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2. HISTÓRICO DO MERCADO FINANCEIRO BRASILEIRO

2.6 A QUARTA FASE: DE 1964 AOS DIAS ATUAIS

2.6.2 DA DÉCADA DE 80 ATÉ OS DIAS ATUAIS

Criação do “Conselhinho”

Em 1985 foi criado o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, conhecido como “Conselhinho”, com a finalidade de julgar, em segunda e última instâncias, os recursos interpostos das decisões de penalidades administrativas impostas por BACEN, CVM.

Bolsa Mercantil e de Futuros e CETIP

Em 1985, surge a Bolsa Mercantil e de Futuros. Destacou-se, desde o início, pelo oferecimento de produtos financeiros em diversas modalidades.

Para garantir maior agilidade e segurança nas operações com títulos privados, em 1986 foi criada a CETIP numa parceria entre as Instituições Financeiras, o BACEN e a ANDIMA, com processamento eletrônico de operações, extinguindo a movimentação física de títulos. Constitui-se num mercado de balcão organizado para registro e negociação de títulos e valores mobiliários de renda fixa. Oferece serviços de custódia, negociação e liquidação de títulos.

A Lei do Colarinho Branco

A Lei n° 7492 – Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, mais conhecida como Lei do Colarinho Branco, surgiu em momento importante, pois o Direito Penal não previa penas para os crimes cometidos pelos administradores de Instituições Financeiras. Dentre as inovações, pode-se citar a equiparação das pessoas físicas às jurídicas que exerçam determinadas atividades definidas em seu artigo primeiro como sendo exclusivas de Instituições Financeiras.

Criação do RAET

Com a situação patrimonial precária dos Bancos Estaduais após as eleições de 1986 e que, até então era coberta com recursos da Reserva Bancária, em 1987 foi criado o RAET, permitindo o uso das reservas bancárias para saneamento dessas Instituições e que as Instituições sob esse regime continuassem suas atividades, apenas havendo a perda do mandato dos administradores e membros do Conselho Fiscal.

Criação dos Bancos Múltiplos

O Sistema Financeiro Nacional havia sido desenhado, pela reforma ocorrida a partir de 1964, como um sistema baseado em especialização das

Instituições Financeiras, isto é, Bancos Comerciais, Bancos De Investimento, Sociedades De Crédito , Financiamento e Investimento, etc.

Em 1988 foi permitida a criação de Bancos Múltiplos, que comportariam carteiras comerciais, de investimentos, etc, não havendo vinculação entre os recursos captados e as aplicações das instituições, a menos nos casos previstos em normas específicas. Desta forma, permitiu-se “... que algumas destas instituições, que muitas vezes eram empresas de um mesmo grupo, se constituam em uma única instituição financeira com personalidade jurídica própria e, portanto, com um único balanço, um único caixa e, conseqüentemente, significativa redução de custos.” (Cf. FORTUNA, 2001,p.36-37).

Foi dado incentivo à transformação dos Bancos em Múltiplos, não só pela redução do capital e patrimônio líquido mínimo exigidos, como pela eliminação da necessidade de carta-patente para funcionamento, que era onerosa, passando a ser expedida autorização pelo BACEN. O que se seguiu foi uma proliferação de Bancos Múltiplos, já que pequenas Instituições e mesmo Corretoras de Valores aproveitaram as facilidades e transformaram- se em Bancos Múltiplos.

A Constituição de 1988 – aspectos relativos ao SFN

Em 1988 foi promulgada nova Constituição para o País e foi disciplinado o Sistema Financeiro Nacional. Prevê que o SFN deverá ser regulamentado por lei complementar, o que não ocorreu até os dias de hoje.

Ficou definida entre outras, a criação de um fundo ou seguro para garantir aplicações e depósitos e créditos de clientes das Instituições Financeiras até certo limite, formado com fundos particulares, em substituição às Reservas Monetárias, portanto tirando da responsabilidade do Tesouro e do Banco Central o

ressarcimento a clientes por inadimplência de Instituições Financeiras e, conseqüentemente, não influenciando mais nas políticas monetária e fiscal.

