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DA CONTINUAÇÃO/RETOMADA DO DANO

No documento CAMEX - Câmara de Comércio Exterior (páginas 35-47)

8.1. Da comparação entre o preço do produto objeto da revisão e do produto similar nacional

De acordo com o disposto no § 2º do art. 30 do Decreto nº 8.058, de 2013, o efeito das importações a preços de dumping sobre os preços da indústria doméstica deve ser avaliado sob três aspectos. Inicialmente, deve ser verificada a existência de subcotação significativa do preço do produto importado a preços de dumping em relação ao produto similar no Brasil, ou seja, se o preço internado do produto objeto de revisão é inferior ao preço do produto brasileiro. Em seguida, examina-se eventual depressão de preço, isto é, se o preço do produto importado teve o efeito de rebaixar significativamente o preço da indústria doméstica. O último aspecto a ser analisado é a supressão de preço. Esta ocorre quando as importações objeto do direito antidumping impedem, de forma relevante, o aumento de preços, devido ao aumento de custos, que teria ocorrido na ausência de tais importações.

A fim de se comparar o preço do acrilato de butila importado da origem sujeita ao direito antidumping com o preço médio de venda da indústria doméstica no mercado interno, procedeu-se ao cálculo do preço CIF internado do produto importado dessa origem no mercado brasileiro.

Para o cálculo dos preços internados do produto importado dos Estados Unidos da América, foi considerado o preço de importação médio ponderado, na condição CIF, em reais, obtido dos dados oficiais de importação disponibilizados pela RFB. Em seguida, foram adicionados: (i) o valor, em reais, do Imposto de Importação efetivamente pago, obtido também dos dados de importação da RFB; (ii) o valor, em reais, do Direito Antidumping efetivamente pago, obtido também dos dados de importação da RFB; (iii) o valor do AFRMM calculado aplicando-se o percentual de 25% sobre o valor do frete internacional referente a cada uma das operações de importação constantes dos dados da RFB, quando pertinente, e (iv) os valores das despesas de internação apuradas aplicando-se o percentual de 4,4%, obtidos a partir das respostas dos importadores ao questionário enviado sobre o preço médio do produto importado, na condição CIF.

Ademais, cumpre registrar que foi levado em consideração que o AFRMM não incide sobre determinadas operações de importação, como, por exemplo, aquelas via transporte aéreo e aquelas destinadas à Zona Franca de Manaus.

Por fim, os preços internados do produto originário da origem objeto do direito antidumping foram corrigidos com base no IGP-DI, a fim de se obter os valores em reais corrigidos e compará-los com os preços da indústria doméstica.

Já o preço de venda da indústria doméstica no mercado interno foi obtido pela razão entre a receita líquida, em reais corrigidos, e a quantidade vendida no mercado interno durante o período de investigação de dano.

A tabela a seguir demonstra o cálculo efetuado para a origem objeto do direito antidumping, para cada período de investigação de dano.

Preço Médio CIF Internado e Subcotação – Estados Unidos da América (em número índice)

P1 P2 P3 P4 P5

Preço CIF (R$/t) 100,0 63,3 90,5 108,4 104,1

Imposto de Importação (R$/t) 100,0 57,4 87,1 108,4 104,2

AFRMM (R$/t) 100,0 61,6 67,3 82,9 100,9

Despesas de internação (4,4% s/ CIF) 100,0 63,3 90,5 108,4 104,1 Direito Antidumping recolhido 100,0 125,7 113,8 118,4 188,6

CIF Internado (R$/t) 100,0 65,9 91,1 108,7 108,3

CIF Internado (R$ corrigidos/t) 100,0 64,2 81,0 91,5 85,6

Preço da Indústria Doméstica (R$ corrigidos/t)

100,0 102,8 113,5 111,8 106,4

Subcotação (R$ corrigidos/t) -100,0 38,9 5,9 -37,2 -30,1

Da análise da tabela anterior, constatou-se que o preço médio CIF internado no Brasil, do produto importado da origem objeto do direito antidumping, esteve subcotado em relação ao preço da indústria doméstica em P2 e P3. Deve-se ressaltar que em P4 e em P5, não se observou subcotação dos preços dos Estados Unidos. Entretanto, se o direito for retirado, observa-se que o preço da indústria doméstica está bastante próximo ao preço dos Estados Unidos. Deve-se observar ainda que a partir de P3 houve depressão e supressão do preço da indústria doméstica, ou seja, não foi possível repassar para o preço do produto a elevação dos custos. Como o preço dos Estados Unidos ainda é superior ao preço da indústria doméstica mesmo sem o direito, esse efeito sobre o preço parece ter sido causado pelo volume relevante das importações das demais origens nesses dois períodos, o qual foi superior ao volume importado dos Estados Unidos, e a preços mais baixos sem a incidência de direito.

