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m de altura Tronco cilíndrico Ritidoma marrom claro, levemente

fissurado que se desprende em pequenos pedaços irregulares. Casca interna marrom/vermelho. Folha alterna, pecíolo 0,74-1,05 cm de compr., canaliculado, torcido, lâmina foliar 9,32-15,31 x 3,5-6,04 cm, elíptica, glabra, coriácea, margem inteira, ápice agudo, base convexa ou cuneada, nervura central proeminente em ambos os lados, venação secundária broquidódroma, 14-20 pares de nervuras secundárias, distantes 0,77-1,24 cm, 65-80° entre a nervura primária e a secundária, com marcas de vernação paralelas a nervura central. Inflorescência terminal e axilar. Flor 2,19-2,71 cm diâm., simetria radial. Sépalas 6, 0,57-0,63 x 0,3-0,38 cm compr. Pétalas 6, 1,43- 1,61 cm compr., obovadas, roxa com tons de rosa, apêndice floral plano, ca. 170 estames, anel estaminal 0,56-0,61 cm diâm. Pedicelo 0,49-0,61 cm compr., enrrugado.

Ovário semi-ínfero, lóculos 4, óvulos por lóculo 5-7. Fruto cônico a globoso, rugoso,

estilo persistente no opérculo.

Comentários:

Espécie muito semelhante a L. corrugata subsp. corrugata; difere por apresentar marcas de vernação bastante evidentes, tanto na face adaxial como na abaxial da lâmina foliar, flores vermelhas ou roxas com tons de rosa claro. Nervura central pouco proeminente na face adaxial e possui tricomas na face abaxial. Pecíolo com tricomas. Muitas lenticelas nos ramos. Floração de Janeiro a Fevereiro. Encontrada principalmente na Venezuela e no Brasil, no estado de Roraima. Conhecida popularmente como cabullo, kumaiteka, tabari (Venezuela).

Material examinado: BRASIL. Roraima: Parque Nacional do Viruá, município de

Caracaraí, Azambuja, et al. 65 (INPA), 1°25'17'' N, 60°50'52'' W, Alt: 70 m, 18 Jan

2011.

Material adicional: BRASIL. Roraima: Estrada das Confianças I, II e III (beira da

estrada), município de Boa Vista, Silva, J. A. et al. 471 (INPA), 2°50’N; 60°40’W, 30

km South of Central E of Rio Jauari, Prance, G. T., et al. 28912 (INPA), 0°49’N; 63°19’W, 9 Fev 1984.

Figura 11. Lecythis corrugata subsp. rosea. A) Flor zigomórficas; B) Corte longitudinal da flor, capuz plano; C) Ovário quatro lóculos, corte transversal; D) Lâmina foliar elíptica; E) Hábito; F) Ápice agudo; G) Base convexa; H) 65-80° entre a nervura 1ª e 2as; I) Fruto cônico a globoso, rugoso, estilo persistente no opérculo; J) Pecíolo canaliculado.

0,5 cm 1,3 cm 7 cm 1 cm A B C D E F G H I J

9. Lecythis sp. nov. ined.

Árvore com 20 m de altura ou mais. Tronco cilíndrico, sem sapopemas. Ritidoma

marrom claro, levemente fissurado que se desprende em pequenos pedaços irregulares.

Casca interna marrom/vermelho. Folhas alternas, pecíolo 0,88-1 cm de compr.,

canaliculado à terete, lâmina foliar 10,32-16,3 x 3,64-6,59 cm., elíptica, glabra, coriácea, margem inteira, revoluta, ápice acuminado, base convexa, nervura central proeminente em ambas as faces, venação secundária broquidódroma, 16-24 pares de nervuras secundárias, distantes 0,52-0,72 cm, 71-76° entre a nervura primária e secundária, com marcas de vernação paralelas a nervura central. Inflorescência terminal ou axilar, tipo panícula. Flor 1,75-2,44 cm diâm., simetria radial. Sépalas 6, 0,46-0,56 x 0,25-0,33 cm, verdes, imbricadas. Pétalas 6, 1,26-1,49 cm compr., obovadas, rosa com a margem ligeiramente esbranquiçada, apêndice floral com fenda em forma de “V”, rosa; estames 230, anel estaminal 0,46-0,67 cm diâm. Pedicelo 0,3- 0,36 cm compr., rugoso, rugosidade orientada horizontalmente. Ovário semi-ínfero, lóculos 4, óvulos por lóculo 3-5. Fruto cônico, rugosidade orientada horizontalmente, estilo persistente no opérculo. Sementes ca. de 2,5 cm comprimento., creme esbranquiçadas, 5 por fruto.