Está prevista a limitação dos juros anuais reais a 12%, assunto controverso e que, por decisão do STF, deverá ser tratado pela lei complementar que disciplinará o SFN.

Início dos anos 90

Ao final dos anos oitenta a economia havia experimentado uma modesta abertura e a indexação da economia era absoluta. O Governo já não conseguia captação de recursos através da venda de títulos, recorrendo à emissão de moeda, agravando a inflação. Nesse clima assume novo Governo que procurou combater a inflação, abrir o País ao mercado externo, implementar uma política de privatizações e acabou com os títulos ao portador.

As medidas iniciais adotadas (congelamento de preços e retirada de recursos de circulação) surtiram efeito de início, porém, já em 1991, foi necessário novo plano de estabilização, devido ao aumento sistemático da inflação, sendo adotados novo congelamento de salários e preços e o fim da BTN com o intuito de desindexar a economia. Foi criada a Taxa Referencial de Juros que não se baseava mais na inflação passada, mas na expectativa de inflação esperada pelo mercado.

Não foram atacados, porém, de forma concreta, os gastos públicos geradores de necessidade de recursos por parte do Governo.

Foi instituído o Código de Defesa do Consumidor estabelecendo novo parâmetro nas relações entre fornecedores e consumidores. No âmbito do Sistema Financeiro, destacam-se os itens contidos no artigo 39:

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;”

“III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;”

“V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;”

“VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;”

“VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); e o artigo 42, em que fica estabelecido que a cobrança de um débito não pode expor o inadimplente ao ridículo e que a cobrança indevida (desde que não haja engano justificável) dá direito ao cobrado de receber o dobro do valor indevidamente cobrado além de correção monetária e juros legais.

Securitização de recebíveis

Em 1993 foi introduzida a securitização de recebíveis, permitindo a criação de empresas denominadas special purpose companies, com o fim único de adquirir títulos de crédito oriundos de operações comerciais ou de prestação de serviços com pessoas físicas.

O Plano Real

Certamente, um dos grandes marcos na história recente do País e principalmente da economia foi a introdução do chamado Plano Real, um plano de estabilização econômica que objetivava ao menos uma grande redução nos níveis inflacionários, baseando-se em três pilares, denominados âncoras: monetária (limites de emissão da nova moeda denominada Real), fiscal (equilíbrio no orçamento do Governo, inclusive criando o Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras – IPMF incidente sobre os valores movimentados em contas-corrente, para aumentar a arrecadação) e cambial (o Governo comprometeu-se a vender dólares à taxa de um real para cada dólar, o que, num primeiro momento, sobrevalorizou o real; posteriormente, foram realizadas pequenas desvalorizações programadas; isso provocou o barateamento das importações e como conseqüência

a contenção da inflação pela competição dos produtos nacionais com os importados). Essa política cambial, no entanto, forçou o Governo a manter as taxas de juros elevadas para compensar os pequenos ajustes das taxas de câmbio. O Plano foi bem sucedido de início, mas algumas reformas necessárias para conter os gastos públicos não puderam ser efetivadas: administrativa, fiscal e previdenciária.

Como foi um plano mais recente e importante para a economia e a própria história de nosso País, transcrevemos a seguir algumas opiniões a respeito:

aDIEESE 9

“O Plano Real, ao completar 5 anos em julho de 1999, ainda é motivo de muitas controvérsias. Seus efeitos sobre a economia e condições sociais brasileiras são bastante abrangentes e heterogêneos e merecem uma avaliação detalhada.

“...”

“Nos primeiros dezoito meses, seus resultados foram bastante positivos em várias frentes: ocorreu uma desinflação progressiva, interrompendo-se o processo hiperinflacionário que desestabilizava intensamente a economia; o nível de atividade acelerou-se, ampliando o emprego e reduzindo as taxas de desemprego; a renda apresentou um crescimento que há muito não se via no cenário econômico; a distribuição da renda desconcentrou-se e a pobreza diminuiu, principalmente após a elevação do salário mínimo, em maio de 1995.