Como mencionado anteriormente, observou-se que, durante o período analisado, houve depressão dos preços da indústria doméstica após P3, quando estes apresentaram queda de 1,5% e de 4,9% de P3 para P4 e de P4 para P5, respectivamente. Além disso, ocorreu deterioração na relação custo/preço nos últimos dois períodos analisados. Verifica-se que em P5, em relação à P4, o preço da indústria doméstica sofreu redução de 4,9%, ao mesmo tempo em que os custos de produção aumentaram em 0,94%. O mesmo cenário pode ser visto em P4, em relação à P3: enquanto o preço da indústria doméstica reduziu 1,4%, os custos de produção tiveram significativo aumento de 7,3%.

8.2. Da magnitude da margem de dumping

Buscou-se avaliar em que medida a magnitude da margem de dumping das empresas The Dow Chemical Group e Arkema Inc. afetaram a indústria doméstica.

Para isso, examinou-se qual seria o impacto sobre os preços da indústria doméstica caso as exportações de acrilato de butila dos EUA para o Brasil não tivessem sido realizadas a preços de dumping.

Considerando os valores normais brutos apurados para a Arkema de US$ 2.458,15 (baseado na melhor informação disponível) e Dow de US$ [confidencial]/t, isto é, o preço pelo qual a empresa venderia acrilato de butila ao Brasil na ausência de dumping, as importações brasileiras originárias desses produtores/exportadores seriam internadas no mercado brasileiro ao valor de US$ [confidencial]/t e US$ [confidencial]/t, respectivamente, conforme demonstrado na tabela a seguir:

EUA Arkema Dow

Valor Normal Bruto [confidencial] [confidencial]

Imposto de Importação (US$/t) [confidencial] [confidencial] Frete e Seguro Internacional (US$/t) [confidencial] [confidencial] Despesas de Internação (4,4%) [confidencial] [confidencial]

AFRMM (25%) [confidencial] [confidencial]

Valor Normal CIF Internado (US$/t) [confidencial] [confidencial] Valor Normal CIF Internado (R$/t) [confidencial] [confidencial]

Os valores do imposto de importação foram obtidos a partir dos dados oficiais de importação disponibilizados pela RFB. Deve-se ressaltar que os dados disponibilizados pela RFB para tal rubrica estão em reais. Para o cálculo acima explicitado, foi utilizada a taxa de câmbio média do período, de 2,10, para conversão de tais valores para dólares estadunidenses.

Os valores de frete e seguro internacional foram, igualmente, obtidos a partir dos dados oficiais de importação disponibilizados pela RFB.

Os valores médios das despesas de internação foram obtidos a partir das respostas dos importadores ao questionário enviado, considerando o percentual de 4,4% aplicado sobre o valor normal somado ao frete e seguro internacional, ambos explicitados na tabela anterior.

Os valores do AFRMM também foram obtidos a partir dos dados de importação da RFB, calculado aplicando-se o percentual de 25% sobre o valor do frete internacional referente a cada uma das operações de importação constantes dos dados da RFB.

Por fim, os valores normais CIF internados (US$/t) obtidos foram convertidos para reais, utilizando-se a taxa média de câmbio do período, de 2,10.

Deve-se ressaltar que, para fins dessa comparação entre o valor normal bruto internado no Brasil com o preço de venda da indústria doméstica, não foi adicionado o direito antidumping imposto sobre as importações dos EUA, uma vez que se buscou apurar qual seria o cenário caso as importações dos EUA ocorressem sem a prática de dumping.

Ao se comparar os valores normais internados obtidos acima com o preço ex fabrica da indústria doméstica, de R$ [confidencial]/t, em P5, é possível inferir que, caso a margem de dumping da Dow não existisse, não haveria subcotação e, portanto, não restaria evidenciado efeito sobre o preço da indústria doméstica.

8.3 Da causalidade

8.3.1 Do impacto das importações a preços com indícios de continuação do dumping sobre a indústria doméstica

Verificou-se que o volume das importações de acrilato de butila da origem objeto do direito antidumping, realizadas a preços com continuação do dumping, elevou-se 62,6% de P4 para P5, tendo elevado sua participação no mercado brasileiro no mesmo período. No entanto, essa origem não conseguiu apresentar o mesmo desempenho observado em P1, visto que, ao longo do período analisado (P1 a P5), diminuíram as importações provenientes dos EUA, em volume, 38,1%, perdendo os produtores daquele país [confidencial] p.p. de participação no mercado brasileiro.

