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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANDREI LUCAS MORAES ROLEMBERG

PERCEPÇÃO DOS DISCENTES DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ACERCA DA

EDUCAÇÃO FISCAL

Natal/RN 2017

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ANDREI LUCAS MORAES ROLEMBERG

PERCEPÇÃO DOS DISCENTES DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ACERCA DA

EDUCAÇÃO FISCAL

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Ms. Marke Geisy da Silva Dantas

Natal/RN 2017

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Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Rolemberg, Andrei Lucas Moraes.

Percepção dos discentes do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte acerca da educação fiscal/ Andrei Lucas Moraes Rolemberg. - Natal, 2017.

51f.: il.

Orientador: Prof. Me. Marke Geisy da Silva Dantas.

Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Contábeis.

1. Educação Fiscal - Monografia. 2. Discente - Curso de Ciências Contábeis - Dissertação. 3. Controle social - Recursos públicos - Monografia. I. Dantas, Marke Geisy da Silva. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

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ANDREI LUCAS MORAES ROLEMBERG

PERCEPÇÃO DOS DISCENTES DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ACERCA DA

EDUCAÇÃO FISCAL

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Apresentado em: ____/____/________

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________ Prof. Me. Marke Geisy da Silva Dantas

Orientador

___________________________________________ Prof. Me. Mayara Bezerra Barbosa

Examinador

___________________________________________ Prof. Esp. Ermínio Jose Araújo de Carvalho

Examinador

Natal/RN 2017

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Dedico este trabalho aos meus pais, Giuseppe e Verônica Rolemberg, por todo o apoio e amor na minha jornada rumo à graduação.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela sua glória e graça em minha vida.

Aos meus pais, Giuseppe e Verônica Rolemberg, pelo amor e incentivo incondicional na minha formação.

Ao meu orientador, Marke Geisy, pela sua dedicação e paciência em prestar seu tempo na elaboração desse trabalho.

Aos membros da empresa júnior Acont, pelos auxílios e pelas diversões durante minha jornada acadêmica.

Aos meus amigos de curso, pela sua companhia e ajudas nas quais me fizeram chegar até aqui.

E a todos aqueles que fizeram parte da minha jornada rumo a graduação no curso, o meu sincero obrigado.

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“ ...tudo posso naquele que me fortalece”

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RESUMO

A Educação Fiscal é um instrumento imprescindível para a construção do cidadão e do profissional contábil, porém é necessário também que os acadêmicos de Ciências Contábeis tenham estímulos e empenho para estudar sobre a temática. Considerando isso, esse presente trabalho tem como objetivo a análise da percepção dos estudantes de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte acerca da Educação Fiscal. Para se chegar ao resultado da pesquisa, foram analisadas as opiniões acerca da relevância do tema abordado, assim como os seus conhecimentos sobre conteúdos disciplinados na matéria em questão. Foi utilizado também para a pesquisa o cruzamento dos dados, a fim de averiguar a relação entre os semestres dos alunos e o rendimento no teste de conhecimentos, como também o desempenho dos estudantes com o fato de eles já terem cursado a disciplina ou não. Através do cálculo amostral, 105 alunos entre o 6º ao 10º período do curso foram escolhidos aleatoriamente para representar a população da pesquisa. Os resultados indicam que os alunos possuem boas percepções acerca da Educação Fiscal e que seus conhecimentos acerca do tema são satisfatórios. A pesquisa mostra também que o desempenho dos alunos independe deles já terem estudado a matéria durante o curso ou não. Percebe-se então através desse trabalho que o governo federal deveria investir mais na Educação Fiscal aos alunos universitários de Ciências Contábeis, já que os mesmos percebem a relevância da disciplina para suas vidas, mas não possuem elevados conhecimentos sobre os conteúdos da disciplina.

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ABSTRACT

Fiscal Education is an essential instrument for the construction of the citizen and the accounting professional, but it is also necessary that the academics of Accounting have incentives and commitment to study the subject. Considering this, this present work has the objective of analyzing the perception of students of Accounting of the Federal University of Rio Grande do Norte on Fiscal Education. In order to arrive at the result of the research, it was analyzed the opinions about the relevance of the topic, as well as their knowledge about these subject’s contents. It was also used for the research the data crossing, in order to ascertain the relation between the students' semesters and the performance in the test of knowledge, as well as the performance of the students with the fact that they have already studied the discipline or not. Through the sample calculation, 105 students between the sixth and tenth period of the course were randomly chosen to represent the research population. The results indicate that students have good perceptions about Fiscal Education and that their knowledge about the subject is satisfactory. The research also shows that students' performance is independent of them already having studied the subject during the course or not. It is then perceived through this work that the federal government should invest more in Fiscal Education to university students of Accounting Sciences, since they perceive the relevance of the discipline for their lives, but do not have high knowledge on the contents of the matter.

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LISTA DE QUADROS

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Faixa Etária... 31

Gráfico 2 – Já cursou a disciplina de Educação Fiscal? ... 32

Gráfico 3 – A disciplina foi importante para o aprendizado em geral? ... 33

Gráfico 4 – Você considera necessária a disciplina de Educação Fiscal para o curso? ... 34

Gráfico 5 – Você considera que a Educação Fiscal é importante para a formação de um profissional capacitado? ... 35

Gráfico 6 – Você considera que a Educação Fiscal é importante para a formação do cidadão? ... 35

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Semestre ... 32

Tabela 2 – Avaliação dos Participantes ... 37

Tabela 3 – Tabulação Nota x Semestre (continua) ... 38

Tabela 3 – Tabulação Nota x Semestre (conclusão)... 39

Tabela 4 – Tabulação “Notas Acima da Média” x “Já cursou Educação Fiscal” ... 40

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ESAF – Escola de Administração Fazendária PET – Programa de Educação Tributária PNEF – Programa Nacional de Educação Fiscal DCC – Departamento de Ciências Contábeis

CGU – Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União TCU – Tribunal de Contas da União

CONFAZ – Conselho de Política Fazendária GEF – Grupo de Trabalho de Educação Fiscal PEF – Programa de Educação Fiscal

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 12 1.1 Contextualização e problemática ... 12 1.2 Objetivos ... 13 1.2.1 Objetivo Geral ... 13 1.2.2 Objetivos Específicos ... 13 1.3 Justificativa ... 14

2 ASPECTOS TEÓRICOS RELEVANTES ... 16

2.1 História dos Tributos ... 16

2.2 Controle Social dos Recursos Públicos ... 18

2.3 Educação Fiscal ... 21 2.4 Estudos Anteriores ... 25 3 METODOLOGIA DE PESQUISA ... 27 3.1 Tipologia ... 27 3.2 População e Amostra ... 28 3.3 Questionário ... 28 3.4 Abordagem da Análise ... 30

4 ANÁLISE DOS DADOS ... 31

4.1 Parte I - Caracterização da Amostra ... 31

4.2 Parte II – Importância da Disciplina ... 33

4.3 Parte III – Avaliação dos Conhecimentos ... 36

4.4 Cruzamento dos Dados ... 38

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 43

APÊNDICE A – Pesquisa de Campo: Percepção dos discente de Ciências Contábeis da UFRN sobre o conhecimento da Educação Fiscal ... 46

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização e problemática

Quando se fala sobre os direitos fundamentais, a Constituição Brasileira pode ser considerada como uma das mais completas, já que suas linhas constam garantias de diretos inalienáveis que tornam o Estado um ente nivelador, como deve ser a partir de sua própria definição. Sendo mais específico, a Constituição traz várias particularidades a respeito desses direitos, desde o art. 5º até o 11º, envolvendo a liberdade, igualdade, segurança, saúde, alimentação, e o ponto chave que fundamenta a pesquisa desse artigo: educação.