No entanto, essa fase de prosperidade foi rapidamente interrompida, após o enfrentamento da primeira crise gerada pela sobrevalorização da moeda nacional. Em março de 1995, para interromper uma fuga de capitais provocada pela crise do plano de estabilização mexicano, o governo adota medidas recessivas (corte no crédito e choque nos juros), além de uma mudança no regime cambial. Os efeitos dessas medidas foram imediatos sobre o comportamento do emprego e da produção industrial, que inicia uma longa queda, mas demoraram para atingir os outros setores, devido à inércia do intenso crescimento do PIB, que chega a mais de 10% no primeiro trimestre de 1995.

O quadro se modifica a partir de 1996. Por um lado, a desinflação continua mas por outro, a trajetória de crescimento e desconcentração da renda é interrompida. O desemprego passa a evoluir de forma dramática e agrava- se a cada choque de juros adotado. A estabilidade monetária não é acompanhada por uma efetiva estabilidade econômica, pois o nível de atividade passa por várias mudanças abruptas. Em outubro de 1997, novo choque de juros é realizado para manter a política de sobrevalorização da moeda, abalada pela crise asiática, que atingiu a Tailândia, Coréia, Indonésia e Hong Kong. Passado esse momento, menos de um ano depois, a crise da moratória Russa atinge novamente a economia brasileira, a partir de agosto de 1998. O governo segue o mesmo caminho e procede a partir de novembro outro choque de juros. Desta vez, a política não funcionou e a fuga de capitais não foi interrompida. Mas os efeitos sobre a renda e o desemprego foram drásticos: o PIB cai pela primeira vez desde o início do Plano, o rendimento médio dos ocupados passa a regredir e o desemprego supera os recordes dos últimos quinze anos.”

a Gustavo Franco – Ex- Presidente do Banco Central à época do Plano Real10

“...Por mais que o dólar esteja maltratando a nossa moeda nos últimos tempos, a inflação, felizmente, não dá sinais de acordar. Graças a diversas transformações químicas, reformas e cirurgias tornamos- nos uma economia estável, e estamos felizes assim.”

“...é sempre bom recordar que em fins de 1993, pouca gente acreditava no Real, mesmo dentro do governo ...”

“...No campo da oposição, a surpresa com o sucesso da nova moeda, e com a assimilação da URV (Unidade Real de Valor) em particular, levou os membros dos Comitês Centrais de cada partido a adotarem, desde o início, uma leitura da Marcha das Forças Produtivas segundo a qual o Plano Real era uma conspiração burguesa baseada num artificialismo, um truque como tantos outros anteriores, desta vez com base no câmbio. A oposição ficou, desta maneira, prisioneira de um diagnóstico errado do qual não conseguiu mais se livrar nem mesmo na eleição seguinte, quatro anos depois.”

“...Justiça seja feita, no campo da oposição à direita, e no mercado financeiro a aposta era semelhante: o ex-ministro Delfim Netto deu 4 meses de vida para a nova moeda e muita gente graúda se armou, no mercado e nos tribunais, para atacar a nova moeda. Todos deram com seus burros n’água. Em pouco mais de dois anos a inflação tinha caído de 5.500% anuais para “níveis internacionais” (2% em IPCs, zero em preços por atacado). Ninguém imaginava que fosse funcionar tão bem, tão rápido e sem recessões nem piruetas heterodoxas.”

“...Assim sendo, cada aniversário do Real representa mais um tabefe na tese de que houve “erros flagrantes”, “populismo cambial” e outras flores do pântano em que se tornou a cosmologia revisionista da oposição sobre o sucesso do Plano Real. Erro mesmo, a julgar, inclusive, pelas pesquisas de aprovação popular, foi o do Presidente da República em acreditar nessas teses, agora inteiramente estraçalhadas pela realidade. Ou seja, se o problema era a chamada “sobrevalorização cambial”, como então ainda estamos encrencados depois dessa avalanche interminável de maxi- desvalorizações? A flutuação cambial não era para fazer os juros cairem? Cadê o “crescimento sustentado” que estava represado pela “vulnerabilidade externa”?”