Ademais, frise-se que, mesmo tendo aumentado o volume das importações objeto do direito antidumping no último período analisado, não se constatou subcotação dos preços destas em relação ao preço da indústria doméstica em P4 e tampouco em P5.

Por outro lado, constatou-se que as importações das demais origens apresentaram comportamento inverso àquele apresentado pelas importações objeto da revisão. De P1 para P2, aumentaram, em volume, 154,8% (enquanto as importações provenientes dos EUA diminuíram em 39,6%); de P2 para P3, diminuíram 57% (tendo aumentado aquelas objeto do direito antidumping em 71,1%), voltaram a aumentar 140,3% de P3 para P4 (enquanto as investigadas diminuíram 66,9%) e, por fim, diminuíram 3,4% de P4 para P5 (enquanto as investigadas aumentaram 74,6%). Ao se considerarem os extremos da série, as importações provenientes das demais origens aumentaram seu volume em 154,5%.

Mesma tendência se observa quando se analisa a participação dessas importações no mercado brasileiro, as quais, durante o período investigado (P1 a P5), aumentaram tal participação em [confidencial] p.p. Ademais, quando se observam os preços de tais importações, constata-se que, a partir de P4, quando estas voltaram a crescer consideravelmente em volume (aumento de 142,2% de P3 a P5), passaram a ser realizadas a preços (em US$ CIF/t) inferiores àqueles praticados pelos

produtores estadunidenses, o que não ocorreu em P1, P2 ou P3.

Dessa forma, quando analisada a situação da indústria doméstica de P1 a P5, constatar-se-ia um desagravo do dano por ela sofrido, tendo em vista a aplicação do direito antidumping às importações originárias dos EUA. No entanto, não se pode ignorar que a partir de P3, quando as importações provenientes das demais origens voltaram a crescer em volumes significativos e a preços decrescentes (e até inferiores àqueles praticados pelos produtores estadunidenses), a indústria doméstica viu prejudicada sua situação, tendo esta, de P3 a P5, entre outros, diminuído suas vendas no mercado interno em 3,3%, sua produção em 5,5%, seu resultado operacional em 33,8%, sua receita líquida em 9,4% e seu preço em 6,3%. Além disso, conforme explicitado pelo quadro a seguir, observou-se que a partir de P3 o preço das importações das demais origens se aproximou ao preço praticado pela indústria doméstica em suas vendas no mercado interno, passando, inclusive, de P4 para P5, a apresentar subcotação.

Preço Médio CIF Internado e Subcotação – Demais Origens (em número índice)

P1 P2 P3 P4 P5

Preço CIF (R$/t) 100,0 83,82 133,25 121,14 118,64

Imposto de Importação (R$/t) 100,0 85,65 133,23 121,63 121,05

AFRMM (R$/t) 100,0 112,08 94,30 109,44 134,48

Despesas de internação (4,4% s/ CIF) 100,0 83,81 133,25 121,14 118,64

CIF Internado (R$/t) 100,0 84,31 132,82 121,06 119,06

CIF Internado (R$ corrigidos/t) (a) 100,0 82,20 118,04 101,97 94,07 Preço da Indústria Doméstica (b)

(R$ corrigidos/t)

100,0 102,80 113,51 111,84 106,36

Subcotação (R$ corrigidos/t) (b-a)) -100,0 109,15 -160,19 -10,23 20,08

Assim, tendo em consideração a situação anteriormente exposta, conclui-se que a aplicação do direito antidumping às importações de acrilato de butila dos EUA parece ter neutralizado o dano causado à indústria doméstica por aquelas importações, uma vez que durante o período de análise da revisão observou-se uma recuperação dos indicadores da Basf (de P1 para P5). Considerando que não foi identificada subcotação dos preços dessas importações em relação aos da indústria doméstica em P4 e P5, não se pode considerar que o dano sofrido pela indústria doméstica, de P3 para P5, tenha sido causado pelas importações objeto da revisão.

Isso não obstante, deve-se ressaltar que os EUA não deixaram de exportar para o Brasil durante o período de análise, tendo, inclusive, se mantido como principal fornecedor de acrilato de butila ao mercado brasileiro. Além disso, observou-se que com a redução das importações de acrilato de butila estadunidense de P1 para P5 essas foram claramente substituídas, durante o período de análise, pelas importações das demais origens, não sujeitas ao pagamento do direito antidumping.