A princípio, esse tema é abordado pela lei maior no art. 6º, afirmando que a educação é um direito de todos, sem exceção, tendo o conteúdo mais específico a partir da Seção I do Capítulo III, quando é tratado minuciosamente sobre os direitos que os cidadãos detêm em quesito educacional. De acordo com a carta constitucional, o Estado é obrigado a promover e incentivar educação a população de forma gratuita, do ensino básico ao superior, visando o desenvolvimento da pessoa como um cidadão e profissional digno, e sendo propiciado aos indivíduos equidade para seu acesso e permanência.

No tocante a isto, a quantidade de conhecimentos já concretizados pelo homem até hoje é imensurável, e isso se deve ao fato de que as ciências estão em constante desenvolvimento dado os conceitos e as descobertas que emergem a todo instante. Essa educação pode ser dividida em vários ramos de atuação, dentre os quais podem ser citados: a educação básica, a educação alimentar, a educação ambiental, a do trânsito, e a educação fiscal.

O Brasil possui uma organização política, jurídica e administrativa bem elaborada e estruturada. Entretanto, para que fosse possível chegar a esse patamar, foi necessário criar um sistema legal complexo, extenso e detalhado. Com toda essa complexidade que foi organizado, torna-se necessário então que os seus habitantes tenham a capacidade de conseguir entender o seu funcionamento e acompanhar seus processos e, para tal, a ferramenta mais eficaz que supra esta incumbência é a educação.

O sistema tributário e orçamentário do país não fica por fora dessa complexidade, já que várias leis e regras foram implementadas para construir este grande sistema que foi optado pelo Brasil. Um país que adotou tanto uma variedade de tributos, com 5 diferentes tipos entre eles, como também vários métodos de participação popular no controle dos recursos públicos, acaba se tornando complicado até mesmo para a sociedade adquirir e

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compreender todas essas informações. Para isso, surge a Educação Fiscal com o objetivo de proporcionar a população uma compilação de explicações acerca desse sistema, além de influenciar os mesmos a atuarem como participantes na democracia que o país concede, exigindo seus direitos e praticando os seus deveres.

É justamente por causa dessa visão que a Educação Fiscal pode ser considerada até então como um instrumento de extrema relevância para o entendimento do sistema tributário/orçamentário aplicado no país e, consequentemente, para a construção da cidadania. Todavia, percebe-se atualmente que essa disciplina é pouco abordada nas escolas e universidades, assim como se há pouco interesse desses estudantes em conhecer mais sobre esse ramo educacional. A partir disso surge a seguinte problemática: no que diz respeito a importância e os conhecimentos sobre a Educação Fiscal, qual deve ser a escala de nível dos alunos de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Dessa forma, este presente trabalho tem como objetivo geral a análise da percepção dos estudantes de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte acerca da Educação Fiscal.

1.2.2 Objetivos Específicos

Como objetivos específicos, o trabalho procurará adentrar nesses seguintes focos:  Verificar se a disciplina de Contabilidade Tributária auxilia na obtenção de

conhecimentos acerca da Educação Fiscal;

 Averiguar se a disciplina de Educação Fiscal disponibilizado pela universidade está sendo efetivo com os seus ensinamentos; e

 Certificar se os alunos têm ciência de que o curso e o governo federal disponibilizam a disciplina de Educação Fiscal gratuitamente para a população.

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1.3 Justificativa

O governo federal vem, ao longo das últimas décadas, promovendo a disseminação da educação fiscal perante todos os cidadãos a partir do Programa Nacional de Educação Fiscal (PNEF), inicialmente denominado de Programa de Educação Tributária (PET). Todavia, a divulgação do programa à sociedade ou até mesmo a implementação desse ramo educacional nas escolas e universidades tem ocorrido em mínimas quantidades ou até mesmo nulas se for tratar da implementação nas escolas. Conhecimentos valiosos para a formação de um cidadão mais capacitado estão sendo despejados afora pela carência de investimentos governamentais e privados na educação fiscal, tendo em consequência a falta de informação para o povo sobre conteúdos que auxiliariam na melhor construção do país.

Já no curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a Educação Fiscal foi posta como disciplina optativa na sua grade curricular em 2013 e permanece assim até os dias atuais. De acordo com as informações coletadas pela coordenação do curso de Ciências Contábeis (DCC), a disciplina já foi aberta 8 vezes até o ano de 2017 (uma vez para cada semestre) para os alunos e somente 150 deles, durante esse período, se disponibilizaram em cursá-la.

Em se tratando do profissional contábil, a Educação Fiscal pode ser um grande instrumento para construir a mente desses e de muitos outros em busca da cidadania e profissionalismo. Levando em consideração que esses especialistas estão em constante atividade com pessoas físicas e jurídicas que possuem um fluxo grande de recursos (monetários e patrimoniais), a Educação Fiscal auxiliaria na conscientização dessas pessoas a manterem as suas obrigações tributárias em dia como também a exigirem os seus direitos como contribuintes. Esse profissional teria a função de tanto ser um canal de conhecimentos tributários e orçamentários para os seus clientes, evitando assim que empresas e pessoas físicas venham a utilizar de artifícios ilegais (sonegação fiscal, descaminho, etc) para evitar a tributação, quanto de crescer profissionalmente a partir da correta aplicação das legislações tributárias nas empresas administradas por eles.

Portanto, é notório dizer que, para se chegar a esse tipo de profissional, os acadêmicos de Ciências Contábeis precisam ter ciência da relevância que a Educação Fiscal pode proporcionar aos mesmos, como também precisam buscar ter um ótimo aprendizado com os conteúdos disciplinados nessa matéria. Com esse trabalho, o governo federal, através das universidades, poderá incentivar os alunos de Ciências Contábeis a se aprofundarem nos estudos da Educação Fiscal caso o nível de percepção e conhecimento deles venha ser baixo

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e, se esse mesmo nível for elevado, que o governo venha a investir mais nessa educação, implementando, além de cursos nas universidades, programas de apoio e capacitação a esses alunos, seja tanto no aprendizado quanto na disseminação dessa matéria a sociedade.

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2 ASPECTOS TEÓRICOS RELEVANTES

2.1 História dos Tributos

No que diz respeito à origem dos tributos, pesquisadores até então não encontraram relatos ou provas concretas da real época de seu surgimento. Holzkamp e Bacil (2015) afirmam que as primeiras evidências dos tributos podem ter sido manifestadas na época em que os “indivíduos ofereciam presentes aos deuses que cultuavam”. Entretanto, alguns estudos indicam que as suas primeiras aparições advieram ainda há muito tempo com o início das sociedades, quando as mesmas entregavam regalos aos seus líderes como forma de gratidão pelos trabalhos e serviços que os mesmos prestavam a comunidade (BRASIL, 2009). Com o passar dos tempos, as contribuições para os chefes passaram a ser compulsórias, assim como nos dias atuais.

Na época greco-romana, a possessão das terras representava a superioridade, como uma demonstração de grande poder. Com isso, surgiam guerras para a conquista e controle desses territórios por parte das grandes civilizações como a grega e a romana. Todavia, os gastos para a manutenção dos exércitos eram excessivos, fazendo assim com que fosse necessária a instituição de tributos como forma de arrecadação de receita (HOLZKAMP; BACIL, 2015).

Já na época do feudalismo, na qual se estendeu durante o período de 476 (queda do império romano) a 1453 d.C., as terras ali pertencentes foram separadas em áreas nas quais se denominavam “feudos”. Nesse período, havia uma forte subordinação para com os senhores feudais, dono das grandes terras, e os servos que utilizavam das terras dos senhores para a sua produção e subsistência.

