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RESULTADOS E DISCUSSÕES

CURSO SINTESE DA RESPOSTA DO COORDENADOR

Medicina O coordenador envia a resposta utilizando o termo “deficiência física”, mas entrega cópia de memorando da secretaria que deve ter respondido para ele. O número de deficientes que a secretaria informou foram 10 alunos deficientes. Não tem concluintes devido o tempo de integralização citou a secretária.

Filosofia O coordenador responde que tem 1 aluno deficiente e outro concluiu Enfermagem O coordenador responde que tem 1 aluno deficiente e 2 concluíram Sistema de

Informação

O coordenador responde que tem 1 aluno deficiente e 1 concluiu

Administração O coordenador responde que tem 1 aluno deficiente e não tem o numero de alunos que concluíram, pois até o momento não foi adotado nenhum mecanismo de controle

C.Econômicas O coordenador responde que tem 1 aluno deficiente e não tem informações de concluintes.

Artes Musica O coordenador responde que tem 1 aluno deficiente e não tem informações de concluintes.

Matemática O coordenador responde que Não tem aluno deficiente cursando e desconhece se houve alunos concluintes devido a não existência de documentos comprobatórios e não tem informações de concluintes. Historia O coordenador responde que tem 4 aluno deficientes e não tem graduados.

Para melhor entendimento da “permanência” no Ensino Superior desses 56 alunos deficientes matriculados na UNIMONTES distribuídos nos 18 cursos identificados com dados da COTEC (ingresso) e Secretaria (acesso), é importante confrontar os dados dos coordenadores (permanência).

Tabela XI - Cursos de graduação cujos coordenadores responderam o memorando sobre alunos com deficiência matriculados nos alunos de 2005 a 2009, em confronto com os dados da secretaria.

CURSO DADOS DA SECRETARIA DADOS DO COORDENADOR OBSERVAÇÃO Ciências Biológicas – Bacharelado 1 - Não respondeu Ciências Biológicas – Licenciatura 1 - Não respondeu

Enfermagem 8 Coordenador informa 1

aluno e 2 concluíram

Medicina 5 A informação veio da

secretaria: 10 alunos

O Coordenador desconhece qualquer dado

Odontologia 2 - Não respondeu

Arte- Música 2 Coordenador informa 1

Artes Visuais 1 - Não respondeu

Ciência da Religião 1 - Não respondeu

Filosofia 1 Coordenador informa 1

aluno e 1 concluiu

Geografia 2 -

Letras- Português 2 - Não respondeu

Pedagogia 3 - Não respondeu

Administração 6 Coordenador informa 1

aluno

Ciências Contábeis 1 Coordenador informa 1

aluno

Ciências Sociais 4 - Não respondeu

Direito; 13 - Não respondeu

Serviço Social ; 2 - Não respondeu

Normal Superior 1 - Não respondeu

Sistema de Informação - Coordenador informa que

há um (01) aluno deficiente no curso

Dado diferente da secretaria

Matemática - O coordenador responde

que não há aluno deficiente no curso

De acordo com a secretaria

História - Coordenador informa que

tem 4 alunos deficientes no curso

Dado diferente da Secretaria

Fonte: Secretaria e Coordenação de Cursos.

Os dados mostram que dos 18 Coordenadores dos cursos que tem alunos com deficiência, 9 identificaram que tinha nos seus cursos “algum” acadêmico deficiente indo de encontro com os dados da secretaria e o restante (9 coordenadores) apresentam dados diferentes da Secretaria.

RESPOSTA DOS COORDENADORES AO MEMORANDO

34%

33% 33%

COERENTE COM A SECRETARIA DIFERENTE DA SECRETARIA NÃO RESPONDERAM

Fonte: Secretaria Geral e Coordenadores de cursos.

Gráfico XI - Confronto entre os dados dos Coordenadores e da Secretaria

Os dados descritos acima demonstram que:

a) Apenas 33% dos Coordenadores (nove (09) dos 27 respondem o memorando, que, na maioria, apresenta conhecimentos parciais dos alunos matriculados pelo sistema de cotas na categoria C (deficiente).

b) O percentual dos Coordenadores que responderam o memorando e que têm ciência da permanência de alunos deficientes no curso fica em torno dos 50%. São preocupantes os dados, uma vez que 50% dos Coordenadores desconhecem a realidade desses alunos, demonstrando, em no nosso entendimento, indiferença, falta de compromisso com o desenvolvimento desses alunos.