Assim, caso houvesse a retirada do direito antidumping aplicado às importações originárias dos EUA, essas, muito provavelmente, voltariam a se elevar, deslocando as importações das demais origens, como ocorreu durante todo o período de análise da revisão, voltando a causar dano à indústria doméstica. Mesmo por que essas importações estadunidenses teriam que ocorrer a preços que permitissem o deslocamento das importações das demais origens que, em P5, já ocorriam a preços subcotados em relação aos preços da indústria doméstica, mesmo após a ocorrência de depressão e supressão dos preços da Basf ocorridas a partir de P3.

Assim, o dano à indústria doméstica evidenciado a partir de P3, apesar de não poder ser atribuído às importações dos EUA, poderia continuar a ocorrer e até mesmo se agravar, caso houvesse a extinção da medida antidumping imposta às importações daquele país.

8.3.2 Dos possíveis outros fatores causadores da continuação do dano e da não atribuição

Tendo em vista a análise anteriormente realizada, não se pode afastar eventual dano causado à indústria doméstica pelas importações provenientes das demais origens, ainda que esse fato não afaste a probabilidade de agravamento de tal dano

caso haja a retirada do direito aplicado às importações objeto de dumping.

Não houve alteração da alíquota do Imposto de Importação de 12% aplicada pelo Brasil às importações de acrilato de butila no período de investigação de continuação dano. Desse modo, não tendo sido constatado processo de liberalização dessas importações, não pode esse ser considerado outro fator que tenha contribuído para o dano causado à indústria doméstica a partir de P3.

Durante todo o período analisado na revisão (P1 a P5), não há que se falar em contração da demanda como outro fator que pudesse ter contribuído para o dano causado à indústria doméstica, uma vez que, nesse período, observou-se uma expansão de 24% do mercado brasileiro de acrilato de butila, acompanhado, inclusive pelo aumento da participação da indústria doméstica no mesmo período. Deve-se ressaltar, no entanto, que no período em que se constatou dano à indústria doméstica, de P3 para P5, foi observada uma retração do mercado brasileiro de 4,1%. Isso não obstante, nesse mesmo período, houve uma elevação na participação da indústria doméstica nesse mercado, o que evidencia que a contração do mercado brasileiro não pode ser considerado outro fator causador de dano à indústria doméstica.

Ao longo do período analisado, não foram constadas: mudança no padrão de consumo, existência de práticas restritivas ao comércio ou a ocorrência de progresso tecnológico que pudesse explicar o agravamento da situação da indústria doméstica de P3 para P5.

Não pode também o desempenho exportador ser apontado como fator explicativo do desempenho da indústria doméstica no mercado interno, dado que os volumes exportados representaram parcela insignificante da produção nacional. Além disso, ressalte-se que simulou-se qual seria o impacto sobre os custos fixos caso a peticionária houvesse exportado em P4 e P5 o mesmo volume atingido em P3, quando foi observado o melhor desempenho para este indicador. O resultado obtido mostrou que a queda do desempenho exportador da indústria doméstica teve impacto irrelevante sobre seus custos. Resultado este previsível, tendo em vista que o volume de vendas da Basf no mercado externo não representou, em nenhum período, percentual significativo do volume total vendido pela empresa. Exercício semelhante foi feito para aferir o impacto da queda do consumo cativo em P5 sobre os custos fixos da Basf, resultando em impacto de apenas 0,5%, não podendo este também ser apontado como outro fator causador de dano.

Ainda, a produtividade da indústria doméstica foi crescente ao longo do período de investigação de dano, não podendo ser considerada, portanto, fator causador de dano.

Por fim, destaca-se que as importações realizadas pela Basf ocorreram apenas nos períodos [confidencial] e [confidencial] e são provenientes da [confidencial], origem não gravada com o direito antidumping. Ademais, os volumes, respectivamente de [confidencial] e [confidencial] toneladas, são insignificantes quando comparados com o total importado nestes períodos. Dessa forma, isolados e irrisórios, não podem ser considerados os volumes importados pela indústria doméstica como fatores causadores de dano.

