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4.3 – Corpus e análise

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Corpus 1 e análise

Linhas 24-91229

O modo pelo qual o Rev. Y conduz a introdução de sua Prédica varia entre cinco falas e cinco cânticos. Neste início o pregador fomenta a emoção dos/as fiéis e em poucos instantes nota-se na comunidade a superioridade do elemento emocional sobre o racional. O convite do pastor às pessoas, suscita a

227

Nas linhas 1 a 91, as palavras escritas com letras minúsculas indicam uma entonação natural, entretanto, as maiúsculas apontam para uma entonação alta e enfática.

228

Nas linhas 92 a 334, as palavras escritas com letras minúsculas indicam uma entonação muito alta, todavia, as maiúsculas apontam para uma ent onação gritada.

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De vez que este recorte é deveras extenso, propõe-se aos/às consulentes que leiam este trecho do discurso no: Anexo, Prédica 2, linhas 24-91.

recordação das experiências de conversão que se deram motivadas por um cântico, e ao executá -lo a maioria dos/as presentes são tomados/as por sentimentos diversos.

A postura do pregador é semelhante ao de um/a apresentador/a de programas de auditório, pois ele vai em direção aos/às “espectadores/as”, mantém com eles/as uma relação amigável, promove diálogos breves, evoca sensações e provoca reações como choro e risos.

Portanto, além da ênfase demasiada na experiência individualista da conversão, neste recorte do discurso há uma propensão intensa ao lúdico e apelo às emoções. Conseqüentemente, há como notar uma interação da Prédica com a Pós-modernidade à medida que é promovida uma auto- realização dos/as fiéis pelo prazer (hedonismo) e entretenimento. Vale ressaltar, como assevera Barrera, que “as religiões mais emocionais adaptam- se com maior facilidade às exigências do presente”.230

Corpus 2 e análise

há uma história que... um moço cometeu um crime... essa história foi contada na Inglaterra... e aconteceu... na Inglaterra... e diz que... aquele moço foi condeNAdo... à FORCA... e ele foi preso... e quando chegou o DIA.... da sua condenaÇÃO... da sua execuÇÃO...foi chamado um ministro... um sacerdote... ALGUÉM que pudesse... prepará-lo para a morte... e dar para o indivíduo a extrema unÇÃO... e DIZ que... aquele religioso... aquele ministro... aproxima-se do prisioneiro... entra na cela... e o CARCEREIRO... abre a porta... e ele começa... a falar para aquele prisioneiro... sobre Deus... o criador... sobre Jesus... o filho de Deus... sobre... OS CÉUS... sobre o INFERNO... e o carcereiro... comunica àquele... sacerdote... aquele ministro... deve ter sido um pastor... (ele) disse... olha... chegou a hora... (que) o réu será enforcado...

230

BARRERA RIVERA, D. P. Tradição, transmissão e emoção religiosa: sociologia do

e você vai acompanha-lo... até o local da execução... diz a história que... aquele bispo (o) acompanhou... e foi compartilhando com ele... (na fé)... e quando chegou A HORA DA EXECUÇÃO aquele... juiz... pergunta... ao prisioneiro... você gostaria de dirigir alguma palavra?... ele disse... eu gostaria... de dizer uma palavra... a este... homem... ele disse... meu amigo... você me falou que existe um Deus... que ama a todos... você me falou que existe um CÉU... (que) Jesus veio para SALVAR... e você meu amigo... me falou do INFERNO... que é um estado existencial de tormento e sofrimento eterno... e o que me preocupa... nesta hora final da minha vida... é que VOCÊ me falou tudo isso friamente... mecanicamente... SEGUNDO... à sua orientação... eu estou morrendo... e indo para inferno... PORQUE NÃO DEMONSTRO NENHUM SINAL DE ARREPENDIMENTO PELO QUE FIZ... à mim preocupa... porque você sequer... derrama uma lágrima por mim... SEQUER VOCÊ SE COMOVE COM A MINHA DOR... eu queria te pedir um favor...VOLTE E DIGA À MINHA FAMÍLIA... SE EU CRESSE NO CÉU QUE VOCE DIZ CRER... SE EU CONFESSASSE A FÉ NO JESUS QUE VOCE DIZ CONFESSAR... SE EU ACREDITASSE NO QUE VOCE ACREDITA... E A INGLATERRA FOSSE COBERTA DE CACOS DE VIDRO... EU ATRAVESSARIA AJOELHADO... MARCHANDO DE JOELHOS... PARA... ANUNCIAR... ESPERANÇA AOS MEUS FAMILIARES... para não chegar à este lugar TERRÍVEL... e a esta situaÇÃO que eu me encontro... eu estou a UM PASSO DO

