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das matérias-primas e produtos alimentares

No documento Higiene e Segurança Alimentar Vol. 2 (páginas 81-86)

Tabela 5.2 – Temperaturas de armazenamento para alimentos congelados e refrigerados.

Matéria-prima Temperatura de armazenamentorecomendada (ºC)

Produtos lácteos

Iogurtes Queijo fresco

Leite do dia Manteigas e margarinas Carnes e derivados congelados

Fresca Aves e criação Fiambre, salsicharia, etc. Carne Congelado Fresco Pescado Inferior a -18 1 a 3 1 a 5 1 a 4 1 a 5 1 a 5 Inferior a -18 -1 a 1 -1 a 1 1 a 5

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5.3.2. Armazenamento a temperaturas de refrigeração e

congelação

A cadeia de frio das matérias-primas refrigeradas e congeladas não deve ser interrompida. Estes alimentos devem manter-se sempre à mesma temperatura, pelo que, após a recepção devem ser imediatamente colocados nas respectivas câmaras.

A temperatura recomendada para a conservação de alimentos congelados é de -18ºC, visto que a esta temperatura não ocorre desenvolvimento microbiano.

A maioria dos alimentos, que necessite de refrigeração, deve ser conservada de preferência a temperaturas entre 1 e 4 ºC, isto no caso de existir apenas uma câmara de refrigeração.

No entanto, os alimentos refrigerados apresentam algumas especificidades, relativamente à temperatura ideal de armazenamento, indicadas na Tabela 5.2. Assim, caso exista mais do que uma câmara no estabelecimento, deve ser feita uma diferenciação entre produtos a armazenar em cada uma das câmaras tendo em consideração a temperatura específica de conservação para cada alimento, ou “famílias” de alimentos.

É importante referir que a temperatura não é o único factor a ter em consideração, aquando do agrupamento das matérias-primas/alimentos em cada uma das câmaras (ver Capitulo 3).

Matéria-prima Temperatura de armazenamentorecomendada (ºC)

Ovos

Pastelaria variada com creme Frescos Congelados Hortofrutícolas Frescos Pasteurizados 1 a 20* 1 a 3 1 a 5 7 a 10 Inferior a -18 *Idealmente de 10 ºC a 15 ºC

Fonte: (Morais, A. e Pinto, P; 2000)

Em caso de avaria do sistema de frio, deve ser imediatamente afixada uma etiqueta que indique essa situação, de modo a evitar ao máximo a abertura das câmaras frigoríficas ou de conservação de congelados, para permitir a manutenção das temperaturas. Caso exista equipamento de frio alternativo os alimentos devem ser imediatamente transferidos.

Nestas situações em que ocorrem avarias dos sistemas de frio, a temperatura dos alimentos deve ser controlada, e caso ultrapasse os -10 ºC para os alimentos congelados, estes devem ser armazenados em câmaras de refrigeração até descongelarem completamente e depois consumidos no prazo de 24 horas. Para alimentos refrigerados se as temperaturas ultrapassarem os 8 ºC, estes devem ser imediatamente consumidos.

A temperatura das câmaras frigoríficas ou de conservação de congelados, deve ser verificada e registada pelo menos 2 vezes por dia. A folha de registo (obrigatório) das temperaturas deve estar colocada em local visível e facilmente acessível junto às câmaras. Deve existir pelo menos um termómetro portátil calibrado, isto para além dos termómetros fixos, acoplados aos equipamentos de frio. A existência de mais que um termómetro oferece maior garantia de que a leitura da temperatura das câmaras de refrigeração e conservação de congelados é a correcta.

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Os procedimentos efectuados nas zonas de preparação da cozinha, como por exemplo a evisceração, lavagem, corte e tempo de espera para a confecção, deverão obedecer a uma sequência (ver Capitulo 4) que assegure que os produtos perecíveis crus de origem animal não estejam expostos mais de 1 hora a temperaturas compreendidas entre 4 e os 63 ºC. Os peixes, moluscos, aves, coelhos e suas vísceras não devem ultrapassar os 30 minutos de exposição ao intevalo de temperaturas anteriormente referido.

Caso a preparação dos alimentos tenha ocorrido com demasiada antecedência, estes devem ser armazenados em ambiente refrigerado.

5.4. Controlo da temperatura na preparação dos

alimentos

O processo de preparação das refeições implica, por vezes, a descongelação das matérias-primas. Para garantir a segurança dos alimentos é essencial que se proceda à sua adequada descongelação, o que implica que a temperatura e o tempo de descongelação dos alimentos sejam controlados. Assim, a descongelação deve ocorrer em câmaras de refrigeração, a uma temperatura controlada entre 1 e 4ºC, e não deverá exceder as 72 horas. Caso a descongelação não possa ser efectuada em ambiente refrigerado, poderá ser efectuada com água corrente, neste caso a temperatura da água deve ser controlada de modo a que não ultrapasse os 21ºC, sendo que este procedimento não deve ultrapassar as 4 horas.