8.4 Das manifestações acerca da continuação do dano

Em manifestação protocolada no dia 2 de setembro de 2014, a empresa Arkema Inc., produtora e exportadora estadunidense do produto investigado, declarou que seria clara a falta de qualquer necessidade de extensão dos direitos antidumping aplicados às importações provenientes dos Estados Unidos com a finalidade de proteger a indústria doméstica. Segundo a manifestante, não apenas constatou-se franca e sustentável a recuperação dos indicadores de vendas, uso de capacidade, participação de mercado e margens pela indústria doméstica desde P2, como tampouco se poderia atribuir às importações da origem investigada qualquer causalidade nas flutuações observadas nos indicadores de dano tradicionalmente usados neste tipo de análise durante o período de investigação completo.

Conforme argumentado pela empresa, em procedimentos de sunset review, seria fundamental a atenção aos reajustes comerciais decorrentes da proteção concedida, ficando no caso em tela patente a mudança de patamares nas importações investigadas, que teriam perdido volume em 39,7% de P1 a P5, tendo sido substituídas por importações de origens não investigadas e imunes a quaisquer direitos antidumping internadas a preços CIF menores do que os praticados pelos exportadores dos EUA em P1, P4 e P5. Estes dois períodos mais recentes indicariam a entrada forte dos exportadores da Alemanha e, especialmente, da África do Sul no mercado brasileiro, impondo referenciais de preços para as importações que tornariam inócuas e desnecessárias as medidas de defesa comercial que se pretende estender.

Ainda, a Arkema afirmou que seria possível perceber a evolução dos indicadores de desempenho da indústria doméstica, ressalvados os efeitos da redução das vendas externas e do uso cativo do acrilato de butila, bem como da concorrência sul-africana. Logo, não haveria motivos ou base técnica para o prolongamento dos direitos antidumping sobre as importações dos Estados Unidos.

Ao analisar os dados disponibilizados, a Arkema concluiu que a indústria se recuperou do dano alegado e o direito antidumping auxiliou a indústria a se manter estável.

Em relação às importações investigadas, ter-se-ia constatado queda de 42,3% nos volumes internados entre P3 e P5, sendo de 39,7% a involução no período da revisão como um todo. Em contrapartida, o aumento de 75,6% nos volumes importados dos EUA de P4 para P5 precisaria ser relativizado, tendo em vista que parte da base (P4) que representa o menor volume das importações no período de revisão completo.

A fim de ratificar os argumentos supracitados, a manifestante propôs uma análise no comportamento dos preços das importações em USD/t (CIF), apontando a elevação de 10,6% neste indicador de P1 a P5, chegando-se a USD [confidencial]/t no caso dos Estados Unidos, e o concomitante aumento de 24,5% nos preços CIF das demais origens, que teria atingido, em P5, preços médios de USD [confidencial]/ton. Destarte, os volumes importados de origens não investigadas já demonstrariam a falta de requisitos legais para um aumento do direito antidumping atualmente aplicado. Estas importações

representavam cerca de 26% dos volumes provenientes dos EUA em P1. Em P4 e P5, com preços CIF inferiores aos das importações investigadas, os volumes das demais origens corresponderiam a, respectivamente, 196% e 108% dos volumes internados por importações dos EUA.

Prosseguindo sua análise dos indicadores de desempenho da indústria doméstica, a Arkema constatou o aumento nas vendas totais (considerando as vendas no mercado interno conjuntamente com as exportações) de 52% entre P1 e P3, com atenuação para 39,9% quando considerado o POI completo, que seria explicado pela queda de 90,5% das exportações da própria Basf e de 3,3% das vendas cativas entre P3 e P5. Essa diminuição das exportações não auxiliaria na melhora do cenário da indústria doméstica, devendo esse indicador de dano ser corretamente separado daquele atribuído às importações investigadas. De acordo com a manifestante, os efeitos da queda nas exportações da peticionária deveriam ser aplicados a todos os elementos a que estes estejam relacionados, não apenas aos estoques finais, mas também à utilização da capacidade instalada, aumento dos custos devido à redução de escala, rateio dos custos fixos e despesas gerais, indicadores de lucratividade e emprego.

A empresa destacou também que a queda das exportações da peticionária e as reduções nas vendas cativas teriam implicado, de P3 a P5, perda de [confidencial] toneladas em vendas. Caso estes volumes fossem adicionados à produção de P5, ela passaria de [confidencial] toneladas para [confidencial] toneladas, o que corresponderia a um grau de utilização da capacidade instalada de 99%. Ademais, os indicadores de produção e de uso da capacidade, mesmo que sujeitos a ligeira deterioração no período de revisão, não poderiam ser atribuídos às importações investigadas e ao direito antidumping

No documento CAMEX - Câmara de Comércio Exterior (páginas 35-47)

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