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O projeto de criação da Faculdade de Educação (FE) é datado de 1962, possuindo o objetivo de oferecer disciplinas pedagógicas aos bacharéis que desejassem cursar a licenciatura para atuar no ensino médio; oferecer pós-graduação em Educação; formar os professores, após o curso introdutório, para a escola elementar e normal, em três anos; formar especialistas em administração, programas e currículos, estatística educacional e em testes de medidas educacionais (BRZEZINSKI, 1997b, p. 44)

A Faculdade de Educação institui estatuto e regimento próprios no ano de 1970, a partir dos quais começa a oferecer o curso de Pedagogia sob as regulamentações das leis 5540/68 e 5692/71. O curso de Pedagogia foi reconhecido pelo decreto nº 70.728 de 19 de dezembro de 1972. As habilitações oferecidas na época abrangiam a Supervisão Escolar; Orientação Educacional; Administração Escolar; Inspeção Escolar; Magistério das Matérias Pedagógicas de 2º grau e, a partir de 1974, passou a oferecer a habilitação de Tecnologia Educacional. Segundo Menezes (1989), a Faculdade de Educação sustentava-se, em sua organização acadêmico-administrativa, em três departamentos: Planejamento e Administração (PAD), Teorias e Fundamentos (TEF) e Métodos e Técnicas (MTC). Essa estrutura organizacional prevalece na FE até os dias atuais (UNB, 2012, p. 4).

Segundo seu projeto político-pedagógico (UnB, 2012, p. 5), a Faculdade de Educação foi escolhida para sediar o I Seminário de Educação da Região Centro-Oeste,

em 1986, haja vista sua postura de vanguarda em relação a temas polêmicos da sociedade brasileira. Esse seminário tornou-se um marco para a compreensão da posição da FE/UnB no processo de reformulação do curso de Pedagogia quando foram traçados os seguintes princípios: o enfoque político, social e pedagógico do currículo; a Pedagogia no sentido global; o projeto institucional inserido socialmente, prevalecendo como tema de discussão do encontro a relação educação e sociedade; a autonomia universitária; a formação do educador e do especialista em educação.

Conforme o PPP, (UnB, 2012, p. 5), o documento gerado desse encontro solicitava prioridades curriculares e previa discussão acerca da formação do educador e de seu compromisso com a realidade social do país. Em meio a um contexto de tensões, a Faculdade de Educação da UnB implanta seu curso de Pedagogia com vistas à formação de técnicos em habilitações previstas em lei.

Posteriormente à criação de seu curso de Pedagogia, a FE cria a habilitação em Tecnologia Educacional e seu primeiro laboratório de Tecnologia Educacional; a princípio mantém uma integração com a Fundação Educacional do Distrito Federal (FEDF), de onde foi proporcionada a criação de cursos de extensão na área de formação das novas especialidades; oferecimento de cursos de assessoramento didático- pedagógico a professores de outras unidades acadêmicas, integrando-se com toda a UnB (MENEZES, 1989, p. 110).

No projeto político-pedagógico da FE (UnB, 2012, p. 6), consta a existência de visões diferentes a respeito da missão do curso de Pedagogia. Uma das visões relacionava o curso ao mercado de trabalho, com a proposição de reajustes ao curso existente e configurando uma tendência técnico-legal de abordagem do currículo. E outra visão que prezava pela formação do profissional da educação, apoiando a reformulação global do curso, em outra perspectiva de abordagem curricular. Em 1984, foi realizado o II Seminário: “A Faculdade de Educação da UnB e a formação dos Profissionais da Educação”. Desse encontro originou-se um documento com a proposta de aprofundamento dos debates em torno do curso de Pedagogia.