Caso a descongelação dos alimentos não seja completa, as temperaturas de segurança recomendadas para cada alimento durante a confecção não são atingidas.

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Relativamente aos óleos de fritura o controlo da temperatura poderá ser efectuado através de sensores do próprio equipamento de fritura, o qual disparará um alarme sempre que a temperatura ultrapasse os 180ºC. Assim o termóstato das fritadeiras deve estar regulado para temperaturas entre 160 e 180ºC.

Para além do termóstato incorporado no equipamento, o operador responsável deve proceder à medição da temperatura do óleo utilizando um termómetro devidamente calibrado, verificando se a temperatura do óleo corresponde na realidade à indicada no termóstato.

Durante a confecção dos alimentos a quente, os manipuladores devem garantir que todos os pontos dos alimentos atingem no mínimo os 75ºC, durante pelos menos 2 minutos, de modo a assegurar a destruição dos microrganismos. É importante ter em conta que a destruição microbiana não depende apenas da temperatura, mas também do tempo que o alimento se encontra submetido à temperatura mínima de segurança e da contaminação inicial por microrganismos que este apresenta. Além das condições gerais de tempo-temperatura referidas, que devem ser cumpridas para a generalidade dos alimentos, recomendam-se combinações tempo-temperatura específicas para os diferentes alimentos.

5.5. Controlo da temperatura na confecção dos

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Controlo de temperaturas na restauração

Figura 5.2 – Tempo/temperaturas mínimas de segurança na confecção.

15 s

4 min.

63ºC 68ºC 74ºC 60ºC 74ºC 74ºC 74ºC 63ºC 63ºC 68ºC 63ºC

Os alimentos/refeições que não sejam para consumo imediato, isto é, em que existe algum intervalo de tempo entre a sua preparação e o consumo pelo cliente, devem ser mantidos em condições que permitam a sua manutenção à temperatura de segurança recomendada, consoante o tipo de alimento, o momento e a forma como vai ser consumido (frio ou quente).

Após a confecção, caso os alimentos não sejam para consumo imediato, deve-se proceder ao seu rápido arrefecimento até os 10ºC, isto no período máximo de 2 horas, e posteriormente acondicionados a temperaturas iguais ou inferiores a 4ºC.

É conveniente o uso de células de arrefecimento rápido. No caso de não disporem destes aparelhos, deverá proceder-se ao arrefecimento colocando o recipiente com o alimento num banho de água fria e introduzi-lo posteriormente na câmara frigorífica. A prática de deixar os alimentos preparados a arrefecer à temperatura ambiente, por exemplo, durante toda a noite deve ser completamente eliminada.

Caso os alimentos se destinem a ser consumidos frios em estabelecimentos de self-service e permaneçam em equipamentos de exposição equipados com sistema de frio antes do seu consumo, estes devem ser mantidos a temperaturas de 4ºC ou ligeiramente inferiores.

Nas operações de regeneração/reaquecimento, em que um alimento confeccionado sob acção de calor, arrefecido e mantido por um determinado tempo em refrigeração, volta a sofrer um tratamento térmico antes do seu serviço/consumo, o alimento deve alcançar uma temperatura de 82ºC num intervalo de tempo que não ultrapasse as 2 horas. Os alimentos deverão ser regenerados/reaquecidos em quantidades estritamente necessárias, não sendo aceitável a prática de regenerar e voltar a refrigerar.

Caso os alimentos se destinem a ser consumidos quentes nos estabelecimentos de restauração, e permaneçam em equipamentos de exposição antes do seu consumo, devem ser mantidos acima dos 63ºC. Estes alimentos devem ser mantidos em sistemas (e.g. estufas, banho-maria) cujas temperaturas devem estar reguladas para 80 a 90ºC, de forma a garantir que os alimentos se mantenham no mínimo a 63ºC.

As sobras dos alimentos que estejam quentes devem ser rapidamente arrefecidas, até uma temperatura de 4ºC, e posteriormente acondicionadas em sistemas que as mantenham a esta temperatura.

Outros aspectos importantes a ter em consideração no controlo de temperaturas no serviço de refeições incluem: - Manutenção dos molhos quentes a temperaturas superiores a 63 ºC e os molhos frios a uma temperatura entre 1 e 4 ºC;

- Medição da temperatura interna dos alimentos com um termómetro calibrado com intervalos de 30 minutos; - Conservação até 7 dias de alimentos submetidos a arrefecimento, se mantidos a temperaturas inferiores a 4ºC. Este período deve ser reduzido para 4 dias, caso o equipamento de frio permita oscilações de temperatura até aos 7ºC, até serem reaquecidos.

5.6. Controlo da temperatura no serviço das

No documento Higiene e Segurança Alimentar Vol. 2 (páginas 81-86)