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3. ESTUDO APLICADO

3.1 LEVANTAMENTOS DOS CUSTOS, DESPESAS E RECEITAS ATUAIS

3.1.1 Custos na Produção de Leite

Para Santos, Marion e Segatti (2002, p.44)

Um sistema de custos completo tem atualmente, objetivos amplos e bem definidos, que refletem sua importância como ferramenta básica para a administração de qualquer empreendimento, especialmente na agropecuária, onde os espaços de tempo entre produção e vendas, ou seja, entre custos e receitas, fogem à simplicidade de outros tipos de negócio, exigindo técnicas especiais para apresentação não dos custos, mas dos resultados econômicos do empreendimento.

Pode-se então salientar a partir da ideia dos autores acima que a contabilidade de custos é uma ferramenta que deve ser utilizada por todos os empreendimentos para suprir suas

necessidades, independente do ramo de atividade.

3.1.1.1 Plantel

A propriedade possui atualmente um plantel com 35 animais, sendo 20 matrizes de gado holandês meio sangue de origem, com idades variadas de 2 a 8 anos de vida, 14 animais classificados como novilhas ou bezerras devido à faixa etária e 1 touro reprodutor de raça aberdeen.

A média de idade para a primeira inseminação é de 14 a 18 meses, parindo a primeira cria por volta dos 24 meses de idade e produzindo por um período de 6 a 7 anos, conforme informações repassadas pelo proprietário.

O quadro a seguir mostra o plantel de animais no período de abril de 2011 até março de 2012.

Quadro 10

Formação do Plantel no Período Analisado

Fonte: Dados da Pesquisa

Analisando o quadro percebe-se que o total do rebanho se mantém entre 32 e 35 cabeças. Segundo o proprietário devido a pequena área para manter os animais no campo esse numero é o ideal para o espaço.

abr/11 16 1 15 32 mai/11 17 0 15 32 jun/11 20 0 12 32 jul/11 20 0 12 32 ago/11 20 0 12 32 set/11 20 0 12 32 out/11 18 2 12 32 nov/11 18 2 12 32 dez/11 18 2 12 32 jan/12 18 2 12 32 fev/12 15 5 13 33 mar/12 13 7 15 35 35 Total do Rebanho

TOTAL PLANTEL EM MARÇO DE 2012

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No mês de maio havia 17 vacas em lactação, em junho 3 novilhas deram cria aumentando para 20 o plantel de vacas em lactação. Em março de 2012 é onde apresenta maior numero de vacas secas do período analisado.

O gráfico a seguir mostra com maior clareza o número de vacas em lactação por mês.

Pode-se verificar que nos meses de junho, julho, agosto e setembro são onde se apresentam maior numero de vacas em lactação devido a programação do proprietário para que as mesmas criem num período onde a pastagem é farta, isso não representa que a quantidade de leite produzido aumentará, devido se tratar de novilhas, geralmente na primeira cria a produção não se iguala ao de uma vaca que já se encontrava em lactação.

3.1.1.2 Depreciação dos animais

Conforme Crepaldi (2011), animais componentes do Ativo permanente sofrerão depreciação após o período de crescimento, pois estes perdem a capacidade de reprodução ou de trabalho com o passar do tempo.

Crepaldi (2011) ainda coloca que duas observações devem ser feitas na atividade zootécnica:

1º O método de depreciação dos animais reprodutores deveria levar em conta as fases da potencialidade de reprodução, porém isto não ocorre pela dificuldade em determinar esta potencialidade;

2º O cálculo da depreciação deve considerar o valor residual do animal, que pode ser obtido com a venda deste, após sua utilização na reprodução e/ou trabalho.

Na propriedade estudada, calculou-se a depreciação das matrizes com idade superior a 24 meses. Atualmente no plantel existem 20 matrizes com esta característica. Para efetuar a depreciação foi necessário efetuar uma média de preço das matrizes, já que as mesmas são crias do rebanho próprio, sendo assim constatou-se em média o valor de R$ 1.750,00 por cabeça. Para o valor residual calculou-se uma perda de 50% do valor médio da matriz, assim no final da vida útil, a mesma terá um valor de mercado de R$ 875,00 cada.

No quadro a seguir é possível verificar o valor a ser depreciado mensalmente e anualmente nas matrizes descritas nos período atual.

