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O dadaísmo foi um movimento cultural, artístico e filosófico que abrangeu a literatura, o cinema, o teatro, a pintura, a escultura e a fotografia. Surgiu em Zurique durante a Primeira Grande Guerra e era formado por intelectuais refugiados na Suíça, país neutral.

O nome Dadaísmo deriva da palavra “dada”, que significa, caricatamente, os primeiros balbúcios proferidos por bebés, e que é a metáfora da intenção do movimento, que era a total negação dos conceitos de arte e de objecto, ou seja, anulação do conceito de arte. A arte verdadeira seria, portanto, a anti-arte.

O Dadaísmo explica-se como uma reacção às sociedades burguesas e capitalistas da épica e aos conceitos ético-culturais que através delas se criaram e assumiram, que envolviam também a área da arte.

Este movimento atingiu o seu objectivo através da proclamação do vazio espiritual e do sentimento do absurdo que a guerra instalara.

Os autores dadaístas acreditavam que para se constituir uma sociedade nova teria de se destruir a anterior. Assim, assumiram atitudes paralelas ao negativismo proclamado por Schopenhauer e às teorias niilistas de Nietszche.

Este movimento teve dois focos: Zurique, local em que se formou o primeiro grupo, Cabaret Voltaire, entre 1915 e 1916, ao qual pertenceram Tzara, Arp, Ball e Hüsselbeck, e Nova Iorque, que existiu entre 1913 e 16 e em que trabalharam Duchamp, Ray e Picabia.

Este movimento dispersou-se com o final da Primeira Grande Guerra, tendo-se formado núcleos espalhados por toda a Europa.

A nível de características específicas, podem distinguir-se: as temáticas provocatórias, sem sentido, insólitas; a execução plástica baseada no cubismo, mas adicionando a colagem de elementos encontrados (lixos, coisas banais), o início do sistema ready-made, rayographs...; a nível da intencionalidade, as obras pretenderam provocar o público através do vazio e do absurdo.

O Dadaísmo influenciou, mais tarde, a escola Bauhaus, o Surrealismo e as artes Conceptual, Povera e Comportamental.

_Cubismo

O Cubismo foi um movimento que nasceu das experimentações técnico-formais de dois pintores, Picasso e Braque, que trabalharam separadamente mas que iniciaram pesquisas semelhantes para encontrar novos métodos de representação formal que ultrapassassem as regras academistas no que diz respeito à terceira dimensão e à perspectiva.

Os artistas alcançaram o seu objectivo representando os objectos de múltiplas perspectivas ao invés de uma só, associando o factor tempo às suas obras.

O Cubismo dividiu-se em três fases:

a Cezanniana, que se estendeu entre 1907 e 1909, cujas obras se distinguem pelas temáticas de paisagem e figura humana, pela representação racional e geométrica de formas, pelo contorno quebrado e pelas influências da escultura africana que se revelaram nos rostos simplificados;

a Analítica, que concretizou os objectivos do cubismo, e que se distingue pela infinidade de planos que se confundem com os fundos, pela bicromia e estaticidade. Baseava-se na procura da verdade conhecida e não só na verdade visual do objecto para constituir a sua imagem, o que a fez irreconhecível em relação ao referente. Esta fase também iniciou a teorização do movimento.

Gonçalo Vaz de Carvalho - 2008

a Sintética, que se prolongou de 1912 a 14, e que se tratou de um retorno à realidade através da redução do número de pontos de vista e de planos, da introdução de objectos através da colagem como jornal, alfinetes...

Os princípios cubistas, mais tarde, influenciaram movimentos como o Dadaísmo (no que diz respeito às novidades trazidas pela fase sintética), o Orfismo e Purismo, o Abstraccionismo e o Futurismo.

_Futurismo

O Futurismo nasceu em Itália em 1909, tendo-se iniciado na literatura, após o Manifesto Futurista de Marinetti, e estendendo às artes plásticas, à arquitectura, música e cinema mais tarde.

Definia-se como uma forma de arte que combatia qualquer outra forma ligada à tradição e exaltava a civilização industrial e a vida moderna. Este movimento surge, então, como uma rebelião activa e de afirmação de novas energias da existência, aproximando-se, a nível emocional do expressionismo, mas em termos visuais e plásticos do cubismo.

Os artistas, para passar esta ideia de modernidade, usaram temáticas ligadas aos conceitos velocidade, dinamismo, novidade. Em termos plásticos, isto revelou-se na decomposição geométrica das formas (linhas quebradas ou sinuosas), no uso de ângulos agudos (mais dinâmicos), na compenetração de planos, no uso de linhas de cor pura, ortogonais, angulares ou espiraladas, que atravessavam a tela como raios luminosos. Praticou-se também o divisionismo da cor e aplicação da mesma contrastada, violenta, forte. Valorizou-se, portanto, a cor e a luz como elementos de exaltação da modernidade e do futuro.

Os principais representantes do futurismo foram Boccioni, Balla, Carrá e Severini. Este movimento dividiu-se em três fases:

a primeira, entre 1910 e o final da Primeira Grande Guerra, que se caracterizou pela sua divulgação pela Europa a nível conceptual e formal;

a segunda, que se estendeu pelo período entre as duas grandes guerras, e que se caracterizou pelo alargamento a outras formas de arte como o design industrial, o estilismo e o cinema. Foi nesta fase que Mussolini a adoptou como meio de propaganda do regime;

a terceira, que não teve grande impacto, que se caracterizou pela tentativa de restablecimento do movimento, mas que acabou extinto.

_O Abstraccionismo

O abstraccionismo nasceu, oficialmente, em 1910, a partir de uma experiência isolada de Kandinsky ainda durante o Cavaleiro Azul, e terminou em 1933 com o fim da Bauhaus.

Consistiu na anulação do tema e foi considerada a forma mais pura de arte devido à sua libertação face aos programas culturais ou ideológicos vigentes.

Pretendia, por um lado, libertar a arte em relação à representação mimética da natureza, e por outro uma revolução estética através da simplificação e sintetização formal da linguagem plástica.

A linguagem abstracta já tinha aparecido em outros movimentos como Simbolismo, Expressionismo, Cubismo..., no entanto a revolução deu-se quando o mentor do movimento, Kandinsky, afirmou que a pintura podia viver sem objecto.

No documento Resumos de História e Cultura das Artes (páginas 84-87)

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