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CREDO E CRUZ: CRUZES QUE DELIMITAM ÓBITO E SEUS CREDOS EM JARDIM DO SERIDÓ/RN

Imagem 01: Cruz de Maria do Céu Gomes (Ciriaca). Jardim do Seridó/RN.

Fonte: Luana Barros de Azevedo, 22 de outubro de 2014

“Ao ver na beira do caminho uma cruz, lembrando o fim da vida de um cristão, vejo comovido pela saudade densa que envolve de cheio o meu coração ao saber que ali pereceu sem vida mais um dos nossos irmãos” (SOUZA, Otávio Machado, 2007)19.

Tradição que tem vigor, até os dias de hoje, as cruzes que se encontram na beira da estrada servem de lugar de memória e história daquele que faleceu, assim como uma forma de chamar atenção de quem por ali passa para rogar uma prece, oração ou até mesmo cautela e na hora de guiar a direção. Nesse terceiro capítulo, falaremos sobre nosso objeto de pesquisa: as cruzes que delimitam óbito, que se localizam no trecho da BR-427 que passa por Jardim do Seridó, e o imaginário de alguns familiares e conhecidos desses jacentes. Vamos ouvir histórias e memórias que ligam as pessoas falecidas às cruzes e as crenças desses familiares que deixaram essas cruzes na estrada. Vamos também ouvir o que essas pessoas têm a nos dizer quando se deparam com essas cruzes.

3.1- O espaço e as cruzes de beira de estrada

A referida monografia consiste, basicamente, em tentar entender como é formado o imaginário dos jardinenses a respeito dessas imagens de cruzes de estrada, em especial, as que

19 Uma cruz, uma história e uma estrada. Direção e roteiro de Wilson Freire. Produção Cabra Quente Filmes.

se encontram no trecho da BR 427, que passa por Jardim do Seridó/RN. Por volta de sete cruzes de pessoas que foram vítimas de acidente de trânsito, sendo elas de várias idades, desde os mais velhos, caso de Maria Helena dos Santos, setenta anos; e o mais novo, João Paulo dos Santos, vinte e poucos anos (como nos contou a moradora que reside próximo à cruz de João Paulo Santos. As datas de nascimento e óbito, encontradas na cruz, foram apagadas, o que dificultou o conhecimento da idade precisa de João Paulo dos Santos), segundo informações que veremos adiante.

Examinar essas cruzes é entender o imaginário de uma região e suas formas de lidar com esses símbolos, como elas ainda hoje se comportam sobre isso. Falar, atualmente, sobre essas cruzes, é buscar o olhar presente das pessoas sobre esse assunto. Uma das grandes missões do historiador é analisar acontecimentos do passado e, acima de tudo, entendê-los. Assim, tentaremos “resgatá-los”, procuraremos escrever sobre os olhares atuais em relação às cruzes de estrada, o que ainda permanece nesse imaginário, como as pessoas ainda reagem diante dessas heranças imaginárias deixadas por nossos antepassados. Faremos isso com base, primeiramente, no estudo e observação dessas cruzes e, posteriormente, na conclusão, com base em entrevistas concedidas por alguns moradores de Jardim do Seridó ligados, de certa forma, a essas cruzes.

Ainda hoje, passam nesses locais de cruzes e se benzem como uma forma de orar por aquela pobre alma que teve seu ciclo da vida interrompido, seja por um acidente ou por um descuido do responsável pela tragédia.

Ao analisarmos nossas fontes orais, notamos que aconteceram casos de indignação e revolta, por parte da população, contra a falta de sinalização que fazia presente na BR-427 que passa por Jardim do Seridó. Com isso, houve manifestação dos jardinenses contra caso de irresponsabilidade dos superiores legais, que não tomavam providências para dar mais segurança, com sinalizações de trânsito na rota, para alerta dos motoristas com relação às pessoas residentes dos bairros vizinhos, que transitavam por essa BR-427.