Comentários:

Espécie bastante semelhante com Lecythis corrugata subsp. rosea (Spruce ex O. Berg) S. A. Mori (Figura 13). Difere principalmente no diâmetro da flor, na porção adaxial do apêndice floral, que apresenta uma fenda em forma de “V”, melhor observado em corte longitudinal e, também, no número de estames (n=230). Características vegetativas podem dificultar a diferenciação com L. corrugata subsp.

rosea, por compartilharem marcas de vernação orientadas paralelamente a nervura

central, lâmina foliar (base, ápice e margem) bastante semelhantes e nervuras primárias e secundárias . A margem é levemente revoluta. A nervura central no primeiro ¼ da lâmina foliar não é achatada. Não apresenta lábios estaminais.

Segundo Mori (1981), os caracteres diagnósticos de Lecythis corrugata subsp.

rosea é o pedicelo e hipanto rugosos, encontrado também apenas em Lecythis amara

todos os aspectos, exceto para as estrias (marcas de vernação) na folha, orientadas longitudinalmente em L. subsp. rosea, que são as marcas deixadas pelo desdobramento da folha em crescimento e ausentes em L. corrugata. Esta característica está correlacionada com a distribuição geográfica (Mori, 1981). Floração de dezembro a março.

Material examinado: Roraima: Parque Nacional do Viruá, município de Caracaraí,

Azambuja, et al. 41 (INPA) 1°29'29'' N, 61°00'05'' W, Alt: 74 m. 11 Dez 2010.

Material adicional: BRASIL. Roraima: Parque Nacional do Viruá, município de

Caracaraí, Azambuja, et al. 23A (INPA), 30 Out 2010. BRASIL. Parque Nacional do Viruá, município de Caracaraí, Azambuja, et al. 197 (INPA), 25 Jan 2012.

Lecythis corrugata Poit. subsp. rosea (Spruce ex O. Berg) S. A. Mori: BRASIL.

Amazonas: Serra do Aracá, southern massif; W talus slope; tail most forest, Pipoly, J. et

al. 6723 (INPA), 0°48’N; 63°18’W, 28 Fev 1984; Base of Serra Araca, 0-3 km South of

Central E of Rio Jauari, Prance, G. T., et al. 28912 (INPA), 0°49’N; 63°19’W, 9 Fev

1984. Roraima: Parque Nacional do Viruá, município de Caracaraí, Azambuja, et al. 25

(INPA), 2 Nov 2010. Parque Nacional do Viruá, município de Caracaraí, Azambuja, et

al.43 (INPA), 11 Dez 2010. Parque Nacional do Viruá, município de Caracaraí, Azambuja, et al. 59 (INPA), 14 Jan 2011. Parque Nacional do Viruá, município de

Caracaraí, Azambuja, C. A. P e Marinho, T. 76 (INPA), 24 Fev 2011. Parque Nacional do Viruá, município de Caracaraí, Azambuja, C. A. P e Marinho, T. 77 (INPA), 1°29'50'' N, 61°00'15'' W, 24 Fev 2011. Parque Nacional do Viruá, município de Caracaraí, Azambuja, C. A. P e Marinho, T. 90 (INPA), 1°29'23'' N, 61°00'28'' W, 26

Fev 2011. Parque Nacional do Viruá, município de Caracaraí, Azambuja, C. A. P e Marinho, T. 93 (INPA), 1°28'56'' N, 61°00'42''W, 28 Fev 2011. Estrada das Confianças

I, II e III (beira da estrada), município de Boa Vista, Silva, J. A. et al. 471 (INPA), 2°50’N; 60°40’W, 30 Jul 1986.

Figura 12. Lecythis sp. nov. ined. A) Flor zigomórfica; B) Corte longitudinal da flor, capuz plano, com uma “fenda” na porção inicial do capuz; C) Ovário quatro lóculos, corte transversal; D) Lâmina foliar elíptica; E) Hábito; F) Ápice acuminado; G) Base convexa; H) 71-76° entre a nervura 1ª e 2as; I) Margem inteira; J) Pecíolo canaliculado a terete; K) Fruto cônico, rugoso, estilo persistente no opérculo; L) Semente creme esbranquiçada, cinco por fruto.