INFERNO... e você não se compadece de mim.231

Este trecho do discurso elucida a maneira como são desenvolvidas as argumentações na Prédica. Exempli gratia, o pregador cita a frase regente “A obra missionária é uma obra movida pela compaixão”,232 e alarga a compreensão desta com um exemplo dramático e emocional (linhas 139-171). Logo, a coerência do discurso não se dá substancialmente pela concatenação

231

Ver: Anexo, Prédica 2, linhas 139-171.

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coerente das idéias, mas pelo alto grau de comoção compartilhado e pelo autoritarismo explícito na entonação gritada. Vale destacar que no processo interacional, observa-se na maioria dos/as interlocutores/as uma grande receptividade e uma participação ativa com “améns” e “glórias”.

Por conseguinte, embora não seja possível medir a intensidade da relação do discurso produzido com a Pós-modernidade, este corpus indica uma interação com algumas marcas pós-modernas alicerçadas no prazer e no bem estar, uma vez que a aceitação e legitimidade do discurso origina-se ou sustenta-se na força da emoção que carrega.

Corpus 3 e análise

NÚMERO QUATRO... para a obra missionária... é uma obra URGENTE... É PARA HOJE... NÃO É PARA ONTEM... NÃO É PARA AMANHÃ... É PARA HOJE... HÁ IRMÃOS... MILHÕES DE PESSOAS... NO VALE DA DECISÃO... há homens e mulheres... PRECISANDO DE UMA PALAVRA AMIGA... PRECISANDO DE UM OMBRO AMIGO... PRECISANDO DE UMA MENSAGEM DE ESPERANÇA.233

Nesta declaração inicial o pregador procura mostrar aos/às fiéis como é imediata a necessidade de realizar a missão. E continua:

L2) NÓS... IRMÃOS E IRMÃS... ÉH... PRECISAMOS ENTENDER... QUE O POVO ESTÁ AFLITO... QUE O POVO ESTÁ EXAUSTO... O POVO ESTÁ CANSADO... O WESLEY DIZIA... QUANDO O POVO NÃO VEM À IGREJA É HORA DA IGREJA IR AONDE O POVO ESTÁ... ( ) a obra missionária... é... uma obra prejudicada... pela omissão de muitos...234

233

Ver: Anexo, Prédica 2, linha 180-185.

234

O pregador destaca que a obra missionária está prejudicada pela omissão dos/as fiéis que não entendem a urgência de fazer missão. Este tópico o Rev. Y exemplifica citando um grupo de pessoas que se opuseram a uma manifestação missionária da IM que consistia em uma caminhada, culto ao ar livre e a petição de ofertas destinadas à missão. Segundo o autor, os/as fiéis devem se empenhar por participar de todas as atividades missionárias propostas pela igreja sem questionar ou boicotar as ações:

há aqueles que levantam DA PRÓPRIA IGREJA LOCAL... DA PRÓXIMA DENOMINAÇÃO... para fazer QUESTIONAMENTOS... mas porque que tem que ser meio-dia... na hora do almoço? pra atrapalhar o almoço... porque que tem que ser na praça?... a gente ouve isso em CASA... mas logo meio-dia... na praça... no sábado... além disso de ser... na praça... marchada... e culto na praça e com o missionário e depois da concentração e ainda vai tirar duas ofertas pastor ( Y )?... Eu falei: e se não completar o alvo a gente tira três... mas irmãos e irmãs... nós vimos irmãos e irmãs nesses dias... que os campos estão brancos para a ceifa... COMO DIZ NA PALAVRA DE DEUS... A TODO TEMPO... A QUALQUER TEMPO... IR ÀS RUAS... IR ÀS PRAÇAS... IR ÀS FAVELAS... IR MEUS IRMÃOS E IRMÃS... NOS QUATRO CANTOS DESSA NAÇÃO... NOS QUATROS CANTOS DESSA GRANDE METRÓPOLE QUE É SÃO PAULO... E ANUNCIAR QUE JESUS É O SENHOR PARA A GLÓRIA DE DEUS PAI...235

A posição do autor, valendo-se de uma entonação muito alta e gritada, autoritária, denota que a obra missionária deve ser encarada como urgente e precisa ser efetuada imediatamente. Diante disso, a comunidade responde afirmativamente com enfáticos “améns”, possivelmente porque partilha das idéias do pregador e, também, pelo costume de ofertar copiosamente e por ser a segunda maior igreja em termos de arrecadação financeira da 3ª RE.