Quadro 11

Depreciação Mensal das Matrizes

Fonte: Dados da Pesquisa

O plantel do período analisado de abril de 2011 a março de 2012 tem entre 17 e 20 vacas leiteiras. Para chegar a taxa de depreciação anual de 14,29% considera-se um período Mês/Ano Plantel Matrizes Valor Médio de Aquisição Valor Residual Valor total sujeito a depreciação % Depreciação por ano % deprec. por mês Valor deprec./mês

abr/11 17 1.750,00 875,00 14875,00 14,29% 1,19% 177,08 mai/11 17 1.750,00 875,00 14875,00 14,29% 1,19% 177,08 jun/11 20 1.750,00 875,00 17500,00 14,29% 1,19% 208,33 jul/11 20 1.750,00 875,00 17500,00 14,29% 1,19% 208,33 ago/11 20 1.750,00 875,00 17500,00 14,29% 1,19% 208,33 set/11 20 1.750,00 875,00 17500,00 14,29% 1,19% 208,33 out/11 20 1.750,00 875,00 17500,00 14,29% 1,19% 208,33 nov/11 20 1.750,00 875,00 17500,00 14,29% 1,19% 208,33 dez/11 20 1.750,00 875,00 17500,00 14,29% 1,19% 208,33 jan/12 20 1.750,00 875,00 17500,00 14,29% 1,19% 208,33 fev/12 20 1.750,00 875,00 17500,00 14,29% 1,19% 208,33 mar/12 20 1.750,00 875,00 17500,00 14,29% 1,19% 208,33 Total 14,29% 2437,50

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de vida útil para cada uma das matrizes de sete anos. O tempo de vida útil da vaca é o tempo de vida onde a vaca produz leite com maior capacidade.

3.1.1.3 Alimentação

A alimentação das vacas leiteiras é fator decisivo para uma boa qualidade do leite utilizado como alimento e matéria prima para a indústria de laticínios. Hoje o preço do litro de leite pago ao produtor rural depende da análise de sua composição nutritiva e qualidade microbiológica, características que nos países de pecuária leiteira desenvolvida já são critérios comum de avaliação, o que também vem sendo adotado de modo gradativo em nosso meio.

Na propriedade analisada a alimentação das matrizes é à base de rações concentradas e silagem. A alimentação concentrada é fornecida na hora da ordenha sendo disponibilizada no cocho em média 2 quilos e 500 gramas por animal ao dia.

Os concentrados têm as vantagens da maior eficiência em razão do baixo incremento calórico e de serem de fácil manuseio, transporte e armazenamento. A ração concentrada é constituída de milho moído, farelo de soja, farelo de trigo, farelo de aveia, sal mineral e sal comum.

O quadro a seguir demonstra o consumo de ração das vacas em lactação ao ano que são tratadas no cocho durante a ordenha.

Quadro 12

Consumo de Ração das Vacas Matrizes em Lactação

Fonte: Dados da Pesquisa

Mês Numero de Vacas Qtd./Vaca/Dia Unidade R$ unid. R$/Vaca/Dia Total Mês/R$

abr/11 16 2,5 Kg 0,85 2,13 1.020,00 mai/11 17 2,5 Kg 0,86 2,15 1.096,50 jun/11 20 2,5 Kg 0,86 2,15 1.290,00 jul/11 20 2,5 Kg 0,87 2,18 1.305,00 ago/11 20 2,5 Kg 0,88 2,20 1.320,00 set/11 20 2,5 Kg 0,88 2,20 1.320,00 out/11 18 2,5 Kg 0,89 2,23 1.201,50 nov/11 18 2,5 Kg 0,90 2,25 1.215,00 dez/11 18 2,5 Kg 0,92 2,30 1.242,00 jan/12 18 2,5 Kg 0,93 2,33 1.255,50 fev/12 15 2,5 Kg 0,95 2,38 1.068,75 mar/12 13 2,5 Kg 0,97 2,43 945,75 Total 14.280,00

Conforme o quadro acima o consumo de ração em reais por vaca a cada dia fica entre R$ 2,13 (dois reais e treze centavos) e R$ 2,43 (dois reais e quarenta e três centavos), considerando que o saco de ração de 30 quilos custa entre R$ 25,00 (vinte e cinco reais) e R$ 29,00 (vinte e nove reais).

O produtor se utiliza de silagem para complementar a alimentação das vacas leiteiras. Em média cada vaca consome cerca de 15 quilos de silagem por dia. Conforme custo apurado juntamente com o produtor, constatou-se que em média o custo da silagem fica em torno de R$ 0,12 centavos por kg.

A silagem tem o poder de aumentar as proteínas e a gordura do leite devido ao amido encontrado no milho. Constatou-se que vacas alimentadas com silagem de grãos úmidos de milho produzem mais leite.

