• Nenhum resultado encontrado

A criatividade, para o presente trabalho, é a capacidade de gerar soluções novas e apropriadas para problemas existentes (AMABILE, 1997). Além disso, condiz com

capacidade de gerar ou reconhecer ideias que apresentem potencial para virar produtos ou serviços (WARD, 2004).

O estudo da criatividade é realizado mediante a perspectiva de análises dos processos cognitivos. Em destaque, é relevante mencionar os trabalhos de Piaget, realizado com crianças, e Gruber, com adultos. Para este último pesquisador, que estudou minuciosamente a vida de Charles Darwin, a "pessoa pensadora integral" possui "subsistemas interagentes". Um subsistema envolve a organização do conhecimento. Uma pessoa criativa busca relacionar vários fatos e teorias dispersas em sua área de interesse com o propósito de chegar a uma síntese coerente e abrangente do tema pesquisado (GARDENER, 1999). É possível observar que a história da humanidade é repleta de pessoas criativas que, de modo gradual e incessante, buscaram novos caminhos a explorar, gerando inovação a partir do "possível adjacente", expressão cunhada por Stuart Kauffman para designar tanto os limites quanto o potencial criativo de mudança e de inovação (JOHNSON, 2011).

A visão cognitiva estabelece as ideias como sendo parte de um processo de operações mentais baseadas em estruturas de conhecimento já existentes. Esses processos podem ser estudados em relação à combinação conceitual, à analogia e à formulação inicial do problema e podem ser aplicados ao ramo do empreendedorismo (WARD, 2004).

Trabalhos com a combinação conceitual evidenciam que quando dois conceitos ou imagens separadas são fundidas em uma unidade, novas propriedades podem emergir que não estavam presentes nos componentes individuais, sendo o efeito mais forte para conceitos divergentes. Esse conceito pode ser útil para desenvolver novos produtos ou mercados. Já o processo de analogia ou mapeamento de um conhecimento de domínio familiar para um de menor familiaridade é muito usado em áreas como a ciência, a música, as artes e a literatura. A analogia pode ser praticada no campo do empreendedorismo, uma vez que um novo empreendimento pode ser inspirado e gerenciado em modelos de negócios e de gestão anteriores que obtiveram êxito. Por sua vez, a formulação do problema influencia a abordagem que as pessoas adotam para resolver as adversidades e impacta no sucesso da resolução de problemas. Nota-se que os problemas podem ser definidos com sendo concretos ou abstratos. Os problemas concretos tendem a ser vistos com mais familiaridade e menos novidade. Desse modo, conhecendo-se o objetivo de uma pessoa em relação à novidade ou à familiaridade tolerada, pode-se facilitar a definição da melhor abordagem a ser usada para a obtenção de soluções (WARD, 2004).

É fantasioso presumir que indivíduos desenvolvem suas ideias de modo isolado. A formação de novas concepções ocorre devido a um processo de interação social, de discussão e interpretação (DIMOV, 2007a). A promoção ou inibição da atividade criativa varia de uma cultura para outra, de uma área para outra e no interior de uma mesma comunidade (LUBART, 2007). De fato, pesquisas realizadas sugerem que regiões que apresentam grande heterogeneidade cultural e diversidade são propensas a atrair capital humano e fomentar um empreendedorismo dinâmico e criativo (DESROCHERS, 2001; LEE; FLORIDA; ACS, 2004).

Existe relação entre a criatividade e o empreendedorismo, dado que pessoas criativas tendem a encontrar novas oportunidades (FILLIS; RENTSCHLER, 2010). O ato de identificar oportunidades, característico do empreendedor, é dependente da criatividade individual (HILLS; SHRADER; LUMPKIN, 1999). Cabe referir que, Hills, Shrader e Lumpkin (1999) propuseram um modelo de cinco estágios detalhando como a criatividade pode influenciar no processo de identificação de oportunidades (Figura 4). Esse modelo é baseado nos elementos básicos de criatividade, apresentado por Csikszentmihalyi (1996): i) preparação, ii) incubação, iii) compreensão, iv) avaliação e v) elaboração. Na fase de preparação, indivíduos dependem do conhecimento prévio, mas esta preparação não é necessariamente sistêmica ou deliberada, e sim, parte da experiência de vida pessoal. Posteriormente, na etapa de incubação, os indivíduos processam a informação de modo intuitivo enquanto pensam numa determinada ideia ou visam solucionar algum problema. Em seguida, na fase de compreensão, o indivíduo tem uma epifania, uma grande revelação ou ideia. Nesse momento, o indivíduo percebe de forma consciente uma oportunidade. Já na etapa de avaliação é testada a oportunidade identificada em relação à aceitação pelo mercado, o retorno financeiro e a disponibilidade de recursos. Por fim, na fase de elaboração a descoberta criativa é atingida e um plano de negócios é feito ou o empreendimento pode ser iniciado (CORBETT, 2005; HILLS; SHRADER; LUMPKIN, 1999; WELSCH, 2004).