235

Em suma, nota-se que o imediatismo em questão se faz imperioso porque há um anseio por aumentar o número de fiéis e, conseqüentemente, a coleta de dinheiro que será destinada à obra missionária. Esta realidade eclesiástica, embora vivenciada por muitas pessoas, é semelhante à das empresas que procuram maneiras econômicas para investir de modo a dar resultados breves e rentáveis.

Corpus 4 e análise

L2) MANDE MAIS TRABALHADORES PARA AS IGREJAS AQUI REPRESENTADAS - - o Bispo me perguntou algumas questões sobre nomeação... e eu disse... Bispo eu sou pastor metodista e sou itinerante... e eu vou para onde o senhor mandar... eu tenho... meu trabalho na área geral no ministério que Deus me chamou... mas se o senhor mandar ir para perto ou para longe... eu tenho que fazer aquilo que...o senhor mandar... porque eu entendo que sou um instrumento de Deus... pode me nomear... mas eu só quero fazer um pedido ao senhor... eu quero que o senhor me nomeie pra uma igreja... que precise do meu trabalho e da minha família... eu quero ir para uma igreja aonde eu possa ser útil... ONDE EU POSSA NÃO SÓ FREQÜENTAR... mas onde eu possa estar CONSTRUINDO... PARTICIPANDO DE UM PROJETO... e um dia eu fui visitar a ( )... e o que me motivou a ir naquela igreja... foi ver aquele projeto... ver um lote vazio do lado... e naquela noite eu fui pra casa... eu orei... e disse... eu vou orar... e se o Bispo me nomear... eu quero ser útil para erguer esta igreja... juntamente com o pastor... na época nem o conhecia... para a glória do nome de Jesus... engrossar as fileiras... oxalá que o pastor reunisse alguns líderes do projeto no sábado... ( )... que apareça aqui pastor quinhentos voluntários... ( )... - - diga PASTOR... EU QUERO TRABALHAR... porque irmãos... irmãs... quem não trabalha... atrapalha... pelo menos é um provérbio

muito usado lá em Minas... E NÓS SOMOS CONVIDADOS... TODOS NÓS TEMOS UMA CONTRIBUIÇÃO A DAR...236

O discurso proferido pelo Rev. Y neste trecho caracteriza um certo personalismo onipotente sustentado em toda Prédica. No corpus o pronome

eu, a sua forma átona me e o possessivo meu/minha são utilizados em grande

escala, como exemplo: me perguntou, eu disse, eu sou, eu vou, meu trabalho, Deus me chamou, eu tenho, eu entendo, eu quero, minha família, eu possa, eu fui, me motivou, eu orei, me nomear.

Embora o autor esteja discorrendo sobre missão como uma atividade coletiva, a forma com que conduz o discurso propõe uma práxis individualista cujo padrão a ser seguido é o seu. Destarte, a colocação do pregador como modelo para os/as fiéis é indicativa de uma interação assertiva com a marca Pós-moderna do individualismo.

Corpus 5 e análise

NÚMERO SEIS ... penúltimo... a obra missionária... é uma obra dependente... o texto bíblico diz que... meus irmãos e minhas irmãs... ROGAI AO SENHOR DA SEARA... é uma obra feita na dependência de sua ação e oração... nenhum homem... nenhuma mulher... nenhum ministério... deve ser exercido SE NÃO FOR ENCHARCADO DE UMA VIDA DE ORAÇÃO... UMA VIDA DE CONSAGRAÇÃO... NÓS TEMOS A ESTRATÉGIA... NÓS TEMOS O PROJETO... NÓS TEMOS ESSA FORMAÇÃO DOUTRINARIA... BÍBLICA... TEOLÓGICA... MAS O QUE NUTRE A NOSSA ALMA... O QUE NUTRE A NOSSA FÉ... O QUE NUTRE O NOSSO MINISTÉRIO... É A NOSSA VIDA DE INTIMIDADE COM DEUS - - NÓS ESTAMOS LANÇANDO AGORA... NO EXPOSITOR CRISTÃO DO MÊS DE JUNHO... QUANDO TERMINAR A CAMPANHA... DE EVANGELIZAÇÃO...