A qualidade nutricional do grão de milho na alimentação animal é um assunto largamente consagrado. A composição química da silagem de grãos úmidos de milho pode variar em função do teor de umidade no momento da ensilagem e da proporção de sabugo presente.

A silagem é feita do milho ainda verde triturando a cana e a espiga na ensiladeira, preservada por sua própria fermentação em silos, dos quais o ar foi eliminado. A silagem é o alimento mais utilizado no meio agropecuário para ser oferecido ao gado, principalmente em épocas de seca ou inverno quando há escassez de pastos verdes.

O quadro a seguir apresenta-se o consumo de silagem para as vacas em lactação para um ano.

Quadro 13

Consumo de Silagem das Vacas em Lactação

Fonte: Dados da Pesquisa

Mês Numero de Vacas Qtd./Vaca/Dia Unidade R$ unid. R$/Vaca/Dia Total Mês/R$

abr/11 16 15 Kg 0,08 1,20 576,00 mai/11 17 15 Kg 0,08 1,20 612,00 jun/11 20 15 Kg 0,08 1,20 720,00 jul/11 20 15 Kg 0,08 1,20 720,00 ago/11 20 15 Kg 0,08 1,20 720,00 set/11 20 15 Kg 0,08 1,20 720,00 out/11 18 15 Kg 0,08 1,20 648,00 nov/11 18 15 Kg 0,08 1,20 648,00 dez/11 18 15 Kg 0,08 1,20 648,00 jan/12 18 15 Kg 0,08 1,20 648,00 fev/12 15 15 Kg 0,08 1,20 540,00 mar/12 13 15 Kg 0,08 1,20 468,00 Total 7.668,00

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Observa-se que o custo total da silagem para as vacas em lactação de um ano é de R$ 7.668,00, sendo de R$ 0,08 por quilo. Esse custo se dá devido ao produtor produzir a silagem na propriedade, sendo que se tivesse que comprar este custo iria ser mais elevado, podendo chegar a R$ 0,12 centavos o quilo.

3.1.1.4 Manutenção, conservação e limpeza

Para a produção de um leite de qualidade é necessário um rigoroso trabalho de manutenção, conservação e limpeza dos equipamentos e instalações utilizados e até mesmo as vacas de leite recebem um tratamento especial após a ordenha.

Após o processo de ordenha é realizada a desinfecção das tetas com solução desinfetante apropriada para evitar a penetração de germes.

Este é um custo que não tende a apresentar grandes variações desde que a estrutura física se mantenha inalterada e que não ocorram grandes variações nos preços de aquisição dos materiais de limpeza.

Após a ordenha das vacas o produtor utiliza um produto denominado Pós-dipping onde é feita a imersão das tetas em solução própria que serve para desinfecção das mesmas. Esse processo é efetuado para evitar a mastite, também conhecida como mamite, que é a inflamação da glândula mamária (úbere), infecção por micro-organismos, como bactérias e fungos. Isso causa a desvalorização do preço do leite devido à alteração em sua composição ocorrendo a diminuição dos teores sólidos e aumento a contagem de células somáticas; ocasionando menor rendimento industrial e perda de qualidade.

A utilização de papel toalha é para secagem das tetas das vacas após a lavagem para ai então colocar a ordenha. O gasto mensal é de um pacote com 1.000 unidades.

Após o uso a ordenha precisa ser higienizada para que não ocorra contaminação do leite por bactérias, para isso é utilizado um detergente próprio para esse trabalho. Se gasta em média dois litros e meio de detergente por mês. O mesmo ocorre para com o detergente utilizado na higienização do resfriador.

Os resíduos minerais (inorgânicos) são compostos pelos vários sais minerais presentes no leite e na água de limpeza, como cálcio, magnésio e ferro. Caso não sejam adequadamente removidos, estes sais sofrem precipitação e se aderem firmemente ao equipamento. Isso

acarreta um excelente deposito para bactérias, que mais tarde pode acarretar numa má qualidade do leite produzido.

O quadro a seguir mostra os produtos utilizados para higienização e limpeza do local de ordenha em um ano.

