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Custo de um Sistema de Aproveitamento de Águas Cinzentas

3. APROVEITAMENTO DE ÁGUAS CINZENTAS

3.2. S ISTEMAS DE A PROVEITAMENTO DE Á GUAS C INZENTAS (SAAC)

3.2.1. V ANTAGENS E D ESVANTAGENS DE UM SAAC

3.2.1.3. Custo de um Sistema de Aproveitamento de Águas Cinzentas

O investimento necessário para a implementação de um SAAC será factor decisivo na altura de optar pela sua adopção ou não. Daí que, tal como para o SAAP, é muito importante saber quais os custos que estão associados.

Pelo facto de ser um sistema que reutiliza água já utilizada a maior atenção neste sistema será o tratamento a fornecer à água. Devido a esta importância os custos maiores num SAAC são os destinados para a escolha do sistema de tratamento. Os outros custos necessários, são destinados, como no caso do SAAP, para o grupo de pressão, para a manutenção e para a energia.

 Energia para bombagem

Este custo é calculado utilizando as expressões apresentadas no capítulo do SAAP. O modelo de cálculo é o mesmo, o que varia são apenas os volumes bombados, daí que se podem utilizar as mesmas expressões.

 Reservatório de armazenamento

Os reservatórios a utilizar num sistema SAAC podem ser constituídos pelos materiais de construção utilizados para os reservatórios de armazenamento de águas pluviais, podendo se utilizar as mesmas expressões de cálculo. É de referir que alguns sistemas de tratamento já incluem reservatório, daí que os custos destes, já estarão incluídos na sua aquisição.

 Manutenção

Com o objectivo de manter a qualidade do sistema de tratamento, de forma a garantir que a qualidade da água se mantêm com as características exigidas, a manutenção deste deve ser feita com alguma periodicidade. O armazém de hipoclorito deve ser verificado e o seu conteúdo reposto sempre que se justifique.

Após consulta de algumas empresas especializadas, estas aconselham um esvaziamento semestral das lamas e uma limpeza dos difusores. Os custos devem ser estimados em função das horas de trabalho necessárias e do número de vezes que a limpeza se realiza.

3.2.1.4. Soluções para a utilização de águas cinzentas em autoclismos

Actualmente é possível apresentar diferentes soluções para a aplicação de um sistema de aproveitamento de água cinzentas numa habitação, considerando apenas as águas dos duches para descarga de autoclismos. As soluções poderão ser individuais ou centralizadas, isto é, uma unidade em cada casa de banho, no caso da solução individual, ou uma única unidade para um conjunto de sanitas, no caso da centralizada. [Neves, Bertolo e Rossa, 2006]

Na implementação deste tipo de sistemas, a grande condicionante, como já mencionado, são os custos, pois estes poderão não ser compensadores. No entanto, graças a um conjunto de circunstâncias favoráveis, o aproveitamento de águas de banhos (duche e imersão) para a limpeza de sanitas, consegue conjugar interesse ambiental e económico. As vantagens existentes são as seguintes [Neves, Bertolo e Rossa, 2006]:

• As águas de banho são pouco poluídas, pelo que com um tratamento simples (ou, eventualmente, de forma directa) poderão ser utilizadas numa operação pouco exigente como é a limpeza de sanitas.

• A sua produção é muito similar ao consumo nas mesmas, cerca de 54 litros por habitante e por dia, o que dispensa volumes de armazenamento significativos.

• A solução poderá ser encarada quer a nível individual (isto é, uma unidade em cada casa de banho) quer a nível central (uma única unidade para um conjunto de sanitas), o que lhe confere grande flexibilidade.

• A realimentação do sistema com água da rede, caso necessária, pode fazer-se com facilidade mediante a abertura de uma torneira na banheira ou na cabina de duche, praticamente eliminando riscos de contaminação.

 Sistema individual

Entre outras alternativas, o sistema individual poderá ser concretizado conforme se esquematiza na Figura 3.4.

Figura 3.4 - Sistema individual para aproveitamento de águas de banho.

Esta solução consiste na construção, sob a banheira, de um reservatório com o comprimento da banheira, 0.40 m de largura e de altura um valor não superior á espessura da laje. A ideia de uma solução deste género, é que o reservatório seja fundido simultaneamente com a banheira, ou posteriormente soldado (ou colado) à mesma. É uma solução com grande interesse, uma vez que esteticamente e em termos de espaço é uma óptima solução, pois o reservatório ao estar sob a banheira não apresenta qualquer inconveniente.

O transporte da água para a bacia de autoclismo, é feito a partir de uma bomba, comandada por sensores de nível. A potência requerida para o efeito é insignificante, cerca de 2 W. Trata-se, portanto, de uma bomba miniatura, semelhante às que se usam em pequenas fontes ornamentais, com baixo custo, consumo insignificante e possibilidade de colocação em qualquer local, inclusivamente na espessura do pavimento.

Em princípio não devem ocorrer odores desagradáveis, pois é expectável que o volume de água produzido pelos duches seja igual ao volume de água consumido na descarga de autoclismos, daí que a água não estará muito tempo armazenada.

Estimativas feitas demonstram que uma solução deste género representa um acréscimo de custo de 70 a 100 euros relativamente à solução tradicional. No entanto, a poupança de água que é esperado que aconteça permitirá uma rápida amortização do investimento.[Neves, Bertolo e Rossa, 2006]

 Sistema centralizado

Os princípios do sistema centralizado estão apresentados na Figura 3.5, com bacias de autoclismo, embora se possam considerar outras variantes como, por exemplo, fluxómetros em vez de autoclismos, ou mesmo dispensa de qualquer deles.

Com uma solução deste género é possível proceder a uma descarga directa na sanita com um caudal da ordem de 0.6 l/s, isto é, sem interposição de autoclismos ou fluxómetros, o que permitirá reduzir o atravancamento das sanitas, permitindo assim um aumento da área útil da casa de banho. O acréscimo de custo relativamente à solução tradicional poderá ser da ordem dos 250 a 390 euros. Tal como na solução individual, é esperado que a amortização do investimento seja igualmente rápida. [Neves, Bertolo e Rossa, 2006]:

Figura 3.5 - Reutilização de águas de duches com um sistema centralizado. O mesmo princípio pode

ser aplicado:

a) Com fluxómetros em vez de autoclismos b) Sem fluxómetros e

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