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geralmente é natural que os mais velhos comecem a compreender melhor seus movimentos e correlacioná-los ao seu pensamento, desenvolvendo melhor o cognitivo como foi estudado no estágio categorial. Terminada a sequência de atividades, despedi-me da turma.

No dia 21 de outubro de 2019 foi feita a quinta aula/oficina. O plano dessa aula está registrado no Apêndice 5. A ficha trabalhada foi A41 com o jogo “parte do todo” e a cantiga foi “Barata mentirosa”. Como na outra aula/oficina aplicada na primeira escola, a subjetividade da imitação de um animal, fazendo em grupo, não foi muito bem compreendida, precisei orientar mais o que eu queria que fizessem. Então, a adaptação foi que precisei sugerir quem dos participantes iria fazer cada parte do corpo do inseto. Então, de início expliquei a sequência do exercício, cantamos a música e começamos a parte prática do jogo em seguida. A parte prática do jogo começava com equipes de cinco caminhando pelo espaço, trabalhando os impulsos pular, girar, mergulhar, voar, andar para frente e andar para trás. Com esse exercício, é possível trabalhar coordenação motora, agilidade, percepção e também aquecimento. Em seguida orientei que caminhassem como se fossem elementos da natureza como água, fogo, terra (pedra) e vento, e com essa habilidade podem exercitar a questão da criatividade e expressividade, sendo esse exercício um pré-requisito para trabalhar com criação de personagens. Nessa caminhada, expressando os elementos da natureza com o corpo, os educandos puderam perceber modificações físicas ao imitar cada elemento da natureza. Perceberam que podem trabalhar o corpo, representando-o de forma pesada no caso da terra (pedra), mais leve no caso do vento, flexível no caso da água e ágil no caso do fogo. Em seguida, sugeri que iriam caminhar como animais que viviam nesses mesmos ambientes que eles acabaram de exercitar, como exemplos de animais terrestres, aquáticos e os que podem voar. Passaram por vivências desde leão, peixe, passarinho até aos insetos, como formigas, até chegar à baratinha, pois ao chegar nesse personagem poderíamos cantar junto com a música escolhida. Como relatei, no início dessa aula/oficina foi preciso fazer uma adaptação quando eles vão para o jogo “parte de todo”, que requeria uma integração em comum acordo para que entendessem que todos faziam parte daquele animal, mas como essa parte era bem subjetiva para a faixa etária, então foi feita a modificação. Os grupos que se formavam faziam toda a sequência dos exercícios, mas quando chegava na parte do todo, eu orientava que de um em um fossem a cabeça, dois o corpo e dois as pernas, e assim se repetiu com todos os outros grupos. Depois da prática, conversamos sobre a cantiga e sobre o exercício. Relataram que conheciam as músicas das mídias, assim como na outra escola também. E sobre a prática responderam que gostaram do exercício, que foi bom imitar os animais e, na “parte do todo”, perceberam que tinham que fazer em grupo, que era uma

atividade que dependia de todos que estavam naquele grupo. Nesse dia não foi preciso passar vídeo nem registrar a atividade em desenho, pois devido à adaptação no final, na “parte do todo”, que foi mais demorada porque todos faziam a cabeça da baratinha, a aula/oficina se estendeu e assim se conseguiu fazer toda a aula planejada dentro das duas horas/aula.