Adequação do capital

A Resolução BACEN n° 2099 estabeleceu valores mínimos de capital realizado e de patrimônio líquido dependendo do tipo e porte da Instituição. Devido ao Acordo da Basiléia11, as instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central foram obrigadas a se enquadrar a valores mínimos de Patrimônio Líquido Ajustado

10artigo da revista Veja de 4.7.2001

11O Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia é constituído de representantes de autoridades de

supervisão bancária e Bancos Centrais da Bélgica, Canadá, França, Alemanha, Japão, Estados Unidos, Reino Unido, Suíça, Suécia, Holanda, Luxemburgo e Itália. Emitiu documento, ratificado pelo Brasil, onde são apresentados 25 princípios básicos, considerados mínimos, para uma eficaz supervisão bancária.

(PL acrescido de determinadas rubricas e subtraído de outras) de acordo com o grau de risco de seus ativos12, ou seja, procura uma situação mais conservadora da alavancagem das Instituições.

Segundo Troster (1997, p. 79):

(...) A elevação do capital mínimo para todas as instituições bancárias em percentuais muito altos, em alguns casos acima de 100%, fixando um prazo de menos de nove meses para ajustamento aos novos níveis, criou um problema de seleção adversa para pequenas instituições. Embora economicamente viáveis e sem problemas de liquidez, as instituições menores tiveram dificuldades para adequar-se a uma norma que exige níveis de capitalização muito superiores aos níveis internacionais...

PROER

Em novembro de 1995, foi instituído o PROER. Após o Real, com a queda vertiginosa da inflação, muitas instituições se viram em situação precária. A semente para criação do PROER foi o caso do Banco Econômico, o primeiro grande Banco a sofrer intervenção. Em seguida, o BACEN verificou que outras Instituições estavam em situação difícil e, então, decidiu-se por um modelo já presente em literatura, o “good bank, bad bank”, ou seja, a separação da parte boa e que poderia ser aproveitada por outra instituição e a parte a ser liquidada.

Vedação da correção monetária das demonstrações Financeiras Com a estabilização econômica após a implementação do Plano Real e um processo em curso de desindexação geral da economia, foi vedada qualquer forma de correção monetária nas demonstrações financeiras. Essa é uma questão polêmica: até que índice de inflação, em um exercício, as demonstrações não devem ser corrigidas? E para que índice acumulado deve ser praticada a correção das demonstrações?

Sobre o assunto, comenta Iudícibus (2000,p.228):

(... )o núcleo da doutrina contábil ainda vigente está estruturado em torno dos denominados “princípios contábeis geralmente ‘aceitos”, baseados em premissas conservadoras, e a maior parte deles originária de épocas remotas, em que não se sentia o problema das variações de preços de forma intensa como tem ocorrido nos últimos cinqüenta anos ...

(...)

“... Todavia, como as condições econômicas reais são sensivelmente diferenciadas das que serviram de inspiração inicial para a doutrina contábil tradicional, os contadores, profissionais e estudiosos acham-se em um impasse: ao aplicarem os princípios geralmente aceitos poderão produzir relatórios contábeis de pouca relevância, pelo menos sob alguns aspectos; ao utilizarem-se de outros critérios de avaliação para tornar os demonstrativos mais relevantes, estarão correndo o risco de serem considerados revisionistas, desobedientes aos princípios geralmente aceitos, e terão seus trabalhos severamente questionados pela profissão estabelecida e representada em associações e institutos. Na verdade não existe resposta fácil para este dilema. O contador praticante, a fim de ver validados seus procedimentos, ainda deverá obedecer aos princípios geralmente aceitos de Contabilidade, utilizando-se, quando existirem, das normas legais ou fiscais de correção monetária, mesmo que parciais ou abrangendo apenas alguns grupos contábeis.