Como bem citado por Silva e Mendes (2015), na estrutura feudal, existiam os vassalos ou servos, aqueles que utilizavam dos seus esforços em nome de um feudo e que eram obrigados a entregar a maior parte de sua produção para o dono desta terra, que no caso era o senhor feudal, em troca de proteção militar e espaço para produção própria. Pode-se perceber a partir dessa explicação que “as pessoas viviam no campo e pagavam pesados tributos aos senhores feudais na forma do produto de suas colheitas” (HOLZKAMP; BACIL, 2015, p. 3).

Já no Brasil, conforme Grzybovski e Hahn (2006), as primeiras evidências de tributo surgiram no ano de 1500, no momento em que os portugueses tomaram posse das terras e de todas as riquezas para financiar o cofre da família real portuguesa. Embora não houvesse repartições tributárias nesse período, a corte já tinha implementado as “feitorias” na colônia,

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estas que tinha a função de arrecadar, nas ocasiões, taxas para custeio das operações de reparos navais, transbordo, estivas e proteção (VITAL, 2014), similar ao exercício das alfândegas. Como o próprio Vital (2014, p. 12) explica:

Embora não possam ser consideradas repartições fiscais, as feitorias pré-coloniais são tidas como as primeiras instalações aduaneiras em solo brasileiro, com a função de controlar a exportação de bens e semoventes e de reprimir o contrabando, mas com funções arrecadatórias praticamente nulas.

A partir do ano de 1534, época das capitanias hereditárias, nasceu a primeira organização tributária responsável pela arrecadação de impostos, tributos e foros a Fazenda Real (BORDIN, 2003). Parte do que era produzido pelas capitanias tinha que ser repassado obrigatoriamente dos respectivos donatários para a corte portuguesa como uma forma de tributação.

Segundo Bordin (2003), o tributo era direito de exploração de monopólio régios, as receitas de contrato de arrendamento da cobrança de alguns tributos e os donativos que alimentavam as receitas do governo português durante período colonial no Brasil. Já os próprios donatários também tinham direito de recolher a sua parte, e para isso existiam tributos sobre moendas, marinhas e engenhos, tributos de passagem sobre a navegação fluvial, além do direito de reter uma porcentagem sobre os recursos arrecadados a coroa portuguesa (VITAL, 2014). De acordo com Ezequiel (2014), os donatários podem ser considerados como os primeiros agentes fiscais do Brasil e contribuintes, uma vez que eles eram responsáveis tanto pelo repasse dos tributos a Portugal como também pela fiscalização e arrecadação dos colonos.

Com isso, sucederam várias revoltas por parte dos brasileiros, já que o Estado arrecadava tributos com cargas altas, mas não havia a aplicação desses recursos à sociedade, como também não existiam dispositivos legais tributários que amparasse a população a pleitear sobre a sua má execução (HAHN; GRZYBOVSKI, 2006). Somente a partir do dia 12 de agosto de 1834, após a decretação do Ato Adicional, que foram pautados os fundamentos e limites do Direito Tributário Nacional. Conforme Holzkamp e Bacil (2015), “Nossa atual Constituição dedicou especial relevância ao Título que legisla sobre Sistema Tributário garantindo os direitos fundamentais ao impor os princípios constitucionais que limitam o poder estatal de tributar”.

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2.2 Controle Social dos Recursos Públicos

Para se adentrar no tema “Controle Social”, é necessário entender como a sociedade conseguiu adquirir esse direito, este manifestado através da luta e formação do Estado Democrático de Direito. Em se tratando de Estado de Direito, a sociedade é regida por uma carta magna e um conjunto de leis que estabelecem a ordem e direcionamentos a todos os cidadãos. Isso pode ser entendido a partir da explicação de Vieira (2007), que conceitua esse modelo de Estado como uma estruturação política e jurídica através da regulação e obediência da sociedade conforme as normas vigentes.

Já no final da 2ª Guerra Mundial, surgia mais “uma fórmula política, no cenário jurídico constitucional, sob a denominação Estado Democrático de Direito” (GUERRA FILHO, 2014, p. 1). Guerra Filho (2014, p. 1) esclarece em seu trabalho quais foram os fatores para a criação de mais uma concepção de Estado, a saber:

Com a adoção da fórmula política do Estado Democrático de Direito ingressaríamos em etapa histórica do constitucionalismo em que uma série de inversões se mostraram necessárias, a fim de evitar as perversões sofridas pelo Estado de Direito, constitucional, em regimes políticos autoritários e, mesmo, totalitários, que se valeram dessa forma jurídico-política para atuar, esvaziando-a de conteúdos valorativos capazes de dar sustentação à convivência respeitosa entre aqueles que compõem a sociedade, indiscriminadamente.

Nesse modelo de Estado, o povo transitou da condição de mero súdito para a de forte integrante na construção do direito (CORRÊA, 2012, p. 194), de maneira que os resultados atingiam e beneficiavam a todos de forma direta ou indireta. A Constituição Brasileira (1988) afirma - em seu art. 1º - que a república do Brasil é constituída em Estado Democrático de Direito, composta pela união dos Estados, Municípios e do Distrito Federal. O Brasil, dispondo assim desse, é integrado por um corpo social cujos representantes foram democraticamente eleitos para compor as três esferas do poder, os quais utilizarão da soberania para instituir leis, gerir a nação e julgar o que estiver em desacordo com a Constituição e as leis, respeitando em todos os aspectos os direitos fundamentais da pessoa humana.

Entretanto, a noção do “governo soberano” não anula o fato de que a sociedade dispõe também do poder dentro do Estado, evitando assim que haja o totalitarismo ou até mesmo ditadura por parte dos representantes eleitos, tal como aconteceu durante o regime militar no Brasil entre 1964 e 1985. Isto pode ser explicado pelo simples fato da Constituição (1988)

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abordar esse princípio em seu parágrafo único do 1º art., na qual diz “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta constituição”. Conforme Lock (2004, p. 125), quando a Carta Magna expressa que o povo “exerce diretamente o poder nos termos dessa Constituição”, ela não está querendo se referir a respeito do direito de voto e do exercício representativo de uma democracia, mas na disponibilidade que a população tem em se tornar membro efetivo do controle social da Administração Pública.

Segundo Pinheiro (2014), com a evolução social e política repercutida na Constituição Federal de 1988, conhecida também como Constituição Cidadã, e com a atribuição de Estado Democrático de Direito ao Brasil, surgiram duas ideias que acabam sendo inerentes a esse modelo de Estado: uma delas refere-se ao sufrágio universal ou, em outras palavras, a capacidade do cidadão em votar e ser votado, enquanto a outra trata sobre os direitos que os cidadãos tem em ter participação na fiscalização e na gestão das políticas públicas. Isso se explica na própria lei maior (1988), em seu art. 14, na qual cita a soberania popular e mostra como pode ser exercido esse poder pelo povo. Em suma, Morin (2014, p. 107) explica:

A soberania do povo cidadão comporta ao mesmo tempo a autolimitação desta soberania pela obediência às leis e a transferência da soberania aos eleitos. A democracia comporta ao mesmo tempo a autolimitação do poder do Estado pela separação dos poderes, a garantia dos direitos individuais e a proteção da vida privada.

Já se tratando de recursos públicos, ponto de interesse na Educação Fiscal, a própria Carta Magna estabelece mecanismos que dão oportunidades ao cidadão de controlar a gestão do mesmo, concomitantemente em que se condiciona os órgãos estatais a exercerem esse controle (BRASIL, 2009). A título de exemplo, no parágrafo XXXIII do art. 5º, a Constituição (1988) assegura que “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral [...]”, incluindo nesse caso até mesmo as informações pertinentes a administração dos recursos públicos. Além disso, o sistema tributário e orçamentário traz vários princípios e regras nas quais permitem que a sociedade possa ter a segurança e exercer o controle da administração tributária enquanto participante nas “decisões políticas, definindo quem vai pagar a conta e como será aplicado o dinheiro arrecadado com os tributos” (BRASIL, p. 19, 2009).

