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5 Aplicação da Especificação na CEMIG – Software SIMTREDE

5.5 Criação de cenários para treinamento

A criação de cenários variados de treinamento seria sempre realizada com base em casos do tipo 1. Utilizando as informações gravadas de situações reais em um arquivo deste modo, o instrutor (nos modos 2, 3 ou 4) ou o próprio treinando (apenas na modalidade 2) poderiam excluir, incluir ou alterar a condição dos equipamentos, os valores das grandezas ou a seqüência dos acontecimentos, simulando a resposta do SEP ou criando exercícios para uso posterior. Todas estas mudanças poderiam ser feitas durante a própria execução do exercício, por ação de um usuário, ou previamente, através da inclusão de eventos. Esta segunda alternativa seria mais conveniente para situações em que houvesse várias alterações em intervalo pequeno.

A partir da interface para visualização e edição das informações detalhadas dos casos gravados, apresentada na Figura 5.9, seria possível acessar as telas para cadastro de eventos condicionais, determinísticos e probabilísticos. Cada um destes poderia ser incluído conforme o modo de simulação, de acordo com exposto no capítulo 4. Poder-se-ia, ainda, verificar o estado de todos os pontos (analógicos, digitais, medidos, calculados, etc.) e dos dados previstos (programa de geração e previsão de carga).

Figura 5.9 – Tela de visualização e edição das informações dos casos gravados

Ainda com relação a esta última tela, destacam-se as possibilidades de proteção do arquivo, para evitar sua alteração ou exclusão acidental, indicação do modo de simulação a que se refere e liberação do caso para utilização em treinamentos. Esta opção seria bastante útil para a criação de exercícios complexos, especialmente dos tipos 3 ou 4, para os quais exige-se um longo tempo de preparação.

A duração do arquivo também poderia ser aumentada ou diminuída, através da alteração de seu término. A primeira opção seria permitida apenas para os casos do tipo 3, e consistiria simplesmente em uma prorrogação do período de execução de cálculos de fluxo de potência. Com relação à diminuição, não haveria restrição de modo, já que ela seria realizada pela exclusão dos eventos que ocorreram fora do novo intervalo definido.

A inclusão de eventos determinísticos, probabilísticos e condicionais seria feita a partir de telas distintas, mas bastante parecidas. A Figura 5.10

representa uma destas telas, a de eventos determinísticos. Seria necessário indicar o tipo de acontecimento (alteração de pontos analógicos, digitais / outros ou mensagens), a estação, o ponto, o estado ou valor desejado, o modificador associado (caso houvesse) e o instante da mudança (hora – instante absoluto ou tempo – diferença relativa ao início da simulação).

Como exemplos de eventos analógicos, digitais e outros, podem-se citar, respectivamente, a variação de alguma grandeza elétrica medida em uma estação, a abertura de um disjuntor ou o estado desejado para um disjuntor na preparação para restabelecimento.

Figura 5.10 – Tela para inclusão de eventos determinísticos

As telas para eventos condicionais e probabilísticos possuiriam, como principal diferença em relação à da Figura 5.10, algumas informações específicas, como as condições necessárias para o acontecimento

(cadastradas de forma similar à dos ECE e limites de proteção) e a probabilidade desta ocorrência (percentual relativo a cada evento), respectivamente. Por serem bastante semelhantes à da Figura 5.10, estas duas telas não são apresentadas aqui.

Na tela de verificação e alteração do estado dos pontos, acessada a partir da tela da Figura 5.9 e mostrada na Figura 5.11, o usuário poderia conferir o valor ou a condição de cada grandeza medida ou calculada, a qualquer instante da simulação. Para isso, bastaria escolher a estação e o momento desejados e localizar a informação. Esta funcionalidade facilita a reconstituição do cenário de operação a qualquer tempo, permitindo, inclusive, que se analisem as alterações necessárias para a criação de um cenário desejado, a serem implementadas na forma dos eventos já citados.

Figura 5.11 – Tela de visualização do estado dos pontos

A opção “Dados previstos”, da Figura 5.9, levaria a uma tela em que o usuário poderia verificar o programa de geração para cada usina, de 15 em 15 minutos, da mesma forma que no SSC real. Deve-se poder, também, consultar

a carga prevista para cada uma das regionais que compõem a rede operada pelos despachantes. Esta tela é apresentada na Figura 5.12.

Figura 5.12 – Tela para visualização dos dados previstos e programados

Cabe ressaltar que os dados previstos não seriam utilizados pelo simulador para alteração automática da geração ou variação da demanda do sistema. Estas informações serviriam apenas para complementar a representação do cenário de operação para o despachante, que acompanha normalmente estas previsões como forma de se inteirar do comportamento esperado da carga e das mudanças que deverá fazer na potência ativa das usinas.

A demanda do sistema elétrico seria modelada de acordo com o descrito no item 4.2.3. Para o cálculo do consumo do SEP simulado, seria utilizada uma tela específica, mostrada na Figura 5.13. Quando o usuário escolhesse uma determinada estação e definisse se desejaria trabalhar com as curvas de um dia útil, sábado ou domingo, seriam apresentados a lista de cargas correspondente (transformadores de distribuição e linhas conectadas direta ou

indiretamente a consumidores) e o valor normalizado, integralizado a cada 15 minutos, das potências ativa e reativa. Os montantes poderiam ser alterados conforme o usuário desejasse e, a cada mudança, seria exibido também um gráfico representativo, para melhor visualização.

Na inicialização da simulação, o DTS deve calcular a demanda em cada barra, comparando os valores do instante inicial com as curvas e, a partir daí, poderia determinar as variações, usando como referência o gráfico normalizado. Deve-se poder, também, informar o percentual de variação, que seria utilizado para conferir à carga um comportamento mais próximo do real, ou seja, seriam criadas oscilações sucessivas em torno do valor apresentado na curva, cuja amplitude máxima seria igual ao montante especificado.

Figura 5.13 – Tela para ajuste da carga das barras

Com as opções apresentadas, o instrutor ou o próprio treinando poderiam criar vários cenários diferentes no simulador, o que proporcionaria diversas situações distintas de treinamento.

5.6 Conclusões

Neste capítulo, a especificação funcional proposta no capítulo 4 foi utilizada para a concepção de um DTS que atendesse às características e às necessidades do Centro de Operação do Sistema da CEMIG. Esta tarefa deu origem ao software SIMTREDE, cujas principais telas e funcionalidades foram descritas.

O detalhamento apresentado constitui-se em uma especificação de um simulador de treinamento para os despachantes do COS da CEMIG. O conteúdo aqui descrito pode ser utilizado como base para o desenvolvimento e a implementação da ferramenta no centro desta empresa.

A apresentação dos detalhes do SIMTREDE, juntamente com algumas de suas telas, encerra o ciclo de análise, definição e aplicação prática dos requisitos funcionais de um simulador para treinamento para despachantes de Centros de Controle de Geração e Transmissão.

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CONCLUSÕES E PROPOSTAS DE