Trataremos de entender em quê consiste esse imaginário coletivo sobre essas cruzes, como essas se tratam de uma questão religiosa e cultural. A História do Imaginário é uma parte da História importante para que possamos compreender como são produzidas as imagens por uma sociedade, faremos com base nessas cruzes que delimitam óbito. Segundo Barros,

A História do Imaginário estuda essencialmente as imagens produzidas por uma sociedade, mas não apenas as imagens visuais, como também as

imagens verbais e, em ultima instância, as imagens mentais. O Imaginário será aqui visto como uma realidade tão presente quanto aquilo que poderíamos chamar de “vida concreta”. Esta perspectiva sustenta-se na ideia do que o imaginário é também reestruturante em relação à sociedade que o produz (BARROS, 2011, p. 91).

Em várias localidades do país podemos encontrar essas cruzes, mas o que nos interessa é saber como esses jardinenses a vêem, o que as mesmas significam para eles. Assim como entender o imaginário, procuraremos o significado memorialístico por trás dessas cruzes. Como esses lugares são vistos como lugares de memória e história para a população. Faremos isso com base em depoimentos orais de algumas pessoas e análises dessas cruzes, desses lugares que servem para marcar óbito.

3.2- Objetos que compõem as cruzes de estrada e seus significados

Como já foi citado no capítulo anterior, que os brasileiros são resultado de uma mistura de cultura européia, africana e indígena. E, para falar da atualidade, precisamos entender nossos antepassados. Por se tratar dessa mistura cultural e religiosa, nosso imaginário, comportamentos e crenças também são frutos dessa herança. Desde o período colonial, a religião cristã faz parte da construção ideológica, cultural e religiosa dos “brasileiros”, sendo assim, podemos entender a cruz como um símbolo cristão que nos leva a lembrar daquele que morreu na cruz, Jesus Cristo. Estas cruzes representam, de acordo com o imaginário cristão, a morte e a ressurreição, para aquele que nela crê. Ao ver uma cruz, as pessoas já fazem uma ligação desse símbolo com a morte de um cristão.

Os locais marcados com uma cruz, em sua grande maioria, representam óbito e são destinados a pedidos de orações e preces. A cruz é posta com o intuito de rogar orações para aquela alma que teve seu momento derradeiro chegado inesperadamente, não tendo tempo de se redimir e pedir perdão de seus pecados.

As cruzes que delimitam óbito ainda existem em Jardim Do Seridó e essas são pontos de memórias e orações por aqueles que passam. Demonstram uma morte inesperada, um acidente trágico, que comovem os que a veem. Herdamos dos judeus, convertidos ao cristianismo, que vieram no período colonial, o costume de erguer uma cruz no lugar de uma morte, assim como botar uma pedra ao final de uma oração. Esses costumes que existem no Brasil, de Norte a Sul, são resquícios dos costumes judaicos tidos como secretos. Além das cruzes de estradas também herdamos o costume da mortalha (roupa feita especialmente para o defunto), enterrar o corpo em terra virgem (não sendo prática frequente, atualmente), em

covas profundas, cortar as unhas dos cadáveres, todos esses são costumes judaicos na qual herdamos e alguns são presentes até os dias atuais20.

Essas cruzes que se encontram na beira da estrada são apresentadas de várias maneiras e formas. Assim como no cemitério, elas podem ser feitas de madeira, cimento, ferro, e até se encontrar em cima de uma espécie de capelinha. Em grande parte, elas aparecem nas cores brancas e azuis, tendo como maioria o mesmo significado: a representação da morte de um cristão, pelo menos para os moradores de Jardim do Seridó. Analisando a cruz como símbolo, tendo em vista o estudo simbólico de Charão (2009, p. 5-6) com base nos significados destas, podemos notar que este símbolo lembra a morte, e esta é formada por uma linha vertical, apontada para cima e para baixo, na qual podemos analisar como sendo uma referência que liga o céu à terra, ou seja, as forças divinas às forças mortais; transpassada por outra linha horizontal, que pode simbolizar o tempo terrestre vivida pelo ser, aquele tempo que leva o homem do nascimento até a morte. São pequenas observações que podem ser feitas com base nesse símbolo, uma vez que esta foi escolhida para simbolizar a vida e a morte de Jesus Cristo.

