• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO II – INVESTIGAÇÃO – AÇÃO PARTICIPATIVA COMO OPÇÃO

4. Da Problemática às questões partida e objetivos

A definição dos objetivos a que este projeto de propunha foi realizada em

várias fases. Numa primeira fase foram definidas aquelas que seriam as

questões de partida:

40  

• Que relação têm os jovens com os meios de comunicação social,

mais concretamente, televisão e imprensa?

• Qual a opinião dos jovens quanto ao aumento das notícias em que

eles (jovens) são os protagonistas?

• Que sentem os jovens quanto à forma como têm sido expostos nas

notícias?

Definidas aquelas que seriam as questões base que iriam sustentar o

projeto, partiu-se para aqueles que seriam os principais pontos de referência – os

objetivos gerais:

• Compreender qual o interesse dos jovens pelos jornais e telejornais

que têm ao seu dispôr;

• Compreender qual a opinião dos jovens face às notícias onde são

implicados e que compõem o jornais diários generalistas, bem como

os telejornais;

• Contribuir para a escuta, a análise e reflexão dos jovens sobre a

forma como são notíciados pelos meios de comunicação social,

designadamente, jornais e telejornais;

• Promover o direito de participação social dos jovens, na sua

qualidade de sujeito, em atividades que assentem na composição de

material jornalístico, nomeadamente, notícias para a composição do

jornal da escola, promoção de tertúlias e outras atividades que

impulsionem a interação com a comunidade em geral, bem como com

a comunidade escolar.

De forma a alcançar os objetivos traçados, foram então consideradas

algumas atividades, que se iriam traduzir naqueles que seriam os objetivos

operacionais:

• Organizar o grupo de jovens em equipas de investigação por forma a

conhecer e serem reconhecidos, pela escola e pela comunidade,

como investigadores/atores participantes no projeto de investigação;

• Criar condições e dispositivos de escuta, de expressão e ação entre

as equipas de investigação para que produzam conhecimento crítico

sobre os meios de comunicação social e pela forma como estes

noticiam os jovens;

• (Re) Construir, com as equipas de investigação, novos contextos de

comunicação que deêm voz à experiência e opinião sobre os meios

de comunicação social e a forma como noticiam os jovens;

• Criar condições de diálogo aberto/debate sobre os jovens, os meios

de comunicação social e a relação entre ambos;

• Organizar com as equipas uma tertúlia com o tema “Jovens em

Notícia”, aberta à comunidade escolar e à comunidade em geral,

entre as equipas de investigação e jornalistas como forma de

promover a troca e produção de conhecimento.

No entanto, os objetivos iniciais aos quais o projeto se propunha,

rapidamente, começaram a evidenciar a necessidade de serem reformulados,

uma vez que a realidade assumida aquando da construção dos mesmos não

corresponderam à realidade encontrada nas equipas de investigação. Ou seja, os

objetivos apresentados inicialmente, foram definidos assumindo que as equipas

de investigação teriam uma relação mais próxima com as notícias diárias, com os

telejornais, com a leitura de jornais. No entanto, no decorrer das primeiras

sessões de focus group e após algumas conversas informais que se foram

proporcionando, tornou-se evidente que essa relação não existia, pelo menos não

da forma que se esperava e que pudesse tornar possível o cumprimento dos

objetivos.

Ainda que o incentivo ao debate e a uma análise mais atenta aos conteúdos

jornalísticos em Portugal estivesse presente nas duas primeiras sessões de focus

42  

o mundo noticioso, o tema em debate - “ Jovens em Notícia” - não estava a ir ao

encontro dos interesses dos jovens.

Assim, e na tentativa de não perder a motivação despertada no dia em que o

projeto foi apresentado às equipas, foi fundamental permitir que os participantes

se afirmassem quanto ao tema e quanto à forma como iria ser tratada a questão

dos “Jovens em Notícia”.

Deste modo, e atendendo a que a posição assumida neste instante era de

não limitar o projeto com objetivos, que mais uma vez pudessem condicionar a

participação dos intervenientes, a posição assumida foi de deixar os objetivos em

aberto para que estes fossem (re)formulados em conjunto, bem como de que

forma iria ser concretizado o projeto, permitindo assim aos jovens uma

intervenção mais ativa e um voto de confiança na decisão do rumo a seguir.

Com o evoluir das sessões de debate, e tendo em conta os temas que eram

abordados e trazidos pelas equipas, foi já numa fase mais adiantada do projeto

que se definiu aquela que seria a concretização final do mesmo – realização de

uma reportagem sobre o S. Paio – bem como a (re)definição daqueles que seriam

os objetivos do projeto.

A decisão daquele que seria o “culminar” do projeto, passou sobretudo por

alguns objetivos que as três equipas de investigação pretendiam atingir:

• Promover a Torreira, enquanto Terra Natal da maioria dos alunos,

bem como a festividade local que mais destaque dá à Torreira e que

traz até si milhares de pessoas – S.Paio;

• Perceber qual a visão que as pessoas têm do comportamento dos

jovens no decorrer das festividades do S. Paio;

• Demonstrar/Provar à comunidade escolar, à comunidade da Torreira,

e às envolventes, que são capazes de assumir projetos de

responsabilidade, que impliquem trabalho, dedicação e rigor.

Relativamente aos objetivos gerais do projeto, os dois primeiros objetivos

foram abandonados, uma vez que já não se revelavam pertinentes para o projeto.

Os restantes mantiveram-se inalteráveis, uma vez que continuavam a ir ao

encontro do pretendido.

Já aqueles que se definiram como objetivos operacionais, necessitaram

de algumas alterações, mais concretamente:

OBJETIVOS OPERACIONAIS

OBJETIVOS INICIAIS

OBJETIVOS (RE)FORMULADOS

Organizar com as equipas uma tertúlia com

o tema “Jovens em Notícia”, aberta à

comunidade em geral e à comunidade

escolar, entre as equipas de investigação

e jornalistas como forma de promover a

troca e produção de conhecimentos.

• Organizar com as equipas de

investigação um grupo de

trabalho para elaboração de

uma reportagem sobre o S.

Paio;

• Estabelecer uma ordem de

trabalhos para saídas de campo

– realização de entrevistas;

• Construir com as equipas de

investigação a reportagem sobre

o S. Paio;

• Criar as condições e dispositivos

necessários para que o trabalho

com

a

reportagem

seja

acompanhado

por

um(a)

jornalista.

Documentos relacionados