Figura 4- Modelo de Criatividade e Reconhecimento de Oportunidade.

Fonte: Adaptado de Hills, Shrader e Lumpkin

Observa-se que o modelo proposto por, Hills, Shrader e Lumpkin (1999) é uma adaptação do Modelo Clássico do Processo Criativo, exposto por Wallas

etapas: i) preparação, ii) incubação,

pesquisadores, ao longo das últimas décadas, trabal sugerindo outras fases, como a fase de frustração comunicação (AMABILE, 1996)

etapas, como, por exemplo, a incubação modelo de processo criativo deve ter zelo tan

entram nos processos, quanto pela natureza dos processos em si

De modo geral, é possível identificar pesquisas recentes com foco na relação entre a criatividade e o ambiente de trabalho

2007; HIRAKIMOTO; WATADA, 2012; OLDHAM; CUM

fatores como a personalidade, as habilidades pessoais, a motivação e o ambiente. Observam se, igualmente, investigações focalizadas em explorar a conexão entre a criatividade, a inovação e o empreendedorismo

2001; RUEF, 2002; SAROOGHI; 1999; WILSON; STOKES, 2005)

para tentar esclarecer, de maneira apropriada, a correlação de criatividade e de empreendedorismo.

No Brasil, encontram-

enfoque teórico, visando identificar fatores que influenciam a criatividade no ensino superior Modelo de Criatividade e Reconhecimento de Oportunidade.

Fonte: Adaptado de Hills, Shrader e Lumpkin (1999).

se que o modelo proposto por, Hills, Shrader e Lumpkin (1999) é uma adaptação do Modelo Clássico do Processo Criativo, exposto por Wallas (1926)

incubação, iii) iluminação (compreensão) e iv) verificação. Outros pesquisadores, ao longo das últimas décadas, trabalharam na extensão do modelo clássico, sugerindo outras fases, como a fase de frustração (SAPP, 1992) e fase de realização ou de (AMABILE, 1996) bem como aprofundando o estudo da natureza de algumas , como, por exemplo, a incubação (SMITH; DODDS, 1999). Cabe lembrar que um modelo de processo criativo deve ter zelo tanto pela qualidade das informações cognitivas que entram nos processos, quanto pela natureza dos processos em si (LUBART, 2007)

De modo geral, é possível identificar pesquisas recentes com foco na relação entre a criatividade e o ambiente de trabalho (DUL; CEYLAN; JASPERS, 2011; GEORGE; ZHOU, 2007; HIRAKIMOTO; WATADA, 2012; OLDHAM; CUMMINGS, 1996)

fatores como a personalidade, as habilidades pessoais, a motivação e o ambiente. Observam se, igualmente, investigações focalizadas em explorar a conexão entre a criatividade, a inovação e o empreendedorismo (FILLIS; RENTSCHLER, 2010; MUELLER; THOMAS, 2001; RUEF, 2002; SAROOGHI; LIBAERS; BURKEMPER, 2013; STEWART JR. et al., 1999; WILSON; STOKES, 2005), as quais desenvolveram modelos teóricos e argumentos para tentar esclarecer, de maneira apropriada, a correlação de criatividade e de

-se pesquisas realizadas no âmbito da psicologia cognitiva com enfoque teórico, visando identificar fatores que influenciam a criatividade no ensino superior se que o modelo proposto por, Hills, Shrader e Lumpkin (1999) é uma (1926), de quatro verificação. Outros haram na extensão do modelo clássico, e fase de realização ou de aprofundando o estudo da natureza de algumas . Cabe lembrar que um to pela qualidade das informações cognitivas que

(LUBART, 2007).

De modo geral, é possível identificar pesquisas recentes com foco na relação entre a (DUL; CEYLAN; JASPERS, 2011; GEORGE; ZHOU, MINGS, 1996), salientando fatores como a personalidade, as habilidades pessoais, a motivação e o ambiente. Observam- se, igualmente, investigações focalizadas em explorar a conexão entre a criatividade, a

(FILLIS; RENTSCHLER, 2010; MUELLER; THOMAS, LIBAERS; BURKEMPER, 2013; STEWART JR. et al., , as quais desenvolveram modelos teóricos e argumentos para tentar esclarecer, de maneira apropriada, a correlação de criatividade e de

pesquisas realizadas no âmbito da psicologia cognitiva com enfoque teórico, visando identificar fatores que influenciam a criatividade no ensino superior

(ALENCAR, 2002; BECKER et al., 2001; OLIVEIRA, 2010), nas indústrias criativas (BENDASSOLLI et al., 2009; BENDASSOLLI; BORGES-ANDRADE, 2013) e nas organizações em geral (ALENCAR, 1998).

Aborda-se na sequência a atuação da criatividade na intenção empreendedora, salientado as preeminentes pesquisas na área.

Documentos relacionados