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5.2 Relatos e resultados da intervenção de pesquisa

5.2.13 DÉCIMA TERCEIRA SESSÃO DE INTERVENÇÃO: Salada de histórias

Data: Início: de 27 a 29/11/2013, em três sessões. Local: Sala da turma

Atividade: criação de uma salada de histórias a partir das histórias trabalhadas durante a intervenção.

Dia 27 de novembro, na sala da turma, perguntei se a turma (11 crianças participantes) se lembrava das histórias contadas que tiveram perguntas, se lembravam os nomes dessas histórias. Para a minha surpresa, a turma se lembrou de todas as histórias contadas. Conforme lembravam de uma delas, pedi que tentassem recontar, dizer o que aconteceu. Recordaram-se dos fatos principais das histórias, por exemplo, sobre a história “O menino que mentia” (lembrada pelas crianças como a história do menino, do lobo e das ovelhas), disseram que na história o lobo conseguiu comer as ovelhas dele porque o menino ficava contando mentira para as pessoas da cidade. E assim por diante, conseguiram relembrar o conteúdo principal de cada uma delas. Em seguida, expliquei para as crianças que no dia 29 faríamos uma “salada” dessas histórias, misturando personagens, lugares, a fim de tentarmos criar uma nova história. Escrevi na lousa os nomes das histórias e de suas respectivas personagens para nos ajudar a conferir se a turma tinha se recordado de todas. A sessão teve início às 13h30 e término às 14h15, com duração de 45 minutos.

No dia 28 de novembro, também na sala da turma, resolvi fazer um exercício de criação coletiva com as crianças presentes, que eram 8, tendo início às 13h25 e término às 14h15, com duração de 50 minutos.

Para tal exercício, fiz uso do jogo “Eu conto! Um jogo para contar histórias”, da Associação Viva e Deixe Viver. Trata-se de um jogo cooperativo, para contar histórias explorando a criatividade por meio das cartas do jogo. As cartas são divididas nas seguintes categorias: ações (de cor vermelha), objetos (de cor roxa), qualidades (de cor azul), personagens (de cor verde) e lugares (de cor laranja). Este jogo foi desenvolvido para ser jogado por crianças a partir de 8 anos, e cada jogador recebe uma quantidade de cartas para montar a história coletivamente. Porém, em virtude da idade das crianças participantes da

pesquisa, separei previamente algumas cartas referentes a todas as categorias, pensando nas cartas em que os desenhos fossem mais facilmente compreendidos.

Com as crianças sentadas em roda no chão, retomei o que foi feito no dia anterior, a lembrança das histórias contadas, mas que como era dia 28, então ainda não seria o dia da salada das histórias, mas que faríamos um jogo que poderia nos ajudar a criar a salada de histórias no dia seguinte. Dei início então ao jogo explicando que cada cor de carta representava uma coisa e mostrei todas as cartas às crianças para que se familiarizassem com os desenhos que poderiam aparecer ao longo da história. Disse então que ajudaria a turma a criar a história, dando uma sequência aos acontecimentos e orientando o que viria em seguida, por exemplo, “Márcio (5;4), o médico estava no shopping mas ele estava segurando alguma coisa nas mãos, o que era?”, indicando que a próxima carta a ser pega era dos objetos, e assim por diante.

Todas as crianças participaram, se envolveram durante a história, algumas arriscaram também alguma sequência para a história, direcionando o amigo do lado à próxima carta. Fizemos três rodadas de histórias, todas aleatórias (em função das cartas que ficaram viradas para baixo), mas muito interessantes e criativas. As crianças gostaram bastante desse jogo.

No dia 29, na sala da turma, retomei com as crianças que faríamos a salada das histórias contadas, tentando criar uma história nova. A sessão se iniciou às 13h40 e terminou às 14h30, com duração de 50 minutos e participação de 14 crianças.

Relembramos mais uma vez as personagens que apareciam nas histórias contadas ao longo da intervenção, as escrevi na lousa e perguntei a cada criança qual personagem cada uma gostaria de ser. A grande maioria, meninas também, escolheu ser o lobo, da história “O menino que mentia”. Outras personagens escolhidas foram: galinha, menina do raio de sol, cachorro.

Com as personagens definidas, as crianças escolheram os adereços que gostariam de usar durante a salada das histórias. Ajudei as crianças a dar sequência à história ao longo da criação, por exemplo:

Era uma vez vários lobos que estavam andando em bando, todos juntos, no alto de uma montanha, até que viram as duas meninas do raio de sol. E aí, o que aconteceu? Nesse momento, os lobos começaram a atacar as meninas do raio de sol, então intervi dizendo por ali passava o cachorro MÁRCIO (5;4) que era muito corajoso e forte, que ouvindo os gritos das meninas foi correndo ajudá-las.Mas as meninas viram que os lobos ferozes estavam machucando o cachorro, então correram para ajudá-lo e levaram ele para onde? PAULA (5;11)e BRUNA (5;9): Para nossa casa!

Ao longo da criação, algumas crianças deixavam de ser a personagem original para representar outra. As crianças ficaram muito presas ao lobo e sua caça, mas foi interessante ver soluções aos acontecimentos da história que elas mesmas davam, em certos momentos chegaram a montar a sequência da história, dizendo o que aconteceria em seguida, sem a intervenção das demais crianças, ou seja, elas ficaram muito envolvidas com a proposta, jogando de uma forma mais coletiva, desta forma, atingimos os objetivos deste jogo, que foram: criar de forma coletiva uma história e durante este exercício priorizou-se a cooperação, a troca de perspectivas.