito, utiliza um software específico para o controlo e análise da informação contabilística, tendo por objectivo controlar em termos de coerência e qualidade da informação do balancete enviada ao BNA, assim como permitir um conjunto de análises estruturadas sobre os dados do balancete e disponibilizar para análise do Banco de um conjunto de indicadores no âmbito das normas prudenciais.

Todas os principais indicadores de gestão do risco estão interligados com o processo orçamental, o que permite um elevado controlo do desempenho do Banco. O orçamento é desenvolvido por períodos mensais para o ano de referência, sendo ainda feita uma projecção de longo prazo, para os nove (9) anos subsequentes. A metodologia inclui o desenvolvimento de todos os rácios e limites prudenciais, com o máximo de detalhe, de forma a assegurar o correcto enquadramento do desenvolvimento da actividade do Banco face aos riscos envolvidos.

O Banco tem vindo a efectuar esforços permanentes no sentido de colmatar as principais deficiências de controlo interno, e tornar o processo mais robusto dotando igualmente a organização de estruturas de suporte que apoiem na salvaguarda do Sistema de Controlo Interno.

Neste sentido, em 2011, foi reforçada a função de Auditoria Interna e criada a função de Compliance, tendo esta sido incorporada no Gabinete de Auditoria Interna e Compliance. No final do ano estava ainda em curso a operacionalização desta nova função, dada a necessidade de dotar a área de recursos humanos qualificados. As competências desta área incluem igualmente a prevenção do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo (AML/CFT). Por sua vez, as actividades da Auditoria Interna estiveram ainda muito focalizadas nas agências, mas foram criadas condições para, a partir de 2012, poder-se alargar o seu trabalho para as áreas dos serviços centrais identificadas como de maior risco. No exercício de 2011, verificou-se ainda uma reorganização significativa da área de Recursos Humanos com a criação de uma estrutura global de regras e políticas, nas áreas dos benefícios, gestão de carreira, avaliação de desempenho e estrutura organizativa da área.

Adequação de capitais

Os Fundos Próprios Regulamentares (FPR) são constituídos por fundos próprios de base (maior qualidade) e complementares (menor qualidade), deduzidos de elementos negativos dos mesmos. As bases de cálculo encontram-se explicadas no enquadramento regulamentar, no quadro dos principais limites e rácios prudenciais em vigor em 31 de Dezembro de 2011.

Estrutura de Gestão

Nesta data, o valor dos FPR foi de US$ 70,4 milhões, mantendo-se sensivelmente ao mesmo nível do ano anterior devido a dois efeitos de sinal contrário: por um lado, em termos negativos, (i) os critérios de cálculo dos FPR não serem os mesmos dos utilizados até 2010, tendo sido excluídas as Provisões para riscos gerais, (ii) o aumento dos valores de imobilizações incorpóreas em 2011 (100% dedutíveis aos FPR) e (iii) o efeito da variação cambial na apresentação dos FPR em US$; e, por outro lado, em termos positivos, o aumento dos resultados em 2011 face a 2010.

Rácio de Solvabilidade Regulamentar

Dez-10 Dez-11

Milhões USD, excepto % Total de activos APR Total de activos APR Activos Ponderados pelo Risco

Com factor 0% 169,1 0,0 242,4 0,0 Com factor 20% 22,2 4,4 37,3 7,5 Com factor 30% - - 26,5 8,0 Com factor 50% 0,5 0,2 8,4 4,2 Com factor 60% - - 1,3 0,8 Com factor 100% 284,6 284,6 327,1 327,1 Com factor 130% - - 77,3 100,5 Risco de crédito 476,5 289,3 720,3 448,0

Risco de câmbio e ouro 65,8 49,8

Fundos Próprios Regulamentares

Base 68,6 70,4 Complementares 2,2 0,0 70,8 70,4 Rácio de solvabilidade Nível I c/ (a+b) 19,3% 14,1% Nível II d/ (a+b) 0,6% 0,0% Rácio de solvabilidade 19,9% 14,2%

O Rácio de Solvabilidade Regulamentar (RSR) situou-se em 14,2% em Dezembro de 2011, representando uma diminuição de 5,7 pontos percentuais face a 2010. Esta diminuição resultou essencialmente, da entrada em vigor do Instrutivo nº 3/2011, que agravou a ponderação de grande parte dos activos denominados em moeda estrangeira.

