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Análise da viabilidade da produção leiteira na pequena propriedade rural

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ELAINE LIRIO ALVES

ANÁLISE DA VIABILIDADE DA PRODUÇÃO LEITEIRA NA

PEQUENA PROPRIEDADE.

Ijuí (RS) 2012

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1

ELAINE LIRIO ALVES

ANÁLISE DA VIABILIDADE DA PRODUÇÃO LEITEIRA NA

PEQUENA PROPRIEDADE RURAL.

TCC apresentado no Curso de Graduação Em Ciências Contábeis do Departamento de Economia e Contabilidade da Unijuí, para obtenção do título de bacharel em Ciências Contábeis.

Professor Orientador: Maria Margarete BaccinBrizolla

Ijuí 2012

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de conclusão da graduação aos meus pais, namorado, irmãos, familiares, e amigos que de muitas formas me incentivaram e ajudaram para que fosse possível a concretização deste sonho.

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AGRADECIMENTO

Em primeiro lugar quero agradecer ao poder maior DEUS, que me deu força, coragem e sabedoria para saber escolher o caminho a seguir todos os dias de minha vida;

Em seguida aos meus pais pela vida, pelo ensinamento, pelo exemplo de luta e perseverança que muito me incentivaram para seguir nesta difícil caminhada;

Ao meu amor, meu porto seguro, que sempre tinha uma palavra de incentivo quando me sentia cansada, que muito me ajudou para a realização deste sonho;

À minha família amada, irmãos, cunhadas e sobrinhos que estiveram sempre na torcida como uma grande plateia esperando o final do espetáculo;

Aos meus amigos que torceram por mim, que choram comigo nas horas difíceis e festejaram as vitórias conquistadas;

Aos meus mestres, professores, amigos de todas as horas, que tiveram paciência quando não entendíamos a matéria, que tiveram perseverança quando não estávamos a fim de aula depois de um dia de trabalho, que eram pais e mães quando muitas vezes precisávamos de colo, só posso dizer uma palavra apenas, obrigada.

E para finalizar agradeço a minha mestra orientadora Maria Margarete Baccin Brizola pelo empenho, paciência e credibilidade que me passou ao longo destes anos de estudo.

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"Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, pois o mundo pertence a quem se atreve, e a vida é MUITO pra ser insignificante"

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Numero de Matrizes em Lactação no Período Analisado...53

Figura 2: Custos na Produção Leiteira Período Analisado...65

Figura 3: Produção Mensal de Leite em Litros Período Analisado...67

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LISTA DE QUADROS

Quadro1: Taxa Interna de Retorno (TIR) ... 36

Quadro 2: Diagrama do Fluxo de Caixa para avaliação de investimento ... 37

Quadro 3: Atratividade Financeira de Projetos ... 38

Quadro 4: Critério básico de Atratividade ... 39

Quadro 5:Critério básico de Atratividade Financeiro... 39

Quadro 6: VPL - Valor Presente Líquido ... 40

Quadro 7:Determinação do Período de Payback ... 41

Quadro 8:Determinação do Payback Total ... 42

Quadro 9:VAUE - Valor Atual Uniforme Equivalente ... 43

Quadro 10:Formação do Plantel no Período Analisado ... 52

Quadro 11:Depreciação Mensal das Matrizes ... 54

Quadro 12:Consumo de Ração das Vacas Matrizes em Lactação... 55

Quadro 13:Consumo de Silagem das Vacas em Lactação ... 56

Quadro 14:Materiais Utilizados para Higienização... 58

Quadro 15:Consumo de Medicamentos Diversos nas Matrizes ... 59

Quadro 16:Relação de Bens Ligados a Produção Leiteira na Propriedade ... 61

Quadro 17:Depreciação sobre Bens da Propriedade ... 62

Quadro 18:Custos de Pastagens na Produção Leiteira ... 63

Quadro 19:Custos na produção Leiteira Periodo Analisado ... 64

Quadro 20:Produção Mensal de Leite em Litros ... 66

Quadro 21:Demonstrativo dos Valores Adicionais e Descontos do Mês 02/2012... 68

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Quadro 23:Relação de Material e Mão de Obra para Construção ... 70

Quadro 24:Kit de Ordenha Completa Canalizada ... 71

Quadro 25:Vacas Leiteiras do Incremento ... 72

Quadro 26:Total Investimento no Incremento... 72

Quadro 27:Custos na Produção Leiteira Incremental ... 73

Quadro 28:Composição Receita Leite Incremento ... 74

Quadro 29:Fluxo de Caixa Atual ... 76

Quadro 30:Fluxo de Caixa Incremental... 78

Quadro 31:Fluxo de Caixa Global ... 80

Quadro 32:Demonstração do Resultado do Exercício Atual ... 82

Quadro 33:Demonstrativo do Resultado do Exercício Incremental ... 83

Quadro 34:Demonstrativo do Resultado do Exercício Global ... 84

Quadro 35:Período de Retorno Econômico Incremental ... 85

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 11

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DE ESTUDO ... 13

1.1.1Área de Conhecimento Contemplada ... 13

1.1.2 Caracterização da Organização ... 14

1.1.3 Problematização da Temática em Estudo ... 14

1.1.4 Objetivos ... 15

1.1.5 Justificativa ... 16

1.1.6 Metodologia do Trabalho ... 16

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 23

2.1 RAMO DE ATIVIDADE ... 23

2.1.1 Origem da produção leiteira no Brasil ... 23

2.1.2 Mercado de Leite no Brasil ... 25

2.1.3 Normas ... 26

2.2 CONTABILIDADE ... 28

2.2.1 Conceito ... 28

2.2.2 Finalidade da Contabilidade ... 29

2.2.3 Objeto da Contabilidade ... 30

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2.2.5 Campo de Atuação ... 31

2.3. CONTABILIDADE RURAL ... 32

2.4 CONTABILIDADE GERENCIAL ... 33

2.5 ELABORAÇÃO DO PROJETO DE VIABILIDADE ... 33

2.6 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA ... 34

2.7 METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE ... 35

2.7.1 Taxa Interna de Retorno – TIR ... 35

2.7.2 Taxa Minima de Atratividade – TMA ... 37

2.7.3 Valor Presente Liquido – VPL ... 40

2.7.4 Período de Payback ... 41

2.7.5 Valor Atual Uniforme Equivalente – VAUE ... 42

2.7.6 Fluxo de Caixa ... 43

2.7.7 Demonstração do Resultado do Exercício - DRE ... 44

2.7.8 Indices de Rentabilidade – IR ... 45

2.7.9 Indice de Lucratividade – IL ... 46

2.8 RECEITAS, DESPESAS E CUSTOS. ... 47

2.8.1 Receitas ... 47

2.8.2 Despesas ... 48

2.8.3 Custos ... 48

3. ESTUDO APLICADO ... 51

3.1 LEVANTAMENTOS DOS CUSTOS, DESPESAS E RECEITAS ATUAIS ... 51

3.1.1 Custos na Produção de Leite ... 51

3.1.2 Despesas na Produção Leiteira ... 65

3.1.3 Receita da Produção Leiteira ... 66

3.2 INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS AO INCREMENTO ... 69

3.2.1 Custos do Incremento ... 73

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3.3 ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA ... 75

3.3.1 Fluxo de Caixa Atual ... 76

3.3.2 Fluxo de Caixa Incremental ... 77

3.3.3 Fluxo de Caixa Global ... 79

3.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE CONTÁBIL ... 81

3.4.1 Demonstrativo do Resultado do Exercício Atual ... 81

3.4.2 Demonstrativo do Resultado do Exercício Incremental ... 82

3.4.3 Demonstrativo do Resultado do Exercício Global ... 84

3.5 ANÁLISE DOS INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS ... 85

CONCLUSÃO ... 88

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1. INTRODUÇÃO

Poucas propriedades rurais são pessoas jurídicas, logo em sua maioria não se utilizam da contabilidade estruturada, talvez por falta de informação de sua existência, deixando assim de inteirar-se das informações que a mesma possa lhes fornecer. Os produtores preferem manter controles baseados em suas experiências do dia a dia, do que em ciência.

