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1.3. Finanças Públicas em 2015

1.3.7. Dívida Pública

72. O stock da dívida pública do Governo Central, no quarto trimestre de 2015,

excluindo os TCMF, situou-se em 197.372,5 milhões de CVE, (121,2% do PIB), o que representa, em termos absolutos, um crescimento de 18.330,9 milhões de CVE (10,2%) em relação ao stock do período homólogo. Em termos de rácio divida/PIB, a variação foi de 5,9p.p.

73. Numa análise desagregada do stock, constata-se que a dívida interna situou-se em

45.998,1 milhões de CVE, o que corresponde a 28,2% do PIB. A dívida externa constitui a maior parcela da divida do Governo Central. Ela atingiu os 151.374,5 milhões de CVE, correspondendo a 92,9% do PIB. Todavia, ela é constituída em 99,8% por divida com maturidade remanescente de longo prazo e com uma taxa média anual em torno de 0,98%.

74. No que concerne ao fluxo, registou-se como entradas, em termos globais, incluindo

a dívida flutuante, o valor de 23.624,4 milhões de CVE. O desembolso externo totalizou 12.363,8 milhões de CVE. No que concerne às emissões de títulos de

tesouro no mercado interno, a entrada foi de 11.260,6 milhões de CVE, correspondendo a 47,7% do total de desembolsos ocorridos no ano.

75. Em termos de participantes do mercado, até o primeiro semestre de 2016, em linha com o período homólogo, as Instituições Financeiras passam a deter a maior parcela da Dívida Interna do Governo Central, seguidas das Instituições não Financeiras. Importa frisar que continuamos a ter participações de particulares no mercado primário em lances não competitivos. No período em análise, não houve transações no mercado secundário, razão pela qual este afigura-se como uma das preocupações centrais do Governo. Para o efeito, pretende-se repensar todo o modelo de funcionamento de mercado financeiro cabo-verdiano de uma forma integrada. Nesta linha, visa-se concluir o projeto Wacmic, que consiste na integração de mercados de capitais da CEDEAO, de modo a resolver a questão da dimensão do nosso mercado e dinamizar o mercado secundário da dívida pública.

76. Paralelamente, constitui meta do Governo finalizar o projecto da segunda fase do mercado de títulos de dívida pública, que consiste na possibilidade de subscrição de títulos do tesouro via ATM, Homebanking, Website e Telemóveis e sala de mercados integrada com a Bloomberg.

77. O serviço da dívida, no período, totalizou os 11.252,2 milhões de CVE, sendo 7.154,6 para as amortizações e 4.097,5 para os juros. Este aumentou, comparativamente ao período homólogo anterior em 16,9%. Em relação ao PIB do ano, este situou-se em 6,9%, sendo 2,5% para os juros e 4,4% para o capital.

Figura 23 Principais Indicadores da Dívida

Fonte: Ministério das Finanças

2013 2014 2015P 2013/2014 2014/2015 2013 2014 2015P

Dívida Pública 157 564,4 179 041,7 197 372,5 13,6 10,2 103,2 116,1 121,2

Divida Interna 37 167,5 41 588,4 45 998,1 11,9 10,6 24,3 27,0 28,2

Divida Externa 120 396,9 137 453,2 151 374,5 14,2 10,1 78,9 89,2 92,9

Variação em valores absolutos - 21 477,3 18 330,9 - - - - -

Divida Interna - 4 421,0 4 409,6 - - - - -

Divida Externa - 17 056,3 13 921,3 - - - - -

1.3.7.1. Dívida Interna

78. Em termos do Stock, este situou-se em 45.998,1 milhões de CVE, em 2015, contra 41.588,4 milhões de CVE em 2014, representando um aumento de 10,6%, ou seja cerca de 4.409,6 milhões de CVE em termos absolutos.

79. Analisando a evolução da dívida interna, em relação ao PIB, constata-se que este rácio atingiu, em Dezembro de 2015, os 28,2% do PIB.

80. A estrutura da dívida interna, no período em análise é constituída da seguinte forma: 96,1% por Obrigações do Tesouro, 3,9% por outros créditos e 0,0% por Bilhetes do Tesouro. Em termos de composição da dívida interna por sector, esta está distribuída em 59% e 41% pelo sistema bancário e pelo sistema não bancário, respectivamente.

81. A amortização de Capital da dívida interna no período situou-se em 4.723,0 milhões de CVE. Comparativamente com o período homólogo, este aumentou em 68%, reflexo do perfil de amortização dos títulos que constituem o portfólio da dívida interna. Quanto aos juros, estes, atingiram os 2.374,0 milhões de CVE, representando um crescimento de 24,3%, consequência de novas emissões ocorridas no ano transato e no ano em curso.

1.3.7.2. Dívida externa

82. Nos últimos 5 anos, o stock da dívida externa registou um aumento não expressivo, explicado pela aceleração dos programas de investimentos públicos.

83. A dívida externa do Governo Central no período em referência atingiu, em termos absolutos, o montante de 151.374,5 milhões de CVE contra 137.453,2 milhões de CVE, no período homólogo, refletindo um crescimento de 10,1%. A variação, em termos absolutos, foi de 13.921,3 milhões de CVE.

84. O seu aumento é justificado, neste ano em particular, por dois motivos, como anteriormente mencionado: (i) Por um lado, pelos novos desembolsos, provenientes de acordos de empréstimos assinados, no ano em análise e em anos anteriores, junto dos nossos credores multilaterais, comerciais e bilaterais e, (ii) por outro lado, por

influência de fatores externos, nomeadamente, da flutuação do câmbio de USD e do fraco crescimento económico que afecta o rácio dívida/PIB.

85. Os recursos angariados de empréstimos têm sido direcionados para financiar projectos que ainda se encontram em fase de execução, nas áreas da agricultura, de infraestruturas portuárias e rodoviárias, da saúde, da redução da pobreza e da desigualdade social, da água, do saneamento, da energia e da pesca.

86. A estrutura da divida externa, no período em análise, em termos de credor, é a seguinte: a) multilateral 47,7%; b) bilateral 21,5% e c) comercial 30,8%.

87. Em termos de fluxos, os desembolsos de empréstimos externos atingiram, no quarto trimestre de 2015, o montante de 12.363,8 milhões de CVE, o que representa uma diminuição de 29,9%, em relação ao período homólogo do ano precedente.

88. O serviço da dívida externa, no último trimestre de 2015, situou-se em 4.155,2 milhões de CVE, sendo 2.431,6 milhões de CVE para a amortização de capital e 1.723,5 milhões de CVE para juros. Comparativamente ao período homólogo, este aumentou em 5,3%, justificado, essencialmente, pelo aumento das amortizações, devido ao início do período de amortização de alguns empréstimos.

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