Existem vários tipos de representação de cruzes, assim como seus significados que variam. No entanto, podemos observar que elas fazem ligação ao cristianismo e sua ideia de morte. Não sabendo ao certo todos seus significados, as pessoas adotam, em sua maioria, a cruz mais comum, sendo a cruz latina: possui sua linha vertical igual à horizontal, sendo a diferença entre as duas, suas medidas, a linha vertical maior que a horizontal.

Cruz Latina– Braços mais curtos e deslocados, supõe-se ser esta a forma histórica da cruz de Cristo, usada na representação da crucificação e do crucifixo. Por seus ornamentos laterais com arvores pode ser entendida como o local onde se cruzam o caminho dos mortos e dos vivos. A cruz pode também ser interpretada como um divisor de águas da vida e da morte (CHARÃO, 2009, p. 6).

No trecho da BR-427 que escolhemos como recorte espacial, fizemos uma

observação no local das cruzes para ficarmos mais atentos aos detalhes, pois estes falam mais sobre o imaginário do que as próprias palavras ditas. Pudemos observar de perto signos que, junto às cruzes, nos dizem muito. A importância dessa observação serve como auxílio para nossas conclusões acerca da pesquisa. O imaginário, além de se valer do que as pessoas pensam sobre algo ou alguma coisa, é formado primeiramente pela imagem. Para

20 EIGER, Elaine Eiger; VALENTE, Luize. A Estrela Oculta do Sertão - Os judeus desconhecidos: Fototema, 2005,

observarmos esses símbolos, tomamos como referência a pesquisadora e historiadora Egiselda Brum Charão21, que escreveu um artigo chamado “Símbolos nos cemitérios de Taquara” (2009). A autora faz um estudo sobre os símbolos contidos nos cemitérios de Taquara, município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. É notório que os significados que giram em torno desses símbolos, de uma forma ou de outra, também são vistos em Jardim do Seridó. Sobre a importância de avaliar esses símbolos,

O símbolo é, portanto, muito mais do que um simples signo ou sinal: transcendo o significado e depende da interpretação que, por sua vez, depende de certa predisposição. Está carregado de afetividade e dinamismo. Não apenas representa, embora de certo modo encobrindo, como - também de um certo modo– realiza e anula ao mesmo tempo. Afeta estruturas mentais (CHEVALIER apud CHARÃO, 2009 p. 2).

Analisando por esse ângulo, podemos notar que o símbolo em si não só fala muito sobre um local como também pode variar de região. Por esse motivo, escolhemos ouvir depoimentos de pessoas que são ligadas a essas cruzes para poder entender se as mesmas as veem com o mesmo olhar que os demais. Ficamos atentos a todos os objetos encontrados nas cruzes, com exceção de um, o terço ou rosário. O terço simboliza contas de orações de pai- nossos e ave-marias, sendo também considerada como uma forte arma ou escudo para afastar espíritos malignos.

No contexto ritual da oração, o terço constitui base material tanto para a realização das diferentes preces em ordem e repetição adequadas, quanto para a contemplação e memorização dos episódios centrais das vidas de Jesus Cristo e Maria, conhecidos como "mistérios". Divididos tradicionalmente em "gozosos", "dolorosos" e "gloriosos" (OLIVEIRA, 2009, p. 89).

21CHARÃO, E. B.; SILVA, V. G. Simbolos nos cemitérios de taquara. In: Raízes de Taquara- XIX Encontro dos Municípios Originários de Santo Antônio de Patrulha, 2009, Taquara/RS. Simbolos nos cemitérios de Taquara. Porto Alegre/RS: Edições Est, 2009. V. 02. P. 1172-1181.

Imagem 02: Cruz que se encontra ao lado da ponte sobre o Rio Seridó. Jardim do Seridó/RN.

Fonte: Luana Barros de Azevedo, 22 de outubro de 2014

Assim como os terços, também notamos a presença das pedras perto das cruzes ou em cima de algo que fiquem próximas a essas cruzes. Segundo Manoel Moura22, em regiões do Rio Grande do Norte e no Seridó, é comum o hábito de se colocar pedras nas cruzes de estrada, como forma de lembrar da pessoa. Essas pedras representam, em sua maioria, contas de orações, ou seja, cada pessoa que por ali passa, faz uma oração, ou uma prece, e bota uma pedrinha. Herdamos esse costume do judaísmo, que tem essa tradição de colocar pedra sobre o túmulo para lembrar da pessoa que se foi.