Vive-se em uma época de informações globalizadas, onde a tecnologia está presente em todos os segmentos de negócio. Para que se possa competir com igualdade no mercado é necessário investir no ramo de atividade em que deseja crescimento.

Na produção leiteira ocorre algo semelhante e entende-se ser inviável que o manuseio da produção seja feita manual, quase que de forma artesanal. A partir de percepções junto ao mercado considera-se a produção leiteira uma atividade lucrativa e no sentido de atender as demandas do mercado, os produtores de leite estão tendo que investir pesado nas suas propriedades para que possam se manter competitivos no mercado.

O objetivo deste trabalho é verificar a viabilidade da produção leiteira em uma pequena propriedade, para que o produtor possa tomar decisões quanto a possíveis investimentos.

Sendo o leite um dos alimentos mais completos e que se faz necessário para o crescimento, formação e manutenção de uma vida saudável. No Brasil a produção leiteira está entre as principais atividades do agronegócio garantindo renda e milhares de empregos na zona rural.

A análise econômica desta atividade se faz necessário para quantificar a rentabilidade do empreendimento e identificar possíveis ajustes que podem ser feitos no sistema produtivo, propiciando uma melhor visibilidade das condições das explorações.

Este trabalho foi elaborado em uma propriedade rural, que apresenta o interesse de fazer novos investimentos que visam auxiliar na produção de leite, buscando diminuir os custos e aumentar a produção.

Assim o presente trabalho apresenta ao longo do capítulo um, a área do conhecimento contemplada, a caracterização da propriedade, a problematização do tema, os objetivos gerais e específicos e a justificativa. Em seguida foi apresentada a metodologia, a classificação da pesquisa, o plano de coleta, análise e interpretação de dados.

No capítulo dois consta a revisão bibliográfica que dará suporte ao estudo aplicado para realização do trabalho de conclusão de curso.

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No capitulo três consta o desenvolvimento do trabalho pratico, a relação dos custos, das receitas, o que o proprietário quer incrementar em seu negócio, as análises da viabilidade do projeto.

Apesar de o setor leiteiro passar por crises históricas que contribui para o abandono ou até mesmo substituição da atividade por outras mais vantajosas, o produtor onde o trabalho se desenvolve acredita que é um setor que com um bom gerenciamento pode-se tirar bons resultados.

Para se fazer um investimento neste setor é necessário uma análise como esta desenvolvida ao longo deste trabalho, buscando visualizar o retorno que um investimento grande pode trazer e qual o período para a recuperação do capital investido.

Dentre os fatores que contribuem para um aumento de produtividade destaca-se o manejo ligado as instalações bem planejadas que reduzem os custos de produção, devido a maior eficiência da produtividade gerando lucro e satisfação para o produtor. É pensando nisso que este trabalho se desenvolve para mostrar os resultados que o produtor pode ter no momento que investir neste setor.

Como já foi mencionado, o sucesso da produção leiteira está associada ao manejo correto adotado, como este está intimamente ligado ao projeto adequado das instalações, o produtor procura com o investimento no incremento de suas instalações:

 Amenizar as adversidades climáticas inerentes ao meio ambiente, oferecendo maior conforto aos animais como também para a pessoa que irão manuseá-los;  Otimizar a mão de obra tornando os trabalhos menos árduos, com economia de

tempo;

 Aumentar a renda da propriedade, por meio da maior produção, tanto por parte dos animais como por parte da mão de obra empregada.

Foi percebendo a vontade de melhoria vinda do produtor, que me esforcei ao máximo para realizar este trabalho fosse possível mostrar ao produtor que é possível melhorar sua propriedade, melhorar o modo de trabalhar e que o seu investimento teria resultados e traria retorno dentro de um curto período de tempo.

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1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DE ESTUDO

Segundo Gil (2002) assim como toda atividade racional e sistemática, a pesquisa exige que as ações desenvolvidas ao longo do processo sejam efetivamente planejadas caracterizando assim a primeira fase da mesma, onde envolve a formulação do problema, a especificação de seus objetivos e a operacionalização dos conceitos.

Buscando apresentar a contextualização do estudo, neste capítulo aborda-se desde a caracterização da organização a delimitação do tema e formulação da questão de estudo, o objetivo geral e os objetivos específicos, a justificativa e os procedimentos metodológicos, definição do tema, a problemática levantada.

1.1.1Área de Conhecimento Contemplada

Conforme Basso (2005) a Contabilidade é uma ciência social, que procura evidenciar através do patrimônio das entidades de modo quantitativo e qualitativo sua visão abrangente no meio em que atua já a Contabilidade gerencial tornou-se uma ferramenta necessária para tomada de decisões dos gestores, para isso é necessário que utilizem da melhor forma das informações que a mesma pode lhes fornecer, pois tomar decisões baseado em fatos reais tem grande eficácia no mercado competitivo.

Buscando ter uma resposta para a viabilidade da expansão da atividade leiteira numa pequena propriedade, fez-se necessário a análise contábil, financeira e econômica, pois através desse estudo, o produtor poderá utilizar-se corretamente dos recursos de produção, para que a partir disso possa concentrar esforços gerenciais, a fim de obter sucesso na atividade.

O objetivo deste trabalho é apresentar uma análise contábil, financeira e econômica do incremento da produção de leite na pequena propriedade, para que se possam fazer novos investimentos, com base no estudo dos dados obtidos na propriedade e projetados para a atividade durante o período necessário a recuperação dos investimentos.

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1.1.2 Caracterização da Organização

A organização em estudo localiza-se na localidade de Linha Encarnação, interior do Município de Panambi na região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Desde 1992 vem atuando na bacia leiteira, produção de grãos e gado de corte para consumo. Numa área de 35 hectares arrendados. Esta área está assim distribuída: Oito hectares de mata nativa, três hectares de campo nativo (potreiro), um hectare onde se situa a sede, que possui duas residências, galpões, sala de ordenha, dois açudes e uma nascente, vinte e três hectares de lavoura e pasto.

A propriedade em estudo caracteriza-se como pequena propriedade rural, não registrada como empresa na Junta Comercial e, portanto, imune á obrigação estabelecida pelo artigo 1.179 do Novo Código Civil (NCC), que regulamenta a obrigatoriedade da escrituração contábil às empresas rurais e elaboração anual do Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício.

1.1.3 Problematização da Temática em Estudo

O estudo elaborado buscou mostrar qual o custo beneficio da produção leiteira na propriedade da família no interior do município de Panambi.

Havendo a necessidade de um estudo mais aprofundado para solucionar problemas na propriedade busca-se na Contabilidade Rural uma ferramenta gerencial que permite, por meio de informações contábeis, o planejamento e o controle orçamentário para tomada de decisões, além de contribuir para o controle dos custos e comparação de resultados. Essas informações são indispensáveis para planejar a diversificação de culturas e a modernização do setor.

