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Da membrana do tímpano ou ouvido médio Otite média secretora ou

No documento Estudos sobre a Deficiência. Brasília-DF. (páginas 56-58)

Prevenção da ocorrência de deficiências

2. Da membrana do tímpano ou ouvido médio Otite média secretora ou

serosa.

É uma doença que ocorre quando permanece um catarro ou secreção dentro do ouvido médio. Isto pode acontecer por um mal funcionamento da tuba auditiva, quando a gente está resfriado ou gripado e vai catarro para o ouvido e não consegue sair ou quando a gente submete o ouvido a diferenças importantes de pressão Para entendermos melhor vamos ver como é a tuba auditiva e como ela funciona. A tuba auditiva é canal de aproximadamente 2 cm estreito que comunica o ouvido médio e a chamada rinofaringe, que é a comunicação entre o nariz e a garganta, por onde passa o ar que respiramos. A abertura do canal é logo no fundo do nariz. A tuba funciona como uma válvula que serve para igualar as pressões do ouvido médio (que é preenchido por ar) e do ar exterior e para drenar secreções que normalmente são formadas dentro do ouvido médio. Ela é a única comunicação que o ouvido médio tem com o exterior. Quando ela está funcionando normal, ela periodicamente se abre por algumas frações de segundo (aproximadamente uma vez cada 3 minutos), sempre quando engolimos algo (saliva por exemplo) ou bocejamos ou mastigamos. Outras manobras não naturais podem fazer a tuba abrir como aquela que fazemos ao mergulhar fundo ou quando estamos descendo ou subindo alguma serra ou em avião, em que forçamos a entrada do ar no ouvido tampando o nariz e a boca e tentando assoprar. Este ar que tem que periodicamente entrar no ouvido, é absorvido pelo tapete mucoso de revestimento do ouvido

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médio. Qualquer coisa que interfira neste mecanismo de válvula resultará em problemas de audição ou em outros sintomas no ouvido.

A obstrução ou “entupimento” da tuba vai resultar em pressão negativa dentro do ouvido médio com retração da membrana do tímpano que é muito fina e mole. Este acontecimento no adulto se apresenta como uma sensação de desconforto no ouvido ou sensação de “ouvido cheio” ou pressão no ouvido (acontece por exemplo quando há mudanças bruscas de altitude ou gripes). Esta sensação pode levar a uma diminuição da audição e/ou um barulho dentro do ouvido (normalmente tipo chiado). As crianças podem não apresentar nenhum sintoma, pois elas muitas vezes não são capazes de contar esta sensação, mas a família ou na escola percebem que ela está distraída ou aumenta o volume da televisão ou fala alto

Se este “entupimento” da tuba permanece, a secreção que é formada no ouvido não tem por onde drenar e fica dentro do ouvido médio causando uma doença chamada “otite secretora ou otite serosa”. Em crianças, esta condição é bem comum quando há associado infecções de vias aéreas superiores (gripes, amigdalites, otites, rinites, faringites).

Em outros casos ocorre o contrário, isto é, a tuba abre mais que o necessário, ou permanece aberta. Isto é mais raro do que a situação anterior, porém os sintomas são de infecções frequentes do ouvido pois as secreções do nariz podem ir para o ouvido.

Otite média serosa é o nome que se usa para descrever uma coleção de líquido ou catarro dentro do ouvido médio. Isto pode ser agudo ou crônico. Os sintomas são aqueles que descrevemos acima.

A otite serosa aguda é geralmente resultado de um bloqueio da tuba auditiva devido a uma infecção tipo gripe ou uma crise de alergia. Esta secreção pode se infectar com uma bactéria ou um vírus e se tormar uma otite média aguda. Se nào ocorrer a infecção este líquido ou catarro pode ser absorvido ou drena pela tuba auditiva para a garganta e a situação se resolve.

A otite serosa crônica é resultado de um bloqueio permanente ou por um “engrossamento” do líquido virando quase uma cola e que não vai por isso ser absorvido ou drenado pela tuba. Esta condição geralmente leva a uma diminuição da audição, pode ter fases de dor de ouvido, quando este catarro se infecciona. Felizmente a otite média pode permanecer por muitos anos sem produzir nenhuma sequela importante no ouvido, mas se houver infecções frequentes estas infecções podem levar a sequelas.

A otite serosa é muito comum na criança entre 2 a 8 anos e pode prejudicar o desenvolvimento da fala pois nesta faixa etária é muito importante que a criança ouça bem para falar bem e aprender. Muitas crianças com mal desenvolvimento

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escolar ou distraídas foram rotuladas como crianças problema, com alterações psicológicas e tinham na verdade uma otite serosa e não escutavam bem, por isso adotavam aquele comportamento.

As causas da otite serosa podem ser congênitas, devido a infecções, devido a alergias ou por bloqueio da tuba auditiva por adenoides. Todas estas causas se referem a alterações no funcionamento da tuba auditiva.

O tratamento da otite serosa aguda é médico, seu médico vai poder escolher melhor dependendo do caso. Pode ser antibióticos, antialérgicos, descongestionantes ou

sprays nasais. Outra coisa útil é incentivar a mastigação (que faz a tuba abrir) usando

chiclets por exemplo. Assoprar enchendo aqueles balões de festa também ajuda. Seu médico poderá também fazer algumas manobras assoprando ar com uma seringa pelo nariz para forçar a abertura da tuba. Estas manobras não devem ser feitas quando se está gripado, pois secreção da gripe pode entrar na tuba auditiva. Às veses seu médico pode fazer um pequeno furo na membrana do tímpano (se chama paracentese ou “lancetar” o ouvido) e com isso aliviar os sintomas.

O tratamento da otite serosa crônica além de incluir os tratamento médicos descritos acima quando não se resolve pode necessitar de cirurgia. Seu médico otorrinolaringologista vai poder orientar seu caso. Esta cirurgia consiste em fazer uma pequena incisão na membrana do tímpano e colocar um dreno para entrar ar no ouvido. Este dreno chama-se tubo ou tubinho de ventilação. Ele é de plástico e tem a forma aproximada de um “carretel” de linha de costura.

Em adultos isto pode ser feito no consultório.

Em crianças precisa ser feita uma anestesia geral e normalmente se tira também as adenóides, que podem estar provocando a doença. Esta cirurgia é muito simples e requer somente internação diurna e um ou dois dias depois a criança estará normal.

No documento Estudos sobre a Deficiência. Brasília-DF. (páginas 56-58)

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