De certa forma, esses resultados eram esperados, em vista de várias pesquisas já citadas terem evidenciado o despreparo e desconhecimento dos coordenadores e professores sobre o processo de inclusão dos alunos com deficiência, nos diversos níveis de ensino.

É intrigante como atuam os coordenadores de Medicina e de Direito, uma vez que as áreas em que se enquadram os cursos (saúde e legislação) deveriam ser as mais envolvidas e participativas do processo de inclusão e, consequentemente, com a permanência dos alunos.

Resultados semelhantes foram encontrados por Pacheco e Costas (2005) quando perguntaram a 39 coordenadores de cursos de graduação da Universidade Federal de Santa Maria (UFMS) o que pensavam sobre o processo de inclusão na UFSM, pois 13 coordenadores não responderam a questão, três responderam não conhecer o processo e um respondeu que esta questão é de extrema importância e deveria ser alvo de reflexão que já deveria ter se iniciado. Os demais participantes apresentaram conhecimentos parciais sobre o tema proposto. Estas pesquisadoras também concluem que a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no Ensino Superior requer medidas que facilitem e auxiliem a concretização desse processo, como: formação continuada de professores, produção e adequação de recursos pedagógicos, assessoria psicopedagógica, adaptação do currículo, bem como reflexão de todos os envolvidos no processo educativo. (PACHECO; COSTA, 2005, p. 5).

Segundo EIDELWEIN (2005), para o professor universitário aceitar um assessoramento e reconhecer a necessidade de uma preparação pedagógica, ele precisa rever sua representação profissional, alguns mitos, principalmente aquele que se acha detentor do saber. Faz-se necessário, ainda, que perceba suas incertezas e saiba que não tem todas as respostas prontas e que isso não o fará perder seu prestígio profissional. Além disso, deve dispor de motivação para buscar, pesquisar e aprender.

Portanto, os resultados deste estudo apresentados podem ser tomados como significativos; por eles vemos que uma porcentagem de coordenadores não tem conhecimentos suficientes sobre a permanência dos acadêmicos deficientes.

Apesar de os dos dados coletados divergirem entre os setores (COTEC, Secretaria e Coordenação de Cursos), o objetivo da pesquisa foi atingido, uma vez que mostra o diagnóstico da política da inclusão da UNIMONTES.

Temos conhecimento, através do Núcleo de Sociedade Inclusiva-NUSI, das dificuldades que os alunos com deficiência visual, auditiva e física enfrentam no contexto da universidade, principalmente no processo ensino-aprendizagem.

Para alunos que ingressam pelo sistema de cotas na categoria deficiência, uma das exigências é que o laudo médico apresentado seja aprovado pela junta médica convocada pela universidade , citando o tipo de deficiência.

Os dados coletados nesta pesquisa demonstram que o processo de ingresso, acesso e permanência dos alunos deficientes é bastante complexo e tem o seguinte trâmite:

a) A COTEC recebe a inscrição do candidato pelo sistema de cotas e, sendo o laudo médico aprovado , ele faz o vestibular .

b) A COTEC libera a lista dos aprovados para a Secretaria Geral, mas não é informado o tipo de deficiência e, sim, a “Categoria C” (deficiente ou indígena). Isso é um dado preocupante, pois o apoio institucional deveria iniciar não só no momento do vestibular, mas em todo o seu acesso e permanência.

c) A Secretaria Geral inicia o processo de matrícula no curso escolhido, mas o sistema acadêmico utilizado não impede de efetivar a matrícula, caso o aluno no item “Tem deficiência? Qual? não informar.

d) A Secretaria Geral elabora os diários, que são encaminhados para os coordenadores dos cursos, sem as informações do perfil desse aluno, que, a partir desse momento, torna –se um “universitário”.

e) Os Coordenadores por sua vez , encaminham os diários para os professores, como se todos aqueles que estão alistados fossem apenas um número.

Os dados de 2005 a 2009 (Tabela IX), fazem pressupor que os 27 alunos deficientes que tiveram acesso ao ensino superior nesse período devem ter concluído a graduação. Nesse sentido, questionamos:

a) Por que a secretaria não tem esses dados?

b) Quais as implicações na falta desses dados no de censo escolar?

c) E nas políticas de apoio institucional, como se deu a permanência destes alunos?

Vê-se que é necessário e urgente, após esse diagnóstico, que a UNIMONTES, busque traçar metas, ações efetivas de inclusão em todos os seus sistemas de gestão, inclusive com registro no PDI.