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4.5 O Guia de M&V da ANEEL

4.5.2 Cronograma de Ações de M&V

O desenrolar das ações de M&V está previsto para acontecer no PEE segundo a figura 4.5, extraída do Módulo 8 do PROPEE.

Figura 4.5 – Cronograma de Ações de M&V

Fonte: ANEEL, 2013.

Nos subitens a seguir são relacionadas as atividades previstas a cada passo com os documentos que fazem parte do Guia de M&V da ANEEL.

4.5.2.1 Estimativa ex ante

A estimativa ex ante deve ser feita na fase de definição do projeto, quando se realiza o “diagnóstico energético” da instalação e são selecionadas as AEEs a implantar, de acordo com a análise técnico-econômica. Podem ser acrescentados outros elementos, conforme o caso específico do projeto (como efeitos interativos, por exemplo).

4.5.2.2 Estratégia de M&V

À esta mesma época (definição do projeto), com o conhecimento obtido da estrutura (equipamentos) e funcionamento da instalação, onde se compreende o uso da energia e sua relação com a rotina da instalação, devem ser definidas as bases para as atividades de M&V, como descrito a seguir:

i. Variáveis independentes ii. Fronteira de medição iii. Opção do PIMVP

iv. Modelo do consumo da linha de base

R el at ór io F in al S el eçã o D ef in içã o Projeto Apropriação (se aprovado)

A co m pa n h am en to Verificação DISTRIBUIDORA Empresa externa Estudos específicos Fiscalização Validação da M&V Estimativa ex ante Medições do período de referência Medições do período de determinação da economia Estimativa ex post Plano de M&V Relatório de M&V Avaliações de longo prazo Avaliação Final Auditoria Contábil e Financeira S G P E E Estratégia de M&V Execução In íci o do P ro je to In íci o do P ro je to

v. Cálculo das economias

A estratégia é importante nesta fase para se definir o orçamento de M&V – gastos com medidores, coleta de dados, tratamento de dados, relatórios, como também para propiciar o início do período da linha de base (medições) assim que iniciar o projeto, antes da implementação das AEEs propriamente ditas. A “estratégia de M&V” é um “Plano de M&V” sem as medições da linha de base (ANEEL, 2013).

4.5.2.3 Medições do Período de Linha de Base

Esta deve ser a primeira atividade da fase de execução, antes da implementação das ações de eficiência energética propriamente ditas. Devem ser instalados os medidores e recolhidos os dados da energia (e/ou variáveis dependentes – potência, demanda, tempo de funcionamento, fator de coincidência na ponta) e das variáveis independentes, perfeitamente sincronizados. Levantar também os fatores estáticos e dados necessários à estimativa dos efeitos interativos, se for o caso.

4.5.2.4 Plano de M&V

Concluídas as medições da linha de base e estabelecido o modelo do consumo (e demanda) da linha de base, um Plano de M&V deve ser gerado em conformidade com o item 4.5.1.1 desta dissertação.

4.5.2.5 Medições do Período de Determinação da Economia

Uma vez terminada a implantação da ação de eficiência energética, uma “verificação operacional” deve ser realizada para verificar o potencial dos equipamentos em produzir a economia projetada. Esta verificação inicial não deve ser confundida com as medições do período de determinação da economia, que lhe seguem.

Assim como no período da linha de base, devem ser feitas medições do consumo e demanda e das variáveis independentes relativas ao mesmo período.

O PIMVP recomenda que a “duração do período de determinação da economia deve ser estabelecida com a devida consideração pela duração da ação de eficiência energética e pela probabilidade de degradação da economia originalmente obtida ao longo do tempo”, (EVO, 2012).

4.5.2.6 Estimativa Ex Post

Após as medições do período de determinação da economia, e de posse dos valores realmente despendidos, pode-se calcular as economias e a relação custo benefício (RCB) realmente verificada. As demandas de energia medidas e registradas no período da linha de base e no período de determinação da economia devem ser ajustadas às condições comuns (mesmo conjunto de variáveis independentes) ou às condições fixas, normalizadas, que será o padrão do PEE.

4.5.2.7 Relatório de M&V

Feita a estimativa ex post, deve-se emitir o Relatório de M&V com seus resultados, em conformidade com o que relaciona o item 4.5.1.3 deste trabalho.

4.5.2.8 Validação da M&V

A validação da M&V é realizada pela ANEEL, a partir dos documentos enviados e auditorias in loco em alguns projetos, sorteados por amostragem.

4.5.2.9 Avaliações de Longo Prazo

Deverão ser feitas, fora do escopo de cada projeto, para avaliar a permanência das AEEs, a evolução dos valores economizados e ainda a mudança de hábitos proporcionada com as ações apoiadas pelo PEE.

4.6 Conclusões Parciais

O presente capítulo trouxe a base metodológica necessária para a avaliação dos impactos no consumo de energia elétrica provenientes da aplicação da ação de eficiência energética, que é objeto de estudo da presente dissertação de mestrado, e que será aplicada no caso de estudo, a ser tratado no próximo capítulo.

Verificou-se que o RETScreen®, em razão dos benefícios inerentes a sua utilização, a destacar: rapidez, facilidade e aceitação internacional, apresenta-se como uma solução referencial para a estimativa da viabilidade de projetos de eficiência energética. Destaca-se ainda o PIMVP e o Guia de M&V da ANEEL, tratados, e que atualmente são referências nacionais no que diz respeito à determinação da economia, quando do desenvolvimento de ações de eficiência energética.

5 ESTUDO DE CASO – SISTEMA DE ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL

5.1 Introdução

O presente capítulo apresenta um estudo de caso de implementação da AEE na Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), no qual são conhecidas a infraestrutura física do Complexo Predial da SUDAM para que, com base na metodologia proposta, no capítulo anterior, seja realizado um pré-diagnóstico energético apontando possibilidades de intervenções em eficiência energética. Em seguida, escolhida a AEE, serão analisados, com base nos dados do diagnóstico energético e nos resultados oferecidos pelo RETScreen® e pela metodologia do Guia de Medição & Verificação da ANEEL, se AEE proposta se trata de um projeto viável, do ponto de vista técnico e financeiro, e quais serão os resultados esperados e medidos, tendo em vista a plena consolidação da AEE proposta na SUDAM.