O produtor hoje se defronta com vários desafios, dentre estes fazer um planejamento de investimentos em novos projetos diante das incertezas da valorização do produto que hoje está com preço não muito coerente com a realidade de produção. O presente estudo objetiva enfatizar sobre a importância da análise de viabilidade econômico-financeira em projetos, tomando por base a análise da construção de uma sala maior de ordenha, aquisição de novos equipamentos, resfriadores com maior capacidade de armazenagem para o leite, vacas com melhores genéticas.Com tal propósito será calculado o valor presente líquido (soma dos

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valores do fluxo de caixa a uma data presente) e a taxa interna de retorno (taxa de desconto que torna o valor presente líquido nulo) para identificar e avaliar a viabilidade do empreendimento.

Assim sendo apresenta-se a questão orientadora deste estudo: é viável econômica, contábil e financeiramente investir na melhoria da produção leiteira em uma pequena propriedade rural?

1.1.4 Objetivos

A partir do tema e do problema de estudo propostos, apresentam-se os objetivos, que seguem.

1.1.4.1 Objetivo geral

Verificar se o investimento na melhoria da produção leiteira em uma pequena propriedade rural é viável econômico, contábil e financeiramente.

1.1.4.2 Objetivos específicos

 Efetuar uma leitura pertinente ao tema objeto deste estudo, com vistas a dar embasamento teórico ao estudo aplicado;

 Levantar os investimentos necessários ao incremento do empreendimento;  Projetar os custos, despesas e receitas operacionais da produção, por período;  Demonstrar se é econômico, contábil e financeiramente viável o negócio

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1.1.5 Justificativa

Este estudo foi essencial para ajudar na gestão da propriedade mostrando como é possível fazer o incremento da produção leiteira através de novos investimentos, controles e acompanhamento, no sentido de melhorar a gestão e a organização da propriedade.

A escolha deste tema surgiu da necessidade de mostrar ao produtor um estudo aprofundado sobre os custos de manter uma produção leiteira de qualidade, visando maximizar a produtividade e a qualidade do produto, procurando alcançar um melhor preço e um menor custo de produção.

A elaboração deste trabalho foi de suma importância para o crescimento como acadêmica, pois com esta pesquisa haverá um enriquecendo dos conhecimentos, podendo assim colaborar para o crescimento econômico financeiro da propriedade rural em estudo. Como estudante da área contábil é a hora de agregar a teoria à prática buscando crescer profissionalmente com mais esse desafio.

1.1.6 Metodologia do Trabalho

Metodologia é o método ou etapas seguidos para um determinado processo. É a explicação minuciosa sobre um determinado tema, de como o estudo foi efetuado para chegar a determinado ponto.

Neste item foi explanado como ocorreu o desenvolvimento do trabalho e quais os métodos utilizados para realização do mesmo.

1.1.6.1 Classificação da pesquisa

O presente estudo apresenta a seguinte classificação quanto à sua natureza, seus objetivos, procedimentos e quanto à abordagem do problema.

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1.1.6.1.1 Do ponto de vista de sua Natureza

“O propósito da Pesquisa Aplicada é entender como lidar com o problema, refere-se à discussão de problemas, utilizando o referencial teórico e a apresentação de soluções alternativas” (ROESCH, 2006, p. 60).

Seguindo este ponto de vista, Vergara (2009, p. 43) observa que “a Pesquisa Aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática”.

Neste trabalho, o estudo da viabilidade centrou-se em variáveis que serviram de base para chegar à conclusão quanto à viabilidade ou não do investimento incremental na propriedade estudada.

1.1.6.1.2 Do Ponto de vista de seus Objetivos

Quanto aos objetivos, trata-se de descritiva e exploratória. Segundo Gil (1999, p. 44), a pesquisa pode ser caracterizada como descritiva quando “tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. Já a pesquisa exploratória conforme Gil (1999, p.43) “têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias; geralmente envolvem levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudo de caso”.

Para Beuren (2003, p. 81) “vários estudos utilizam a pesquisa descritiva para análise e descrição de problemas de pesquisa na área contábil”. Esta pesquisa é descritiva, pois será descrita de forma detalhada todo o processo de análise e rentabilidade do negócio, bem como todos os seus custos, a fim de se obter conclusões econômicas e financeiras a respeito da viabilidade do empreendimento.

Quanto aos procedimentos técnicos, refere-se à forma de condução da pesquisa e como os dados foram obtidos (BEUREN, 2010).

No presente estudo serão levantados dados necessários para a melhoria do negócio. Gil (1999, p. 70) define levantamento da seguinte forma:

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As pesquisas deste tipo se caracterizam pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes dos dados coletados.

De acordo com Vieira (2010, p. 38), o estudo de caso ocorre quando “envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permitam o seu conhecimento profundo”. Seguindo essa mesma ideia, Beuren (2003) destaca a importância desse tipo de procedimento por reunir informações numerosas, detalhadas e ricas a respeito de uma situação, auxiliando na possível resolução de problemas acerca do assunto estudado.

1.1.6.1.3 Quanto a forma de abordagem do Problema

Quanto à abordagem do problema, existem dois que podem ser aplicados em contabilidade: qualitativa e quantitativa, para o estudo será usada a pesquisa qualitativa, por não fazer uso de bases estatísticas na análise dos dados.

Segundo Marion et al. (2010, p. 58), pesquisa qualitativa “é aquela em que se busca conhecer os fenômenos sociais através dos significados que estes têm para as pessoas”. De acordo com Beuren (2010), esse tipo de pesquisa possibilita uma análise mais profunda do objeto estudado, visto que pela análise quantitativa o assunto é tratado superficialmente.

1.1.6.1.4 Do Ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos

Em relação aos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser de ordem bibliográfica, documental, levantamento, estudo de caso e ou pesquisa ação. Para a realização do desenvolvimento deste estudo serão utilizados os procedimentos técnicos de pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, levantamento e estudo de caso.

Para Vergara (2009, p. 43) “pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas,

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isto é, material acessível ao público em geral”. Pesquisas bibliográficas são elaboradas a partir de material publicado.

Pesquisa bibliográfica para Gil (1999, p. 65) é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.

Já pesquisa documental utiliza-se de documentos e registros, é elaborada a partir de material que não recebeu tratamento analítico. Para Vergara (2009, p. 43)

A pesquisa documental é a realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas: registro, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicação informais, filmes, microfilmes, fotografias, vídeo - tape informações em disquete, diários, cartas pessoais e outros.

Para Gil (1999, p. 66)

A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A única diferença entre ambas esta na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de matérias que não receberem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.

Pesquisa sobre levantamento é elaborada a partir da interrogação direta de pessoas. Conforme Gil (1999, p.70)

Pesquisa sob levantamento, caracterizam pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativos de pessoas acerca do problema estudado para em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes dos dados coletados.

O estudo de caso é caracterizado por Gil (1999, p. 72).

Pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados.

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Para Vergara (1997, p.47)

Estudo de caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como umas pessoas, uma família, um produto, uma empresa, um órgão publico, uma comunidade ou mesmo um país. Tem caráter de profundidade e de detalhamento.

O estudo de caso envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetivos de maneira que se permitam o seu conhecimento profundo.

1.1.6.2 Coleta de dados

Neste item do trabalho foram descritos os métodos utilizados para a coleta dos dados necessários à elaboração da pesquisa. Segundo Lakatos e Marconi, (1985, p.157) é a “etapa da pesquisa em que se inicia aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos”.

