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e o crescimento do Cinema no Brasil.

No documento PET 2º ano Vol III (páginas 136-138)

No início, os filmes eram de caráter documental. Em 1908, o cineasta luso-brasileiro António Leal apresenta sua película Os Estranguladores, considerado o primeiro filme de ficção brasileiro, com du- ração de 40 minutos. Anos depois, em 1914, foi exibido o primeiro longa-metragem produzido no país pelo português Francisco Santos intitulado O Crime dos Banhados, com mais de duas horas de duração.

Entretanto, após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ocorre uma crise do cinema brasileiro, o qual fora dominado por produções estadunidenses (cinema de Hollywood), enfraquecendo assim, o cinema nacional.

Por conseguinte, na década de 20 e 30 o cinema brasileiro atinge grande expansão com as publica- ções das revistas de cinema Para Todos, Selecta e a Cinearte e ainda com produções que se espalham por vários cantos do país denominado os ciclos regionais.

Foi na década de 30 que foi criado o primei- ro grande estúdio cinematográfico no Brasil: a “Cinédia”.

As produções mais importantes dessa época foram: Limite (1931), de Mário Peixoto; A Voz do Carnaval (1933), de Ademar Gonzaga e Humberto Mauro e Ganga Bruta (1933) de Humberto Mauro.

Figura 4 - Cena de Moleque Tião, que teve como protagonista o célebre ator Grande Otelo.

Disponível em: <http://www.afreaka.com.br/notas/grande-otelo-e- representatividade-negra-brasil/>. Acesso em: 25 de jun. de 2020.

Criação da Vera Cruz

Em 1949 foi criado o estúdio Vera Cruz, baseado nos moldes do cinema americano, em que os produto- res buscavam realizar produções mais sofisticadas. Mazzaropi foi o artista de maior sucesso do estúdio.

A Vera Cruz representou um marco na industrialização da cinematografia nacional. Nessa época, tem destaque o filme O Cangaceiro (1953), o primeiro filme brasileiro a ganhar o festival de Cannes.

Em 1950 foi criada a primeira emissora de televisão do Brasil, a Tevê Tupi, e muitos atores da Vera Cruz pas- saram a atuar na Tupi. No ano de 1954, quando a Vera Cruz faliu, surge o primeiro filme brasileiro a cores: Destino em Apuros, de Ernesto Remani.

De caráter revolucionário, o cinema novo se consoli- dará nos anos 60, focado nas temáticas de cunho social e político. Na década de 1950, já foram produzidos fil- mes considerados precursores do Cinema Novo, como Rio 40 Graus, de Nelson Pereira dos Santos.

Do cinema novo destacam-se as produções do ci- neasta baiano Glauber Rocha: Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1968).

Cinema Marginal ou “Udigrudi”

Mais tarde, em fins da década de 60 e início dos anos 70, surge o cinema mar- ginal denominado também de “Údigrudi” (1968-1970). As maiores produtoras dessa vertente foram “Boca do Lixo”, em SP e “Belair Filmes”, no RJ.

Essas produções estavam bastante alinhadas com o movimento de contracul- tura, ideologias revolucionárias e também com o tropicalismo, movimento musical que ocorria na mesma época. Sofreu gran- de censura por parte do regime militar que se instaurava no país.

Essa vertente foi baseada no cinema ex- perimental de caráter radical. Um filme de grande destaque foi O Bandido da Luz Ver- melha (1968), dirigido por Rogério Sganzerla.

Criação da Embrafilme

Em 1969 é criada a Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes) que permanece até 1982. Fundada em pleno contexto da ditadura militar, o governo apoia a ideia, com a finalidade usar o cinema como uma importante ferramenta de controle estatal. Nesse contexto, o Estado financia as produções cinemato- gráficas, dando espaço para as produções nacionais.

Crise do Cinema Brasileiro

Com a chegada do videocassete nos anos 80, a proliferação de locadoras marca essa década no país. Nesse momento, o fim da ditadura e o despontar de uma crise econômica, leva o cinema nacional a sofrer um grande declínio.

Figura 6 - Cena de O bandido da luz vermelha (1968) Figura 5 - Cartaz e sinopse de O cangaceiro (1953), de Lima Barreto

Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/ filme-15751/>. Acesso em: 23 de jun. de 2020.

Assim, os produtores não tinham dinheiro para produzir seus filmes, e os espectadores, da mesma forma, já não tinham condições para assisti-los.

Na década de 80 merecem destaque O Homem que virou suco (1980), de João Batista de Andrade, Jango (1984), de Sílvio Tendler e Cabra marcado para morrer (1984), de Eduardo Coutinho e Pixote, a lei do mais fraco (1980), de Hector Babenco.

No final dos anos 80, é lançado documentário Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado, que também marcou épo- ca. Confira, se puder, esse importante curta-metragem, de 13 minutos, aqui: https://www.youtube.com/watch?v= RRady6kla34.

Com a chegada de Fernando Collor no poder, a crise se agrava. Além das privatizações, o novo presidente extingue o Ministério da Cultura, e acaba com a Embrafilme, o Concine e a Fundação do Cinema Brasileiro.

Cinema de Retomada

Assim, foi somente na segunda metade da década de 90 que o cinema ganha força, com a produção de novos filmes. Esse período ficou conhecido como “Cinema de Retomada” depois de anos imersos na crise. A partir disso, a produção de filmes cresce e são criados diversos festivais no país.

É criada também a Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual, sendo implementada uma nova legislação, a “Lei do Audiovisual”.A partir de 1995, o cinema brasileiro começa a sair da crise com a produção do filme Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (1994) de Carla Camurati, o primeiro realizado pela Lei do Audiovisual.

Nessa década, merecem destaques as produções O Quatrilho (1995), de Fábio Barreto e O Que é Isso Companheiro? (1997), de Bruno Barreto.

No documento PET 2º ano Vol III (páginas 136-138)