Repartição dos riscos do RSR (denominador)

2011 Risco de câmbio

e ouro 19% Risco de câmbioe ouro 10%

Risco de crédito 81% Risco de crédito 90%

2010

Estrutura de Gestão

Riscos de mercado

O Risco de Mercado resulta da variação no valor dos activos e passivos causada pelas incertezas das mudanças nos preços e taxas de mercado (taxas de juros, acções, taxas de câmbio e preços de commodities).

O risco da taxa de juro é acompanhado mensalmente com base em informação estatística. O risco cambial é acompanhado diariamente, com base num relatório contendo as exposições, assim como os limites regulamentares. O balanço por moeda é apresentado na nota nº 32 às demonstrações financeiras.

Relativamente ao risco cambial, e à semelhança do ano anterior, parte da carteira de crédito em moeda estrangeira foi convertida para moeda nacional, após concluídas negociações com os clientes, tendo em vista cumprimento dos limites de exposição cambial (ver limites no capítulo do Enquadramento regulamentar).

O Banco aplica uma metodologia de testes de resistência (stress tests) para os riscos de câmbio de taxa de juro. São estabelecidas as tendências e probabilidade de ocorrência dos cenários de alteração destas variáveis. Sobre o caso base, são desenvolvidos três cenários para cada variável. O impacto das alterações é medido sobre a exposição cambial, fundos próprios regulamentares, margem financeira, resultados em operações cambiais e resultados antes de impostos.

Risco de Crédito

O Risco de Crédito pode ser definido como uma medida de incerteza relacionada ao recebimento de um valor exigível.

O Banco procede à classificação de risco (rating) interno, baseado na análise do cliente, operação e garantias, assim como a sua revisão mensal, em função do número de dias de atraso e, periodicamente, em função de uma nova análise do risco.

As políticas contabilísticas relativas a crédito encontram-se explicada nota nº 2 às demonstrações financeiras.

O regulamento de crédito e de recuperação de crédito foram revistos em Dezembro de 2011 tendo em vista o seu aperfeiçoamento técnico.

O Banco dispõe de um modelo de definição do preço (pricing), que procura incluir todos os custos e encargos gerais. Estes incluem não só o custo do capital, mas também o custo da subscrição do crédito, os custos de gestão, bem como os prémios de risco de crédito. O modelo existente, que presentemente apenas é aplicado para as empresas, para créditos de valor mais elevado, e será sujeito a aperfeiçoamento uma vez que não ainda é suficiente para medir todos os componentes necessários.

34%

14%

66%

86%

2010 2011

Crédito por moeda

Estrutura de Gestão

A classificação e evolução do risco de crédito em 2011 são resumidas da seguinte forma:

Na análise da distribuição dos créditos por nível de risco, o nível C (Risco Reduzido) representa a maior parte do crédito, com 74,7% (2010: 71,6%), tendo no entanto aumentado o seu peso 3 pontos percentuais face a 2010.

A análise da distribuição da carteira de crédito por código da actividade sectorial (CAE), revela uma diminuição do peso do comércio de 44% (2010) para 30% (2011) e um aumento do peso da actividade de serviços de 16% (2010) para 26% (2011). O crédito concedido à agricultura, pescas, indústria e construção mantiveram sensivelmente o mesmo peso relativo do ano anterior.

Risco de Liquidez

O Risco de Liquidez ocorre quando as reservas e disponibilidades de uma instituição não são suficientes para honrar suas obrigações, ou seja, quando um descompasso no fluxo de caixa provoca incapacidade momentânea de liquidar os compromissos.

O acompanhamento e análise do risco de liquidez são feitos pelo Comité de Gestão Diária da Liquidez (conforme referido anteriormente). Este comité inclui os responsáveis pela banca comercial, crédito, operações e financeira, sendo este coordenado por um administrador. As reuniões têm uma duração limitada, a informação é pré-definida e distribuída antecipadamente, e as decisões são reflectidas numa acta que é distribuída a nível central pelos membros, principais colaboradores e administração.

74.7% 0.7% 0.6% 3.7% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

Risco de crédito (Níveis)

2010 2011 A (0%) B (1%) C (3%) D (10%) E (20%) F (50%) G (100%) 2010 Agricultura e Pescas 9% Indústria Extractiva 3% Indústrias Transformadoras 6% Construção 9% Comércio 44% Transporte Armazenagem e Comunicações 4% Serviços 16% Particulares 12% Outros 1% 2011 Agricultura e Pescas 8% Indústria Extractiva 3% Indústrias Transformadoras 6% Construção 9% Comércio 30% Transporte Armazenagem e Comunicações 2% Serviços 26% Particulares 8% Outros 6% 51

Para suporte da tomada de decisões, é previamente distribuída informação pré-definida. A informação inclui, entre outros, um relatório diário contendo todas as operações, posições de liquidez actuais e projecções até cinco dias, o balanço e a demonstração dos resultados diária do Banco.