Por se tratar do estudo de viabilidade de produção leiteira, foi necessário coletar informações com o proprietário quanto a compra de produtos como rações, medicamentos para o gado, adubos, sementes, herbicidas e insumos para a plantação de milho para silagem e também pastagens. Fazendo assim, análise dos custos e despesas gerais na produção leiteira no período estudado para verificar a viabilidade do incremento das instalações de uma sala de ordenha.

O objetivo da coleta de dados é compreender como ocorre o processo para que a partir dos dados se possa desenvolver o trabalho. Partindo da observação surge a formulação da questão de estudo, construção de hipóteses, coleta, análise e interpretação dos dados.

1.1.6.2.1 Instrumentos de Coleta de Dados

Havendo a necessidade da busca de coleta dados é importante definir as formas e os meios de coleta, onde para o estudo proposto tem-se: observação e entrevistas.

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O objetivo da entrevista é interrogar o entrevistado, neste caso o produtor de leite, para melhor compreensão do caso, partindo dai dados que se possa iniciar a analise do problema buscando as soluções. Já a observação dos fatos tal como ocorrem, não permitem isolar e controlar as variáveis, mas sim perceber as relações estabelecidas entre elas para melhor avaliação do estudo dos dados.

Segundo Vergara (1997) a observação pode ser simples ou participante, na observação participante, você já esta engajada ou se engaja na vida do grupo ou na situação, você é um autor ou um espectador interno.

Para Gil (1999, p. 113) a observação participante, “consiste na participação real do conhecimento na vida da comunidade, do grupo ou de uma situação determinada. Neste caso, o observador assume, pelo menos até certo ponto, papel de um membro do grupo”.

A observação pode ser estruturada ou não. Segundo o grau de participação do observador, que pode ser participante ou não. Mas o principal fator negativo de uma observação esta em que a presença do pesquisador pode provocar alterações no comportamento e na rotina dos observados, e assim, provocar resultados camuflados.

Gil (1999, p. 117) define entrevista como:

Pode-se definir entrevista como a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interação social. Mais especificas, é uma forma de dialogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação.

Entrevista segundo Vergara (2009, p. 52),

É um procedimento no qual você faz perguntas a alguém que, oralmente, lhe responde. A presença física de ambos é necessária no momento da entrevista, mas se você dispõe de mídia interativa, ela se torna dispensável. A entrevista pode ser informal, focalizada ou por pautas. Entrevista informal ou aberta é quase uma “conversa jogada fora”, mas tem um objetivo especifico: coletar dados de que você necessita. Entrevista focalizada também é tão pouco estruturada quanto a informal, porem já ai você não pode deixar que seu entrevistado navegue pelas ondas de múltiplos mares; antes, apenas um assunto deve ser focalizado. Na entrevista por pauta, o entrevistador agenda vários pontos para serem explorados com o entrevistado. Tem maior profundidade. Você pode gravar a entrevista, se o entrevistado permitir, ou fazer anotações. De qualquer forma, depois de transcreve-la, apresente a transcrição ao entrevistado, para que a confirme ou faça as alterações que julgar necessárias. Esse comportamento não só é gentil, como evita muitos dissabores.

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A entrevista é uma das formas de coleta de dados. É um procedimento na qual se formula perguntas para serem respondidas pelo entrevistado, com objetivo de coletarem dados que necessitamos no estudo, será utilizada a entrevista despadronizada, que Vergara conceitua como informal e aberta.

1.1.6.3 Análise e interpretação dos dados

Após coletar os dados necessários à pesquisa será realizada uma análise e interpretação dos mesmos, com o objetivo de encontrar resposta ao problema investigado.

O plano de análise e interpretação dos dados envolve duas etapas:  a primeira é a apresentação dos dados coletados,

 e a segunda é a interpretação qualitativa dos dados, procurando os mais amplos significados que os dados possam ter.

Por isso recomenda-se a definição antecipadamente do plano de análise considerando-se a limitação dos dados obtidos e a qualidade da amostra.

Assim, foram analisadas e interpretadas questões como investimentos necessários para a operacionalização da produção leiteira, custos, receitas e despesas relacionadas ao negócio para posterior elaboração do fluxo de caixa e demonstração de resultado e os cálculos e análises para identificar a rentabilidade do negócio.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Na revisão bibliográfica apresenta-se um estudo mais aprofundado de pesquisa bibliográfica, contendo enfoques teóricos que fundamentam a área de conhecimentos contemplada, visando a compreensão e a busca de soluções à problemática apresentada.

O objetivo dessa revisão bibliográfica é investigar na literatura os fundamentos para que se possa melhor compreender a temática mencionada sobre o tema por diferentes autores.

2.1 RAMO DE ATIVIDADE

A produção leiteira é um ramo de atividade que está em ligeira expansão e buscando cada vez mais interagir com as tecnologias para que o setor fique cada vez mais aquecido. Através da análise de um estudo de produção podem-se identificar os pontos fortes e as deficiências em termos de resultados técnicos e econômicos, podendo agir diretamente, a qualquer momento, para a solução dos problemas apresentados pela atividade leiteira.

2.1.1 Origem da produção leiteira no Brasil

O artigo de Daniela R. Alves (2011) sobre a Industrialização e Comercialização do Leite de Consumo no Brasil traz que a origem do leite de consumo no Brasil está ligada diretamente aos colonizadores, que trouxeram em suas bagagens os primeiros animais para fins de auxilia-los nas tarefas braçais dos engenhos de cana-de-açúcar, proporcionando também mais tarde o desenvolvimento da pecuária de corte nas regiões de Goiás e Sul do país. Até meados do século XIX o consumo de leite teve caráter secundário, com poucas vacas direcionadas para essa atividade.

Por volta de 1870 a região que concentrava maior produção de café o Vale do Paraíba, passa pelo esgotamento de seu solo e a redução da produtividade caindo assim a margem de

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lucro. A produção de café segue para o Oeste Paulista e surge ai uma nova atividade a produção leiteira.

No Brasil, até o início do Século XX, o leite era consumido sem nenhum tipo de tratamento, podendo por isso causar uma série de doenças aos consumidores. O transporte do leite que era feito pelos escravos, em latão, passou a ser feito pelos vaqueiros que o produziam nas periferias das cidades. Entregue diretamente ao consumidor, tinha um curtíssimo prazo de validade.

A partir da década de 20, algumas indústrias para beneficiamento e distribuição de leite começam a surgir, oferecendo aos consumidores leite tratado pelo processo de pasteurização lenta (30 minutos à temperatura maior que 60º C), tecnologia que surgia no país. O leite era engarrafado em frascos de vidro retornáveis. Tal avanço proporcionava ao consumidor um produto seguro, com prazo de validade maior do que o leite entregue pelos vaqueiros.

Em 1955 é desenvolvido no Brasil o 1º caminhão tanque para transporte de leite, com capacidade de 17.500 litros, feito de aço inox, revestido com chapas de ferro, porém sem isolamento térmico. Somente durante a década de 60 o semi-reboque rodoviário substituiria o vagão de trem e o latão no transporte de leite resfriado.

A partir de então, diversos desenvolvimentos tecnológicos foram aplicados ao leite de consumo até caracterizar seu mercado atual. Novos tratamentos térmicos, novas embalagens, novos sistemas de transporte e outras tecnologias, permitiram que o leite antes consumido sem nenhum tipo de tratamento, direto da vaca, pudesse chegar ao consumidor, em ótimas condições de consumo e armazenamento, seguro, com maior durabilidade, diferentes teores de gordura, quantidades de vitaminas, sabores, nutrientes etc...