O atual sistema tributário nacional opera na função de “provedor da justiça fiscal, estabelecendo tratamento isonômico entre as pessoas, chamadas pelo fisco de contribuintes, e também como instrumento de política econômica” (REIS; PFITSCHER; CASAGRANDE,

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2012, p. 39). Em outras palavras, o Estado irá dispor da soberania para recolher recursos financeiros da população com o intuito de utilizá-los para organizar e controlar a nação tanto em quesito econômico quanto social, mantendo acima de tudo os princípios constitucionais do direito tributário brasileiro (igualdade, legalidade, isonomia, anterioridade etc.).

Como citado por Machado (2010), na situação atual das finanças públicas, raramente será visto um tributo sendo executado somente para alimentar os cofres públicos. De acordo com ele, essa alimentação poderá ser até o objetivo maior, mas não único, uma vez que o tributo também deverá ser utilizado como fonte de recursos já destinada para custeio das atividades estatais e paraestatais, estes tentando atingir aos objetivos fundamentais presentes no art. 3º da Constituição, como também em interferir na economia privada através do poder intervencionista que o tributo é capaz de efetivar. A partir da concepção de que o Estado trabalhará a fim de atingir o desenvolvimento e o bem-estar social, cabe ao mesmo utilizar da soberania para instituir os tributos e suas competências, além das modalidades de aplicação desses recursos de maneira mais eficiente e eficaz possível a sociedade.

Para isso, é imprescindível que o governo mantenha controle sobre o recolhimento e a alocação dos recursos públicos, a fim de manter essas atividades administrativas em conformidade com as legislações, além de promoverem a eficiência das mesmas como o art. 37 da Constituição (1988) exige. Essa forma de controle exercida pelo Poder Público é conhecida como controle institucional, este que é praticado, em âmbito federal, pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU), o primeiro sendo responsável pelo controle interno e o último pelo externo (BRASIL, 2009).

Não obstante, com a complexidade das estruturas político-sociais do país e também com a dificuldade que se enfrenta a partir das fraudes e corrupções, o controle da arrecadação e aplicação dos recursos públicos não deve somente se delimitar pelo controle institucional (BRASIL, 2009). Portanto, acaba sendo de extrema importância a participação conjunta da sociedade para o controle e gerenciamento dos mesmos. Em outras palavras:

“No Brasil, a preocupação em se estabelecer um controle social forte e atuante tornasse ainda maior, em razão da extensão territorial do país e da descentralização geográfica dos órgãos públicos integrantes dos diversos níveis federativos – União, estados, Distrito Federal e municípios. No caso destes, há que considerar, ainda, o seu grande número. Por isso, a fiscalização da aplicação dos recursos públicos precisa ser feita com o apoio da sociedade.

O controle social é um complemento indispensável ao controle institucional realizado pelos órgãos que fiscalizam os recursos públicos. Essa participação

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é importante porque contribui para a boa e correta aplicação dos recursos públicos, fazendo com que as necessidades da sociedade sejam atendidas de forma eficiente” [BRASIL, p. 17, 2012].

O sistema jurídico brasileiro disponibiliza vários instrumentos para a execução do controle social dos recursos públicos. Dentre eles pode-se destacar: criação de conselhos municipais; o portal da transparência dos recursos públicos; o orçamento participativo; os observatórios sociais; a participação popular nas prestações de contas. Cada um desses dispositivos pode ser exigido e exercido livremente pelos cidadãos, seguindo as normas previstas para cada instrumento.

Apesar de a legislação brasileira dispor das várias ferramentas de controle como citado anteriormente, não basta que todas elas fiquem somente no “papel”. O desafio para a sociedade é justamente pôr em prática esses mecanismos de modo a estabelecer de fato o desenvolvimento da democracia no país. Para isso, é mais que necessário que os cidadãos tenham comprometimento para aprender de modo mais aprofundado sobre as “peculiaridades históricas e políticas do sistema democrático brasileiro” (SOUZA, 2016, p. 162).

Como Corbari (2004, p. 106) ainda explica, “A exposição teórica do controle social não leva em conta o despreparo geral da sociedade, ao contrário, pressupõe uma sociedade capaz de compreender o funcionamento da máquina pública”. A democracia somente terá o seu grande impacto e seu constante funcionamento quando a sociedade tiver instrução e capacidade para atuar como um “membro” do Estado Democrático de Direito. É inegável que o desenvolvimento desse “processo democrático” demandará um investimento de ensino aos indivíduos a longo prazo (CORBARI, 2004).

2.3 Educação Fiscal

Como explanado anteriormente, o Brasil passa por um desafio em quesito educacional fiscal, na qual “a tributação e todos os seus elementos de conteúdo econômico e social ainda são tidos como desobrigados de qualquer entendimento pelo cidadão, caracterizando-se como atividade particular e interna do Estado” (GRZYBOVSKY; HANZ, 2006, p. 848). De acordo com estes autores, tanto o governo quanto os meios de comunicações divulgam minimamente explicações acerca das tributações e dos seus impactos para as empresas e a população. Ou seja, informações valiosas acerca das finanças públicas acabam sendo ocultadas para os próprios cidadãos “detentores” desses recursos. Consequentemente, “resta a condição de simples leitor do noticiário sobre elevação da carga tributária, criação de novos tributos,

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injustiças fiscais, aumento dos gastos públicos, déficit público, desvio de recursos [...]” (GRZYBOVSKY; HANZ, 2006, p. 848).

Deve-se salientar que a Carta Magna (1988) traz, no seu art. 3º, como objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; a garantia do desenvolvimento nacional; a erradicação da pobreza e marginalização; a redução das desigualdades sociais e regionais; e a promoção do bem de todos.

Assim, para que esses objetivos sejam alcançados, é imprescindível que a sociedade disponha: de um sistema tributário capaz de tributar os cidadãos segundo a sua capacidade econômica, de modo que a arrecadação seja tratada não como um ato igualitário, mas justo; de um sistema orçamentário que assegure a participação popular na sua elaboração e atuação, de forma que os tributos arrecadados sejam devidamente aplicados de acordo com as prioridades da população; e, sobretudo, de um sistema educacional de qualidade e acessível a todos (BRASIL, 2009).

Como Borges e Pereira explicam (2014, p. 440), “o processo educativo permeia todas as áreas do conhecimento e, em uma escala evolutiva, provoca o desenvolvimento de valores e atitudes nos cidadãos”, que, consequentemente, estimula a sociedade, em aspectos políticos, a absorver os princípios da cidadania e da democracia, além do processo tributário e orçamentário na qual move a máquina estatal. Dessa forma:

“No momento em que o indivíduo passa a perceber a dinâmica e a importância desses processos para sua vida, há grande possibilidade de mudança de paradigma. Fica mais explícito que o tributo é a contribuição de todos para construirmos uma sociedade mais justa, o que só será possível com o controle popular do gasto público. Essa consciência estimula a mudança de comportamento em relação a sonegar e malversar recursos públicos, atos que passam a ser repudiados como crimes sociais, uma vez que retiram dos cidadãos que mais dependem do Estado as condições mínimas para que tenham dignidade e esperança de construir seu futuro com autonomia e liberdade” (BRASIL, 2009, p. 25).

A Educação Fiscal acaba surgindo nesse contexto social, visando instruir os cidadãos sobre a importância do exercício da cidadania para a participação no funcionamento e aperfeiçoamento dos mecanismos de controle social e fiscal do Estado (BRASIL, 2015). Assim, pode-se conceituar a Educação Fiscal como um método didático-pedagógico de conscientização acerca das vertentes financeiras do Estado (arrecadação e gastos públicos), de

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modo que o aprendizado venha a inteirar e estimular tanto ao dever da contribuição quanto ao direito da participação na alocação dos recursos contribuídos.