0,8 cm 1,7 cm 1 cm 0,5 cm 4 cm 1,3 cm A B C D E F G H I J L K

Figura 13. A) Comparação entre Lecythis sp. nov. ined. (1) e Lecythis corrugata subs rosea (2); B) Comparação entre Lecythis sp. nov. ined. (1) e Lecythis corrugata subs rosea (2) através de corte longitudinal; C) Corte longitudinal de botões florais de Lecythis sp. nov. ined.; D) Corte longitudinal das flores de Lecythis sp. nov. ined.

A B

1 2

1 2

C

10. Lecythis sp.

Árvore. 20 m de altura. Tronco cilíndrico. Ritidoma marrom claro, com pequenas

fissuras longitudinais, que se desprendem. Casca interna marrom claro. Folha alterna, lâmina foliar 10,2-14,2 x 4,1-5,5 cm, elíptica, glabra, cartácea, margem inteira levemente sinuosa, ápice acuminado, base convexa, nervura central proeminente em ambas as faces, venação secundária broquidódroma, 10-12 pares de nervuras secundárias, distantes 0,7-1,8 cm, 65-70° entre a nervura primária e a secundária.

Pecíolo 0,7-1,3 cm compr., terete. Fruto em forma cuia, lenhoso. Sementes 3-5 cm

compr., 10-20 por fruto.

Material examinado: BRASIL. Roraima: Parque Nacional do Viruá, município de

Caracaraí, Azambuja et al. 199 (INPA, 25 Jan 2012.

Material adicional: BRASIL. Roraima: Parque Nacional do Viruá, município de

Caracaraí, Azambuja, C. A. P. et al. 62 (INPA), 1°28'38'' N, 61°00'20'' W, Alt: 134 m,

16 Jan 2011. Parque Nacional do Viruá, município de Caracaraí, Azambuja, C. A. P. et al. 08 (INPA), 13 Set 2010. Parque Nacional do Viruá, município de Caracaraí, Azambuja et al. 64 (INPA) 1°25'20'' N, 60°50'42'' W, Alt: 68 m, 18 Jan 2011. Parque

Nacional do Viruá, município de Caracaraí, Azambuja, et al. 32 (INPA), 9 Dez 2010. Parque Nacional do Viruá, município de Caracaraí, Azambuja, et al. 34 (INPA), 10 Dez

2010. Parque Nacional do Viruá, município de Caracaraí, Azambuja, et al. 125 (INPA),

0°59'53'' N, 61°13'09'' W, Alt: 48m, 10 Mai 2011. Parque Nacional do Viruá, município de Caracaraí, Azambuja, et al. 29 (INPA), 5 Nov 2010. Parque Nacional do Viruá, município de Caracaraí, Azambuja, et al. 31 (INPA), 9 Dez 2010. Parque Nacional do Viruá, município de Caracaraí, Azambuja, et al. 65 (INPA), 1°25'17'' N, 60°50'52'' W, Alt: 70 m, 18 Jan 2011.

Comentários:

Espécie coletada em janeiro de 2012; flores ausentes. Frutos lenhosos, relativamente grandes (quando comparados com as outras duas espécies do gênero coletadas no presente estudo); várias sementes, (10-20) creme esbranquiçadas.

Figura 14. Lecythis sp. A) Frutos imaturos; B) Lâmina foliar elíptica; C) Fruto próximo à maturidade; D) Ápice acuminado; E) Base convexa; F) 65-70° entre a nervura 1ª e 2as; G) Pecíolo terete; H) Fruto, corte transversal.

K 10 cm 7 cm 0,6 cm 1,8 cm A B C D E F G H

DISCUSSÃO

As Lecythidaceae são conhecidas por não possuírem características óbvias para a identificação das espécies, principalmente quando os caracteres usados são apenas vegetativos. Mesmo com caracteres reprodutivos como, por exemplo, em Eschweilera torna-se difícil a separação em espécies, uma vez que o gênero compartilha entre as espécies informações bastante similares quando usadas na identificação e classificação de padrões florais (Mori & Prance, 1990). Mesmo assim, caracteres vegetativos permitem, quando combinados, informações fundamentais na separação das espécies juntamente com os caracteres reprodutivos. As principais características vegetativas encontradas no presente estudo foram a cor do ritidoma, se fissurado ou não, cor da casca interna, o número de pares de nervuras secundárias e a distância entre elas e o ângulo entre a nervura primária e a secundária. Os reprodutivos foram a simetria da flor, número de sépalas, forma das sépalas, o tipo de capuz e quantas vezes se enrola para dentro.

