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Da Formação à Profissão Professor – Da Teoria a Pratica

5. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

5.3. Área III – Desenvolvimento Pessoal Profissionalização do Professor

5.3.2. Da Formação à Profissão Professor – Da Teoria a Pratica

O progresso do futuro da educação de um país é determinado pelos alunos candidatos a professor que são pessoas valiosas e que se espera que se tornem educadores, mentores e também modelos de comportamento para seus alunos. Portanto, os futuros educadores devem ter uma visão e missão pessoais como professores, partindo de sua conceção do caráter e traços de um professor profissional que tiveram desde a formação inicial na faculdade. De acordo com Queirós (Queirós, 2014, p. 68)“ o que deve a formação inicial de professor fornecer e o que vai a profissão exigir”. Por isso é necessário construir o conhecimento teórico acerca do ensinar e do aprender na sua prática e em contextos reais, determinantes para o início profissional na comunidade educativa. Atendendo a estas perspetivas podemos considerar que a formação inicial é um dos momentos mais importantes da carreira docente, pois é nesta altura que o futuro docente adquire as bases necessárias para fundamentar, gerir e refletir acerca das suas práticas pedagógicas, mobilizando todo um conjunto de conhecimentos científicos e pedagógicos.

Os professores iniciantes no início de carreira certamente enfrentam muitas dificuldades e confusão, por isso nas instituições de formação é necessário fornecer uma formação especificamente durante a passagem da formação para a profissão. Para Tardif (2002), citado pelo (Queirós, 2014, p. 70), “a entrada na carreira é igualmente um período importante na história profissional do professor determinando inclusive o seu futuro e a sua relação como o trabalho”. Todos nós sentimos que no primeiro contato na realidade da escola é uma experiência vivenciadas pelos professores iniciantes como um choque com a realidade e que pode influenciar diretamente na sua decisão de continuar ou não na profissão. A chegada à realidade da escola é um período marcado por sentimentos contraditórios com o trabalho na prática docente. A aprendizagem na prática docência é um processo construído ao longo da vida, entretanto a construção da identidade profissional de um professor é um processo complexo.

A entrada no mundo de trabalho implica para o professor iniciante a transição faculdade para a escola, é que o professor em início da carreira já foi aluno durante muitos anos, de facto que lhe proporcionou o contato com

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diferentes tipos de atuação e múltiplos métodos de ensino por partes dos seus professores (Queirós, 2014, p. 71). Ainda para a mesma autora, ainda que o primeiro ano na carreira profissional esteja marcado por um choque com a realidade devido as várias dificuldades que os professores iniciantes encontram na escola tal como medo de falar, insegurança, desconforto, sentir-se sozinho pois ainda não estão integrados no núcleo de professores da escola onde está entre outros. Num estudo das fases do desenvolvimento profissional dos professores, segundo Huberman (2000), citada pela Queirós (2014, pp.72-73), refere que:

“A entrada na profissão nem sempre é vivida de modo positivo pelos professores principiantes identificando dois estádios nesta fase da carreira docente: o da sobrevivência – que é representada pelo choque com o real, pelo confronto inicial com a complexidade da situação profissional, sendo caracterizado pelo catear constante e pealo preocupação consigo próprio; e o da descoberta – que o entusiasmo inicial, a experimentação e a exaltação pela responsabilidade e o sentimento de ser professor. Ainda como o autor, a experiência da entrada na profissão pode ser vivida pelos professores como fácil ou como difícil. Os que consideram fácil associam-na com a manutenção de relações positivas com os estudantes, com o domínio do ensino e manifestam entusiasmo. Os que vivem difícil, negativa, referem uma carga de trabalho excessiva, ansiedade, dificuldades com os alunos, vivência de um sentimento de isolamento, entre outros fatores”.

Para diminuir o sentimento de insegurança que pode provocar a desistência da profissão e voltar a dar autoconfiança aos professores iniciantes, refere Queirós que “o professor iniciante deverá desenvolver as suas capacidades e aproveitar ao máximo para aprender, enquanto é cooperado e orientado por profissionais mais experientes” (Queirós, 2014, p. 74). A mesma autora acrescentou ainda que o professor principiante precisa de uma cooperação e de trabalho fundamentalmente com o PC e a união do grupo de estágio que se revela indispensável.

“As escolas de formação oferecem a prática do ensino aos futuros professores de imergirem na cultura escolar nas suas mais diversas componentes, desde as suas normas e valores, aos seus hábitos, costumes e

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praticas daquela comunidade específica” (Queirós, 2014, p. 78). Nas instituições de formação devem ser programadas o EP para os futuros professores, especialmente aquelas relacionadas a estratégia do ensino e aprendizagem, gestão de sala de aula e psicologia do desenvolvimento do aluno. Esta atividade de aprendizagem visa unicamente moldar as competências dos futuros professores para que, após a formação, tenham aptidões e sejam produtivos.

Na cultura do EP o chamado de aprender a ensinar é um processo longo e difícil, por envolver múltiplas dimensões tais como o pensar, o fazer, o sentir, o partilhar e o decidir (Queirós, 2014, p. 78). A mesma autora frisou ainda que o EP é um momento de excelência de formação e reflexão. É uma etapa convergência, de confrontação entre saberes teóricos da formação inicial e os saberes práticos da experiência profissional e da realidade social do ensino (Rodrigues & Ferreira, 1997 cit. por Queirós, 2014.p.79). Neste sentido, o professor experiente precisa de promover um diálogo profissional e de encorajar e motivar os professores principiantes na construção teórica acerca do ensino aprendizagem e das suas práticas no contexto do ensino aprendizagem. Entretanto, os PC têm um papel muito importante na formação dos professores principiante (Batista & Queirós, 2013; Novoa, 2009; Carrega, 2012 cit. por Queirós, 2014.p.79). Ser professor é compreender os sentidos da instituição escolar, integrar-se numa profissão, e aprender com os colegas mais experientes.

De acordo com Novoa (2009) citado pela Queirós, 2014.p.81) “a formação deve passar para “dentro” da profissão, isto é, deve basear-se na aquisição de uma cultura profissional, (…) os professores mais experientes um papel central na formação dos mais jovens”. Frisou ainda de construir uma formação de professores dentro da profissão, o estágio profissional constitui-se inequivocamente como um terreno privilegiado para início dessa construção.