Em 1988 foram introduzidas mudanças curriculares no curso de Pedagogia por iniciativa do Decanato de Graduação. Esse currículo apresentava como novidade a

introdução de mais uma habilitação - Formação no Magistério para o Ensino Fundamental - junto com as já existentes. Em 1994, entrou em funcionamento o curso noturno de Pedagogia, oferecendo uma única habilitação - Magistério para Início de Escolarização, aprovado em 1997 nas instâncias superiores da UnB (UnB, 2012, p. 6).

O PPP (UnB, 2012, p. 6) da Faculdade de Educação realça que, com a implantação da licenciatura em Pedagogia, abriu-se um espaço na Faculdade de Educação para examinar as questões ligadas à formação de um aluno trabalhador que superasse as limitações observadas no currículo vigente. Baseado em uma avaliação externa em 1997, um grupo de trabalho foi instaurado para analisar o currículo em vigor na FE. Desse debate foram destacados vários aspectos que seriam objeto de reflexão sobre a formação do aluno no Curso de Pedagogia. Emerge a necessidade de passar a considerar a formação inicial em um único curso, sem distinção entre os turnos diurno e noturno. Em meio a tudo isso as políticas de formação determinaram que os créditos em disciplinas obrigatórias não poderiam ultrapassar 70% do total.

A fim de regulamentar essa política, a Câmara de Ensino Pesquisa e Extensão (CEPE) aprovou a Resolução 219/96. Devido à repercussão da Resolução, os docentes da FE reunidos em plenária decidiram proceder a uma reformulação profunda do curso, em vez de ajustes na contabilidade dos créditos. Em agosto de 1997 iniciou-se a reformulação curricular do curso de Pedagogia, por meio de diversos encontros internos da comunidade. Foi definido o quadro de referência empírica, constituindo-se grupos de trabalho para subsidiar a Câmara Setorial de Graduação. Este processo culminou na aprovação do currículo no ano de 2002, vigente até a atualidade, estando também em processo de rediscussão junto à Comunidade da FE (UnB, 2012, p. 7).

As atividades educacionais a distância na Universidade de Brasília tiveram início em pleno regime militar e intervenção na UnB, na década de setenta do século XX. A Faculdade de Educação (FE) foi pioneira neste segmento. Em 1975 criou a habilitação em Tecnologia Educacional e em 1979 estabeleceu convênio com a Open

University, com o objetivo de criação da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Ainda no século XX, na década de noventa, a FE implementou o Consórcio Interuniversitário de Educação Continuada e a Distância – BRASILEAD, que congregou um número significativo de universidades públicas e foi considerado o embrião da Universidade

Virtual Pública do Brasil - UNIREDE. Em 1996, A Faculdade de Educação da UNB iniciou a oferta do Curso de Especialização em Educação Continuada e a Distância apoiada pela Cátedra da Unesco de Educação a Distância e do Ministério da Educação/MEC.

O curso de Pedagogia a distância adota a metodologia ancorada no decreto 5.622/05. Faz-se utilização do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e adoção do modelo semipresencial, que conta com encontros presenciais nos polos que ofertam o curso. A formação oportunizada pelo curso de Pedagogia a distância é a mesma da modalidade presencial. Ambas possuem avaliações peculiares, estágios como previstos nas Diretrizes nacionais, defesa de trabalhos de conclusão de curso e atividades relacionadas aos laboratórios de ensino.

O fato de o curso de Pedagogia a distância ser fomentado por meio do Sistema Universidade Aberta do Brasil impõe uma reorientação pedagógica de forma a atender aos critérios da Diretoria de Educação a Distância da Capes. Esse aspecto reflete-se na estrutura do curso, principalmente nas condições da oferta, por exemplo: número de encontros presenciais, vinculação aos polos presenciais, existência da tutoria presencial e a distância, dos coordenadores de polo, gestores do curso, coordenadores de tutoria e do curso. O projeto político-pedagógico do curso de Pedagogia a distância segue o mesmo projeto do ensino presencial, tendo a mesma oferta em relação às disciplinas obrigatórias e optativas, com algumas modificações necessárias a um curso a distância.