É política do Banco manter um rácio de transformação dos depósitos em crédito em níveis compatíveis com a estrutura dos depósitos, assim como aumentar a liquidez de longo prazo, medida pelo rácio entre os passivos com maturidade superior a 6 meses sobre o total dos passivos. Em 31 de Dezembro de 2011, este rácio de liquidez de longo prazo é de 1% para moeda nacional (2010: 6%) e 4% para moeda estrangeira (2010: 13%). De forma a concretizar este objectivo, o Banco tem vindo a negociar linhas de financiamento a médio e longo prazo com instituições financeiras, essencialmente no exterior.

Liquidez em Moeda Nacional

Milhões de US$ à vista mesesaté 3 meses3 a 6 6 meses a 1 ano anos1 a 3 3 a 5 anos mais de 5 anos

Activos Total 178.797 105.989 88.099 48.572 40.772 21.708 22.167

Disponibilidades 131.547

Aplicações de liquidez 41.379

Títulos e valores mobiliários 62.519 12.533 5.338 11.937 20

Créditos 5.871 43.470 75.566 43.234 28.834 21.688 22.167

Passivos Total 234.715 206.353 10.846 839 0 5.447 0

Depósitos 232.670 206.353 10.846 839

Captações para liquidez

Captações com títulos e valores mobiliários

Obrigações no sistema de pagamentos 2.045

Outras captações 5.447

Mismatch -55.917 -100.364 77.254 47.733 40.772 16.260 22.167

Mismatch Acumulado 55.917 -44.447 32.807 80.540 121.312 137.572 159.740

Liquidez em Moeda Estrangeira

Milhões de US$ à vista mesesaté 3 meses3 a 6 6 meses a 1 ano anos1 a 3 3 a 5 anos mais de 5 anos

Activos Total 44.830 12.509 5.664 3.805 8.806 3.748 9.354

Disponibilidades 30.997

Aplicações de liquidez 8.071 7.500

Títulos e valores mobiliários 3.000

Créditos 5.762 5.009 5.664 805 8.806 3.748 9.354

Passivos Total 45.635 28.425 17.734 543 0 3.328 3.305

Depósitos 45.635 19.521 17.734 543

Captações para liquidez

Captações com títulos e valores mobiliários Obrigações no sistema de pagamentos

Outras captações 8.904 3.328 3.305

Mismatch -805 -15.916 -12.070 3.262 8.806 420 6.049

Mismatch Acumulado -805 -16.721 -28.791 -25.529 -16.723 -16.303 -10.254

Estrutura de Gestão

Risco Operacional

O Risco operacional representa a possibilidade de perda resultante de processos internos, pessoas e sistemas inadequados ou falhas, ou de eventos externos.

No que diz respeito aos riscos de segurança dos activos tangíveis e das pessoas, são realizadas auditorias às unidades principais e implementadas acções preventivas e correctivas dos riscos identificados. Regularmente, é reavaliada a cobertura financeira dos riscos seguráveis.

Em 2011, o Banco foi especialmente afectado por fraudes internas na área comercial, cujo prejuízo foi reflectido nas contas (Nota às contas nº 30). Em função destas, foram energeticamente reforçadas as medidas de controlo interno, desde a gestão dos recursos humanos até à abordagem da auditoria interna, tendo em vista a prevenção de futuras ocorrências. Também verificou-se a ocorrência pontual de falhas de comunicações, pouco usual para o Banco até então, que não tiveram impactos negativos significativos.

A conformidade com as leis é assegurada através de um acompanhamento permanente, directamente por parte do conselho de administração e, sempre que necessário, com o apoio especializado externo, de todo o quadro legal a que o Banco deve obedecer. Por outro lado, o Banco participa activamente na Associação Angolana de Bancos (ABANC), como coordenador do Grupo de Trabalhos criado para o acompanhamento técnico das matérias prudenciais, contabilísticas e fiscais. A presença do Banco neste grupo permite que as direcções do Banco estejam permanentemente informadas sobre as matérias em discussão, assim como antecipar a preparação da entrada em vigor das normas. Neste âmbito, são sempre feitos estudos sobre os impactos das alterações regulamentares no Banco.

No documento Agradecimentos à ENSA (páginas 48-54)

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