O seu surgimento, assim como a sua evolução no Brasil, pode ser retratado a partir do Quadro 1 adaptado a seguir:

Quadro 1 - Evolução da Educação Fiscal

Ano Evento

1969

Surgem as primeiras ações educativas na área da Administração Fiscal da União com a “Operação Bandeirante”. Os agentes do fisco tinham a missão de orientar a população a

não "pagar multas", no intuito de ensinar a mesma sobre a função socioeconômica dos tributos e a importância destes na construção das obras e políticas públicas.

1970

Com a “Operação Brasil do Futuro”, a Educação Fiscal buscava chegar aos estabelecimentos de ensino. A publicação “Dona Formiga, Mestre Tatu e o Imposto de

Renda”, de autoria de Cecília Lopes da Rocha Bastos, foi amplamente distribuída nas escolas do atual ensino fundamental. No entanto, a ação foi descontinuada em 1972. 1977

A Secretaria da Receita Federal lançou o Programa “Contribuinte do Futuro”, mediante trabalho junto aos estabelecimentos de ensino e distribuição de livros e cartilhas a alunos e

professores.

1992/1994 Com a redemocratização do país, alguns estados brasileiros, como o Espírito Santo, começaram a realizar ações mais consistentes de Educação Tributária.

1996

O CONFAZ (Conselho de Política Fazendária), reunido em Fortaleza, registra a importância de um programa de consciência tributária para despertar a prática da cidadania. Na reunião seguinte do CONFAZ, em setembro, do mesmo ano, foi criado o

Grupo de Trabalho para este fim.

1998

A partir da Portaria n. º 35, do Ministro da Fazenda, é oficializado o Grupo de Trabalho e formula seus objetivos como sendo “promover e coordenar as ações necessárias à elaboração e à implantação de um programa nacional permanente de educação tributária” e

“acompanhar as atividades do Grupo de Educação Tributária nos Estados – GETE”.

1999

Tendo em vista a abrangência do Programa, que não se restringe apenas aos tributos, mas que aborda também as questões da alocação dos recursos públicos arrecadados e da sua gestão, o CONFAZ, reunido na Paraíba, aprova a alteração de sua denominação que passa

a ser Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF.

2002

É publicada a Portaria Interministerial nº 413 - MF/MEC, institui o Grupo de Trabalho de Educação Fiscal – GEF e seus representantes, além de definir as competências dos órgãos responsáveis pela implementação do Programa Nacional de Educação Fiscal - PNEF. São eles: Ministério da Educação; Ministério da Fazenda, representado pela Receita Federal do

Brasil; Secretaria do Tesouro Nacional; Escola de Administração Fazendária; Secretarias de Educação e Fazenda.

Fonte: BRASIL (2015, p. 6-8)

Como pode perceber no quadro acima, foi necessário praticamente trinta anos para que o governo oficializasse um programa de atendimento a Educação Fiscal, denominado em 1999 como Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF. Esse programa surgiu com o propósito de “promover e institucionalizar a Educação Fiscal para o efetivo exercício da cidadania, visando ao constante aprimoramento da relação participativa e consciente entre o Estado e o cidadão e da defesa permanente das garantias constitucionais” (REIS, PFITSCHER; CASAGRANDE, 2012). Por conseguinte, através do estímulo a participação

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ativa nas políticas públicas, pode-se afirmar que o programa tem como um dos focos principais o combate à sonegação, ao desperdício público e a corrupção (BORGES; PEREIRA, 2015).

Sendo um programa nacional, a sua abrangência acaba sendo extensa, de modo que o mesmo seja atendido por todos os brasileiros. Pode-se, assim, listar as cinco áreas de atuação do programa: os estudantes do ensino fundamental, dando-lhes conhecimentos básicos sobre Educação Fiscal; os estudantes do ensino médio, aprofundando mais os conteúdos da matéria em questão; os servidores públicos, sensibilizando os mesmos pela atuação do programa; os universitários, dando foco no acompanhamento do cidadão em sua vida estudantil; e a sociedade em geral, oferecendo a oportunidade para aqueles que não conseguiram aprender sobre a Educação Fiscal na fase escolar/universitária através das organizações nas quais esses indivíduos pertencem (clubes, associações, sindicatos, clubes de serviços, ONGs etc.) (BRASIL, 2009).

Já no Rio Grande do Norte, como explica Borges et al. (2013), foi institucionalizado o Programa de Educação Fiscal – PEF através do Decreto nº 13.621, de 05 de novembro de 1997. O seu objetivo, assim como o do PNEF, é de “despertar na população a consciência do que é cidadania e, assim, como reflexo, transmitir-lhe conhecimentos para torná-la apta a fiscalizar a correta aplicação dos recursos públicos” (BORGES et al., 2013, p. 41) e, segundo os mesmos autores, o programa traz como diretrizes:

1. Ênfase no exercício pleno da cidadania.

2. O tratamento das questões tributárias e de finanças públicas deve abranger os três níveis de governo.

3. Caráter de permanência.

4. Programa desvinculado de campanhas.

5. A implementação conta com o apoio do Ministério da Fazenda e do Ministério da Educação.

6. A busca permanente do controle social (participação do cidadão na gestão governamental).

7. O conteúdo programático deve ser inserido na grade curricular, de forma transversal, conforme proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais.

Vale ressaltar que, mesmo com a autonomia que os Estados possuem para elaborar e implementar os projetos de Educação Fiscal, como no caso o PEF-RN, os mesmos precisam

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estar condizentes com as propostas e diretrizes do Programa Nacional (BRASIL, 2009). Como explica na cartilha, “o PNEF funciona de forma descentralizada. Cada estado ou município, observadas as diretrizes nacionais, tem autonomia para executar o Programa de acordo com suas peculiaridades sociais, econômicas, culturais e disponibilidades orçamentárias” (BRASIL, 2015, p. 11).

2.4 Estudos Anteriores

Várias pesquisas já foram desenvolvidas a respeito da Educação Fiscal. Diversas formas foram abordadas para a obtenção de respostas que referenciam esse tema. Seguem abaixo algumas dessas pesquisas:

Silva (2011) elaborou um trabalho com o objetivo de identificar os fatores nos quais estavam dificultando os avanços das concepções acerca da Educação Fiscal, apresentadas pelo Programa Nacional de Educação Fiscal (PNEF), para o ensino fundamental e médio, além das possíveis causas para que esses fatores estejam atuando no Programa. A pesquisa conseguiu concluir que a Educação Fiscal, sendo um tema de conteúdos mais complexos, encontra dificuldade na sua abordagem para os alunos de ensino fundamental e médio por carência de investimentos no ensino básico, tanto em relação à qualificação dos próprios educadores como também na infraestrutura das escolas alvo do Programa. Em outras palavras, as escolas estão tendo problemas ainda nos passos iniciais para a formação geral e da cidadania dos seus alunos. Outro obstáculo encontrado pelo autor foi a limitação encontrada pelos grupos estaduais e municipais de educação fiscal para dar a assistência de qualidade às atividades dos professores e das escolas. De acordo com o mesmo, isso ocorre devido a baixa disponibilidade de participantes nos grupos de educação fiscal que atue exclusivamente para as devidas ações.

