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O cruzamento é um método estatístico que consiste no cruzamento e compilação dos dados de duas variáveis dependentes, sendo útil para se fazer análises e cálculos de relacionamento entre essas variáveis em questão, como exemplo o qui-quadrado que será utilizado ainda nesse tópico.

A tabela abaixo mostrará a tabulação cruzada entre a variável “nota” e “semestre”:

Tabela 3 – Tabulação Nota x Semestre (continua)

Semestre Total Nota 6 7 8 9 10 0 Contagem 0 0 1 0 0 1 Valor Esperado 0,3 0,3 0,3 0,1 0 1 1 Contagem 0 0 2 0 0 2 Valor Esperado 0,6 0,6 0,5 0,2 0,1 2 2 Contagem 2 1 1 2 1 7 Valor Esperado 2,1 2,2 1,8 0,6 0,3 7 3 Contagem 5 6 5 2 2 20 Valor Esperado 5,9 6,3 5,1 1,7 1 20

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Tabela 4 – Tabulação Nota x Semestre (conclusão)

Continuação Semestre Total Nota 6 7 8 9 10 4 Contagem 8 6 4 2 0 20 Valor Esperado 5,9 6,3 5,1 1,7 1 20 5 Contagem 5 4 3 1 2 15 Valor Esperado 4,4 4,7 3,9 1,3 0,7 15 6 Contagem 6 6 7 1 0 20 Valor Esperado 5,9 6,3 5,1 1,7 1 20 7 Contagem 2 5 3 0 0 10 Valor Esperado 3 3,1 2,6 0,9 0,5 10 8 Contagem 2 3 0 1 0 6 Valor Esperado 1,8 1,9 1,5 0,5 0,3 6 9 Contagem 1 2 1 0 0 4 Valor Esperado 1,2 1,3 1 0,3 0,2 4 Total Contagem 31 33 27 9 5 105 Valor Esperado 31 33 27 9 5 105

Fonte: Elaborado pelo autor

Conforme os cálculos, o semestre que obteve a maior média foi o 7º (5,3) e o 10º auferiu a menor média (3,6). Como a média pode ser tendenciosa devido aos seus outliers (valor atípicos da amostra), foi feito também o cálculo da mediana para cada semestre. Através desse cálculo, os três primeiros semestres conseguiram atingir a nota 5, o 9º período obteve nota 4 e o 10º período ficou com a nota 3.

Percebe-se então que, desconsiderando o 9º e 10º período que obtiveram uma quantidade de colaboradores inferior aos outros semestres e que o restante dos períodos possui uma quantia similar de participantes na amostra, o nível de conhecimento dos alunos acerca da Educação Fiscal permanece semelhante se comparado por cada semestre selecionado para a população.

Não foi possível realizar o teste qui-quadrado nesse cruzamento, pois existem 42 células da tabela que tem o valor esperado menor do que “5”. O teste qui quadrado necessita que praticamente todos os seus valores esperados sejam maiores do que 5 para que assim o valor do “nível descritivo de significância” seja válido.

Para finalizar, será realizado o cruzamento entre as variáveis “Notas Acima da Média” e a questão 4 da parte I como também o teste qui-quadrado nessas variáveis. Os resultados estão demonstrados nas tabelas a seguir:

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Tabela 5 – Tabulação “Notas Acima da Média” x “Já cursou Educação Fiscal” Já cursou Educação Fiscal Total Nota Acima da

Média Sim Não

Sim Contagem 14 41 55 Valor Esperado 10,5 44,5 55 Não Contagem 6 44 50 Valor Esperado 9,5 40,5 50 Total Contagem 20 85 105 Valor Esperado 20 85 105

Fonte: Elaborado pelo autor

Pelo SPSS, a resposta para o teste das hipóteses através do qui-quadrado é retirada a partir do nível de significância descritivo representado pelas duas variáveis. Esse nível se encontra na terceira coluna da Tabela 5 logo abaixo (0,08):

Tabela 6 – Teste Qui-Quadrado

Valor df Sig. Assint.

(2 lados) Sig exata (2 lados) Sig exata (1 lado) Chi-quadrado de Pearson 3,075 1 0,08

Fonte: Elaborado pelo autor

Quando o nível descritivo se encontra em um valor maior que 5% (0,05), não se rejeita a hipótese nula. Todavia, quando o nível estiver menor do que os 5%, rejeita-se a hipótese nula e consequentemente não se rejeita a hipótese alternativa. Em outras palavras, a aceitação da hipótese nula afirma que não existe uma associação entre as variáveis “Notas Acima da Média” e “Já cursou Educação Fiscal”, podendo deduzir a partir disso que o desempenho dos alunos independe deles já terem cursado a disciplina de Educação Fiscal.