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TODO O PAÍS... QUANDO TERMINAR A CAMPANHA DE OFERTA MISSIONÁRIA... NÓS ESTAMOS LANÇANDO UM PROGRAMA DE ORAÇÃO PARA A IGREJA METODIS TA BRASILEIRA... NÓS ESTAMOS MANDANDO CARTA PARA AS IGREJAS... FOLDER PARA AS IGREJAS... ESTAMOS DIVULGANDO NO SITE DA ÁREA NACIONAL... VAMOS DIVULGAR NO SITE DAS REGIÕES... VAMOS COLOCAR NO EXPOSITOR CRISTÃO... PARA QUE TODO POVO METODISTA PARTICIPE DO PROGRAMA DE ORAÇÃO... NÓS QUEREMOS ORAR POR ESTA NAÇÃO... NÓS QUEREMOS... MEUS IRMÃOS... ORAR PELO GOVERNO... NÓS QUEREMOS ORAR PELAS AUTORIDADES... NÓS QUEREMOS ORAR PELOS DESEMPREGADOS... NÓS QUEREMOS ORAR PELA IGREJA METODISTA... ORAR PELO (IRMÃO DORACIR)... E NÓS CREMOS QUE PELO PODER DE ORAÇÃO... PELA AÇÃO MISSIONÁRIA... DEUS PODE... MEUS IRMÃOS E IRMÃS... ÉH...TRANSFORMAR VIDAS E PECADORES... em nome de Jesus Cristo...

L3) amém...237

O Rev. Y afirma que a obra missionária é dependente de oração, isto é, de súplica religiosa a Deus. Segundo o pregador, o que nutre a vida das pessoas que fazem missão não é o saber bíblico-teológico-doutrinário, tampouco a elaboração de estratégias e projetos missionários, mas sim, o exercício individual de orações.

Pelo tom de voz carregado de agressividade, há como afirmar que este trecho do discurso é uma ordem dada aos/às fiéis para que busquem menos o conhecimento religioso e priorizem mais a vida de intimidade com Deus por meio da oração. Esta opção do autor pode ser entendida como uma preferência (consciente ou não) por aquilo que motiva a emoção, pois durante a oração os/as interlocutores/as têm condições de exporem a Deus os seus

237

dilemas e contentamentos, podem rir e chorar, ter experiências extáticas.238 Portanto, a Prédica aqui tem o objetivo de mobilizar e incentivar as emoções.

A emoção religiosa experienciada durante a prece é colocada como objetivo central capaz de alimentar imediatamente a alma (interior), a fé e o ministério de cada pessoa, ao contrário do saber teológico que, provavelmente, requer um tempo mais longo para ser apreendido e aplicado na vida.239 Assim, as ênfases na emoção e imediatismo, próprias da vida íntima com Deus em oração, estão adequadas e em ampla interação com os efeitos Pós-modernos estudados.

Corpus 6 e análise

e o texto diz que... a obra missionária... é a obra que... ele nos dá... autorizada... é uma obra meus irmãos e irmãs... que nós temos credenciamento... NÃO SÓ DO BISPO... NÃO SÓ DA INSTITUIÇÃO... nós temos meus irmãos... autoridade DE DEUS... ah... o texto diz que... a partir deste... A SEQÜÊNCIA... DIZ QUE JESUS CHAMA DOZE HOMENS... QUE JESUS OS COMISSIONA... JESUS DÁ AUTORIDADE E... JESUS OS ENVIA - - eu gostaria de convidar você que está servindo à Deus... na igreja local... QUE TEM CONTRIBUÍDO PARA A OBRA REGIONAL... para o projeto de TAIPAS... você que tem contribuído para a obra NACIONAL... você que tem contribuído para a obra de missão MUNDIAL através da igreja METODISTA... eu gostaria de conclamá-lo nesta noite... A DAR DE SI CADA VEZ MAIS para a obra missionária... porque vale a pena... meus irmãos... a ALEGRIA do Senhor é a nossa fo rça... a alegria que nós temos em SERVIR ao Senhor... em se DOAR ao Senhor... como bom metodista que foi levantado para reformar a nação...

238

Sobre o êxtase ver: MENDONÇA, A. G. A volta do sagrado selvagem: misticismo e êxtase

no protestantismo do Brasil. In: Ciências da religião 2. 1984, p.17-19.