Já se tratando de trabalho internacional, Ramos (2011) buscou em seu trabalho averiguar a dificuldade que os contribuintes portugueses podem ter na sua relação com o sistema tributário português devido à falta da Educação Fiscal nas suas formações acadêmicas. Para isso, foram selecionados como amostra os profissionais em cardiologia e pneumologia com o propósito de se chegar a resposta da pesquisa. O autor concluiu que de fato a Educação Fiscal não é abordada em nenhum momento da grade acadêmica desses profissionais selecionados e que, consequentemente, somente a conquista do grau de ensino superior não elimina as dificuldades que os novos profissionais sentem na relação com a administração fiscal. Cerca de 70% dos componentes da amostra afirmam que sentem

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dificuldades para preencher a declaração de rendimentos, além de que metade deles praticamente não tinha conhecimentos sobre as obrigações fiscais e parafiscais do sistema tributário português.

Borges e Pereira (2014) elaboraram uma pesquisa na qual busca saber se de fato a educação fiscal consegue influenciar a eficiência na gestão dos recursos pela administração municipal. Para a análise, foi necessária a aplicação de um questionário eletrônico para a amostra de 1.804 cidadãos, a fim de conhecer o nível de conhecimento em relação à educação fiscal dos participantes. Concomitante a isso, foram coletados e analisados os dados a respeito da eficiência fiscal de 689 municípios. Através dos resultados, pode-se concluir que na prática os níveis de conhecimentos acerca da educação fiscal pelos cidadãos não influenciam a eficiência pública na gestão dos recursos municipais como também no aumento de transparência e accountability da administração pública.

Em relação à percepção da Educação Fiscal, Miranda (2015) elaborou uma pesquisa acerca da percepção dos docentes e alunos das escolas públicas do Distrito Federal que fizeram parte do Programa Nacional de Educação Fiscal. O objetivo do trabalho, de acordo com a autora, era de averiguar a percepção do público alvo citado acerca da importância da Educação Fiscal como também o nível de conhecimento dos mesmos sobre o tema. O trabalho concluiu que, em geral, o Programa de Educação Fiscal de fato expande os conhecimentos tributários e orçamentários aos seus participantes, e que, além disso, houve mudanças no discernimento dos alunos acerca dos impostos e suas finalidades a sociedade.

Nascimento e Ferreira (2016) buscaram apresentar em seu artigo uma análise da relevância que a educação fiscal tem para estimular uma consciência e cidadania fiscal a sociedade de modo geral. Para apresentar a sua teoria, os autores utilizaram de uma abordagem dedutiva através de pesquisas bibliográficas. De fato, a educação fiscal possui grande importância na formação de um cidadão capaz de ter uma relação correta e eficaz com o fisco enquanto contribuinte. Todavia, como os mesmos citam (2016), a ilicitude em âmbito fiscal não deixará de existir somente com o estimulo a educação fiscal na sociedade. O que se pode afirmar é que “grande parte do descumprimento fiscal existente nos dias de hoje está diretamente relacionado com a extrema falta de consciência fiscal por parte dos contribuintes” (NASCIMENTO; FERREIRA, 2016, p. 418).

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3 METODOLOGIA DE PESQUISA

3.1 Tipologia

É inegável afirmar que, quando se é abordada uma problemática, é necessária a busca de uma resposta para a mesma. A fim de chegar a essa resposta, é preciso que o pesquisador utilize de um delineamento que irá conduzir todas as etapas e propostas para que enfim possa se chegar ao resultado da problemática. Como explica Beuren et al. (2006, p. 76), “no rol de procedimentos metodológicos estão os delineamentos, que possuem um importante papel na pesquisa científica, no sentido de articular planos e estruturas afim de obter respostas [...]”.

Diversos autores abordam vários tipos e características de delineamentos que são utilizados atualmente em pesquisas. Segundo Beuren et al. (2006), os delineamentos podem estar caracterizados em três categorias diferentes, nas quais são:

 Quanto aos objetivos: pesquisa exploratória, descritiva e explicativa;

 Quanto aos procedimentos: estudo de caso, levantamento, pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa participante, e pesquisa experimental;

 Quanto a abordagem do problema: pesquisa qualitativa e quantitativa.

O presente trabalho pode ser caracterizado, quantos aos objetivos, como uma pesquisa descritiva, por ter “como principal objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as variáveis” (BEUREN et al., 2006, p. 81). Quanto aos procedimentos, o trabalho se encaixa como “levantamento”, uma vez que esse tipo de pesquisa se configura, conforme Gil (1999, p. 70, apud BEUREN et al., 2006, p. 85), “pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se a solicitação de informações a um grupo significativo acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes [...]”. E quanto a abordagem do problema, a pesquisa se qualifica como quantitativa, já que “a abordagem quantitativa se caracteriza pelo emprego de instrumentos estatísticos, tanto na coleta quanto no tratamento dos dados” (BEUREN et al., 2006, p. 81).

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3.2 População e Amostra

A população selecionada para a pesquisa em questão compõe-se dos alunos do 6º ao 10º período do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A escolha dessa população deu-se pelo fato de que, a partir do 6º período, há a expectativa de que todos os alunos já tenham cursado a matéria “Contabilidade Tributária”, uma vez que essa disciplina é ministrada no quinto período da grade acadêmica. No dia 25 de abril de 2017 foi coletada com a coordenação do curso a quantidade estimada de alunos para a população. A quantidade coletada foi de 340 alunos ativos.

Para o cálculo do tamanho da amostra, foi utilizada a seguinte equação:

Onde:

– Variável padronizada ao nível de confiança da distribuição; – Heterogeneidade da população;

– População – Erro Amostral

– Tamanho da Amostra

Utilizando um erro amostral de 8%, 95% de confiança para a distribuição ( ) e a heterogeneidade de 50% para a população de 340, encontra-se o tamanho de 105 alunos para a amostra da pesquisa.

3.3 Questionário

O questionário para a pesquisa em campo foi elaborado em três etapas. A intenção do mesmo é coletar informações gerais acerca dos participantes como também a opinião pessoal e conhecimentos sobre a Educação Fiscal.

Na primeira etapa da pesquisa, foi perguntado aos colaboradores a faixa etária, o gênero, assim como o semestre na qual os mesmos estão cursando. Ainda nesse estágio, foi questionado aos componentes se os mesmos já participaram da disciplina de Educação Fiscal

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no curso de Ciências Contábeis e, caso a resposta tenha sido negativa, se sabem que o curso disponibiliza a respectiva matéria aos seus alunos. O questionário também interroga aos participantes se os mesmos já cursaram a disciplina de Contabilidade Tributária. Por fim, pergunta-se aos colaboradores se eles já escutaram ou sabiam da existência do tema Educação Fiscal e se tinham ciência de que o governo disponibiliza o curso gratuitamente para todos.

Já na segunda etapa, os participantes receberam perguntas opinativas acerca da Educação Fiscal e da Contabilidade Tributária. As perguntas foram:

1. Caso você já tenha cursado Educação Fiscal, a disciplina foi importante para o aprendizado em geral?

2. Você considera necessária a disciplina de Educação Fiscal para o curso?

3. Você considera que a disciplina de Educação Fiscal é importante para a formação de um profissional capacitado?

4. Você considera que a disciplina de Educação Fiscal é importante para a formação do cidadão?

5. A disciplina de Contabilidade Tributária foi importante para o aprendizado?

Os alunos tinham que responder as perguntas de acordo com a relevância da opinião, esta escalonada em cinco opções:

Finalmente, na terceira etapa foi elaborado nove questões acerca de conteúdos da Educação Fiscal a ser respondido pelos participantes. Para a composição das perguntas, o autor utilizou da apostila III – Função dos Tributos e apostila IV- Gestão Democrática dos Recursos Públicos, estes de autoria da Escola de Administração Fazendária – ESAF, e disponibilizados gratuitamente no seu website. Em relação à modalidade de questão, sete delas foram de múltipla escolha e duas foram de verdadeiro ou falso. Sobre os conteúdos abordados nessa etapa, pode-se listar: duas questões retratavam o conceito dos tributos; duas questões sobre as funções sociais dos tributos; uma questão acerca da competência dos impostos; duas questões sobre os princípios orçamentários/tributários; uma questão sobre

Discordo totalmente Discordo mais que concordo Discordo e Concordo Concordo mais que discordo Concordo totalmente 1 2 3 4 5

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participação popular na gestão dos recursos públicos; e uma questão sobre tipos de crimes contra a ordem tributária.

