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Para analisar as correções da professora nos textos dos alunos, selecionamos aqueles que apresentavam as orientações da professora, mas também a segunda versão, para analisarmos também as mudanças ocorridas no texto após as intervenções da professora. Em alguns deles, há anotações tanto na primeira versão quanto na segunda versão (reescrita).

Iniciaremos a análise apontando os tipos de correção feitos pela professora, a partir das correções apontadas por Ruiz (1998) e Serafini (SERAFINI 2004

apud e GASPAROTTO/ MENEGASSI, 2013). Quando a imagem não for legível,

transcreveremos logo abaixo. Ao final de cada estratégia, teceremos nossos comentários.

5.5.1 A CORREÇÃO INDICATIVA

Sobre esta tipologia de correção, Ruiz (1998) aponta ser aquela em que o professor apenas indica onde está erro do aluno, cabendo ao aluno a correção. Essas correções podem estar tanto no corpo do texto quanto na margem. Identificamos esse tipo de correção em sete textos, nos anexos, sendo que em dois textos ela realizou a correção indicativa na margem do texto e nos demais no corpo do texto.

 Correções no corpo do texto Exemplo1

Anexo D ( aluno 3 – 1ª versão)

Aqui (linha 8), a professora sublinha a forma onde está o problema. Nesse caso, grifa a forma problemática que apresenta uma repetição desnecessária de informação, mas quando apresenta as orientações no final do texto do aluno não faz qualquer observação e nenhuma orientação referente ao problema. A professora destaca que o aluno deve atentar para as margens, sugere ampliações do texto por meio de algumas perguntas, mas não há menção a respeito sobre como o aluno deve agir em relação à forma destacada no texto.

Exemplo 2

Anexo F (Aluno 4 – 2ª versão)

Transcrição

Nas linhas 5 e 6, a professora circunda a forma onde ocorre o problema, no caso, a repetição do termo “aí”, marca da oralidade em situações espontâneas de fala. Novamente, a professora circula a forma, mas no pós-texto não há menção ao problema apresentado no texto; as orientações de reescrita apontam para a atenção às margens do texto.

 Correções na margem do texto:

Exemplo 3

Anexo V (aluno 15 - única versão)

Nas linhas 2 e 7, a professora traça uma seta apontando onde está o problema. Nesse caso, repetimos o exemplo para também indicar a correção classificatória, já que este pode ser um código previamente trabalhado com os alunos para indicar problemas de paragrafação.

5.5.2 A CORREÇÃO RESOLUTIVA

Nesse tipo de correção, o professor marca no texto do aluno (corpo, margem ou sequência) o que deve ser corrigido, mas ele mesmo coloca a forma correta.

 Estratégia de correção resolutiva no corpo do texto

Ruiz (1998) aponta que as correções resolutivas com marca no corpo do texto ocorrem: por adição, substituição, deslocamento e supressão. Entretanto, na análise de nossos dados percebemos que a professora não faz somente esses tipos de correções, mas ela também corrige na própria palavra, escrevendo a forma correta em cima da escrita do aluno. Então, nomearemos essa correção de resolutiva de sobreposição.

 Adição: O professor acrescenta a forma na linha acima de onde identifica o problema. Encontramos esse tipo de resolução em apenas um texto.

Exemplo 4

Anexo B ( Aluno 2 – Versão 1)

 Substituição: O professor adiciona a forma substitutiva no espaço acima de onde o problema é identificado. Identificamos esse tipo de correção em 12 textos.

Exemplo 5

Anexo L (Aluno 8 – Versão 2)

Nas linhas 10 e 11, a professora adiciona a forma substitutiva logo acima das palavras “em grassado” e “anciosso” as grafias sugeridas.

Exemplo 6

Anexo W (Aluno 17 – 1ª versão)

A adição da palavra é feita na linha 2, na palavra “feia” por feira, para corrigir um problema de ortografia.

 Deslocamento: O professor reescreve em outra parte do texto a forma que apresenta o problema, indicando a forma que será deslocada. Não identificamos ocorrências desse tipo de correção em dos textos.

 Supressão: O professor risca a forma problemática que deverá ser suprimida do texto. Identificamos essa estratégia em oito textos.

Exemplo 7

Anexo A ( Aluno 1 – única versão)

Na linha 8, a professora indica supressão do advérbio “então”, termo repetido anteriormente.

Exemplo 8

Anexo H ( Aluno 6 – Versão 1)

Na linha 6, a professora indica a supressão da palavra “damanhã”.

Sobreposição: corrige na própria palavra, escrevendo a forma correta em cima da escrita do aluno. Identificamos essa ocorrência em 11 textos.

Exemplo 9

Anexo A ( Aluno 1 – única versão)

Na linha 4, a professora sobrepõe a letra “Q” maiúscula no lugar da minúscula.

Exemplo 10

Anexo G ( Aluno 5- Versão 1)

Nas linhas 13 e 16, a professora sobrepõe a conjunção “pois” e a letra “B’ maiúscula.

Estratégia de correção resolutiva na margem do texto: Nesse tipo de correção, o professor risca a forma problemática e escreve a resolução na direção da linha onde ocorre o problema. Não encontramos ocorrência dessa estratégia.

Estratégia resolutiva em sequência do texto: Aqui, o professor escreve, na sequência do texto do aluno, a forma alternativa à forma problemática. Também não encontramos nenhuma ocorrência desse tipo de correção.

5.5.3 A CORREÇÃO CLASSIFICATÓRIA

Nesse tipo de correção, o erro é indicado ao aluno a partir de uma classificação, previamente apresentada e discutida com os alunos. Encontramos duas ocorrências desse tipo de correção.

Exemplo 11

Anexo V (aluno 15 - única versão)

Nas linhas 2 e 7, a professora traça uma seta apontando onde está o problema de paragrafação. Acreditamos que o exemplo abaixo seja uma ocorrência de correção classificatória, já que a professora acrescenta, ao lado de uma palavra, o sinal de interrogação (?), podendo ser um sinal, previamente apresentado aos alunos, que indique a falta de alguma informação ou alguma palavra que não tenha sido compreendida.

Exemplo 12

Anexo L (Aluno 8 – Versão 2)

Nesse caso, fica claro que há falta de alguma informação, no caso, “Quem fez o parto”, porquanto, no texto na íntegra, não é citado ninguém que pudesse ser identificado pelo contexto.

5.5.4 CORREÇÃO TEXTUAL-INTERATIVA

Esse tipo de correção acrescentada por Ruiz (1998) consiste em comentários mais longos e por isso feitos na sequência do texto do aluno. Esse tipo foi utilizado na maioria dos textos (vinte) e foi mais observada na 1ª versão das produções.

Exemplo 13

Anexo A (Aluno 1 – única versão)

Exemplo 14

Anexo D (Aluno 3- Versão 1)

Exemplo 15

Exemplo 16

Anexo M (Aluno 9 – versão 1)

As intervenções transcritas em (13), (14), (15), (16), os chamados “bilhetes”, orientam para uma reescrita, na maioria das vezes, observando aspectos relacionados à paragrafação e à ampliação de texto. Discutiremos mais adiante o que nos apontam as intervenções feitas pela professora.

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