Como diz o artigo mencionado anteriormente o mercado do leite chegou no Brasil para ficar, é grande hoje o numero de propriedades sendo elas de pequeno ou de grande porte que detém entre suas atividades a comercialização de leite aumentando assim a renda.

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25

2.1.2 Mercado de Leite no Brasil

Santiago (2011) o Mercado de Leite no Brasil diz que desafios em busca de especialização e estabilidade comercial traz que na última década o mercado do leite passou por uma revolução impulsionada pela implantação da normativa 51, pela concentração e profissionalização do setor produtivo e pela estabilidade econômica. As melhorias foram evidentes; os produtores conseguiram se especializarem na gestão de seus sistemas de produção melhorando a qualidade do produto, os índices zootécnicos o controlando de seus custos, fez com que fosse melhorando a gestão como um todo.

O leite captado melhorou de qualidade, a coleta de leite teve seus custos reduzidos com a granelização, e logo o horizonte de desenvolvimento de produtos se abriu e a condição de estabilidade econômica intensificou as possibilidades de diversificação nas produções. Houve também uma seleção natural com a paralisação de várias indústrias que de certa forma não adequaram suas gestões ao claro momento de expansão que se anunciava.

Com todo esse cenário, um leigo se impressionaria e diria que somos no Brasil, uma referência na pecuária de leite mundial. Porém a realidade nos mostra que em comparação com outros países, até mesmo vizinhos, estamos ainda muito atrasados.

A dimensão territorial do nosso país, a diversidade climatológica, cultural e econômica entre as regiões, a carência de compradores em determinadas áreas e a grande concorrência em outras, a concentração de laticínios, o consumo interno limitado, a exportação de "preços" e não de qualidade, dentre outros muitos fatores, traduzem uma desigualdade muito expressiva entre padrões de produtores, preços de leite, tecnologias empregadas e até mesmo disponibilidade de produtos em diferentes regiões do Brasil. Esses fatores interferem de forma decisiva no mercado, mudando o ciclo sazonal natural que estávamos acostumados.

Ainda no campo da dimensão territorial e adentrando as especificidades climatológicas, nos deparamos com os diferentes períodos de safra e entressafra das regiões Sul e Sudeste do Brasil. Esse aspecto conta com um complicador que surgiu na concentração recente de laticínios, grandes indústrias do sul adquiriram empresas no sudeste e ampliaram sua atuação comercial na região. Isso faz com que essas indústrias manipulem as cotações médias de sua matéria prima de acordo com a oferta de cada região. Simplificando, quando sobra no sul as médias pagas aos produtores de lá subsidiam em parte altas de mercado no sudeste e vice versa.

(27)

O grande apelo especulativo dessas estratégias provoca no mercado uma curva extremamente brusca de preços com variações safra-entressafra altíssimas e praticamente impossíveis de administrar por diferentes agentes do setor produtivo.

É necessária uma regulamentação de quem pode e não pode produzir leite. O MAPA não coloca o seu selo em uma indústria antes de inspecioná-la e comprovar a estrutura mínima necessária a credencial. Precisamos eliminar os extrativistas que se utilizam do mercado do leite somente quando este está compensatório. Acredita-se que para um produtor iniciar uma produção de leite, esse credenciamento também deveria ser exigido, dessa forma menos aventureiros seriam incluídos no sistema, atrapalhando quem produz rotineiramente.

Santiago, (2011) acredita que para ter um leite de qualidade para oferecer aos consumidores é preciso ter regras mais severas normatizando e fiscalizando os produtores para acabar com os produtores de alta temporada que na entressafra desistem da atividade.

2.1.3 Normas

A Instrução Normativa Nº 51 DE 18/09/2002 traz no anexo VI o Regulamento Técnico da coleta de leite cru refrigerado e seu Transporte a granel. O objetivo é fixar as condições sob as quais o Leite Cru Refrigerado, independentemente do seu tipo, deve ser coletado na propriedade rural e transportado a granel, visando promovera redução geral de custos de obtenção e, principalmente, a conservação de sua qualidade até a recepção em estabelecimento submetido a inspeção sanitária oficial.

O processo de coleta de Leite Cru Refrigerado a Granel consiste em recolher o produto em caminhões com tanques isotérmicos construídos internamente de aço inoxidável, através de mangote flexível e bomba sanitária, acionada pela energia elétrica da propriedade rural, pelo sistema de transmissão ou caixa de câmbio do próprio caminhão, diretamente do tanque de refrigeração por expansão direta ou dos latões contidos nos refrigeradores de imersão.

Deve existir local próprio e específico para a instalação do tanque de refrigeração e armazenagem do leite, mantido sob condições adequadas de limpeza e higiene, atendendo, ainda, o seguinte:

 Ser coberto, arejado, pavimentado e de fácil acesso ao veículo coletor, recomendando-se isolamento por paredes;

(28)

27

 Ter ponto de água corrente de boa qualidade, tanque para lavagem de latões (quando utilizados) e de utensílios de coleta, que devem estar reunidos sobre uma bancada de apoio às operações de coleta de amostras;

 A qualidade microbiológica da água utilizada na limpeza e sanitização do equipamento de refrigeração e utensílios em geral constitui ponto crítico no processo de obtenção e refrigeração do leite, devendo ser adequadamente clorada.

Os equipamentos de Refrigeração devem ter capacidade mínima de armazenar a produção de acordo com a estratégia de coleta; em se tratando de tanque de refrigeração por expansão direta, ser dimensionado de modo tal que permita refrigerar o leite até temperatura igual ou inferior a 4ºC (quatro graus Celsius) no tempo máximo de 3h (três horas) após o término da ordenha, independentemente de sua capacidade.

Para os Procedimentos de Coleta o funcionário encarregado da mesma deve receber treinamento básico sobre higiene, análises preliminares do produto e coleta de amostras, podendo ser o próprio motorista do carro-tanque. Deve estar devidamente uniformizado durante a coleta. A ele cabe rejeitar o leite que não atender às exigências, o qual deve permanecer na propriedade.

O tempo transcorrido entre a ordenha inicial e seu recebimento no estabelecimento que vai beneficiá-lo (pasteurização, esterilização, etc.) deve ser no máximo de 48h (quarenta e oito horas), independentemente do seu tipo, recomendando-se como ideal um período de tempo não superior a 24h (vinte e quatro horas);

Antes do início da coleta, o leite deve ser agitado com utensílio próprio e ter a temperatura anotada, realizando-se a prova de alizarol na concentração mínima de 72% v/v (setenta e dois por cento volume/volume). Em seguida deve ser feita a coletada amostra, bem como a sanitização do engate da mangueira e da saída do tanque de expansão ou da ponteira coletora de aço inoxidável. A coleta do leite refrigerado deve ser realizada no local de refrigeração e armazenagem do leite.

As amostras de leite a serem submetidas a análises laboratoriais devem ser transportadas em caixas térmicas higienizáveis, na temperatura e demais condições recomendadas pelo laboratório que procederá às análises.

A temperatura e o volume do leite devem ser registrados em formulários próprios. As instalações devem ser limpas diariamente. As vassouras utilizadas na sanitização do piso devem ser exclusivas para este fim. O leite que apresentar qualquer anormalidade ou não

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estiver refrigerado até a temperatura máxima admitida pela legislação em vigor não deve ser coletado a granel.

O produtor integrante de um Programa de Granelização está obrigado a cumpriras especificações do presente Regulamento Técnico. Seu descumprimento parcial ou total pode acarretar, inclusive, seu afastamento desse Programa.