3.4 Abordagem da Análise

Os dados coletados nos questionários serão analisados primeiramente de modo separado, por etapas, no intuito de conhecer melhor a característica, opinião e conhecimentos da amostra e, consequentemente, da população escolhida. Será analisado também se os alunos que cursaram a disciplina de Contabilidade Tributária obtiveram uma nota razoável na terceira etapa.

Através de cruzamento de dados, será feita uma análise sobre a relação entre as notas dos participantes e seus respectivos semestres, bem como das variáveis “nota acima da média” e “cursou a disciplina de Educação Fiscal”, com o objetivo de verificar o comportamento de associação que existe entre essas variáveis em questão.

Por fim, nos mesmos cruzamentos de dados acima, será realizado também o teste qui-quadrado, na qual corresponde a um teste de hipótese com o objetivo de encontrar o valor esperado e calculado entre duas variáveis nominais, este que permite por fim auferir a dependência entre as mesmas.

Para os respectivos testes, as variáveis “nota acima da média” e “cursou a disciplina de Educação Fiscal” serão trabalhadas para responder as seguintes hipóteses:

 Hipótese Nula (H0) – Não existe relação entre o desempenho dos participantes com o

fato deles já terem cursado a disciplina de Educação Fiscal ou não.

 Hipótese Alternativa (H1) – Existe relação entre o desempenho dos participantes com

o fato deles já terem cursado a disciplina de Educação Fiscal ou não.

A variável “nota acima da média” representará a quantidade de alunos que conseguiram atingir ou ultrapassar a nota média “5” ditada pelo autor. Em outras palavras, essa variável separará os alunos que conseguiram ter um bom desempenho dos que não tiveram.

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4 ANÁLISE DOS DADOS

O trabalho a partir de agora tratará sobre as análises feitas com base nos questionários aplicados aos alunos do 6º ao 10º período do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A coleta dos dados ocorreu durante o período de 19 a 27 de abril de 2017. Foram entregues 116 questionários, dos quais 105 obtiveram respostas e 11 foram eliminados por falta de resolução em algumas questões.

Para a análise foram utilizados os respectivos programas: Excel 2016 na compilação dos dados e apresentação de tabelas; e SPSS versão 20 para o cruzamento dos dados, assim como a aplicação do teste qui-quadrado e a apresentação dos gráficos.

4.1 Parte I - Caracterização da Amostra

Partindo da primeira pergunta acerca da faixa etária, tem-se o seguinte resultado:

Gráfico 1 – Faixa Etária

Fonte: Elaborado pelo autor

Percebe-se a partir do gráfico que a maior parte da população, levando em conta o erro amostral calculado (8%), pertence a faixa etária de 22 a 26 anos (42,86% da amostra), seguido pelas faixas “17 a 21 anos” e “27 a 31 anos” (20,95%). Somente 3 participantes (2,86% da amostra) possuem idade entre 32 a 36 anos.

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Em relação ao gênero da amostra, os dados conferem que 57,1% dos componentes são do sexo masculino e 42,9% do feminino, representando assim que, considerando que a amostra possui um erro calculado de 8%, a população está praticamente dividida de forma igualitária entre homens e mulheres.

Acerca do semestre dos alunos, têm-se os seguintes dados:

Tabela 1 – Semestre

Semestre Frequência Porcentual Porcentagem válida Porcentagem acumulativa 6 31 29,5 29,5 29,5 7 33 31,4 31,4 61,0 8 27 25,7 25,7 86,7 9 9 8,6 8,6 95,2 10 5 4,8 4,8 100,0 Total 105 100,0 100,0

Fonte: Elaborado pelo autor

Percebe-se que a amostra possui poucos alunos do 9º e 10º período (8,6% e 4,8, respectivamente). Isso se explica no fato de que a partir do 9º período os alunos passam a cursar disciplinas fora da universidade, a saber: Estágio Supervisionado; Monografia; Atividades Complementares etc. Para os outros três semestres, a amostra se mostra igualitária em relação a quantidade de participantes.

Em relação à quarta pergunta do questionário, obteve-se o seguinte resultado:

Gráfico 2 – Já cursou a disciplina de Educação Fiscal?

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Nota-se que, mesmo com a oferta da matéria “Educação Fiscal” na grade curricular dos alunos de Ciências Contábeis, apenas 20 estudantes da amostra (19,05%) optaram por cursar a disciplina. Dos 85 colaboradores que responderam “não” na pergunta anterior, somente 15 deles (17,65%) tinham conhecimento de que o curso de Ciências Contábeis disponibiliza a disciplina de Educação Fiscal na sua grade curricular. Isso mostra que: ou os alunos de fato não estão se mostrando interessados pela disciplina; ou o curso não se mostra disposto em disseminar a disciplina para os alunos.

Desses mesmos 85 participantes, apenas 8 (9,41%) deles nunca escutaram ou viram algo relacionado a Educação Fiscal na vida, e 51 (60%) não sabiam que o governo disponibiliza a disciplina gratuitamente a sociedade.

Quando se foi questionado se os alunos já cursaram a disciplina de Contabilidade Tributária, todos eles responderam que “sim”, dando assim a confiança de que praticamente todos os alunos do 6º ao 10º período já aprenderam sobre essa matéria.

4.2 Parte II – Importância da Disciplina

Como explicado na metodologia, a segunda parte ficou responsável por coletar opiniões dos participantes acerca da Educação Fiscal e Contabilidade Tributária.

Quando foi questionado aos alunos que já cursaram a disciplina de Educação Fiscal se a mesma foi relevante para o seu aprendizado em geral, auferiu-se o seguinte resultado:

Gráfico 3 – A disciplina foi importante para o aprendizado em geral?

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Dos 20 colaboradores que já cursaram Educação Fiscal, mais da metade dos (55%) concordam totalmente que a disciplina foi relevante para o aprendizado em geral, e nenhum deles discordaram totalmente acerca desse questionamento.

Já quando os alunos foram interrogados acerca da necessidade da disciplina para o curso de Ciências Contábeis, os mesmos responderam da seguinte forma:

Gráfico 4 – Você considera necessária a disciplina de Educação Fiscal para o curso?

Fonte: Elaborado pelo autor

Embora poucos alunos tenham cursado de fato a disciplina (19,05% da amostra), 66 participantes (62,86%) concordam em sua totalidade que a Educação Fiscal é necessária para os estudantes do curso de Ciências Contábeis. Considerando os que concordaram tanto totalmente quanto parcialmente, o resultado dá um total de 93 participantes, que corresponde a 88,57% da amostra. Percebe-se então que a visão dos alunos está bem otimista e relevante em relação a Educação Fiscal. Isso pode ser deduzido também quando se analisa os dados coletados da terceira e quarta pergunta dessa etapa, expressos a seguir:

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Gráfico 5 – Você considera que a Educação Fiscal é importante para a formação de um profissional capacitado?

Fonte: Elaborado pelo autor

De acordo com o gráfico apresentado referente a terceira pergunta, 95 dos participantes (90,47%) concordam totalmente ou parcialmente que a Educação Fiscal é fundamental para a formação de um profissional capacitado, enquanto somente 2 pessoas discordam na sua totalidade ou parcialidade. Já para a quarta pergunta da segunda etapa, tem-se as tem-seguintes respostas:

Gráfico 6 – Você considera que a Educação Fiscal é importante para a formação do cidadão?

