Dados antropométricos e de composição corporal

Os dados antropométricos peso e estatura foram coletados seguindo-se o “Manual Técnico do Ministério da Saúde: orientações básicas para a coleta, processamento, análise de dados e informação em serviços de saúde” (BRASIL, 2004). Quanto aos dados de composição corporal, também utilizou-se o manual anteriormente citado para a aferição da circunferência da cintura, enquanto as dobras cutâneas foram aferidas de acordo com o Manual de Orientação de Avaliação Nutricional da Criança e do Adolescente, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP, 2009).

Todos os participantes foram avisados antecipadamente sobre as datas da coleta dos dados antropométricos, que foi realizada pela pesquisadora e acadêmicas treinadas do curso de Nutrição da UFJF.

Para determinação do estado nutricional dos participantes, utilizou-se o referencial da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2007), para crianças e adolescentes entre cinco e dezenove anos. Assim, para os menores de dez anos, foram utilizados os índices peso para idade, índice de massa corporal (IMC) para idade e estatura para idade. Vale ressaltar que, entre os menores de dez anos, os índices peso para idade e IMC para idade não apresentaram grandes diferenças, sendo usada a denominação deste último para a classificação do estado nutricional.

Para aqueles a partir de dez anos, utilizaram-se os índices IMC para idade e estatura para idade, como é possível observar na Figura 3. Para o cálculo do IMC, dividiu-se o valor do peso, em quilos, pelo valor do quadrado da altura, em centímetros. O Anexo C mostra a classificação do estado nutricional de acordo com os índices antropométricos e a faixa etária.

FAIXA ETÁRIA Crianças (5 a 10 anos incompletos) Adolescentes (10 a 19 anos) ÍNDICE ANTROPOMÉTRICO

Peso para idade -

IMC para idade IMC para idade

Estatura para idade Estatura para idade

Figura 3. Índices antropométricos de acordo com a faixa etária. Fonte: Adaptado de SBP, 2009.

Para aferição do peso, foi utilizada balança digital (marca Tanita), que era ligada e zerada antes de cada aluno ser colocado sobre ela. Cada um foi colocado no centro do equipamento, com o mínimo de roupa possível, descalço, ereto, com os pés juntos e os braços estendidos ao longo do corpo, sendo solicitando que ficasse parado nesta posição. A leitura era realizada quando este era fixado no visor (BRASIL, 2004).

A estatura foi aferida por meio de estadiômetro (marca Alturaexata), posicionando-se o participante, descalço e sem adereços na cabeça, no centro do equipamento. Cada um se manteve em pé, ereto, com os braços estendidos ao longo do corpo, com a cabeça erguida, olhando para um ponto fixo na altura dos olhos. Os calcanhares, ombros e nádegas estavam em contato com o antropômetro. Os ossos internos dos calcanhares estavam em contato, bem como a parte interna de ambos os joelhos, e os pés unidos, fazendo um ângulo reto com as pernas. A parte móvel do equipamento foi abaixada, fixando a mesma contra a cabeça, com pressão suficiente para comprimir o cabelo. Cada aluno foi retirado quando havia certeza de que o mesmo não tinha se movido, sendo realizada a leitura da estatura, sem que a parte móvel do equipamento fosse solta (BRASIL, 2004).

As medidas da circunferência da cintura foram aferidas através de fita métrica inelástica, com o participante em pé, ereto, abdômen relaxado, braços estendidos ao longo do corpo e os pés separados a uma distância entre 25 e 30 centímetros. A blusa foi afastada, de forma que a região da cintura ficasse despida. O aferidor estava de frente para o aluno, segurando o ponto zero da fita métrica em sua mão direita e, com a mão esquerda, passava a fita na menor curvatura localizada entre as costelas e o osso do quadril (crista ilíaca). Foi verificado se a fita estava no mesmo nível em todas as partes da cintura, não devendo estar larga, nem apertada. Solicitou-se que o

participante inspirasse e, em seguida, que expirasse totalmente o ar, realizando-se a leitura imediata antes que houvesse nova inspiração (BRASIL, 2004). A variável circunferência da cintura foi categorizada em valores inferiores a 63,5cm e superiores ou iguais a este valor, que correspondia à mediana. Para a estratificação deste dado, não se considerou o sexo, visto que os valores foram muito próximos.

Quanto às dobras cutâneas, foram aferidos, por meio de adipômetro (marca Lange), os valores da tricipital e da subescapular, pois, através da soma simples das mesmas, é possível obter a porcentagem de gordura corporal de crianças e adolescentes de acordo com o sexo e a idade (SBP, 2009). Para tal, identificaram-se e marcaram-se os locais a serem medidos. As dobras formadas por pele e tecido adiposo eram seguradas com os dedos polegar e indicador da mão esquerda a um centímetro do ponto marcado. Pinçaram-se as dobras com o adipômetro exatamente no local marcado, mantendo-se cada prega entre os dedos até o término da aferição. A leitura foi realizada em cerca de dois a três segundos, utilizando-se a média de três medidas (SBP, 2009).

No caso da dobra cutânea tricipital, marcou-se o ponto médio entro o acrômio e o olécrano do braço direito, separando-se levemente tal dobra, desprendendo-a do tecido muscular. Com o braço relaxado e solto ao lado do corpo, aplicou-se o adipômetro, formando um ângulo reto. Em relação à dobra subescapular, foi marcado o ponto imediatamente abaixo do ângulo inferior da escápula. A pele foi levantada um centímetro abaixo do ângulo inferior da escápula, de tal forma que se pudesse observar um ângulo de 45° entre esta e a coluna vertebral. O adipômetro foi aplicado estando o indivíduo com braços e ombros relaxados (SBP, 2009).

Aqueles cuja soma simples dos valores das dobras cutâneas tricipital e subescapular estavam entre os percentis cinco e 85, foram classificados com porcentagem de gordura média, enquanto aqueles que se encontravam abaixo do percentil cinco, foram classificados com baixa porcentagem de gordura e, aqueles acima do percentil 95, com porcentagem excessiva de gordura (FRISANCHO, 1990).