Quadro 14

Materiais Utilizados para Higienização

Fonte: Dados da Pesquisa

Analisando o quadro pode-se ver que o custo maior se dá na higienização das tetas das vacas. O Pós-Dipping é um antisséptico utilizado após a ordenha, em todas as tetas do animal. Ele é usado para remover os resíduos de leite deixados nas extremidades das tetas (que servem de alimento para as bactérias) e inativar as bactérias. O produto deve cobrir as tetas completamente, deixando-se que o antisséptico permaneça sobre a pele da teta até a próxima ordenha. Devido a isso se utiliza este produto duas vezes ao dia em todas as vacas provocando um consumo maior do produto tendo um custo mais elevado que os demais produtos de higienização.

3.1.1.5 Consumo de água e luz

A propriedade está localizada em um ponto onde a captação de água é efetuada de

Mês

Qtd.Utiliz. Valor Unid. Qtd.Utiliz. Valor Unid. Qtd.Utiliz. Valor Unid. Qtd.Utiliz. Valor Unid. abr/11 2,5 litros 8,50 2,5 litros 8,50 5 litros 60,00 Pacote c/1000 10,00

mai/11 2,5 litros 8,50 2,5 litros 8,50 5 litros 60,00 Pacote c/1000 10,00

jun/11 2,5 litros 8,50 2,5 litros 8,50 5 litros 60,00 Pacote c/1000 10,00

jul/11 2,5 litros 8,50 2,5 litros 8,50 5 litros 60,00 Pacote c/1000 10,00

ago/11 2,5 litros 8,50 2,5 litros 8,50 5 litros 60,00 Pacote c/1000 10,00

set/11 2,5 litros 8,50 2,5 litros 8,50 5 litros 60,00 Pacote c/1000 10,00

out/11 2,5 litros 8,50 2,5 litros 8,50 5 litros 60,00 Pacote c/1000 10,00

nov/11 2,5 litros 8,50 2,5 litros 8,50 5 litros 60,00 Pacote c/1000 10,00

dez/11 2,5 litros 8,50 2,5 litros 8,50 5 litros 60,00 Pacote c/1000 10,00

jan/12 2,5 litros 8,50 2,5 litros 8,50 5 litros 60,00 Pacote c/1000 10,00

fev/12 2,5 litros 8,50 2,5 litros 8,50 5 litros 60,00 Pacote c/1000 10,00

mar/12 2,5 litros 8,50 2,5 litros 8,50 5 litros 60,00 Pacote c/1000 10,00

TOTAL 60 litros 102,00 60 litros 102,00 60 litros 720,00 12 Pacotes 120,00

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recursos naturais de ótima qualidade, sendo utilizada tanto para consumo animal quanto humano. Desta forma, tendo em vista que é um recurso natural extremamente abundante, decidiu-se que os custos da exaustão não seriam calculados, restando somente o custo com energia a ser apurado.

O consumo de energia referente à atividade de produção de leite não tem um modo de apuração preciso, já que a energia utilizada na sala de ordenha é a mesma do consumo geral, portanto conforme o proprietário calcula-se em média um valor de R$ 50,00 por mês destinado para a produção leiteira. Sendo assim tem-se um custo de R$ 600,00 por ano em energia elétrica.

3.1.1.6. Medicamentos e vacinas

Para cuidar do rebanho é necessário o uso de alguns medicamentos que o proprietário informa que sempre dispõe em sua farmácia caseira como chama a disponibilidade de medicamentos em casa. O uso mais frequente é de medicamentos para vacas que irão secar, terramicina utilizado para vacas que criaram, vermífugos entre outros medicamentos de uso geral. Com base nessas informações apurou-se o custo total com medicamentos referente aos meses analisados pelo estudo. Esses valores podem variar de acordo com a incidência de agentes patogênicos ou parasitas que causam danos aos animais, afetando a produtividade do rebanho.

O quadro a seguir mostra o gasto com medicamentos no período analisado, que são 12 meses, pelas vacas em lactação e também pelas matrizes secas.

Quadro 15

Consumo de Medicamentos Diversos nas Matrizes

Fonte: Dados da Pesquisa

Mês Vaca Seca Mastite Cálcio Terramicina Pós Parto Vermífugo Lombo Dectomax Controle de Parasitas Total Mês

abr/11 26,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,83 6,00 37,83 mai/11 0,00 0,00 0,00 16,70 13,00 5,83 6,00 41,53 jun/11 0,00 0,00 78,00 33,40 39,00 5,83 6,00 162,23 jul/11 0,00 44,80 78,00 0,00 0,00 5,83 6,00 134,63 ago/11 0,00 0,00 78,00 0,00 0,00 5,83 6,00 89,83 set/11 0,00 0,00 78,00 0,00 0,00 5,83 6,00 89,83 out/11 52,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,83 6,00 63,83 nov/11 52,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,83 6,00 63,83 dez/11 52,00 48,96 0,00 0,00 0,00 5,83 6,00 112,79 jan/12 52,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,83 6,00 63,83 fev/12 130,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,83 6,00 141,83 mar/12 182,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,87 6,00 193,87 TOTAL 546,00 93,76 312,00 50,10 52,00 70,00 72,00 1.195,86 Aftosa