Como o resultado do teste deu um nível de 0,08, pode-se afirmar então que, ao nível de 5% de significância, não existe dependência entre o desempenho dos estudantes com o caso deles já terem estudado a Educação Fiscal.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como objetivo geral a análise da percepção dos estudantes de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte acerca da Educação Fiscal. A partir desse objetivo, o trabalho conseguiu concluir que poucos alunos sabiam que o curso de Ciências Contábeis disponibiliza o curso de Educação Fiscal na sua grade curricular, como também quase a metade deles não tinha ciência de que o governo federal promove o curso gratuitamente para os cidadãos. Mesmo com essa baixa quantidade de alunos que optaram por adentrar na disciplina de Educação Fiscal pelo curso de Ciências Contábeis, mais de 75% dos estudantes consideram que essa matéria é fundamental para a construção de um profissional digno e cidadão de qualidade.

Quanto aos conhecimentos, pode-se concluir então que os alunos que cursaram a disciplina de Educação Fiscal obtiveram melhores resultados do que aqueles que ainda não optaram por cursar. Enquanto os primeiros conseguiram passar pela média (nota 5) determinada pelo o autor, os segundos não alcançaram a nota mínima por 1 ponto (nota 4). Com isso, considerando que, de acordo com a pesquisa, todos os alunos já cursaram a disciplina “Contabilidade Tributária”, conclui-se também que esta última disciplina pode auxiliar na obtenção de conhecimentos acerca da Educação Fiscal, mas que somente ela não é suficiente para o aperfeiçoamento total.

Entretanto, a pesquisa demonstra também que, através do teste qui-quadrado, o desempenho no questionário (dividido entre os que conseguiram tirar nota na média 5 ou acima e os que não alcançaram) independe de o fato dos alunos já terem pago Educação Fiscal ou não. Com base nessa informação, pode-se deduzir que: ou a disciplina de Educação Fiscal disponibilizado pelo curso não está sendo eficiente e eficaz aos estudantes, ou que outras disciplinas no curso, como a Contabilidade Tributária, já podem estar implicitamente ensinando aos seus alunos acerca dos conteúdos da Educação Fiscal. Não dá para se afirmar com certeza somente com dados coletados dessa pesquisa qual das duas hipóteses pode estar ocorrendo com os alunos, devido a insuficiência de informações relacionadas a essa questão.

O trabalho também não conseguiu apresentar o teste qui-quadrado na relação das variáveis “Semestre” e “Nota”, já que para o respectivo cruzamento houve valores esperados menores que “5”. Nesses casos, recomenda-se não considerar o valor do teste pelo provável risco de o nível descritivo de significância ser inválido e consequentemente não emitir uma resposta condizente com a realidade.

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Fica evidente a partir desse trabalho que os estudantes de Educação Fiscal, mesmo possuindo uma média superior ao dos alunos que ainda não estudaram sobre, não conseguiram de fato obter um resultado que viesse a atingir as expectativas. Isso pode ser explicado através da média deles (nota 5) que ficou próxima da média dos colaboradores que ainda não cursaram a disciplina (nota 4,7). Justamente devido a essa proximidade das médias que o teste qui-quadrado mostra a existência da independência entre o bom desempenho dos alunos e o fato dos estudantes já terem estudado sobre a Educação Fiscal ou não.

Com um alto nível de percepção dos estudantes acerca da importância da Educação Fiscal, além de um nível satisfatório de conhecimentos acerca desse tema, fica claro que o governo deveria investir mais nesses alunos, promovendo o estudo da Educação Fiscal não somente no curso, mas em outros meios para que enfim eles possam estar sempre se aprofundando cada vez mais nesses conhecimentos relevantes para a vida profissional e geral.

O autor recomenda que façam novas pesquisas buscando averiguar se existe e quais são os outros fatores que estão aperfeiçoando os conhecimentos dos estudantes de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte no quesito Educação Fiscal. Recomenda-se também que se produza esse mesmo trabalho em outras universidades do Brasil ou em escolas que disciplinem a Educação Fiscal aos seus alunos, no intuito de averiguar se o curso está de fato sendo efetivo e eficaz na busca pelo crescimento da cidadania da população brasileira.

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APÊNDICE A – Pesquisa de Campo: Percepção dos discente de Ciências Contábeis da UFRN sobre o conhecimento da Educação Fiscal

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