Fundo Garantidor de Créditos

Em janeiro de 1996 foi criado o FGC constituído por contribuições das Instituições Financeiras participantes (Instituições Financeiras, Associações de Empréstimo e Associações de Poupança). O objetivo do fundo é garantir, em caso de intervenção, liquidação extra- judicial ou falência, valores em determinadas formas de depositos até um certo limite (hoje de R$20 mil).

A abertura do mercado financeiro a instituições estrangeiras

A estabilidade econômica, com controle da inflação, também provocou um outro processo: a entrada de Bancos Estrangeiros no mercado brasileiro, tendo contribuído para isso, entre outros, o processo de privatizações. Além disso, o Brasil representava um grande potencial de clientes sem acesso a contas-correntes e uma relação habitantes por agência bancária baixa.

(...) entre outubro de 1995 e abril de 1998, 24 instituições financeiras estrangeiras foram autorizadas a instalar-se no país, seja mediante a aquisição do controle acionário de entidades nacionais, inclusive daquelas que já possuíam participação estrangeira, seja mediante de constituição de subsidiária e/ou distribuidora de títulos e valores mobiliários.

O PROES

Em 1996 foi criado o PROES, nos moldes do PROER, visando estancar a sangria de recursos do Tesouro Nacional para cobrir déficits de Bancos Estaduais. Aos governadores foi dada a opção de saneamento, porém os Estados deveriam arcar com 50% do capital necessário. No caso de liquidação, privatização ou transformação em agência de fomento, o Governo Federal arcaria com 100% do custo.

A Central de Risco de Crédito

Em 1997, o CMN criou e o Banco Central passou a ser o gestor da “Central de Risco de Crédito”, um banco de dados sobre operações de crédito no âmbito do SFN. Todas as Instituições participantes passaram a ser obrigadas a informar essa Central sobre todas as operações de crédito ativas (em curso normal, atrasadas ou renegociadas). A Central possui informações não apenas quantitativas, mas também qualitativas, ou seja, se há garantias e de que tipo.

Medidas contra a lavagem de dinheiro: criação do COAF

No início de 1998 foi editada Lei, posteriormente alterada em 2003, que ficou conhecida como “Lei da Lavagem de dinheiro”, em virtude de compromissos internacionais assumidos pela assinatura do Tratado de Viena. Essa Lei tipificou os crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores, ou seja, relativos a ações, com o fim de legalizar recursos advindos de crimes nela previstos. Esta

mesma Lei criou o COAF com a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar ocorrências suspeitas de atividade ilícitas relacionada à lavagem de dinheiro.

Novas medidas em relação às Carteiras de Crédito das IF´s

Ainda em 1998, foi permitida a securitização das Carteiras de Crédito das Instituições Financeiras, o que, até então, só era permitido às empresas comerciais.

Em dezembro de 1999, o Banco Central editou Resolução, quando as Instituições passaram a ser obrigadas a classificar as operações/ clientes em 8 níveis diferentes, conforme os riscos apresentados pelos tomadores de não honrarem os compromissos, levando-se em conta aspectos quantitativos e qualitativos. Conforme o grau de risco definido, a instituição é obrigada a constituir uma provisão que é uma porcentagem sobre o valor da operação.

O novo Sistema de Pagamentos Brasileiro

Em 2002, entrou em operação o novo Sistema de Pagamentos Brasileiro. As transferências interbancárias passaram a ser realizadas em tempo real, reduzindo os riscos de crédito e liquidez nas operações interbancárias e, por conseguinte, o risco sistêmico. A transferência de recursos entre instituições passou a depender da existência de fundos na Conta de liquidação mantida junto ao BACEN, reduzindo significativamente o risco de crédito assumido por ele. O SELIC- interligou-se a esse novo sistema, permitindo a liquidação operações com títulos públicos através dele.

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TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE A PESSOA

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