O proprietário informa que o gasto com medicamentos para o rebanho oscila mês a mês não tendo uma média do período. Através do quadro pode-se verificar que os períodos onde aumenta a produção de leite é o mesmo período que aumenta o consumo de medicamentos devido a incidência de mastite e as novas crias das novilhas.

3.1.1.7. Mão de obra

Na atividade da produção do leite trabalha somente o proprietário já que se trata de uma pequena propriedade e assim não se faz necessário a contratação de funcionários.

A retirada do leite é efetuada duas vezes ao dia, sendo a primeira por volta das 05:00 horas e a segunda por volta das 17:00 horas. Logo após a ordenha da manhã as matrizes são soltas no pasto onde permanecerão até tarde quando é realizada a segunda ordenha diária. Após a segunda ordenha as matrizes permanecem no potreiro perto da sala de ordenha.

Por isso, no período da manhã, quando é realizada a primeira ordenha, não é necessário que sejam recolhidas do pasto como ocorre no período da tarde.

Como nessa propriedade se utiliza de mão de obra familiar foi adotado o salário mínimo médio. São utilizados 12 salários mínimos anuais. O custo total da mão de obra familiar é o salário mínimo médio anual, multiplicado pelo número de Unidades de Trabalho Homem neste caso somente um trabalha na produção de leite.

Por se tratar de uma pequena propriedade, o produtor rural não necessita contribuir com a previdência como os grandes produtores, pois é considerado um segurado especial na Previdência Social do Brasil. Tem direito a quase todos os benefícios, só não pode se aposentar por tempo de contribuição, sua aposentadoria será por idade, tendo um redutor de cinco anos, para os homens 60 anos e para as mulheres 55 anos. Sua renda é sempre fixada em um salário-mínimo.

Através do bloco do produtor, sempre que for expedida alguma nota da produção da propriedade são descontados 2,3% de FUNRURAL, sendo essa a contribuição do produtor para a previdência.

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3.1.1.8 Equipamentos e instalações

Devido às demais atividades desenvolvidas na propriedade, foram identificados os equipamentos utilizados integralmente na atividade de produção leiteira.

É importante salientar que além dos itens relacionados no quadro a seguir existem outras máquinas e equipamentos que não estão contemplados, pois devido ao pouco uso na atividade leiteira foi incluído como horas de trator nos custos não constando assim a máquina na relação de bens.

A sala de ordenha da relação já tem alguns anos de uso, por isso o baixo valor atribuído, é um imóvel que comporta duas vacas por vez para a ordenha.

O resfriador foi adquirido em 2010 tendo seu valor mais atualizado que os demais bens da relação.

Consta a seguir quadro de máquinas e equipamentos utilizados diretos para a produção do leite.

Quadro 16

Relação de Bens Ligados a Produção Leiteira na Propriedade

Fonte: Dados da Pesquisa

Como se pode verificar o total de bens já existentes na propriedade ligados diretos a produção leiteira é de R$ 42.750,00 (quarenta e dois mil setecentos e cinquenta reais), neste valor se inclui a sala de ordenha já existente, ordenhadeira, resfriador a granel e as vacas que fazem parte do plantel atual da propriedade.

Bens Quantidade Valor unitário do Bem Valor total dos Bens

Sala de Ordenha 1 3.000,00 3.000,00

Ordenhadeira c/2 teteiras 1 1.500,00 1.500,00

Resfriador a Granel 1.000 L 1 12.000,00 12.000,00

Vacas leiteiras 20 1.750,00 35.000,00

3.1.1.9. Depreciação dos equipamentos e instalações

Devido ao uso prolongado dos bens ocorre o desgaste, a perda de valor das máquinas, equipamentos e construções e até mesmo das vacas surgindo assim a depreciação dos mesmos.

Como nós, seres humanos, todos os bens utilizados na atividade leiteira também têm um tempo de vida útil. Neste período de vida útil, a atividade leiteira deve gerar renda suficiente para pagá-los. Normalmente, o custo da depreciação é o valor do bem, menos o valor residual dividido pelo tempo de vida útil deste bem.