2.2 CONTABILIDADE

“A contabilidade tem como finalidade gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, dando ênfase para o controle e planejamento” (BASSO, 2005, p. 24).

Para Franco (1997, p. 19) a finalidade da Contabilidade é:

Assegurar o controle desse patrimônio, fornecendo a seus administradores informações e orientações necessárias à ação administrativa, bem como a seus titulares (proprietários do patrimônio) e demais pessoas a ele relacionadas, as informações e interpretações sobre o estado patrimonial e o resultado das atividades desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins.

A Contabilidade ao longo dos tempos tem sido definida como arte, técnica ou ciência.

2.2.1 Conceito

Conforme Franco (1983) a “contabilidade é a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.”

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29

Contabilidade é um conjunto ordenado de conhecimentos próprios, leis científicas e métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico), e que como conjunto de normas, preceitos, regras e padrões gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar informações de suas variações e situações, especialmente de natureza econômica e financeira e, complementarmente, controla, registra e informa situações impactantes de ordem socioambiental decorrentes de ações praticadas pela entidade no ambiente em que está inserida.

Ávila (2006, p. 23) conceitua contabilidade sendo uma,

Ciência que se ocupa do registro, por meio de técnicas próprias, dos atos e fatos da administração das entidades econômico-financeiras que possam ser expressos monetariamente, possibilitando o controle, o estudo, a interpretação e o fornecimento de informações sobre as variações do patrimônio das empresas para todos os usuários interessados.

A contabilidade hoje já não é mais apenas um elemento de simples recolha e interpretação de dados, mas também uma técnica eficiente de gestão da qual as empresa necessitam para manter-se viva no mercado. Devido a diversos fatores, entre os quais a vasta concorrencia, torna-se necessário, cada vez mais, conhecer e conseguir prever o futuro a fim de estabelecer objetivos, e planejar as atividades mediante uma seleção das diversas alternativas possíveis, mediante elementos que fundamentem essas escolhas.

2.2.2 Finalidade da Contabilidade

A contabilidade apresenta extrema importância quando falamos da saúde financeira de uma entidade, seja ela pessoa física ou jurídica. A finalidade básica da Contabilidade é o acompanhamento das atividades realizadas pelas pessoas, no sentido indispensável de controlar o comportamento de seus patrimônios.

Segundo Franco (1997, p. 21) a Contabilidade tem a finalidade de:

Assegurar o controle do patrimônio administrado, através do fornecimento de informações e orientação – necessárias à tomada de decisões – sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como sobre o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins, que podem ser lucrativos ou meramente ideais (sociais, culturais, esportivos, beneficentes ou outros).

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Basso (2011, p. 21) explica “a informação, dado relevante que evidencia algo importante no processo decisório das entidades, é preocupação constante de executivos, administradores e demais pessoas que tomam decisões do dia-a-dia das organizações”.

A contabilidade deve identificar, classificar e anotar as operações da entidade e de todos os fatos que de alguma forma afetam sua situação econômica, financeira e patrimonial. De posse destes dados, devidamente classificados, a contabilidade deve apresentar de forma ordenada, o histórico das atividades da empresa, a interpretação dos resultados, e através de relatórios, produzir informações necessárias para o atendimento das diferentes demandas.

A finalidade fundamental da Contabilidade é fornecer orientações para a administração das entidades no sentido que a mesma possa tomar decisões acertadas para um melhor desempenho da mesma. Portanto a Contabilidade é o controle e o planejamento de toda e qualquer entidade socioeconômica.

2.2.3 Objeto da Contabilidade

Para melhor compreensão dos elementos da contabilidade Basso (2005, p. 23) complementa que “o objeto da Contabilidade é o Patrimônio, geralmente constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada entidade”.

Partindo do ponto de vista da contabilidade os bens são objetos materiais ou imateriais que integram determinado patrimônio de uma entidade. Já os direitos são valores que a entidade tem a receber de terceiros que podem ser pessoas físicas ou jurídicas geralmente representados por títulos de crédito. E para finalizar as obrigações são os valores que a entidade tem a pagar em papéis como duplicatas, notas promissórias e contratos podendo ser também decorrentes de compromissos originados de encargos sociais, tributários, previdenciários e trabalhistas entre outros.

Assim os bens e os direitos formam a parte positiva do patrimônio e as obrigações a parte negativa do mesmo. Portanto a diferença entre positivo e negativo deriva o Patrimônio Liquido.

(32)

31

2.2.4 Funções e Objetivos da Contabilidade

As principais funções da Contabilidade segundo Basso (2005) são de coletar os documentos os documentos comprobatórios, classificar os documentos, registrar os fatos contábeis, acumular informações quantitativas e qualitativas do patrimônio e suas variações, resumir informações do patrimônio e suas variações e revelar a situação patrimonial, econômica e financeira da entidade.

Os objetivos da Contabilidade ainda conforme Basso (2005) é controlar física e monetariamente e apurar os resultados no patrimônio da entidade; evidenciar a situação patrimonial, econômica e financeira da entidade e suas tendências; atentar para o cumprimento de normas, leis e demais dispositivos emergentes da legislação aplicável aos negócios da entidade e ainda fornecer informações pertinentes aos seus usuários.

2.2.5 Campo de Atuação

A Contabilidade é a ciência que controla e registra os fatos que afetam o patrimônio, portanto ela pode ser aplicada à pessoa física ou jurídica, com finalidades lucrativas ou não, ou ainda a empresas de direito público ou privado.

Segundo Basso (2005, p. 27) “tendo como objeto o patrimônio, pode-se afirmar que o campo da Contabilidade é o mais amplo possível, pois onde existir um patrimônio definido e perfeitamente delimitado, pode também estar aí se definido um campo de aplicação da Contabilidade”.

Conforme Santos, et all (2003, p. 61) “a função da Contabilidade é a de captar, registrar acumular, estudar e interpretar (analisar) os fenômenos contábeis originados da gestão patrimonial de pessoas físicas ou jurídicas”.

O desenvolvimento da Contabilidade está ligado ao surgimento do capitalismo. Sua função era medir os acréscimos ou decréscimos dos capitais empregados em uma atividade comercial ou industrial. A evolução da Contabilidade e o surgimento do método das partidas dobradas, fez com que o campo de atuação desta ciência se tornasse muito vasto, podendo ser aplicada a qualquer tipo de pessoa que exerça atividades econômicas para alcançar determinados fins, sejam eles lucrativos ou não.

(33)

2.3. CONTABILIDADE RURAL

Para obter o sucesso de qualquer empreendimento é necessário ter uma administração eficiente. Pesquisas apontam que é justamente neste aspecto que as empresas rurais brasileiras apresentam uma enorme carência, prejudicando todo o processo de modernização da agropecuária. Segundo Marion (2006, p. 24), “empresas rurais são aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo através do cultivo da terra, da criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas”.

Segundo Crepaldi (2011, p. 77)

Uma das ferramentas administrativas menos utilizadas pelos produtores brasileiros é a Contabilidade Rural, vista como uma técnica com baixo retorno na prática, visto que a maioria dos produtores rurais sujeitos à tributação do Imposto de Renda não mostram interesse na aplicação gerencial, relegando toda sua Contabilidade a profissionais da área contábil.

Para complementar ainda conforme Crepaldi (2011, p.82)

Contabilidade Rural é um instrumento da função administrativa que tem como finalidade controlar o patrimônio das entidades rurais; apurar o resultado das entidades rurais e prestar informações sobre o patrimônio e sobre o resultado das entidades rurais aos diversos usuários das informações contábeis.