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Assim como representado no gráfico acima, 98 colaboradores (93,3%) creem em totalidade ou parcialidade que a mesma disciplina é também essencial para a desenvolvimento e crescimento do cidadão, e apenas 1 pessoas discorda da referida pergunta.

Com base nesses dois resultados, é perceptível que os alunos de Ciências Contábeis, mesmos aqueles que ainda não conheceram de fato os conteúdos da Educação Fiscal, possuem uma boa perspectiva acerca desta disciplina, tanto em quesito de preparo profissional quanto em formação da cidadania.

Sobre a importância da Contabilidade Tributária para o aprendizado em geral, os alunos opinaram da seguinte forma:

Gráfico 7 – A disciplina de Contabilidade Tributária foi importante para o aprendizado?

Fonte: Elaborado pelo autor

De acordo com os dados, 101 alunos (96,19%) concordam em totalidade ou parcialidade que a disciplina de Contabilidade Tributária contribuiu consideravelmente para seu aprendizado. Pode-se deduzir, então, que praticamente todos os alunos consideram que a matéria tem grande impacto no aprendizado deles de modo geral.

4.3 Parte III – Avaliação dos Conhecimentos

Como citado previamente na metodologia, a terceira parte ficou responsável pela avaliação dos participantes acerca dos conhecimentos na Educação Fiscal. Foram questionadas 9 perguntas de conteúdos diversos acerca do tema, e a nota dada aos alunos

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estará escalonada entre 0 e 9. De acordo com o autor, a nota mínima para que possa deduzir que o aluno tenha bons conhecimentos na Educação Fiscal é “5”.

A tabela abaixo mostra os resultados dos alunos na avaliação:

Tabela 2 – Avaliação dos Participantes

Já Cursou Educação

Fiscal? Notas Frequência Porcentual

Porcentagem válida Porcentagem acumulativa Sim 2 2 10 10 10 3 2 10 10 20 4 2 10 10 30 5 6 30 30 60 6 5 25 25 85 7 2 10 10 95 9 1 5 5 100 Total 20 100 100 Não 0 1 1,2 1,2 1,2 1 2 2,4 2,4 3,5 2 5 5,9 5,9 9,4 3 18 21,2 21,2 30,6 4 18 21,2 21,2 51,8 5 9 10,6 10,6 62,4 6 15 17,6 17,6 80 7 8 9,4 9,4 89,4 8 6 7,1 7,1 96,5 9 3 3,5 3,5 100 Total 85 100 100

Fonte: Elaborado pelo autor

A tabela apresentada acima foi repartida entre os alunos que já cursaram a disciplina de Educação Fiscal disponibilizada no curso de Ciências Contábeis e os que disseram que ainda não cursaram. A “Nota” representa a quantidade de acertos que o aluno teve na III etapa do questionário. A “Frequência” explicitada na terceira coluna da tabela representa a quantidade de alunos que recebeu a nota respectiva da sua linha. A terceira coluna descreve o percentual de alunos que obtiveram a respectiva nota em relação ao total de alunos, assim como a quarta coluna. E por fim, a quinta coluna demonstra o percentual acumulado da frequência de alunos por cada nota, em ordem crescente.

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Pela análise, somente 4 colaboradores (3,8%) conseguiram tirar a maior nota e apenas 1 (1%) conseguiu errar todas as questões. De acordo com os cálculos, a média e mediana para os que estudaram Educação Fiscal foi de 5 nos dois casos, e para o que ainda não estudaram foi de 4,7 e 4, respectivamente. Esses valores revelam que, considerando o conjunto de notas obtidas, os alunos que ainda não cursaram a disciplina não conseguiriam atingir a nota mínima determinada pelo autor.

Levando em consideração ainda a nota mínima aceitável pelo autor para deduzir que o aluno tenha bons conhecimentos na Educação Fiscal, 55 estudantes (43,81%) conseguiram atingir a média exigida, representando assim que mais da metade da população, tendo como 8% de erro amostral e 95% de confiança, possuem bons conhecimentos sobre a disciplina de Educação Fiscal.

Finalmente, com base nessas informações e o fato de que todos os alunos presentes na amostra já cursaram “Contabilidade Tributária”, pode-se deduzir também que esta disciplina em questão pode auxiliar no aprendizado da Educação Fiscal, mas que somente ela não é suficiente para a capacitação dos alunos no que se trata da matéria tema desse trabalho.

4.4 Cruzamento dos Dados

O cruzamento é um método estatístico que consiste no cruzamento e compilação dos dados de duas variáveis dependentes, sendo útil para se fazer análises e cálculos de relacionamento entre essas variáveis em questão, como exemplo o qui-quadrado que será utilizado ainda nesse tópico.

A tabela abaixo mostrará a tabulação cruzada entre a variável “nota” e “semestre”:

Tabela 3 – Tabulação Nota x Semestre (continua)

Semestre Total Nota 6 7 8 9 10 0 Contagem 0 0 1 0 0 1 Valor Esperado 0,3 0,3 0,3 0,1 0 1 1 Contagem 0 0 2 0 0 2 Valor Esperado 0,6 0,6 0,5 0,2 0,1 2 2 Contagem 2 1 1 2 1 7 Valor Esperado 2,1 2,2 1,8 0,6 0,3 7 3 Contagem 5 6 5 2 2 20 Valor Esperado 5,9 6,3 5,1 1,7 1 20

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Tabela 4 – Tabulação Nota x Semestre (conclusão)

Continuação Semestre Total Nota 6 7 8 9 10 4 Contagem 8 6 4 2 0 20 Valor Esperado 5,9 6,3 5,1 1,7 1 20 5 Contagem 5 4 3 1 2 15 Valor Esperado 4,4 4,7 3,9 1,3 0,7 15 6 Contagem 6 6 7 1 0 20 Valor Esperado 5,9 6,3 5,1 1,7 1 20 7 Contagem 2 5 3 0 0 10 Valor Esperado 3 3,1 2,6 0,9 0,5 10 8 Contagem 2 3 0 1 0 6 Valor Esperado 1,8 1,9 1,5 0,5 0,3 6 9 Contagem 1 2 1 0 0 4 Valor Esperado 1,2 1,3 1 0,3 0,2 4 Total Contagem 31 33 27 9 5 105 Valor Esperado 31 33 27 9 5 105

Fonte: Elaborado pelo autor

Conforme os cálculos, o semestre que obteve a maior média foi o 7º (5,3) e o 10º auferiu a menor média (3,6). Como a média pode ser tendenciosa devido aos seus outliers (valor atípicos da amostra), foi feito também o cálculo da mediana para cada semestre. Através desse cálculo, os três primeiros semestres conseguiram atingir a nota 5, o 9º período obteve nota 4 e o 10º período ficou com a nota 3.

Percebe-se então que, desconsiderando o 9º e 10º período que obtiveram uma quantidade de colaboradores inferior aos outros semestres e que o restante dos períodos possui uma quantia similar de participantes na amostra, o nível de conhecimento dos alunos acerca da Educação Fiscal permanece semelhante se comparado por cada semestre selecionado para a população.

Não foi possível realizar o teste qui-quadrado nesse cruzamento, pois existem 42 células da tabela que tem o valor esperado menor do que “5”. O teste qui quadrado necessita que praticamente todos os seus valores esperados sejam maiores do que 5 para que assim o valor do “nível descritivo de significância” seja válido.

Para finalizar, será realizado o cruzamento entre as variáveis “Notas Acima da Média” e a questão 4 da parte I como também o teste qui-quadrado nessas variáveis. Os resultados estão demonstrados nas tabelas a seguir:

Referências

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