Imagem 03: Casinha/cruz de Maria Helena dos Santos. Jardim do Seridó.

Fonte: Luana Barros de Azevedo, 30 de agosto de 2014.

Pesquisamos em Jardim do Seridó sobre o que as pessoas pensavam dessas pedras, e os mesmos tinham esse mesmo olhar sobre elas e, segundo Sebastião Arnóbio de Morais

Isso é mais uma... um costume, é uma crendice das pessoas que... Eu acredito que todo mundo deve passar ali, é... deve botar uma cruizinha [ele quis dizer “pedrinha”] ou pode isso também está ligado à contagem das orações, porque, por exemplo, nós temos o terço, que é um bocado de contas num cordão ou rosário e esse terço teve origem por que os monges antigo eles contavam as orações com pedrinhas, depois foi que começou a botar uma semente um cordão... etc, e foi evoluindo. Então pode ser também que essa pedrinha possa representar “eu rezei essa oração, botei uma pedrinha” (MORAIS, 13 de out. de 2014).

Não muito diferente do que Morais nos falou, o padre23 Emanuel Medeiros de Araújo, pároco de Jardim do Seridó nos diz que

Muitas vezes as pessoas até se aproxima das cruzes que tem nas beiras das estradas, num é?! Faz uma oração naquele momento e coloca uma pedrinha como um sinal de que alguém passou por ali, fez uma oração e se lembrou daquela pessoa que tenha falecido naquele lugar (ARAÚJO, 13 de out. de 2014).

Outro símbolo presente nas cruzes, seja pregada, junta ao terço, ou até mesmo próximo, são as rosas. As que encontramos eram artificiais, de cores, basicamente, claras e tendo seu caule de cor verde muito vivo. Elas aparecem nos tons rosa, amarela, lilás, branca e/ou azul. Podemos notar que essas cores representam paz, fazendo nos pensar que são escolhidas com o intuito de libertar aquela alma que ali se encontra.

As rosas têm um significado antigo que podem representar pureza e uma provável crença na ressurreição. Pudemos notar que as pessoas escolhem as rosas artificiais, pois essas duram mais e ainda assim permanecem com o mesmo significado das naturais.

Na antiguidade era símbolo de dedicação aos mortos. No cristianismo antigo associada com a cruz, a rosa era símbolo de discrição, nos textos sagrados acompanhada pelo verde constitui um símbolo de regeneração e renascimento místico quando associada ao sangue. Na Idade Média era atributo das virgens e evocava Maria, a alma, o coração e o amor (CHARÃO, 2009, p. 2).

Como já citamos acima, essas rosas são postas coladas à cruz ou em um lugar próximo, no entanto, numa cruz em especial (a cruz de Valdecir Bráz dos Santos- imagem abaixo) encontramos um jarro com rosas dentro, e este também tem sua representação, na qual diz respeito a

23 ARAÚJO, Pe Emanuel Medeiros de, 41 anos, UMA CRUZ NO MEIO DO CAMINHO: O IMAGINARIO

JARDINENSE SOBRE AS CRUZES DE UMA ESTRADA: depoimento. Universidade Federal do Rio Grande do Norte- Campos Caicó: Monografia. Entrevista concedida a Luana Barros de Azevedo

O recebimento e o acolhimento. O vaso de argila é ainda símbolo do corpo, que é o recipiente onde está contida a alma. Quando se coloca o conteúdo de um vaso em outro esse ato simboliza a reencarnação da alma. A flor

simboliza a coroação final, do essencial, está também associada a alma do falecido. Portanto (...) significar a transposição da alma do corpo para o vaso do ente que se foi, estando a mesma representada pelas flores (CHARÃO, 2009, p. 11).

Imagem 04: Cruz de Valdecir Bráz dos Santos. Jardim do Seridó.