Seguindo a mesma ideia Marion (2006) coloca que “Contabilidade Rural é aquela aplicada às empresas rurais, pois quando estudada de forma genérica a contabilidade é denominada geral ou financeira; quando aplicada a um ramo específico, normalmente é denominada de acordo com a atividade daquele ramo”.

O elemento que faz parte da Contabilidade Rural é o produtor rural que pode ser uma pessoa física ou jurídica que se constitui da união de indivíduos através de um contrato reconhecido por lei. No Brasil prevalece a exploração na forma da pessoa física por ter tratamento fiscal mais simplificado na legislação do Imposto de Renda.

Enfim a Contabilidade Rural trata de todos os segmentos da vida no campo de forma distinta, prestando informações para um melhor gerenciamento e um resultado que agrade ao produtor.

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33

2.4 CONTABILIDADE GERENCIAL

A contabilidade gerencial, esta voltada exclusivamente para a administração da empresa, procurando fornecer informações validas e efetivas para seus administradores. É uma ferramenta necessária dentro dos procedimentos contábeis na contabilidade financeira, contabilidade de custos, na análise financeira, etc. de modo a auxiliar os gerentes na tomada de decisões.

A contabilidade pode desempenhar um importante papel como ferramenta gerencial, por meio de informações que permitam o planejamento, o controle e a tomada de decisão, transformando as propriedades rurais em empresas com a capacidade para acompanhar a evolução do setor, principalmente no que tange aos objetivos e atribuições da administração financeira, controle de custos, diversificação de culturas e comparação dos resultados (CREPALDI, 2009, p. 37).

A contabilidade gerencial deve fazer a conexão entre ações locais dos gerentes e a lucratividade da empresa, para que estes possam saber que direção tomar.

2.5 ELABORAÇÃO DO PROJETO DE VIABILIDADE

A viabilidade de um projeto é onde se deve analisar se o negócio ou o investimento é viável, para isso é necessário que se faça uma previsão de recursos para a implementação do mesmo.

A viabilidade financeira é onde se pode verificar se o produto ou negócio proporciona uma taxa de retorno do capital investido que seja maior do que a aplicação e suficiente para remuneração pelo trabalho.

“Um projeto pode ser entendido como um conjunto de informações, que são coletadas e processadas, de modo que simulem uma dada alternativa de investimento para testar sua viabilidade”. (WOILLER e MATHIAS, 1992, p.34)

Conforme Hirschfeld (1993), as características que um empreendimento deve conter são seis:

(35)

1 – Objetivo: apresenta-se quais são as características principais do ramo de atividade pretendido e as vantagens que o mesmo apresenta no mercado, justificando o ramo pretendido.

2 – Localização: motivo que determinam a localização do empreendimento.

3 – Mercado: Define qual mercado pretende atingir com seu empreendimento, seja ele interno ou externo.

4 – Contribuição com os objetivos nacionais: apresenta-se qual será a contribuição do empreendimento para o desenvolvimento do mercado regional e nacional.

5 – Capacidade de produção: Descrição das principais fases do processo produtivo e indicação da produção pretendida.

6 – Área do empreendimento: Especificar qual a área total, seu valor, esquema de utilização, caracteristicas da area e situação juridica da mesma.

De acordo com Woiller e Mathias (1992) o ponto de partida para um investimento é uma oportunidade detectada pela empresa ou pelo empresário. Tal oportunidade podera ter surgido em virtude de uma procura externa, ou por pressões vindas de dentro da propria empresa, ou ainda incentivadas pelo poder público com a intenção de executar investimentos em setores predeterminados.

2.6 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA

Toda aplicação de recursos numa atividade econômica dentro de uma organização envolve riscos podendo dar certo ou não. O estudo de viabilidade é a análise detalhada, que tem dois objetivos básicos:

 Identificar e fortalecer as condições necessárias para o nosso projeto dar certo e  Identificar e tentar neutralizar os fatores que podem dificultar as possibilidades de

êxito do nosso projeto.

O grande campo de aplicação das técnicas de análise de investimentos está associado ao processo de geração de indicadores utilizados na seleção de alternativas de investimentos. A decisão de fazer investimento de capital é parte de um processo que envolve a geração e a avaliação das diversas alternativas que atendam às especificações técnicas dos investimentos, após relacionadas as alternativas viáveis tecnicamente é que se analisam quais delas são atrativas financeiramente. É nessa última parte que os indicadores gerados auxiliarão o processo decisório (SOUZA e CLEMENTE, 2009, p.66).

(36)

35

O estudo de viabilidade indica as condições para que os objetivos que nos propomos alcançar dependam das nossas ações, principalmente diante de situações imprevistas. O estudo de viabilidade deve ser feito antes de se iniciar a atividade.

2.7 METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE

A análise da viabilidade econômico-financeira realizada durante o Planejamento do Projeto é a referência inicial para as fases seguintes, no desenvolvimento do produto propriamente dito, torna-se um dos critérios mais importantes para se manter a decisão de executar o projeto.

Segundo Sousa (2007) avaliar a viabilidade econômico-financeira de um investimento é reunir argumentos e informações para construir os fluxos de caixa esperados em cada um dos períodos da vida desse investimento e aplicar técnicas que permitam evidenciar se as futuras entradas de caixa compensam a realização do investimento.

Assim pode-se afirmar que o estudo aprofundado sobre a viabilidade de um investimento a realizar é de extrema importância para diagnosticar se o mesmo irá alcançar as expectativas nele depositada.

2.7.1 Taxa Interna de Retorno – TIR

Conforme Motta e Calôba (2002, p.116) “a Taxa Interna de Retorno (TIR) é um indice relativo que mede a rentabilidade do investimento por unidade de tempo, necessitando, para isso, que haja receitas envolvidas, assim como investimentos”.

Já Sousa (2007, p.77) diz que “pode-se conceituar a Taxa Interna de Retorno de uma proposta de investimento, ou simplesmente TIR, como a taxa que iguala o Valor Presente de Entrada de caixa VPE, ao Valor Presente das Saídas de caixa VPS, ou seja, é a taxa de desconto que torna o VPL igual à zero”.

(37)

Seguindo a mesma linha de pensamento Souza e Clemente (2009, p. 81) colocam que “Taxa Interna de Retorno, por definição, é a taxa que torna o Valor Presente Liquido (VPL) de um fluxo de caixa igual a zero.

Conforme Santos (2001, p. 154)

A Taxa Interna de Retorno (TIR) de um investimento, do ponto de vista financeiro é o percentual de retorno obtido sobre o saldo de capital investido e ainda não recuperado. Matematicamente, a taxa interna de retorno é a taxa de juros que iguala o valor presente das entradas de caixa ao valor presente de saídas de caixa. A taxa interna de retorno teria para a empresa o mesmo significado financeiro da taxa de juros de um empréstimo que ela concedesse para recebê-lo em um certo número de parcelas.

Assim a TIR é a taxa necessária para igualar o valor de um investimento com os seus respectivos retornos futuros ou saldos de caixa, sendo usada em análise de investimentos para verificar o retorno de um projeto, enquanto o investimento inicial é recuperado progressivamente. A TIR é um critério que atende ao valor de dinheiro no tempo, valorizando os fluxos de caixa atual mais do que os futuros.

O quadro a seguir mostra a formula da TIR – Taxa Interna de Retorno.

Quadro1

Taxa Interna de Retorno (TIR)

Zero = FC0 + FC1 + FC2 + …. + FCⁿ

(1+ TIR)° (1+ TIR)¹ (1+ TIR)² (1+ TIR)ⁿ Fonte: Souza (2003, p.81).