239

Talvez esteja em xeque o fato de que as sensações e sentimentos estejam mais ligados ao ato de crer do que o próprio saber intelectual.

particularmente a igreja... e espalhar santidade de Deus sobre a face da Terra.240

É interessante notar no início deste recorte do discurso uma interação com um traço marcante da Modernidade (hierarquia, ordem, submissão), pois o pregador inicia o seu argumento trazendo à memória dos/as fiéis a hierarquia religiosa a qual todos/as os/as metodistas estão submetidos/a, a saber, Deus- Instituição-Bispo. Uma vez tendo este respaldo hierárquico, cada membro da igreja é concebido como um missionário que tem a autoridade necessária para cumprir o seu dever, isto é, fazer missão. Em seqüência, tomando como exemplo o modo como Jesus envia os discípulos para o trabalho, o Rev. Y ordena àqueles/as que são servos/a de Deus, missionários/as de fato, para que dêem mais dinheiro para os trabalhos missionários da IM. Assim, quanto mais for investido na missão, Deus se alegrará e concederá forças aos/às crentes: “a ALEGRIA do Senhor é a nossa força...”. Acrescenta o autor que o/a bom/boa metodista sempre contribui, pois, assim espalhará a santidade de Deus sobre a Terra e reformará a nação e a igreja. Ou seja, ele se vale de um traço mais próximo da Modernidade para em seguida fazer uma aplicação fundamentada no imediatismo e consumismo característicos da Pós-modernidade.

Nas linhas que precedem o corpus em destaque, o pregador discorre sobre a urgência de fazer missão e convoca os/as fiéis a salvarem o Brasil, em seguida, neste último recorte, declara que os membros tem a autorização de Deus para realizarem tal empreendimento e cumprirão esta tarefa se ofertarem mais à IM em nível mundial, nacional e regional.

O que se observa, no trecho transcrito, é que há um realce demasiado com relação à missão imediata (urgente) e, um elemento novo, é a realização deste mandamento na larga contribuição financeira. É proeminente o enfoque capitalista na proposta feita pelo Rev. Y e isso denota uma interação com a Pós-modernidade no que concerne à instantaneidade das ações e ao capitalismo recente, neo-liberal, inseguro, acirrado.

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Corpus 7 e análise

vamos ficar em pé?... eu quero... cantar mais um hino... para encerrar... gostaria que cantássemos Peregrinando por sobre os montes... e pelos vales sempre na luz... Cristo promete nunca deixar-me... eis-me convosco... disse Jesus... dois nove meia... e que quero dizer à você que está aqui nesta noite... você que veio para esta festa... que a luz de Jesus possa brilhar na sua vida... que a luz de Jesus possa brilhar no teu ministério... que a luz de Jesus possa brilhar no teu ministério... que a luz de Jesus possa brilhar na sua família... e que a gente de fato possa cantar... BRILHO CELESTE... BRILHO CELESTE... ENCHA A MINHA ALMA... GLÓRIA DO CÉU... ALELUIA... SIGO CANTANDO... DANDO LOUVORES... POIS CRISTO É MEU... a obra missionária que anuncia Jesus como Salvador... e Jesus como Senhor... cantemos ao Senhor... (Peregrinando por sobre os montes... e pelos vales... sempre na luz... Cristo promete nunca deixar-me... eis-me convosco disse Jesus... brilho celeste... brilho celeste... enche a minha alma glória do céu... aleluia sigo cantando... dando louvores pois Cristo é meu - fundo musical) ( )...

(oração)

(fundo musical) (oração)

L1) Pastor Y... agradecemos a sua presença... a palavra... que Deus continue abençoando e guiando seu ministério...241

Nesta parte final da Prédica, semelhante àquilo que fora constatado na introdução, o Rev. Y suscita as emoções naqueles/as que ali congregam e, prontamente, a maioria das pessoas da comunidade responde afirmativamente com “améns” e “glórias”. O pregador faz um convite entusiasmado à igreja para cantar com fé um hino que enfatiza o cuidado e a proteção de Deus para com

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o/a crente fiel nos dízimos e ofertas, faz apelos aos/às interlocutores/as a fim de que se comprometam mais com a causa missionária e faz orações com uma música instrumental ao fundo. Destarte, há como perceber no corpus do discurso religioso a presença do individualismo, hedonismo e o entretenimento dos membros da IMSA.

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