Fonte: Luana Barros de Azevedo, 22 de outubro de 2014

Em alguns lugares, nesse mesmo trecho, é notória a presença de casinhas que as pessoas fazem no lugar de deixar apenas a cruz, mas, vale salientar que as mesmas ainda contém, em seu topo, uma cruz branca. Essas casinhas, contem paredes e telhado. São feitas de cimento e suas telhas de barro. As casas são basicamente na cor branca e não se diferenciam das demais cruzes, pois estas também contem terços, pedras e flores. O significado que encontramos para justificar é que

A casa, como a cidade e o templo é o centro do mundo: a imagem do universo e significa o ser interior, pois a sua estrutura interna comporta os estados da alma (o inconsciente e a elevação espiritual). As várias conotações interpretativas sugeridas por esta representação, leva ao conjunto da escultura que é a representação da ascensão de Deus. Onde no imaginário coletivo a alma se eleva ao céu após uma vida terrena de crença e obediência em Deus (CHARÃO, 2009, p. 4).

Ao analisar essas casas, pudemos notar que as mesmas também foram feitas com o intuito de que possa ser possível acender velas dentro delas, assim, o vento não poderá apagar e não ocasionar desastres, como incêndios.

3.3- As cruzes e seus personagens

Nessa parte do nosso capítulo, fazemos valer das memórias que nos foram compartilhadas de alguns jardinenses sobre essas cruzes de estrada. Anterior a essa parte da pesquisa, procuramos primeiramente entender o significado dos símbolos para que entendamos o que as pessoas pensam a respeito deles. O que pode-se notar foi que não precisa, necessariamente, ter o conhecimento do significado real daquele determinado símbolo, mas sim, o conhecimento deste significado apenas em olhar para o objeto e logo fazer uma ligação. Pois esses significados são passados por gerações, através da oralidade.

Exemplo do que foi citado, usaremos o significado das rosas, que são mencionadas acima. Elas, como já foi dito, são símbolos antigos que significam regeneração. Para as pessoas que atualmente as deixam em lugares de óbito, nem sempre tem esse conhecimento, no entanto ligam as mesmas à algo natural, vindo da terra e suas cores também podem significar muito, como as claras, que ajudam a compor o seu significado de pureza.

Tendo conhecimento disso, traçamos caminhos diversos da oralidade, variando entre o padre da cidade, o secretário da paróquia (grande conhecedor da história de Jardim do Seridó) a filha de uma vítima e uma jardinense que mora próxima a uma cruz e acompanhou todo o acidente de um rapaz.

Valendo dessas histórias que são transmitidas oralmente e tradições, podemos entender como sendo ainda hoje mantida essa construção de cruzes no lugar de óbito, sendo notória a sua importância. Perguntamos ao padre Emanuel Medeiros de Araújo, de Jardim do Seridó, o significado dessas cruzes para a Igreja Católica, uma vez que esta é influenciadora desse imaginário. O mesmo nos respondeu

A cruz é um sinal de contradição, num é?! Mesmo sendo um sinal de morte, para a igreja, ela é sinal de salvação porque através da crucificação de Cristo é que nos foi revelado esse testemunho máximo de amor, de um deus que deu a própria vida pela salvação do mundo e de todos os homens e mulheres. Então, por meio da cruz, ou seja, da morte de Cristo na cruz, veio à vida para a humanidade, então é sinal de salvação (ARAÚJO, 13 de out. de 2014).

A ideia na escolha para a cruz como símbolo de morte ainda consiste no mesmo significado que os demais a vêem: a ligação com a morte de Cristo. Mas não se trata somente de morte, mas sim também de morte e salvação. Todos os objetos que rodeiam a cruz também são ligadas a elas até mesmo no quesito salvação, como pudemos ver.

Mesmo sendo antigo, o significado que liga à cruz faz parte do imaginário de todos os que se dizem cristãos

Ela é símbolo do cristianismo pelo mundo inteiro, pois remete à morte de Jesus Cristo. A cruz é também um marco temporal na história, pois sinaliza uma passagem da escuridão para a luz, do paganismo para o cristianismo, divide a mudança do mundo dos vivos para o mundo dos mortos. Tanto é assim que nos túmulos a inscrição da data do nascimento é sinalizada por

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