Onde: FC = Fluxo de Caixa

TIR = Taxa Interna de Retorno

A Taxa Interna de Retorno de um investimento pode ser:

 Maior do que a Taxa Minima de Atratividade: significa que o investimento é economicamente atrativo.

 Igual à Taxa Mínima de Atratividade: o investimento está economicamente numa situação de indiferença.

(38)

37

 Menor do que a Taxa Mínima de Atratividade: o investimento não é economicamente atrativo, pois seu retorno é superado pelo retorno de um investimento com o mínimo de retorno. (TIR, 2011)

Segundo Sousa (2007, p. 79) “a principal virtude dessa técnica de avaliação de investimento é o fato de basear-se nos fluxos de caixa e de levar em conta o valor do dinheiro no tempo, como ocorre também com a técnica do VPL”.

Quadro 2

Diagrama do Fluxo de Caixa para avaliação de investimento

FC1 + FC 2 + FC3 + … FCn = FC0 (1 + i) (1 + i)2 (1 + i)3 VPE=VPS (1 + i)n

Fonte: Souza e Clemente (2009)

O melhor investimento é aquele que apresentar a maior TIR, é a taxa de juros que torna o valor presente das entradas de caixa igual ao valor presente das saídas de caixa do projeto de investimento.

2.7.2 Taxa Minima de Atratividade – TMA

Segundo o conceito de Souza e Clemente (2009) Entende-se como Taxa Minima Atratividade a melhor taxa, com baixo grau de risco, disponivel para aplicação de capital em análise, fica implícito que o capital para investimento não fica no caixa, mas sim, aplicado à TMA, assim toda riqueza gerada deve levar em contasomente o excedente sobre aquilo que já existe, isto é, o que será obtido além da aplicação do capital na TMA.

Para uma tomada de decisões sobre um investimento será feito uma avaliação tomando por base a TMA taxa minima de atratividade e a TIR taxa interna de retorno. Sendo assim existem três analises a se fazer:

(39)

 Se a TIR < TMA – projeto economicamente inviável.

 Se a TIR=TMA – é indiferente investir os recursos no projeto ou deixá-los rendendo juros à taxa minima de atratividade. (MOTTA e CALÔBA, 2002) A Taxa Mínima de Atratividade é uma taxa de juros que representa qual o percentual mínimo que um investidor pode ganhar ao fazer um investimento, ou qual o percentual máximo que um tomador de dinheiro paga quando faz um financiamento. Esta taxa é formada a partir de três componentes básicas:

1. Custo de oportunidade: remuneração obtida em alternativas que não as analisadas. Exemplo: caderneta de poupança, fundo de investimento, etc.

2. Risco do negócio: o ganho tem que remunerar o risco inerente de uma nova ação. Quanto maior o risco, maior a remuneração esperada.

3. Liquidez: capacidade ou velocidade em que se pode sair de uma posição no mercado para assumir outra. (TMA, 2011)

A expressão a seguir ilustra o conceito básico de atratividade financeira de projeto (SOUZA e CLEMENTE, 2009).

Quadro 3

Atratividade Financeira de Projetos

Σ Σ Σ

Σ (Fluxo Esperado de Benefícios) > Valor do Investimento

ou

-Valor do Investimento + ∑ (Fluxo Esperado de Benefícios) > 0

Fonte: Souza e Clemente (2009 p.70).

Para Souza e Clemente (2009), a questão é como efetuar a soma do Fluxo Esperado de Benefícios dado que cada elemento (CFj) desse fluxo encontra-se em período distinto de

tempo, isto é, no tempo j (j= 1,2,...,n) e, sabe-se que valores monetários em tempos distintos não tem o mesmo significado. Historicamente tem se escolhido o tempo zero como data focal para concentrar todos os valores do fluxo de caixa e a descapitalização composta como relação de equivalência. Assim no quadro a seguir temos o critério básico de atratividade.

(40)

39

Quadro 4

Critério básico de Atratividade

- CF0 + Σ

CFj

> 0 ∀ j = 1,2,…,n

(1 +i)j

Fonte: Souza e Clemente (2009 p.71).

Agora para saber qual deve ser o valor da taxa “i” para ser usada nesse processo apresenta-se a Taxa de Mínima Atratividade.

Colocando a TMA como uma possibilidade real de aplicação de baixo risco dos recursos disponíveis para investimentos, pode-se pensar que, no minimo, sempre existirão duas alternativas de investimentos: aplicar na TMA ou aplicar no projeto de investimentos; devido que aplicar na TMA não agrega nenhum valor a empresa, ou seja, dinheiro em caixa não agrega riqueza. (SOUZA e CLEMENTE, 2009)

Voltando ao processo inicial de qual deva ser a taxa “i” para o uso no processo de descapitalização do fluxo de caixa da empresa, evidencia que deva ser a TMA assim pode-se ter então o critério basico de atratividade financeira de projetos reescrito. O quadro a seguir demonstra a formula.

Quadro 5

Critério básico de Atratividade Financeiro

VPL = - CF0 + Σ CFj > 0 ∀ j = 1,2,…,n

(1 +TMA)j

Fonte: Souza e Clemente (2009 p.72).

Como já foi mencionado anteriormente precisa se fazer uma análise comparando a TIR com a TMA para assim verificar o desempenho do projeto, ou seja, se a TIR for maior que a TMA significa que o investimento é economicamente atrativo, mas se a TIR for igual à TMA o investimento está economicamente numa situação de indiferença, e para finalizar se a TIR for menor do que a TMA, o investimento não é economicamente atrativo, pois seu retorno é superado pelo retorno de um investimento sem risco.

(41)

2.7.3 Valor Presente Liquido – VPL

Para que possamos analisar a viabilidade de um projeto se faz necessário termos um método que calcule as entradas e saídas de dinheiro na data inicial do projeto, descontando todos os valores futuros do fluxo de caixa na taxa de juros que mede o custo de capital. O Valor Presente Liquido (VPL) utiliza-se de um método matemático-financeira capaz de determinar o valor presente de pagamentos futuros descontados a uma taxa de juros apropriada, menos o custo do investimento inicial. Assim o VPL se torna o melhor método de avaliação que consegue mostrar a contribuição do projeto de investimento no aumento do valor da empresa.

Segundo Sousa (2007) “o que o analista não pode esquecer ao avaliar um investimento é a indispensavel precisão dos fluxos de caixa, uma vez que ele lembra permanentemente que a precisão e o tratamento correto das entradas e saídas de caixa estão para a confiabilidade da avaliação de um investimento”.

A seguir o quadro a seguir demostra como se aplica o VPL.

Quadro 6

VPL - Valor Presente Líquido

VPL FCo + FC1 + FC2 + ... + FCn

(1+i) º (1+ i)¹ (1+ i)² (1+ i)ⁿ

Fonte: Souza (2003, p. 82).

Onde: VPL = Valor presente líquido; FC = Fluxo de Caixa;

i = Taxa de desconto.

Com certeza o VPL é a técnica robusta de análise de investimento mais conhecida e mais utilizada. O VPL indica nada mais que a concentração de todos os valores esperados de um fluxo de caixa na data zero, para tal utiliza-se como taxa de desconto a Taxa Minima Atratividade da empresa (TMA), a princípio nenhum número é bom ou ruim, a menos que possa ser comparado com alguma referencia. Para o VPL a regra primária de referência é a seguinte:

Referências

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