O número de pares de nervuras secundárias foi extremamente útil para a identificação de Bertholletia excelsa, apresentando 27-32 pares de nervuras secundárias. O tronco profundamente fissurado e o pecíolo canaliculado e piloso, também facilitaram seu reconhecimento. Outras espécies também apresentavam o tronco fissurado como

Lecythis corrugata subs. rosea, Lecythis sp. nov. e Lecythis sp., mas nunca com mais de

24 pares de nervuras secundárias.

Em Eschweilera tenuifolia, a cor do ritidoma e da casca interna, cinza escuro e marrom, respectivamente, permitiram a separação com os demais indivíduos do gênero. Para Eschweilera pedicellata, os caracteres vegetativos mais informativos foram também a cor do ritidoma e da casca interna, auxiliada por apresentar um pecíolo do tipo canaliculado, diferentemente das outras duas espécies do gênero, que apresentavam pecíolo do tipo terete.

Couratari oblongifolia apresentou ritidoma marrom claro que se desprende,

casca interna marrom claro e o ápice da lâmina foliar arredondado ou retuso, sendo a única espécie a apresentar tal característica.

Gustavia hexapetala e G. augusta foram extremamente difíceis de serem

informação mais relevante foi o tamanho da lâmina foliar em G. augusta com 22-38 cm de comprimento e G. hexapetala apresentou tamanho máximo de 24 cm, não apresentando total confiança para a separação em espécies.

Mesmo com um baixo número de espécies encontradas, foi relativamente difícil a separação em espécies, quando os caracteres reprodutivos foram os determinantes. Entre as espécies coletadas, três diferentes tipos de capuz foram identificados: 1. capuz espesso (Bertholletia excelsa), 2. capuz em espiral que se enrola duas vezes para dentro e de onde uma ponta se desenvolve para fora (Couratari oblongifolia), capuz em espiral que se enrola duas vezes para dentro (Eschweilera parvifolia e Eschweilera tenuifolia) e capuz em espiral que se enrola três vezes para dentro (Eschweilera pedicellata); 3. capuz plano (Lecythis corrugata subs. rosea), capuz plano com uma fenda na porção final da lígula ou início do capuz (Lecythis sp. nov.). Apenas uma espécie do gênero

Lecythis, coletada recentemente foi identificada até gênero, através das características

do fruto que permitiram a separação com as demais espécies coletadas no estudo.

Para as espécies que apresentaram simetria radial ou actinomórficas (n=2), foi também relativamente fácil a separação em espécies diferentes. Gustavia augusta apresenta geralmente oito pétalas brancas ou mais, base dos estames amarela com porção mediana rosa e anteras amarelas. Já G. hexapetala tem seis pétalas brancas (raro oito), base e porção mediana branca com anteras amarelas.

Outra ferramenta que se tornou extremamente útil durante o processo de identificação foram as fotografias digitais, principalmente em aspectos reprodutivos como a cor dos estames e pseudoestames, cor das anteras e, principalmente, corte longitudinal da flor, que permite observar os padrões do apêndice floral (lígula) que se enrola para o interior formando um espiral (vizualizado apenas em corte longitudinal), sendo fator determinante para a identificação de muitas espécies dos gêneros

Eschweilera e Lecythis, por exemplo, não sendo menos importantes também na

identificação de espécies do gênero Couratari.

CONCLUSÃO

identificação das espécies coletadas, mas com contribuições acerca de uma espécie nova para a ciência (manuscrito em preparação para publicação), três novos registros de ocorrência para o estado de Roraima (Bertholletia excelsa Bonpl., Lecythis sp. nov. ined. e Lecythis sp.), uma variação floral não observada anteriormente em Eschweilera

pedicellata, e outras três espécies do gênero Eschweilera ainda não determinadas, mas

com alta possibilidade de serem sp.(s) novas para a ciência ou até mesmo a descrição de novos padrões, principalmente no padrão de enrolamento da lígula (capuz) e, uma sinonímia, em Eschweilera tenuifolia. Devido à alta similaridade florística no gênero, não houve tempo hábil para suas descrições.

Trabalhos que buscam conhecer melhor a flora de uma região possibilitam, principalmente naqueles ambientes onde não existe uma significativa intensidade de coletas botânicas, reconhecer não somente espécies novas, mas também outras informações pertinentes para o entendimento dos processos evolutivos dos indivíduos, servindo como referência em futuros trabalhos que necessitem da correta determinação de espécies.

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