No dia 28 de outubro de 2019, foi feita a sexta aula/oficina na sala do Primeiro Ano da Escola Índio Piragibe. O plano dessa aula está registrado no Apêndice 6. As atividades de então estavam baseadas no jogo teatral “identificação de objetos, ficha A29, e na cantiga “O pião”. Comecei explicando a sequência das atividades: primeiro cantar a música para saber se conheciam, em seguida chamar de um em um para que, com olhos fechados, pudessem identificar os objetos que eu iria colocando em suas mãos. Depois da identificação de todos os objetos e com a participação de todos, chamei grupos de cinco a seis educandos para cantar e dançar a música “O pião”, onde quatro ou cinco estariam em círculo e um no meio sendo o pião. Então assim foi feito: cantamos a música e, para os que não conheciam, a cantamos parte por parte para que pudessem aprendê-la. Após essa parte, fui chamando um a um para que identificassem o objeto colocado em suas mãos e, através do sentido do tato, pudessem descobrir qual era o objeto. Todos fizeram esse exercício, inclusive, o aluno autista. Mas o educando autista não quis fechar os olhos, tateou o objeto, que era uma carta de baralho, e falou o que era, acertando assim também o objeto escolhido, mesmo esse objeto não fazendo parte do cotidiano escolar. Os objetos utilizados nesse exercício foram: lápis de quadro, apagador, cola, borracha, tesourinha, calculadora, sendo esses objetos coisas utilizadas no ambiente escolar. Outros objetos também fizeram parte desse exercício como: bonecos de pelúcia, escova de dente, pente, esmalte, batom, óculos e outros do cotidiano de uma pessoa.

Os educandos tinham que identificar os objetos e falar seu nome, e a maioria descobriu. Tinham que sugerir também as cores dos objetos para que estimulassem a criatividade, a maioria errava a cor do objeto, mas eu sempre reforçava que isso acontecia porque não havia adivinhos na sala; os educandos falavam as cores que vinham à sua cabeça e também devido ao conhecimento que tinham daqueles objetos em suas casas ou de uso pessoal.

Era normal falar a cor que conheciam dos seus pertences, mas isso era muito importante para entender a variedade de coisas do mundo. Eu lhes disse que tínhamos objetos em casa ou na escola parecidos, mas com cores e formatos diferentes, pois isso compete ao gosto e à escolha de cada um. Só um educando não identificou o objeto estudado, tentei dar pistas sobre a função do objeto e mesmo assim não acertou, então foi preciso trocar o objeto por um de seu uso escolar para que ele pudesse acertar.

O objeto não identificado por esse educando foi a calculadora, novamente reforçando que esse objeto não faz parte de suas atividades

diárias e por isso o não reconhecimento. O segundo objeto que foi escolhido foi um tubo de cola branca, e esse educando conseguiu identificar, porque em momentos escolares e em casa já o tinha utilizado alguma vez e, portanto, identificava o formato.

Em seguida, foram chamados grupos de cinco ou seis para que pudessem fazer a brincadeira de roda, na qual um seria o pião e os outros cantariam ao redor. Todos participaram. Na cantiga, pede-se que algumas ações sejam desenvolvidas por quem

está representando o pião, como rodar e bambear, como se mostra na Foto 27. Nessa parte da cantiga, fui substituindo essas ações por outras como pular, como se demonstra na Foto 28, e também girar, sapatear, e acrescentei também o descansar. A variação da ação de rodar em descansar foi necessária pois percebi que os educandos dessa turma são mais enérgicos do que os da turma da outra escola, e se dispersam mais rápido, então sempre que possível faço adaptação para que eles voltem ao estado de calma, relaxamento para poder voltarem a atenção para as atividades de sala de aula. Como foram acrescentadas variações nas ações da cantiga na oficina/aula, utilizamos todo o horário das duas horas/aula, sobrando somente

cinco minutos para conversar sobre a atividade.

Na conversa, perguntei sobre os objetos que foram utilizados e também sondei com eles sobre a função do exercício. Os educandos lembraram de todos os objetos utilizados, expliquei também para que servia uma calculadora, visto que um educando não tinha acertado por não conhecer o objeto, e eles relataram que foi muito bom o exercício principalmente quando fizeram a roda e puderam ser o pião porque era legal brincar daquela cantiga de roda. A atividade trabalha com a sensibilização, pois utiliza o sentido do tato, trabalha a imaginação quando visualiza mentalmente o formato do objeto e sua cor, desenvolve também a imaginação quando representa o objeto, e trabalha coordenação