O quadro a seguir demonstra a depreciação de cada bem utilizado na produção leiteira.

Quadro 17

Depreciação sobre Bens da Propriedade

Fonte: Dados da Pesquisa

Pode-se verificar que o custo de depreciação atual dos bens da propriedade gira em torno de R$ 1.280,00 anual e 106,66 mensal.

3.1.1.10 Arrendamento

O total da área rural é formado por 35 hectares, de propriedade do pai do produtor, sendo assim ele paga arrendamento anual da área total de 300 (trezentos) sacos de soja, sendo utilizados para produção leiteira 20 hectares do total. O custo total com arrendamento desta área fica em torno de 171,43 sacos de soja por ano, vendido a um valor em torno de R$ 50,00/saco no período analisado chegou a um custo mensal de R$ R$ 714,29.

Bens Quantidade Valor do Bem Vida Útil Valor Residual Valor a Depreciar Valor da Depreciação Anual % Deprec.

Sala de Ordenha 1 3.000,00 25 500,00 2.500,00 100,00 4% Ordenhadeira c/2 teteiras 1 1.500,00 5 400,00 1.100,00 220,00 20% Resfriador a Granel 1.000 L 1 12.000,00 10 2.400,00 9.600,00 960,00 10%

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3.1.1.11 Pastagem

Para uma maior produção leiteira a pastagem tem um papel importante devido ao alto valor nutritivo que a mesma oferece.

O Rio Grande do Sul está entre as regiões do mundo que se utiliza de pastagens naturais e demais espécies variadas para a produção de carne e leite. Um fator importante para a utilização de pastagem na produção leiteira é a relação entre o preço do leite e o custo da alimentação das vacas. Pesquisas mostram que a produção de leite baseado em pastagens apresenta um baixo custo para o produtor. Sendo assim o proprietário procura plantar diversas variedades e fazer piquetes para melhor utilização do pasto.

A maneira mais econômica da produção de leite é aquela que consegue maximizar o componente forrageiro de pastagens bem manejadas, independente da genética da vaca leiteira.

O quadro a seguir mostra o custo anual para ter pastagem disponível para as vacas.

Quadro 18

Custos de Pastagens na Produção Leiteira

Fonte: Dados da Pesquisa

De acordo com o quadro, os custos com pastagem aparecem nos meses em que o produtor efetua a compra de sementes para assim semear a mesma. O milho é efetuado duas plantas durante o ano, uma para fazer silagem e outra conforme dados do produtor, ele colhe para fazer ração para as vacas, onde mistura com o concentrado comprado.

Custos / Meses abr/11 jun/11 jul/11 ago/11 set/11 out/11 nov/11 dez/11 jan/12 fev/12 mar/12 Total Ano

Semente Aveia - - - 720,00 720,00 Semente Azevem - - - 399,00 399,00 Semente Milho - - - 700,00 - - - 700,00 700,00 Semente de Milheto - - - - 562,50 562,50 - - - 1125,00 Semente Aruana - - - - 39,96 - - - 39,96 Ureia - - - 500,00 500,00 500,00 - - - - 500,00 2000,00 Adubo - - - 400,00 400,00 400,00 - - - - 400,00 1600,00 Horas Trator - - - 480,00 1200,00 800,00 - - - - 1120,00 3600,00 TOTAL CUSTOS - - - 2.080,00 2.702,46 2.262,50 - - - - 3.839,00 10.883,96

3.1.1.12 Custo total atualde produção

Conforme já salientado é de fundamental importância que o produtor rural esteja informado a respeito do que ocorre em sua propriedade, bem como do funcionamento e tendências de mercado, por menor que seja a sua atividade. Devido às oscilações climáticas, para os produtores e empresas rurais a exigência é ainda maior.

Para determinar por completo o custo do produto, após coletados os dados necessários para a composição do mesmo, organizou-se um quadro geral que contempla, dentre outras informações necessárias à análise, a descrição dos custos de produção durante os doze meses analisados.

O quadro a seguir mostra a descrição destes custos:

Quadro 19

Custos na produção Leiteira Periodo Analisado

Fonte: Dados da Pesquisa

A determinação dos custos de produção é fundamental porque fará com que o produtor possa detectar e corrigir erros para reduzir custos transformando seu negocio lucrativo. O

produtor rural, na maioria das vezes, não está habituado a registrar, pois, está ligado aos fatos Custos / Meses abr/11 mai/11 jun/11 jul/11 ago/11 set/11 out/11 nov/11 dez/11 jan/12 fev/12 mar/12 Total Ano

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